Depois de 15 rodadas disputadas a parte de cima da tabela conta com Atlético-MG, Corinthians, Palmeiras e Sport. Entre os piores estão Goiás, Vasco, Coritiba e Joinville. Nos últimos anos dos pontos corridos, após o mesmo número de jogos, somente em duas oportunidades o campeão não estava entre os primeiros. Aconteceu com o São Paulo, em 2008, e no ano seguinte com o Flamengo. Já na zona de rebaixamento, apenas em 2010 todos os times que estavam na degola conseguiram se salvar. Confira como estava o Brasileirão nos últimos anos depois de 15 jogos:
2014 – G4: Cruzeiro, Inter, Corinthians e Fluminense (Cruzeiro, Inter e Corinthians na Libertadores)
Z4: Palmeiras, Figueirense, Bahia e Coritiba (Bahia rebaixado)
Z4: Palmeiras, Figueirense, Bahia e Coritiba (Bahia rebaixado)
2013 – G4: Botafogo, Cruzeiro, Grêmio e Corinthians (Botafogo, Cruzeiro e Grêmio na Liberta)
Z4: Criciúma, Portuguesa, São Paulo e Náutico (Portuguesa e Náutico rebaixados)
Z4: Criciúma, Portuguesa, São Paulo e Náutico (Portuguesa e Náutico rebaixados)
2012 – G4: Atlético-MG, Vasco, Fluminense e Grêmio (Atlético-MG, Flu e Grêmio na Liberta)
Z4: Palmeiras, Bahia, Atlético-GO e Figueirense (Palmeiras, Atlético-GO e Figueirense rebaixados)
Z4: Palmeiras, Bahia, Atlético-GO e Figueirense (Palmeiras, Atlético-GO e Figueirense rebaixados)
2011 – G4: Flamengo, Corinthians, São Paulo e Vasco ( Fla, Corinthians e Vasco na Liberta)
Z4: Atlético-GO, Avaí, Atlético-PR e América-MG (Atlético-PR, América-MG e Avaí)
Z4: Atlético-GO, Avaí, Atlético-PR e América-MG (Atlético-PR, América-MG e Avaí)
2010 – G4: Fluminense, Corinthians, Botafogo e Ceará (Flu e Corinthians na Liberta)
Z4: Grêmio, Atlético-MG, Goiás e Atlético-GO (todos ficaram na elite)
Z4: Grêmio, Atlético-MG, Goiás e Atlético-GO (todos ficaram na elite)
2009 – G4: Palmeiras, Atlético-GO, Inter e Goiás (Inter na Libertadores)
Z4: Sport, Atlético-PR, Fluminense e Náutico (Sport e Náutico rebaixados)
Z4: Sport, Atlético-PR, Fluminense e Náutico (Sport e Náutico rebaixados)
2008 – G4: Grêmio, Flamengo, Cruzeiro e Vitória ( Grêmio e Cruzeiro na Libertadores)
Z4: Portuguesa, Santos, Fluminense e Ipatinga (Portuguesa e Ipatinga rebaixados)
Z4: Portuguesa, Santos, Fluminense e Ipatinga (Portuguesa e Ipatinga rebaixados)
2007 – G4: Botafogo, São Paulo, Grêmio e Vasco (São Paulo na Liberta)
Z4: Juventude, Náutico, Flamengo e América-RN (Juventude e América-RN rebaixados)
Z4: Juventude, Náutico, Flamengo e América-RN (Juventude e América-RN rebaixados)
2006 – G4: São Paulo, Paraná, Santos e Cruzeiro (São Paulo, Paraná e Cruzeiro na Liberta)
Z4: Botafogo, Santa Cruz, Fortaleza e Corinthians (Fortaleza e Santa Cruz rebaixados)
Z4: Botafogo, Santa Cruz, Fortaleza e Corinthians (Fortaleza e Santa Cruz rebaixados)
por Rafael Bullara
A coluna na semana: Pratas da casa exigem revisão genética
Do sapateiro ao aplicativo de última geração, todo negócio precisa renovar talentos e clientes fãs. Estes dependem daqueles, ensina o senso de sobrevivência. O beabá parece fugir aos gestores da seleção. Deitada no berço esplendidamente construído por gerações encantadoras, cinco títulos mundiais e pela maratona de amistosos para exibi-la em vitrines supostamente estratégicas, a Canarinho desfruta o prestígio de única marca internacional do nosso futebol. Catalisa patrocínios que rendem à CBF 70% do faturamento médio anual de R$ 500 milhões. Desde a fatídica saída da Copa do Mundo acumulam-se, contudo, ameaças à bonança.
