quinta-feira, 10 de setembro de 2015

CRAQUE IMORTAL – FRANZ BECKENBAUER

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Nascimento: 11 de Setembro de 1945, em Munique, Alemanha.
Posição: Líbero
Clubes: Bayern München-ALE (1964-1977), New York Cosmos-EUA (1977-1980 / 1983) e Hamburgo-ALE (1980-1982).
Principais títulos por clubes: 1 Mundial Interclubes (1976), 3 Liga dos Campeões da UEFA (1973/1974, 1974/1975 e 1975/1976), 1 Recopa Europeia (1966/1967), 4 Campeonatos Alemães (1968/1969, 1971/1972, 1972/1973 e 1973/1974) e 4 Copas da Alemanha (1965/1966, 1966/1967, 1968/1969 e 1970/1971) pelo Bayern München.
3 Campeonatos Estadunidenses (1976/1977, 1977/1978 e 1979/1980) pelo New York Cosmos.
1 Campeonato Alemão (1981/1982) pelo Hamburgo.
Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo (1974) e 1 Eurocopa (1972) pela Alemanha.
Principais títulos individuais:
Bola de Ouro da Revista France Football: 1972 e 1976
Melhor jogador do ano pela Revista World Soccer: 1972 e 1976
Eleito para o Time da Copa do Mundo da FIFA: 1966, 1970 e 1974
Eleito para o Time da Europa do ano: 1972, 1976
Jogador Alemão do ano: 1966, 1968, 1974, 1976
Jogador mais valioso da Liga Norte-Americana de Futebol: 1977
Melhor Jogador Jovem da Copa do Mundo da FIFA: 1966
FIFA 100: 2004
Marca Leyenda: 2012
 “Der Kaiser da bola”
O futebol alemão já era campeão mundial quando, em 1964, exatamente 10 anos depois do primeiro título mundial, conheceu um novo jogador, que seria o maior símbolo do esporte na Alemanha por duas décadas. Esse jogador mudaria para sempre o futebol no país com uma elegância e eficiência nunca antes vista na história, além da extrema liderança em campo. Suas atuações brilhantes, fabulosas e seguras deram a ele o título de “Der Kaiser” (O Imperador, em alemão). Franz Beckenbauer foi, sem dúvida, o maior jogador alemão da história do futebol, e também um dos cinco ou seis maiores jogadores de todos os tempos. O craque podia jogar plenamente na zaga, formidavelmente no meio de campo e até como lateral. Para melhorar, ainda marcava gols. Foi um dos grandes líderes do super Bayern München da década de 70 e capitão da Alemanha nos títulos da Europa e do Mundo, também na década de 70. Depois de pendurar as chuteiras, conseguiu se igualar ao brasileiro Zagallo e ser o segundo homem a vencer uma Copa do Mundo tanto como jogador quanto como técnico. É hora de relembrar o mito alemão.
O início com o amigo Maier
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Beckenbauer sempre gostou de esportes. Na infância, jogava tênis, juntamente com o amigo Sepp Maier. Tempo depois, Franz convenceu o amigo a jogar futebol junto com ele, por ser um esporte “mais fácil”. Maier aceitou, inclusive a recomendação da posição: goleiro, já que ele não tinha tanta habilidade com os pés. Sábios conselhos, pois, décadas depois, Sepp Maier se tornou o maior goleiro alemão da história! Convencer o amigo foi bem mais fácil para Beckenbauer, pois ele já havia peitado o próprio pai, que não aceitava ver o filho utilizar o único par de sapatos que tinha para jogar futebol. Com a bola nos pés, Beckenbauer começou nas categorias de base do SC 1906 München. Pouco tempo depois, foi para o Bayern München, onde faria história.
O início no time bávaro se mostrava promissor, mas difícil. A equipe via o rival local, o München 1860 viver uma ótima fase com muitos títulos, contrastando com o período obscuro do clube de Franz, que não tinha nenhuma tradição no continente e apenas um título alemão, conquistado em 1932. A recente conquista do clube havia sido a Copa da Alemanha de 1957. Mas isso mudaria a partir de 1966.
