Três grandes na teia dos empréstimos obrigacionistas: «Isto é um perigo»
O Sporting, por exemplo, vai pagar 8,7 milhões para ter empréstimo de 30 milhões. Benfica vai pagar dois empréstimos em simultâneo.
O Benfica começou esta segunda-feira o período de subscrição de novo empréstimo obrigacionista, a três anos: entre 2015 e 2018. É o terceiro grande no espaço de dois meses a fazê-lo, depois de Sporting e FC Porto.
Ora esta é uma boa altura, por isso, para comparar os produtos financeiros de cada um dos três grandes e para compreender este vício em que se tornaram os empréstimos obrigacionistas: mais do que um vício, aliás, é uma dependência.
«As sociedades que se endividaram só têm forma de pagar dívida com mais dívida. No caso dos clubes isso é mais óbvio», diz ao Maisfutebol o economista Jorge Landeiro Vaz.
«Os empréstimos dos três grandes só servem para pagar mais dívida. É uma pescadinha de rabo na boca e é sobretudo um jogo muito arriscado.»
Arriscado para os clubes e arriscado para os investidores. A verdade é que os clubes pagam juros muito acima da média, o Sporting está a pagar 6,25 por cento brutos, enquanto o FC Porto paga 5 por cento e o Benfica 4,75. O que pode parecer um produto atrativo para quem investe: mas cuidado, é muito perigoso.
«Oferecem taxas altas porque essa é a única forma de captarem investidores. Os depósitos a prazo, por exemplo, estão abaixo de 1 por cento», diz Jorge Landeiro Vaz.
«Mas é sempre arriscado. Se formos a ver, a situação líquida das três SAD está em valores negativos. Para investir num produto destes é necessário ter muita confiança na gestão da SAD em causa e a SAD tem também de mostrar que é bem gerida.»
O economista dá, neste caso, o exemplo do Sporting: nos últimos dois anos teve bons resultados financeiros e a administração da SAD está a mostrar conseguir trabalhar bem. Mas ainda é demasiado cedo para isso significar confiança nas obrigações leoninas.
Depois, claro, é necessário olhar para estes empréstimos das perspetiva dos clubes.
O Sporting, por exemplo, paga uma taxa de juro altíssima, de 6,25 por cento, o que corresponde a 4,5 por cento líquidos. Por isso, e durante os três anos de empréstimo, vai pagar aos investidores 7,5 milhões de euros em juros.
Se a isto somarmos os 1,20 milhões de euros de custos com a operação, chega-se à conclusão que o empréstimo custa 8,7 milhões de euros: no final terá pagado 38,7 milhões para ter 30 milhões de euros imediatamente.
No caso do Benfica, por outro lado, há um outro empréstimo obrigacionista a correr, que atinge a maturidade em abril de 2016 e paga uma taxa de juro de 5,3 por cento.
Significa isto que a SAD encarnada vai estar durante quase um ano a pagar juros de dois empréstimos obrigacionistas em simultâneo, ambos de 45 milhões, numa taxa de juro total superior (somando os dois empréstimos) superior a 10 por cento.
«A verdade é que as SAD endividam-se obter financiamento para atingir os objetivos desportivos, que são incompatíveis com os objetivos financeiros das próprias SAD», diz Jorge Landeiro Vaz.
«Na minha opinião, a CMVM devia apertar um pouco mais a emissão de obrigações de sociedades - não só desportivas, mas nestes casos estamos a falar de sociedades desportivas - com capitais negativos. Isto é um perigo.»
Mas será que não há forma dos próprios clubes evitar isto?
«Os clubes quando entram numa espiral de dívida como têm altualmente, torna-se dificílimo sustentar a atividade. Para já o mercado não está a valorizar de forma diferente os produtos das SAD dos produtos de outras empresas, como os CTT», acrescenta.
«Mas isso pode acontecer um dia. As sociedades podiam com uma gestão rigorosa melhorar a situação financeira, mas isso colide com o objetivo de atingir objetivos desportivos. Por isso contraem dívida para pagar mais dívida...»
