Um mês após a renúncia do dirigente, o que se sabe sobre o futuro da Fifa é muito raso e preocupante
Joseph Blatter fez sua primeira aparição pública após a renúncia causando estragos. Disse que não renunciou, apenas não concorrerá na próxima eleição convocada para a Fifa, ainda sem data definida. O eufemismo – acrescido de um pouco de desfaçatez – do suíço revelam uma lacuna perigosa: não existe papel, documento, nada que tenha formalizado sua saída do cargo.
Já surgiram rumores sobre sua permanência à frente da Fifa caso não apareça um candidato à altura. À altura de quem ou do que é o ponto de interrogação. Será o próprio Blatter a definir quem pode ou não ser o seu sucessor? Parece piada pronta. Ou mais uma manobra para perpetuar o poder.
O atual cenário político do futebol, com o FBI no calcanhar, não tem espaço para mais um mandato do dirigente, mas é preciso abrir os olhos para suas tentativas de insuflar o próprio ego na mesma medida em que minimiza o caos ao redor da Fifa. De mansinho, ele vai tentando jogar a sujeira para debaixo do tapete. E ganhando terreno na memória curta do torcedor e da mídia.
Exatamente um mês após o pleito turbulento na Fifa, aquele que reelegeu Blatter quatro dias antes de sua renúncia, ainda não há data para o congresso que definirá o novo presidente da entidade. Apenas prazos e previsões longínquos que se valem de um estatuto pouco disseminado. É a hora de abrir os olhos para as artimanhas do velho Joseph. O pouco que ele deixa saber sobre o futuro da Fifa é muito raso. E isso preocupa.
Por Priscila Bertozzi - São Paulo (SP-)Maquinadoesporte
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