A primeira Copa
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Beckenbauer já mostrou muita liderança e competência em campo logo em seu primeiro ano como profissional. Se o título da Bundesliga ficou com o rival, o mesmo não aconteceu na Copa da Alemanha, que ficou com o Bayern na temporada 1965/1966. O desempenho de Beckenbauer nesses anos o levou a condição de titular da Alemanha na Copa de 1966. O jogador logo mostrou seu potencial no primeiro jogo, contra a Suíça, ao marcar dois gols na goleada alemã por 5 a 0. Após empate sem gols contra a Argentina no segundo jogo, a Alemanha venceu a Espanha por 2 a 1 e garantiu vaga nas quartas de final. Beckenbauer novamente deu show e foi essencial na goleada de 4 a 0 sobre o Uruguai, quando marcou um dos gols. Na semifinal, páreo duro contra a URSS, mas vitória por 2 a 1 com mais um gol do Kaiser. Na final, contra os donos da casa (a Inglaterra), veio a decepção. Em um dos jogos mais polêmicos das Copas, os ingleses venceram por 4 a 2 e colocaram ponto final no sonho do craque em ser campeão mundial. Mesmo com o vice, ele ganhou um título: o de melhor jogador jovem da Copa.
Engrandecendo o Bayern
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Depois de brilhar no mundial, Beckenbauer estava cheio de pompa e tinindo para explodir em seu clube. E foi o que fez. Na temporada 1966/1967 ele conduziu o Bayern ao título da Copa da Alemanha, conquistado categoricamente após vitória por 4 a 0 sobre o Hamburgo. O Bayern começava ali a formar uma equipe que seria em breve a maior da Europa, já com jogadores como Sepp Maier, Schwarzenbeck, Roth, Gerd Müller e, claro, Beckenbauer. A temporada 1966/1967 foi ainda melhor com o primeiro título internacional do clube bávaro: a Recopa Europeia, ou Taça dos Vencedores de Taças da UEFA. O clube alemão venceu o Rangers (ESC) na final com um gol na prorrogação marcado por Roth, que deu o tão sonhado título internacional ao clube de Munique. A conquista colocava o Bayern de vez na lista dos grandes da Alemanha.
A primeira Bundesliga
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Beckenbauer virou capitão e líbero do Bayern em 1968/1969, justamente na temporada em que o clube venceu depois de 37 anos o título alemão, com uma boa vantagem de 8 pontos em relação ao vice-campeão, o Alemannia Aachen. Enfim, o time de Franz, Müller e Maier conquistava a liga nacional e, de quebra, um lugar na Liga dos Campeões da UEFA de 1969/1970.
Nova Copa e superação
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Beckenbauer foi novamente uma das estrelas da Alemanha em mais uma Copa do Mundo, em 1970. Na fase de grupos, o time alemão passou fácil por Peru, Bulgária e Marrocos, com shows de Müller. Nas quartas de final, o time encontrou o algoz de 4 anos antes, a Inglaterra, e conseguiu a vingança em uma virada épica de 3 a 2 após estar perdendo por 2 a 0, com Beckenbauer marcando o primeiro gol da reação. Porém, na semifinal, o time encarou a fortíssima Itália, no maior jogo da história das Copas. A Itália abriu o placar logo no começo do jogo, mas a Alemanha empatou aos 45´do segundo tempo. Na prorrogação foi que aconteceu os fatos que fizeram daquele jogo o jogo do século, que ganhou até placa no estádio Azteca, no México.