Dados gerais dos empréstimos obrigacionistas dos três grandes:
VALOR DO EMPRÉSTIMO
Sporting: 30 milhões
Benfica: 45 milhões
FC Porto: 45 milhões
TAXA ANUAL NOMINAL BRUTA
Sporting: 6,25 por cento
Benfica: 4,75 por cento
FC Porto: 5 por cento
TAXA ANUAL NOMINAL LÍQUIDA
Sporting: 4,5 por cento
Benfica: 3,44 por cento
FC Porto: 3,6 por cento
GASTOS COM JUROS
Sporting: 7,5 milhões em juros
Benfica: 6,4 milhões em juros
FC Porto: 6,75 milhões em juros
QUANTIDADE DE OBRIGAÇÕES
Sporting: 6 milhões
Benfica: 9 milhões
FC Porto: 9 milhões
PREÇO UNITÁRIO
Sporting: 5 euros
Benfica: 5 euros
FC Porto: 5 euros
PAGAMENTO DE JUROS
Sporting: semestral
Benfica: semestral
FC Porto: semestral
DURAÇÃO DO EMPRÉSTIMO
Sporting: 3 anos
Benfica: 3 anos
FC Porto: 3 anos
CUSTO DA OPERAÇÃO
Sporting: 1,20 milhões de euros
Benfica: 1,715 milhões
FC Porto: 1,151 milhões
DATA DE VENCIMENTO
Sporting: 25 de maio de 2018
Benfica: 15 de julho de 2018
FC Porto: 28 de maio de 2018
João Teixeira já treina no Seixal e quer um lugar no plantel do Benfica
O jovem médio português tem esperança em ter o seu espaço na formação principal do Benfica e pensa que o poderá conquistar sob o comando de Rui Vitória. João Teixeira está ansioso para que a temporada comece e tem sido presença assídua no centro de treinos encarnado para entrar a grande ritmo na nova época.
Ora esta é uma boa altura, por isso, para comparar os produtos financeiros de cada um dos três grandes e para compreender este vício em que se tornaram os empréstimos obrigacionistas: mais do que um vício, aliás, é uma dependência.
«As sociedades que se endividaram só têm forma de pagar dívida com mais dívida. No caso dos clubes isso é mais óbvio», diz ao Maisfutebol o economista Jorge Landeiro Vaz.
«Os empréstimos dos três grandes só servem para pagar mais dívida. É uma pescadinha de rabo na boca e é sobretudo um jogo muito arriscado.»
Arriscado para os clubes e arriscado para os investidores. A verdade é que os clubes pagam juros muito acima da média, o Sporting está a pagar 6,25 por cento brutos, enquanto o FC Porto paga 5 por cento e o Benfica 4,75. O que pode parecer um produto atrativo para quem investe: mas cuidado, é muito perigoso.
«Oferecem taxas altas porque essa é a única forma de captarem investidores. Os depósitos a prazo, por exemplo, estão abaixo de 1 por cento», diz Jorge Landeiro Vaz.
«Mas é sempre arriscado. Se formos a ver, a situação líquida das três SAD está em valores negativos. Para investir num produto destes é necessário ter muita confiança na gestão da SAD em causa e a SAD tem também de mostrar que é bem gerida.»
O economista dá, neste caso, o exemplo do Sporting: nos últimos dois anos teve bons resultados financeiros e a administração da SAD está a mostrar conseguir trabalhar bem. Mas ainda é demasiado cedo para isso significar confiança nas obrigações leoninas.
Depois, claro, é necessário olhar para estes empréstimos das perspetiva dos clubes.
O Sporting, por exemplo, paga uma taxa de juro altíssima, de 6,25 por cento, o que corresponde a 4,5 por cento líquidos. Por isso, e durante os três anos de empréstimo, vai pagar aos investidores 7,5 milhões de euros em juros.
Se a isto somarmos os 1,20 milhões de euros de custos com a operação, chega-se à conclusão que o empréstimo custa 8,7 milhões de euros: no final terá pagado 38,7 milhões para ter 30 milhões de euros imediatamente.
No caso do Benfica, por outro lado, há um outro empréstimo obrigacionista a correr, que atinge a maturidade em abril de 2016 e paga uma taxa de juro de 5,3 por cento.
Significa isto que a SAD encarnada vai estar durante quase um ano a pagar juros de dois empréstimos obrigacionistas em simultâneo, ambos de 45 milhões, numa taxa de juro total superior (somando os dois empréstimos) superior a 10 por cento.
