quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Vitória escassa complica milhões -Portugal

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Sporting tudo fez para merecer uma vitória robusta.

Uma equipa do Sporting ainda em construção, mas já cheia de confiança e ambição, e um árbitro pró-russo, eis os principais ingredientes de um ótimo jogo de futebol. No outro lado, para abrilhantar a vitória, o Sporting encontra uma equipa experiente, matreira e com dois avançados de alta velocidade. O Sporting entra mandão até aos vinte minutos. O CSKA não consegue alinhar uma jogada, a bola gira sempre rápida até à área russa. Já três oportunidades de golo estão negadas quando, aos 12’, um lance de envolvimento na direita, com um calcanhar de Slimani a servir João Pereira e este a passar rápido para o génio de Carrillo. O peruano vira para a esquerda, onde Bryan Ruiz serve Gutiérrez no centro da área, com o colombiano a empurrar para o 1-0. Sporting vence 1.º jogo do play-off da Champions Aos vinte minutos, a primeira jogada dos russos leva o excelente pé esquerdo de Tosic a ultrapassar Rui Patrício, com o centro salvo por Paulo Oliveira. A partir deste momento, o Sporting quebra perante a velocidade de Musa e Doumbia, que começam a passar entre João Pereira e Paulo Oliveira como faca por manteiga no verão. Assim surge o penálti que Rui Patrício pára magistral, aos 27’. Daí até ao golo do CSKA, aos 40’, o jogo corre equilibrado, mas sempre com grandes dificuldades para João Pereira, que dá demasiado espaço a Musa. E é por ali, nos terrenos do lateral-direito, que Doumbia constrói o golo do empate. No segundo tempo o Sporting regressa para dominar, o árbitro perdoa um penálti escandaloso aos russos numa mão, aos 72’, que tira a bola da cabeça de Slimani. Já aos 62’, um derrube a Ruiz pede a marcação de penálti. Jesus mexe bem na equipa. Apesar de lançar Mané e Gelson, o técnico opta por manter Carrillo, genial, em campo, e beneficia disso. Aos 82’, o terceiro suplente a entrar, Aquilani, o cérebro italiano, mete a bola no peito de Slimani. O argelino domina bem e encontra Carrillo para este, num momento de magia, que escapa ao entendimento de dois duros defesas russos, isolar o matador de calcanhar. Está feito o 2-1 final, num jogo onde Carrillo provou que merece todos os gritos de Jesus, desde que o façam crescer até onde o seu talento exige.



LC: Sporting-CSKA, 2-1 (crónica)


Slimani e Patrício sopraram as nuvens negras


Vinte minutos muito promissores e um golo de Slimani arrancado a ferros, após momento mágico de Carrillo, não chegaram para deixar o Sporting de sorriso aberto na corrida à fase de grupos da Liga dos Campeões. A vitória (2-1) sobre o CSKA não acerta contas com o passado e não fecha as contas do play-off, em qualquer sentido. Mas deixa os leões com a certeza de uma segunda mão de grande sofrimento em Moscovo. Pelo meio, houve uma arbitragem muito contestada, e um Rui Patrício king size a limitar – e muito - os estragos na pior fase do jogo. 

O jogo de Lisboa confirmou a ideia de um sorteio desfavorável para a equipa de Jorge Jesus, apanhando um CSKA que, para além de muita qualidade do meio-campo para a frente, chegou a Alvalade com mais cinco jogos oficiais nas pernas do que a equipa portuguesa. Um aspeto mais importante do que parece à primeira vista, em especial à luz de uma segunda parte em que o Sporting foi perdendo pernas e lucidez, antes de as substituições o fazerem reentrar no jogo. 

Sem razões para mexer, Jesus manteve o onze dos dois primeiros jogos oficiais, e viu a equipa responder bem, encostando o CSKA às cordas ainda antes do golo de Téo (12 minutos). Um golo que nasceu de uma bela combinação coletiva, começada nos pés de Ruiz e com passagem pelos de Slimani, João Pereira e Carrillo. O peruano, com um passe de enorme visão, deixou Ruiz na cara de Akinfeev, e o costarriquenho deu a Téo um daqueles golos ditos «só de encostar». 