Comparado com o estrago no orgulho e no currículo, foram leves os ferimentos da tsunami germânica no valor da amarelinha. Ao contrário das conterrâneas Colômbia, Chile e Argentina, o Brasil deixou o Mudial 4,6% desvalorizado, estima a Pluri Consultoria. Ainda assim, em termos absolutos, perdia só para a campeã e a vice e empatava tecnicamente com a Espanha: R$ 1,3 bilhão, contra R$ 1,4 bilhão da Argentina e R$ 1,5 bilhão da Alemanha. Passado um ano, a química entre a mesmice no gramado, o consequente fiasco na Copa América e o suposto envolvimento de ex-presidentes da CBF numa corrupção endêmica reforçam, como apontariam as agências de risco, o viés de baixa da seleção – no mercado e, pior, no coração do torcedor, aquele abnegado que paga a conta, cuja tolerância enverga prodigiosamente mas quebra. Queima com perigosa intensidade a gordura remanescente dos 7 a 1.
A virada agora está nas mãos do recém-criado Conselho de Desenvolvimento Estratégico. Espera-se que os resultados correspondam à pompa. Na primeira reunião, o grupo de notáveis redescobriu a necessidade de qualificar treinadores e divisões de base, às quais clubes dirigem, em média, 15% da receita. Aguardemos os avanços concretos. Inspirações não faltam. Desde a articulação com centros de treinamento, mola-mestra da volta por cima do futebol alemão, até a sistemática reciclagem do vôlei nacional. “Boa parte do orçamento vai para a formação de talentos. Isso não é gasto, é investimento. Essencial para fortalecer o vôlei brasileiro não só nas principais competições de quadra e de areia, mas como um produto de mídia, de calibre internacional”, ressalta o diretor-executivo da Confederação Brasileira de Vôlei, Ricardo Trade, em entrevista a O Negócio é Esporte (ouça em www.onegocioeesporte.com.br). Contratado com a missão de reforçar o controle e a transparência nos movimentos comerciais da CBV, Trade avalia que a imagem do vôlei manteve-se imune às denúncias de irregularidades em gestões anteriores. Resguardou-se, em parte, graças à capacidade de produzir craques e ídolos.
No mundo das chuteiras, com cultura e ambiente de negócios bem distintos, a renovação de bambas exige mais do que o prometido reforço na estrutura da base. Antes, é preciso restaurar a genética do jogo e das incubadoras. Redimir nossos times dos “meias de marcação”, “atacantes de referência”, “guerreiros”. Há muito não cabem nas equipes vencedoras e, sobretudo, encantadoras. Nelas sempre haverá de predominar os versáteis, dinâmicos, criativos. Agregam beleza e competitividade, chamam audiência, patrocínio, lucro. Revelar perfis assim é o papel das categorias formadoras, não buscar títulos em torneios sub-isso ou sub-aquilo. No longo prazo, poucos investimentos garantem margem tão generosa. O diabo não está num estio de virtuoses – praças, campos, várzeas teimam em fabricá-los – mas numa miopia em desenvolvê-los, valorizá-los, aproveitá-los melhor.