«A verdade é que as SAD endividam-se obter financiamento para atingir os objetivos desportivos, que são incompatíveis com os objetivos financeiros das próprias SAD», diz Jorge Landeiro Vaz.
«Na minha opinião, a CMVM devia apertar um pouco mais a emissão de obrigações de sociedades - não só desportivas, mas nestes casos estamos a falar de sociedades desportivas - com capitais negativos. Isto é um perigo.»
Mas será que não há forma dos próprios clubes evitar isto?
«Os clubes quando entram numa espiral de dívida como têm altualmente, torna-se dificílimo sustentar a atividade. Para já o mercado não está a valorizar de forma diferente os produtos das SAD dos produtos de outras empresas, como os CTT», acrescenta.
«Mas isso pode acontecer um dia. As sociedades podiam com uma gestão rigorosa melhorar a situação financeira, mas isso colide com o objetivo de atingir objetivos desportivos. Por isso contraem dívida para pagar mais dívida...»
Dados gerais dos empréstimos obrigacionistas dos três grandes:
VALOR DO EMPRÉSTIMO
Sporting: 30 milhões
Benfica: 45 milhões
FC Porto: 45 milhões
TAXA ANUAL NOMINAL BRUTA
Sporting: 6,25 por cento
Benfica: 4,75 por cento
FC Porto: 5 por cento
TAXA ANUAL NOMINAL LÍQUIDA
Sporting: 4,5 por cento
Benfica: 3,44 por cento
FC Porto: 3,6 por cento
GASTOS COM JUROS
Sporting: 7,5 milhões em juros
Benfica: 6,4 milhões em juros
FC Porto: 6,75 milhões em juros
QUANTIDADE DE OBRIGAÇÕES
Sporting: 6 milhões
Benfica: 9 milhões
FC Porto: 9 milhões
PREÇO UNITÁRIO
Sporting: 5 euros
Benfica: 5 euros
FC Porto: 5 euros
PAGAMENTO DE JUROS
Sporting: semestral
Benfica: semestral
FC Porto: semestral
DURAÇÃO DO EMPRÉSTIMO
Sporting: 3 anos
Benfica: 3 anos
FC Porto: 3 anos
CUSTO DA OPERAÇÃO
Sporting: 1,20 milhões de euros
Benfica: 1,715 milhões
FC Porto: 1,151 milhões
DATA DE VENCIMENTO
Sporting: 25 de maio de 2018
Benfica: 15 de julho de 2018
FC Porto: 28 de maio de 2018
João Teixeira já treina no Seixal e quer um lugar no plantel do Benfica
O jovem médio português tem esperança em ter o seu espaço na formação principal do Benfica e pensa que o poderá conquistar sob o comando de Rui Vitória. João Teixeira está ansioso para que a temporada comece e tem sido presença assídua no centro de treinos encarnado para entrar a grande ritmo na nova época.
«Pelo seu historial, é um treinador que aposta nos jovens, é verdade. Agora só tenho que trabalhar para merecer a sua confiança. Não é por terem um treinador que aposta na formação que os jovens vão ter mais ou menos oportunidades. Temos que trabalhar sempre», afirmou o jovem médio em declarações reproduzidas no jornal Record.
João Teixeira esteve bem na pré época da temporada passada, mas acabou por ser utilizado por uma vez na equipa principal (na Champions frente ao Leverkusen): «Sinto-me bem e estou ansioso para que a época comece. Quero conquistar um lugar na equipa. Depois logo se vê».
Herrera feliz por Jackson Martínez estar a seguir os seus sonhos
O médio internacional mexicano do FC Porto ficou muito contente pelo companheiro colombiano estar a perseguir a concretização dos seus sonhos ao transferir-se para o Atlético Madrid. Héctor Herrera recusa a ideia que vai chegar cansado aos dragões depois de jogar na Gold Cup pela sua seleção.
«Alegro-me por ele, fico contente. É uma excelente pessoa, que merece tudo o que de bom lhe aconteça dentro e fora de campo. O Jackson merece o que está a viver. Estou contente por ele, pois temos uma amizade muito boa. Aliás, espero conseguir manter esta bonita ligação que começou há dois anos», afirmou o mexicano à imprensa do seu país.