Era a fase de euforia em Alvalade, que durou até carca dos 20 minutos. A partir daí, o CSKA passou a ter bola, e os lançamentos longos de Eremenko e Dzagoev começavam a fazer estragos, face às acelerações de Tosic e Musa, a partir dos flancos. 

Com João Pereira muito castigado pelas acelerações de Musa, os russos começaram a rondar a baliza de Patrício e tiveram, aos 27 minutos, a primeira grande oportunidade para inclinar a decisão a seu favor, num penálti imprudente de Jefferson. Mas o guarda-redes do Sporting ganhou o primeiro duelo com Doumbia (27 minutos) escolhendo o lado certo ao mergulhar para a sua esquerda. 

Mas, dois ou três sprints ameaçadores mais tarde, Patrício já não pôde fazer nada para evitar que Doumbia fizesse mesmo o empate, isolado por um passe fabuloso de Eremenko e pela lentidão de Naldo a fazer a linha de fora de jogo (40 minutos). Até pela altura em que vinha, o golo era um golpe rude para o moral dos leões, mas não podia considerar-se uma surpresa. O ascedente de João Mário e Adrien a meio-campo há muito que tinha sido bem anulado e o eclipse de Bryan Ruiz ao fim de meia hora retirou ao leão capacidade para ser imprevisível. 

Os primeiros minutos do segundo tempo confirmaram um Sporting menos seguro, muito dependente das iniciativas de Carrillo, e um CSKA a mostrar bem o que valem três semanas de trabalho extra nesta fase da época. Com o público a impacientar-se com a arbitragem e alguns jogadores a acumularem erros forçados pelo cansaço, Jesus demorou a mexer, mas quando o fez a equipa melhorou: a entrada de Aquilani voltou a dar organização ao meio-campo, corrigindo o desgaste da dupla João Mário-Adrien. As entradas posteriores de Gelson e Mané deram um pouco mais de energia, permitindo a Carrillo tentar desequilíbrios mais a meio. Estava o jogo nesses preparos, e o marcador num 1-1 de mau augúrio, quando Patrício voltou a fazer de salvador, ganhando outro duelo a Doumbia que, isolado, tirou mal as medida para um chapéu (79 minutos). 

Quatro minutos depois, Slimani, sempre combativo, iniciou um movimento de entrada na área e combinou com Carrillo que, de costas, teve um momento de magia. O seu toque encontrou o espaço que permitiu ao argelino ser feliz, com um remate de pé esquerdo que afastou algumas das nuvens negras que chegaram a pairar sobre Alvalade. 

Má atuação do turco Çakir, um dos árbitros mais conceituados da atualidade. A verdade é que as queixas do Sporting começaram por não ter fundamento nos dois lances chave da primeira parte: na arrancada de Musa que dá origem ao penálti e no golo de Doumbia, Naldo põe os adversários em jogo - um aspeto de organização defensiva que os leões terão de trabalhar, e que ainda não tinha sido posto à prova nos jogos com o Benfica e o Tondela. 

Depois disso, sim, houve erros de apreciação em foras de jogo. E houve, principalmente, dois lances na área em que a decisão penalizou os leões: no primeiro, Ruiz parece derrubado por Berezutski (61 minutos). No segundo, já sem dúvidas, (72 minutos), o mesmo Berezutski desvia claramente com o braço um cruzamento de Carrillo para a cabeça de Slimani. O jogo foi reatado com pontapé de baliza...

