domingo, 16 de outubro de 2016

‘Nada houve de anormal’

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As súmulas de todas as partidas organizadas pela CBF apresentam um espaço para ocorrências/observações e é comum os árbitros utilizarem a seguinte definição, independente do que tenha acontecido durante o jogo, “nada houve de anormal”.
Com Sandro Meira Ricci, representante Fifa e representante brasileiro na última Copa do Mundo, não foi diferente. Depois de toda a polêmica no Flamengo e Fluminense de quinta-feira em Volta Redonda o árbitro manteve o padrão “nada houve de anormal” na súmula. Se toda a confusão, presença da polícia, delegado da partida em campo, reclamações de todos os lados são normais, o que de anormal precisa acontecer? É impossível acreditar que não houve interferência externa após 13 minutos de paralisação e várias conversas que Ricci teve ao pé do ouvido. Em determinado momento, até um policial sussurrou algo para o árbitro, que ouviu com total atenção em meio ao caos na linha lateral.
É o primeiro grande problema para o Coronel Marinho e sua equipe administrarem, mas a desconfiança da ajuda da TV é antiga no Campeonato Brasileiro desde os tempos em que Sérgio Corrêa chefiava a Comissão de Arbitragem.
Internacional e Palmeiras de 2012 no Beira-Rio é um exemplo disso. O atacante Barcos fez gol de mão, validado por Francisco Carlos do Nascimento. Depois de muita reclamação dos colorados, Francisco voltou atrás “ajudado” pelo quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima, que estava muito mais longe do que o juiz e o segundo assistente Ediney Guerreiro Mascarenhas. A súmula daquele jogo disputado no dia 27 de outubro tem uma semelhança com a feita por Sandro Meira Ricci: “nada houve de anormal”.
Outro indício de ajuda externa aconteceu no ano passado em Chapecoense x Palmeiras. Egídio já tinha cartão amarelo e depois de acertar a bola em uma disputa com o adversário acabou expulso por Jailson Macedo Freitas, o mesmo árbitro que apitou o jogo da última quinta-feira em Araraquara. Houve reclamação dos palmeirenses e quando o lateral-esquerdo já estava a caminho do vestiário, o apitador voltou atrás, protagonizando uma cena jamais vista com Egídio retornando pelo túnel que dá acesso ao gramado. Bruno Boschilia, assistente número um na Arena Condá, teria sido o “salvador” do erro de Jailson. Basta dar uma olhada no relatório publicado no site da CBF na rodada 29, no dia 4 de outubro, para ver que não existe uma linha sequer sobre o acontecido, porém a frase padrão “nada houve de anormal” consta por lá.
O tempo perdido com confusão seria mais fácil de resolver com uso da imagem de forma oficial no futebol, assim como ocorre em outros esportes. O desafio no vôlei durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro voltou mais de duzentos pontos após equívocos dos árbitros. É justo e faz bem para o evento que seja assim. Justo também seria se a Comissão de Arbitragem, agora sob novo comando, passasse a ser transparente em casos assim, coisa que a gestão anterior não fazia. Vale a pena refletir, nos dois casos.

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