Héctor Herrera vai estar na Gold Cup pelo México este verão, mas garante que não vai chegar desgastado para a pré temporada no FC Porto: «Cansado? Não, não vou estar cansado, não. Nós jogadores estamos habituados a isto e vamos chegar preparados ao campeonato pelo FC Porto. Certamente que sim».
Slimani feliz com a conquista da Taça de Portugal não fala do seu futuro
O ponta de lança internacional argelino espera que a Taça de Portugal conquista na época transata seja apenas o começo de muitos troféus na sua carreira. Islam Slimani recusou-se a falar sobre o futuro e deixa para mais tarde qualquer definição para a próxima época.
«Cheguei à Argélia com o moral elevado e muito orgulhoso por ter ganho o meu primeiro troféu. Espero ganhar mais títulos na minha carreira», afirmou o avançado dos leões à comunicação social do seu país. A Taça de Portugal era um troféu muito apetecido pelos leões e conquistado nas grandes penalidades frente ao Sp. Braga.
Islam Slimani não quis falar sobre o seu futuro e se irá deixar o clube de Alvalade durante este defeso: «Desculpem, não quero falar disso agora. Estou de férias e nem penso em contactos... Depois iremos ver o que vai acontecer». O argelino é um dos grandes ativos do Sporting, mas Jorge Jesus deverá contar com ele.
Leonardo Jardim: «Jesus foi uma grande cartada do Sporting»
Técnico do Mónaco diz que Sporting vai estar mais próximo dos rivais se conseguir colmatar lacunas e revela que não pensa em contratar William Carvalho
Mais de um ano depois de ter saído do Sporting, Leonardo Jardim admitiu estar surpreendido pela recente mudança de comando técnico nos leões. «Não acreditava que o Jesus ia sair do Benfica, e depois, sabendo que o Sporting tinha um treinador, fiquei um pouco surpreendido. (...) Em termos mediáticos esta contratação foi uma grande cartada do Sporting», referiu o técnico do Mónaco em entrevista ao jornal Record.
Jardim reconheceu que a escolha de Jorge Jesus representa um upgrade nas ambições Sporting mas que, para isso acontecer, serão necessários reajustes no plantel. «Acho que o Sporting vai estar mais próximo do FC Porto e do Benfica, se conseguir preencher algumas das vagas para aumentar a qualidade global da equipa.»
Leonardo Jardim falou ainda sobre William Carvalho. O médio leonino tem sido associado aos monegascos, mas não deve ter o principado como destino: «Já é um jogador muito valorizado; por isso é um jogador em quem o Mónaco, nesta temporada desportiva, não vai fazer investimentos desse género para reforçar a equipa», disse, não negando, porém, ir às compras em Alvalade: «Carlos Mané tem o perfil que procuramos», admitiu.
Depois de um terceiro lugar no primeiro ano ao serviço dos monegascos, Leonardo Jardim recusou que o título francês seja uma prioridade: «O Mónaco vai ser uma equipa que lutará pelos primeiros lugares, mas atenção: não somos um candidato ao título», acrescentou ao Record.
Jardim reconheceu que a escolha de Jorge Jesus representa um upgrade nas ambições Sporting mas que, para isso acontecer, serão necessários reajustes no plantel. «Acho que o Sporting vai estar mais próximo do FC Porto e do Benfica, se conseguir preencher algumas das vagas para aumentar a qualidade global da equipa.»
Leonardo Jardim falou ainda sobre William Carvalho. O médio leonino tem sido associado aos monegascos, mas não deve ter o principado como destino: «Já é um jogador muito valorizado; por isso é um jogador em quem o Mónaco, nesta temporada desportiva, não vai fazer investimentos desse género para reforçar a equipa», disse, não negando, porém, ir às compras em Alvalade: «Carlos Mané tem o perfil que procuramos», admitiu.
Depois de um terceiro lugar no primeiro ano ao serviço dos monegascos, Leonardo Jardim recusou que o título francês seja uma prioridade: «O Mónaco vai ser uma equipa que lutará pelos primeiros lugares, mas atenção: não somos um candidato ao título», acrescentou ao Record.
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