A essas mudanças de visão, soma-se o desafio de reter talentos escoados precocemente, sem consumar o retorno esportivo e financeiro. Nenhum outro exporta tantos boleiros quanto o Brasil: recorde de 689 no ano passado, 45% das transferências entre países. A relação qualidade-preço justifica tamanha preferência. O déficit crônico dos clubes, que os induz à venda apressada para cobrir despesas operacionais, e a recente restrição aos investidores tendem a ampliar o êxodo. Equilibrá-lo impõe governança, ajustes legais e, como diz o chavão, vontade política para sanear feudos arcaicos. Taí um bom teste pro tal Conselho Estratégico
por Sérgio Carvalho
A coluna da semana: Luz, câmera, esporte
Sessão lotada. A penumbra escurece e a tela brilhante magnetiza os olhares. Última ajeitada na poltrona, uma conferida na pipoca, a ansiedade cobre o escuro. Vai começar. Em vez do silêncio, do sono temporário dos celulares, seguem o burburinho, os vaga-lumes eletrônicos, o dedilhado nos inseparáveis aparelhos. Ecoam-se comentários, alguns exaltados. Ambulantes – isso mesmo, ambulantes – vendem mate e pão de queijo. A subversão da etiqueta, pesadelo para qualquer espectador minimamente educado, transcorre até o fim. Calma, não se trata de uma vingança dos ciberchatos, para os quais um par de horas desconectados é a morte. A atração pede a quebra de protocolo. Como ficar passivo diante da aguardada final da Liga dos Campeões? A projeção portentosa casa com o enredo conduzido por Messi, Neymar e Suárez.
O jogão levou 24 mil a 135 salas de cinema país afora, 10 mil a mais em relação a 2014. Movimentaram R$ 700 mil, calcula a Cinelive, que faz o meio-campo em transmissões via satélite ao vivo para os cinemas. No formato exclusivo à sala escura, a ESPN aposta na interatividade, regada pelo carnaval de metáforas bem-humoradas do comentarista Ale Oliveira. O tom de papo de boteco e a mistura entre humor e informação apontam caminhos para a necessária revisão dos modelos tradicionais de futebol na TV.
Desde que começou a ser exibida nesses espaços, há cinco anos, a decisão do principal torneio de clubes do mundo acumula bilheteria crescente. A escalada referenda o avanço do esporte no cardápio de exibições alternativas, como shows, concertos, óperas, seminários, incorporados para incrementar o negócio. Chegou a vez de clássicos do Brasileirão? “A negociação é complicada, envolve vários aspectos. Não há nada em vista, mas não se pode descartar”, diz o gerente de programação do grupo Kinoplex, Flávio Carvalho, em entrevista ao programa O Negócio é Esporte.
A transformação esporádica da sala escura numa arquibancada, ainda restrita a casos especiais, se fortalece graças à resposta positiva dos consumidores dispostos a combinar, numa mesma experiência, dois protagonistas da indústria do entretenimento. Pagaram entre R$ 20 e R$ 70 para ver o desfecho da Champions na telona. Tênis e futebol americano (Superbowl) também se integram ao time. A bola da vez é final da segunda etapa do Circuito Brasileiro da febre League of Legends (CBLoL), em 8 de agosto. Disputada no Allianz Parque, estádio do Palmeiras, a decisão do esporte eletrônico será transmitida ao vivo para cinemas de diversos estados. “A primeira etapa, em abril, transmitida de Florianópolis, lotou as salas. O sucesso deve se repetir”, projeta Carvalho.
Ainda de acordo com o executivo, as exibições esportivas reúnem um público distinto, tanto no comportamento quanto no perfil de consumo. “É preciso ajustar alguns serviços. Por isso, colocamos ambulantes nas sessões da Champions”, exemplifica. Esse tratamento específico caminha para incluir novas ativações de marca e até venda de produtos licenciados? “Seria interessante, mas precisamos equacionar restrições comerciais”, explica Carvalho. E aproveitar a maré para ensaiar a retomada de um formato como o do saudoso Canal 100? “Acredito que haja espaço, sim. Vou colocar na pauta de discussão”, promete o gestor.
Numa outra tática, o Atlético Mineiro também estreita a união entre futebol e cinema. Programa para o próximo dia 23 o lançamento, no circuito comercial de Belo Horizonte, do documentário “O dia do Galo”. Dirigido por Cris Azzi e Luiz Felipe Fernandes, o filme narra a conquista da Libertadores de 2013 por meio da rotina de torcedores no dia decisivo.
Sérgio Carvalho
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