segunda-feira, 2 de março de 2015

Palmeiras


Wesley



Nem Ademir da Guia merecia a campanha de crowdfunding (muito mais crau e f… que outra coisa) gasta e desgastada pelo Palmeiras em 2012 para trazer Wesley.
Um promissor atacante que quebrou galho na carreira como lateral, foi melhor como ala, jogou como meia mais avançado, mas foi melhor mesmo como segundo volante no Santos de 2010. Não foi tão bem assim no Werder Bremen. Por isso foi muito o que o Palmeiras pagou por ele: 21 milhões de reais.
Seria demais por tudo que ele não jogou. Ou não conseguiu jogar.
Na quarta partida em 2012 teve séria lesão no joelho. Não conseguiu ser campeão da Copa do Brasil, e muito menos, quando voltou, conseguiu salvar o time do rebaixamento.
Na Série B, em 2013, foi o melhor de um time mediano de um torneio medíocre.
Em 2014, poderia ter sido melhor. E quando quase poderia ter saído, ficou de corpo, mas a alma esteve longe.
Foi 100% na abertura do Allianz Parque. Sacado nos dois jogos que fez, não foi vaiado. Foi xingado pelos palmeirenses presentes e até pelos palestrinos tão ausentes quanto ele nos últimos jogos de passes errados, jogadas incertas, e uma certeza: pouca entrega em campo. Ou apenas entregadas bisonhas.
Pelo dinheiro investido, sem contar os salários, a pior contratação em 100 anos de Palmeiras.
Muitos jogadores ruins já passaram pelo clube – e ele atuou ao lado de vários.
Mas poucos ótimos jogadores tiveram um desempenho tão ruim – querendo ou não.
Para piorar, Wesley vai para onde negava ir. Pula o muro e estará à disposição do São Paulo. Onde reencontra Muricy. Onde, com sequência, poderá resgatar o futebol desgastado que tem e que negou jogar. Ou a ele foi negada a chance. Depende do observador isento. Ou não.
Wesley não é tão ruim ou não foi tão mal para ser tão xingado.
Como Wesley não era tão bom para ser tão caro quando e quanto contratado.
É um caso extremo que ele aprofundou ao não parecer disposto.
Não é só culpa dele. É de quem o contratou por tanto.
Não é só responsabilidade dele. É dos responsáveis que fizeram o Palmeiras tão carente nos últimos tantos anos.
Não só no Palmeiras, mas em muitos dos grandes, poucos casos foram como o de Wesley, que recebeu “homenagem” bem humorada e muito sacana do Palmeiras 1000 Grau.
Mas não só da turma que faz humor com amor.
Também de muito torcedor que está carente não só de títulos. Mas de profissionais que sejam um pouco mais amadores. De profissionais que sejam algo além de remunerados.
Não é preciso jogar futebol bem, como muito bem sabe quem tem Tonhão como ídolo.
Mas é preciso se jogar muito bem, como Wesley, muitas vezes, não parecia estar nem aí. Ou nunca estar no lugar certo. Lá no campo e no coração da arquibancada.
Não cabe e nem é a intenção dizer quem está certo ou errado.
Mas é um toque para muita gente que quer se dar bem em qualquer clube.
Vestir uma camisa e honrá-la vai muito além do instagram e mesmo dos títulos na grama.
É uma questão de escolha e de escola.
Wesley pode se recuperar no São Paulo. É só jogar e se jogar.
Mauro Beting-Lancenet.com

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