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Müller marcou o gol da virada da Alemanha, aos 94´, mas Burgnich empatou aos 98´. Riva fez o terceiro da Itália aos 104´, e Müller empatou de novo, aos 110´. Um minuto depois, Rivera fez o quarto da Itália, que decretou a vitória por 4 a 3. Foi épico. Mais épico ainda foi Beckenbauer. O craque teve uma fratura na clavícula justo quando a Alemanha já havia feito todas as suas substituições. Com isso, num gesto de superação, o jogador seguiu em campo com uma bandagem apoiando o braço, e jogou toda a prorrogação desse jeito, num dos acontecimentos mais marcantes da Copa. A dolorosa derrota não abalou a Alemanha, que correu atrás do terceiro lugar na Copa, ao vencer o Uruguai por 1 a 0. OKaiser teria que esperar mais quatro anos até realizar o sonho de ser campeão por seu país.
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Começando a hegemonia
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Depois da Copa, Beckenbauer ajudou o Bayern a conquistar o tetracampeonato consecutivo da Copa da Alemanha, na temporada 1970/1971. Depois do caneco, o capitão começaria já em 1971 a nova dinastia do clube bávaro no país, quando conquistaria três títulos alemães, em 1971/1972, 1972/1973 e 1973/1974. Nesse período, também, ele tornou ainda maior a sua seleção.
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Europa dominada
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Se a Copa não veio em 1966 e 1970, Beckenbauer liderou a Alemanha na conquista da primeira Eurocopa do país, em 1972. O time venceu a URSS na final por categóricos 3 a 0, e o capitão pôde levantar seu primeiro troféu com a camisa alemã. No mesmo ano, o Kaiser venceu a Bola de Ouro da Revista France Football e o prêmio de melhor jogador do mundo pela Revista World Soccer. Era o combustível que ele precisava para fazer bonito na Copa do Mundo de 1974, que seria disputada em solo alemão.
Copa em casa
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A Alemanha seguiu bem na Copa do Mundo de 1974 e não encontrou dificuldades durante o caminho até a final. A única derrota, para a Alemanha Oriental, foi praticamente conquistada para não ter de cair em um grupo complicado na fase final. A artimanha deu certo, e os germânicos foram à final. O adversário? Seria a Holanda, que encantava o mundo com o Futebol Total.
Virada e título mundial
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Todos apostavam na Holanda na final da Copa, mesmo sendo na Alemanha e contra a Alemanha. Porém, os donos da casa tinha o antídoto para frear o ímpeto dos holandeses: marcar Cruyff como se não houvesse amanhã, ter Gerd Müller no ataque e a liderança e perfeição de Beckenbauer. Com esses itens, a Holanda abriu o placar, mas tomou a virada e foi derrotada. Zebra? Que nada! A Alemanha era, sim, mais eficiente e melhor que os laranjas. E Beckenbauer levantou pela primeira na história a Taça FIFA, que substituía a Jules Rimet, conquistada pelo Brasil em 1970. Era a coroação de uma geração brilhante da Alemanha, bem como de Beckenbauer, que se consagrava como um dos melhores jogadores do mundo.
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Dominando tudo
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Depois do título mundial, era hora de começar a dinastia europeia do Bayern. De 1974 até 1976 foram três títulos da Liga dos Campeões da UEFA, sucedendo os mesmos três canecos do Ajax (HOL). Em 1974, a final foi contra o Atlético de Madrid, da Espanha. O primeiro jogo terminou empatado em 1 a 1. Como não havia disputa por pênaltis, foi marcada uma nova partida. Foi nela que o Bayern mostrou toda a sua força e arrasou os espanhóis: 4 a 0, dois gols de Müller e dois de Hoeneß. Beckenbauer levantava, enfim, o primeiro troféu europeu do Bayern, o primeiro de um clube alemão na história. O clube alemão não disputou o mundial em 1974, e partiu para uma nova conquista europeia em 1975. A final, em Paris, foi contra o Leeds United, da Inglaterra. O jogo foi um dos mais polêmicos da história da Liga, devido a violência do clube inglês, que cometeu inúmeras faltas e do árbitro, que prejudicou demais o Leeds. Mas o Bayern não quis saber, soube controlar o jogo e venceu por 2 a 0, conquistando mais um título europeu. Assim como em 1974, o Bayern não quis disputar o Mundial de 1975.
