O Euro 2016 começou nesta sexta-feira com apenas um jogo: a França abriu o torneio frente à Roménia com uma vitória por 2-1, arrancada do fundo da alma. Um golo de Payet, aos 89 minutos, valeu o triunfo por 2-1. Rolou a bola, portanto,numa competição tão esperada durante este ano.

A partir deste sábado a velocidade aumenta, com mais seis embates até domingo. Candidatos diferentes, estreantes, muitas razões em campo para seguir com atenção tido o que aí vem durante o próximo mês. É só esperar pelo apito inicial e... vai acontecendo história à frente dos nossos olhos.
Sábado, 11 de junho
Albânia-Suíça (14:00, GRUPO A)
Stade Bollaert-Delelis, Lens
Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Esp)
Segunda classificada no Grupo I, da fase de apuramento, ganho por Portugal, a Albânia estreia-se numa grande competição de seleções. E tudo o que conseguir no Grupo A deste Euro 2016 será sempre lucro. Isso não quer dizer que a seleção de Gianni De Biasi se contente com tudo; apenas que a ausência de pressão é um bom começo para aspirar a um apuramento por quem parte do último lugar na grelha de partida dos estatutos.
A Suíça é, depois da França, a mais forte candidata a seguir para a fase a eliminar e tem os dois primeiros jogos da prova para prová-lo. Se algo correr mal entretanto, a seleção comandada por Vladmir Petkovic pode ficar com a sua parte de favoritismo abalada e a precisar de pontuar frente à França.
Uma curiosidade a ver é como esta equipa que gosta e ser prudente defensivamente irá atuar nos dois primeiros encontros contra adversários menos cotados. Outra curiosidade é ver se os adversários por nacionalidade Xhaka – o albanês Taulant e o suíço Granit – se tornam nos dois primeiros irmãos a defrontar-se na história dos Europeus.
Pode ler esta história em pormenor nesta edição
Sábado 11 de junho
Pais de Gales-Eslováquia (17:00, GRUPO B)
Stade de Bordeaux, Bordéus
Árbitro: Svein Oddvar Moen (Nor)
Quem perder este jogo pode dar o primeiro passo para ser o último classificado do Grupo B. Pelo contrário, quem ganhar pode somar pontos decisivos para um eventual apuramento para os oitavos de final quando, teoricamente, os dois jogos mais difíceis para qualquer destas seleções virão depois.
O País de Gales está como a Albânia pela primeira vez num Campeonato da Europa, mas faz esta estreia com outro estatuto – o estatuto de uma seleção que tem um jogador de craveira mundial como Gareth Bale. Mas Chris Coleman conseguiu superar esse rótulo de dependência com uma seleção que, na fase de qualificação, manteve com a Bélgica (com quem empatou e ganhou) uma luta taco a taco pelo primeiro lugar do grupo até à penúltima jornada.
A seleção comandada por Jan Kozak também fez o seu brilharete no apuramento ao vencer a campeã europeia em título Espanha. Mas, a abrir este Europeu, a Eslováquia pode ser obrigada a ter de assumir o controlo do jogo – uma situação que os eslovacos preferem conceder aos adversários. No que se pode tornar um jogo do gato e do rato, os valores individuais podem ser decisivos e na Eslováquia o craque a merecer maior atenção é Marek Hamsik.
Sábado, 11 de junho
Inglaterra-Rússia (20:00, GRUPO B)
Stade Vélodrome, Marselha
Árbitro: Nicola Rizzoli (Ita)
A Inglaterra surge neste Europeu como candidata a ser a rainha da Europa que nunca conseguiu ser. E, nesta edição, com uma equipa reconhecidamente cheia de talento, mas também juventude. O que pode funcionar na ambição, mas carecer de experiência. O jogo da estreia pode aferir já uma tendência.
Estes ingleses de Roy Hodgson fizeram uma brilhante fase de qualificação só com vitórias (10) e têm dado nas vistas. Mas ainda não conseguem colocar-se no mesmo patamar depapão que têm outros. Neste misto de inconstância de uma equipa muito promissora, mas que ainda não deu todas as garantias, a Inglaterra consegue ganhar à Alemanha (3-2 depois de estar a perder 2-0) como perde com a ausente deste Europeu Holanda (1-2); assim como consegue vencer a França (2-0) além de Portugal (1-0) – acabando por apenas ser derrotada pela Espanha (2-0) nos amigáveis de grande cartaz.
Idade e experiência é o que não faltam na Rússia e ambas podem ser muito úteis no arranque do Europeu naquele que deve ser encarado como o jogo que, em teoria, pode decidir o primeiro lugar do Grupo B. A aposta numa maioria de jogadores do CSKA não deverá fugir à tentação do selecionador Leonond Slutsky para aproveitar o que pode manter do trabalho feito no clube que levou ao título de campeão russo – ele que não sabe ainda se poderá contar com Dmitri Torbinski para o jogo de estreia.