LC: Sporting-CSKA, 2-1 (destaques)


Irreverência de Carrillo na montra europeia


A figura: Carrillo 
Magia e irreverência à solta em Alvalade. O internacional peruano está a iniciar a temporada a um nível altíssimo, e nesta noite europeia foi o protagonista dos momentos mais brilhantes da exibição leonina. Basta recordar o magnífico passe para Bryan Ruiz no lance do primeiro golo, apontado por Teo Gutiérrez, e depois a assistência de alcanhar para o 2-1, da autoria de Slimani. Só estes dois apontamentos já justificavam o destaque, mas entre uma e outra coisa Carrillo foi sempre o elemento mais sólido do Sporting. Numa altura em que se debate muito o futuro do peruano, que está no último ano de contrato, eis uma exibição que deve ter deixado alguns «olheiros» com água na boca. 
  
Positivo: início asfixiante 
Excelente entrada em campo do Sporting, remetendo o adversário para o seu meio-campo defensivo nos primeiros 20 minutos. Futebol vertical, com muita mobilidade das unidades mais adiantadas e reação agressiva à perda de bola, permitindo que o ciclo se repetisse inúmeras vezes. A vantagem alcançada aos 12 minutos era, por isso, totalmente justificada. O problema é que o gás acabou muito cedo, e em vários momentos do jogo faltou alguma frescura física e mental. 
  
Negativo: dificuldes para manter a linha 
A partir do minuto 20 a reação do Sporting à perda de bola perdeu eficácia, e o CSKA começou a sair em contra-ataque. A defensiva leonina revelou então grandes dificuldades para manter a coesão na última linha e colocar os avançados em posiçãp irregular. Isso deu origem não só ao lance da grande penalidade (que Rui Patrício defendeu), mas também na jogada do golo de Doumbia. E em ambos os lances é Naldo que coloca o adversário em posição legal. 
  
Outros destaques: 
  
Rui Patrício 
Absolutamente decisivo em dois momentos, ambos com Doumbia: primeiro ao defender uma grande penalidade do marfinense, aos 27 minutos, e depois a negar o golo ao avançado do CSKA num lance em que este apareceu-lhe isolado (79m), ainda antes de Slimani fazer o 2-1. Doumbia marcou um golo, é certo, mas Patrício saiu por cima neste duelo. 
  
Bryan Ruiz 
Já se percebeu que é um elemento fundamental na manobra deste Sporting, tendo em conta sobretudo as diagonais para o corredor central, e não estranha por isso que a quebra do Sporting esteja muito associada à quebra de Ruiz. Fez a assistência para o golo de Teo e já na segunda parte ficou a pedir uma grande penalidade, em lance com V. Berezutski. 
  
Slimani 
Sempre a mesma garra, mesmo quando a finalização parece não estar afinada. Teve três ocasiões na primeira parte, e se em duas foi Akinfeev a negar-lhe o golo, na outra atirou à malha lateral quando estava em condição para fazer melhor. Não se deixou abater e logo no início da segunda parte voltou a protagonizar um lance de perigo, no qual fica a ideia que o guarda-redes do CSKA volta a ser decisivo. A entrega foi premiada a sete minutos do fim, altura em que apontou o golo que valeria o triunfo leonino. 
  
Musa 
A velocidade do avançado nigeriano foi uma enorme dor de cabeça, e não foi apenas para João Pereira. Está na génese do lance da grande penalidade, e ainda antes do intervalo provocou mais dois calafrios. Na segunda parte continuou a colocar a defesa leonina em sentido, mas a preponderância já não foi a mesma. 
  
Doumbia 
Também muito rápido, para além de possante, o avançado marfinense não deu um minuto de descanso aos centrais leoninos. Marcou um golo mas as consequências para a formação portuguesa até podiam ter sido piores, tendo em conta que desperdiçou uma grande penalidade e um lance em que apareceu isolado diante de Patrício. 
  
Tosic 
Foi o primeiro jogador do CSKA a dar nas vistas, ao minuto 20, com um excelente trabalho dentro da área. Rodou sobre os centrais e desviou a bola de Rui Patrício, mas depois perdeu ângulo de remate e cruzou para um corte de Paulo Oliveira. Pouco depois conquistou a grande penalidade desperdiçada por Doumbia (lance com Jefferson). Sem a velocidade de Musa e Doumbia, mas com um pé esquerdo de qualidade inquestionável.

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