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O fim da dinastia
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Beckenbauer e Cia. Ignoraram completamente o campeonato Alemão em 1975/1976 e partiram para conquistar o tricampeonato europeu. O Bayern decidiu contra os franceses do Saint-Étienne a Liga dos Campeões de 1975/1976. Com mais torcida em Glasgow, Escócia, do que os alemães, os franceses tinham convicção de que venceriam. Porém, um gol de Roth aos 57´decretou o título alemão, o tricampeonato consecutivo. Era a consagração do time mais bem sucedido na Alemanha e o melhor do continente. O Ajax, então soberano com seu tri, via o rival igualar o feito holandês. A novidade em 1976 ficou por conta da participação dos bávaros no Mundial Interclubes, contra os brasileiros do Cruzeiro. Na época, o título mundial ainda era decidido em duas partidas, uma na casa de cada equipe. No primeiro jogo, na Alemanha, vitória do Bayern por 2 a 0, gols de Müller e Kappellmann. Na volta, os alemães seguraram a pressão dos cruzeirenses no Mineirão abarrotado de gente (mais de 120 mil pessoas!), e o empate em 0 a 0 garantiu o primeiro título mundial do time alemão. Era o que faltava para Beckenbauer, Müller, Rummenigge, Hoeneβ e Sepp Maier. Também em 1976, Beckenbauer conquistou sua segunda dobradinha de prêmios individuais: Bola de Ouro pela France Football e Melhor do Mundo pela World Soccer.
Aventuras na terra do Tio Sam
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Em 1977, aos 33 anos, já consagrado por ter transformado o Bayern no maior clube da Alemanha, e um pouco triste pela perda do título da Eurocopa de 1976, Beckenbauer decidiu partir para os EUA e jogar no New York Cosmos, assim como Pelé. O time americano já era famoso mundialmente por ter contratado Pelé em 1975. Porém, o Kaiser superou o próprio Rei e venceu o título de melhor jogador dos EUA logo em seu primeiro ano no time, e único jogando ao lado do maior craque do futebol mundial, que se aposentou.
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Também em 1977, Beckenbauer perderia a chance de disputar sua quarta Copa, em 1978, por ser considerado “velho” pelo técnico alemão Helmut Schön. Mesmo preterido, Beckenbauer brilhou nos EUA e venceu três campeonatos estadunidenses.
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De volta à Alemanha e pendurando as chuteiras
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Em 1980, Beckenbauer decidiu voltar ao seu país visando disputar a Copa do Mundo de 1982. Ele escolheu o Hamburgo, e conquistou a Bundesliga na temporada 1981/1982. Mesmo assim, não foi convocado para o Mundial, perdendo a vontade de continuar no país. O craque voltou ao Cosmos e perdeu a chance de vencer a Liga dos Campeões de 1982/1983, conquistada pelo Hamburgo. Nos EUA, Beckenbauer pendurou as chuteiras, em 1983.
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Mito germânico
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A aposentadoria encerrou a trajetória do maior jogador da história da Alemanha e um dos maiores do século XX, responsável direto por fazer o Bayern a maior potência da Alemanha e um dos maiores da Europa. Mesmo aposentado, Beckenbauer seguiu fazendo história, e, em 1990, conquistou, como técnico, sua segunda Copa do Mundo pela Alemanha, igualando o feito de Zagallo, em 1970. Era o que faltava para um homem fantástico, cavalheiro e elegante tanto dentro quanto fora de campo. Nunca a Alemanha teve um craque tão perfeito, cerebral e técnico como Franz Beckenbauer. E o futebol nunca mais pôde vibrar e se deliciar com apresentações tão perfeitas quanto as do craque maior do futebol germânico, o único Kaiser do futebol. E imortal da bola.
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Futebol interior

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