Domingo, 12 de junho
Turquia-Croácia (14:00, GRUPO D)
Parque dos Príncipes, Paris
Árbitro: Jonas Eriksson (Sue)
A Turquia é mais uma seleção que só tem a ganhar depois de ter garantido a presença no Euro 2016. Mas não pela razão já referida para outros países. Os turcos estão mais habituados a fases finais do que a estreante Albânia, por exemplo, mas estão nesta depois de um milagre na qualificação. Uma conjugação de resultados favoráveis na última jornada da fase de apuramento acabou por carimbar o passaporte para França – e até como o melhor terceiro classificado.
Com um timoneiro seguro e venerado à frente de um conjunto que põe em prática as suas ideias sólidas e com alguns jogadores acima da média, como Arda Turam, a equipa de Fatih Terim fará do seu conjunto a sua força frente a uma seleção que inverte os papeis no que respeita à força que a move.
A Croácia é uma seleção cheia de talento individual, como Luka Modric, Ivan Rakitic, ou Ivan Perisic; sem esquecer outros valores como Danijel Subasi, Darijo Srna. Mas uma das interrogações está na arte que Ante Cacic terá para fazer esta orquestra tocar de forma afinada.
Será um duelo muito interessante de seguir este entre duas atitudes em campo de tendência oposta e que colocarão frente a frente para a estreia as duas seleções menos cotadas de um dos grupos mais equilibrados do euro 2016; quando no outro jogo se defrontarão Espanha e Republica Checa, líderes de grupos na qualificação.
Entre si, Turquia e Croácia já têm um histórico de confrontos em Europeus, com vantagem para a seleção do quarto crescente. A Croácia venceu o jogo da fase de grupos no Euro 96, mas, a eliminar, no Euro 2008, a Turquia saiu vitoriosa de um embate dos quartos de final no desempate por pontapés da marca de grande penalidade.
Domingo, 12 de junho
Polónia-Irlanda do Norte (17:00, GRUPO C)
Stade de Nice, Nice
Árbitro: Ovidiu Haţegan (Rom)
Data de 1964 o único confronto entre a Polónia e a Irlanda do Norte a contar um Europeu e tem de se incluir que foi numa fase de qualificação. Saíram vitoriosos os norte-irlandeses no conjunto dos dois resultados num reflexo da diferença que existe no futebol para os dias de hoje.
A Polónia não é das seleções mais assíduas nas grandes competições, mas tem uma tradição diferente da do adversário deste domingo. Os polacos só se estrearam nos Europeus em 2008 e vão apenas para o seu terceiro. Mas estão mais ou menos habituados aos Mundiais.
Já os norte-irlandeses precisam de recuar 30 anos até ao Mundial México 86 para recordarem a última presença numa prova; eles que nunca tinham estado num Campeonato da Europa. Este orgulho irlandês é a maior arma que a aguerrida equipa de Michael O’Neill pode fazer os seus adversários temerem.
A qualidade entre os irlandeses para qualquer das outras seleções do Grupo C é notória e a Polónia não deixa de ser candidata a passar em primeiro lugar, mesmo tendo a Alemanha por companhia. A seleção comandada por Adam Nawalka já mostrou na fase de apuramento como sabe bater os germânicos. O talento de jogadores como Lewandowski ou Krychowiak aprimorado pela maturação de uma geração de grande nível deixa os norte irlandeses em maus lençóis para esta estreia.
Domingo, 12 de junho
Alemanha-Ucrânia (20:00, GRUPO C)
Stade Pierre Mauroy, Lille
Árbitro: Martin Atkinson (ENG)
Campeões do mundo em título; já três vezes campeões europeus. O cartão de visita da Alemanha é (quase) sempre o de candidata a ganhar. Neste momento é. Com Espanha e França estará, provavelmente, no trio que dará menos dinheiro no mercado de apostas. Os alemães puxaram dos galões e acabaram à frente dos polacos no apuramento. Mas tiveram, de correr muito.
Neste domingo, a equipa de Joachim Löw não ter, em teoria, de correr tanto face ao nome do adversário. Mas sempre é uma estreia, há que ter cautelas e pensar que ainda há uma Polónia para defrontar – mesmo que o apuramento vá até alguns terceiros classificados.
No fundo, o que se espera da Alemanha é que passe em primeiro lugar. E começando já a vencer. O que farão os ucranianos para contrariar o favoritismo dos alemães é a questão mais interessante para este jogo. A seleção de Mykhaylo Fomenko vai começar por defender o que já tem – um ponto do zero a zero inicial. E ver, depois, se há algo mais para conseguir. Se esta promete ser uma tendência para a participação na prova, assim mais o será com a Alemanha.