quarta-feira, 25 de maio de 2016

Opinião Cosme Rímoli


Resultado de imagem para flag brasil


Desfile de torcedor morto, churrasco e até aniversário de chefe de organizada no estádio. O Independiente mostra até onde pode chegar a promiscuidade entre dirigentes e torcedores. Esta é a América do Sul…


 Desfile de torcedor morto, churrasco e até aniversário de chefe de organizada no estádio. O Independiente mostra até onde pode chegar a promiscuidade entre dirigentes e torcedores. Esta é a América do Sul...
Se fosse roteiro de filme pareceria inverossímil. Mas é a triste realidade. E mostra porque tantos presidentes de clubes abrem as portas de seus clubes às suas organizadas. De preferência, a mais violente. A relação entre o presidente do Independiente e La Barra del Rojo é mais do que promíscua. É indecente.


As barras bravas, organizadas argentinas, sempre tiveram regalias junto às direções dos principais clubes. Principalmente no Independiente. Bicampeão mundial e sete vezes campeão da Libertadores da América.
Mesmo sem a rala desculpa que existe por exemplo em São Paulo, o Carnaval, os líderes das torcidas desde a década de 80 exigem uma 'colaboração' aos dirigentes. Exigem, não pedem. E sempre tiveram transporte, lugar reservado no estádio, e sua principal fonte de renda. Ingressos. Milhares para que revendam aos torcedores comuns. Vendiam, ficavam com o dinheiro, e tinham acesso gratuito ao estádio Libertadores da América, em Avellaneda, grande Buenos Aires.
Uma indecência.
Os próprios sócios não suportavam mais a farra das organizadas. E escolheram como presidente Javier Cantero, em 2010. Sua principal promessa de campanha era acabar com a mordomia dos torcedores. O Independiente parou de dar ingressos, subsidiar viagens, reservar lugar para a Barra de Rojo. Foi uma declaração de guerra. E aceita com toda selvageria.
432 Desfile de torcedor morto, churrasco e até aniversário de chefe de organizada no estádio. O Independiente mostra até onde pode chegar a promiscuidade entre dirigentes e torcedores. Esta é a América do Sul...
Os membros da torcida começaram a ameaçar o presidente de morte. A pressionar os conselheiros que o apoiavam. Perturbaram jogadores, treinadores. O ambiente no clube ficou insuportável. As barras bravas fizeram um pacto de silêncio. Não apoiavam o time. E batiam nos torcedores que tentavam gritar, apoiar a equipe.
Quando jogadores e comissão técnica chegavam para treinar, lá estavam representantes da torcida para pressioná-los. Os dirigentes tinham medo de ir ao estádio. As derrotas se acumularam. Treinadores não tinham paz para trabalhar. Ramón Díaz, Cristian Díaz, Gallego y Brindisi fracassaram. E pela primeira vez na história, o Independiente foi rebaixado em 2013.
Javier Cantero teve o seu escritório invadido por vândalos das barras bravas. Foi xingado, humilhado e novamente ameaçado de morte. Os 'torcedores' queriam de volta as regalias, as viagens, os ingressos para serem revendidos. A oposição se aproveitava desse ambiente caótico e passou a rejeitar as contas apresentadas pelo presidente.
A torcida chegou até a agredir Cantero em uma reunião do clube. A agressão foi ao vivo. Deu tempo para a tevê mostrar. Mas torcedores abaixaram as câmeras logo depois. O dirigente foi empurrado, tomou socos, pontapés.
Seu mandato deveria terminar em dezembro de 2015. Mas em março, depois que sua esposa foi ameaçada de morte, Cantero desistiu. E renunciou. Foi motivo de festa para os barras bravas.
O motivo: eles sabiam que Hugo Moyano era o grande favorito a presidente do Independiente. Ganhou fácil a eleição em junho de 2014. Novo motivo para comemoração dos vândalos.
Hugo deve sua vida política aos sindicatos de transportes pesados. Peronista, conseguiu destaque durante a Ditadura Militar. É um populista assumido. E com profunda ligação com os chefes das organizadas.
Na Argentina se tornou uma triste prática, membros das barras bravas tomarem partido nas greves. E sempre com participações violentas. Não por coincidência, os sindicatos que Moyano apóia sempre tiveram a proteção de torcedores do Independiente. E não de forma pacífica.
Como é uma relação íntima, promíscua, Moyano propicia tudo o que os 'torcedores' exigem. O 'apoio' voltou. Principalmente em relação aos ingressos. O quinhão das organizadas fica separado para que seja revendido aos torcedores comuns. É bizarro. Mas aceito de forma constrangedora no Independiente.
Só que tudo já está passando do limite do bom senso. No final de 2014, o presidente do clube deixou o estádio à disposição dos barras bravas. Lá eles fizeram um churrasco ao lado do gramado. E tiveram livre acesso ao campo. As fotos são constrangedoras.
237 Desfile de torcedor morto, churrasco e até aniversário de chefe de organizada no estádio. O Independiente mostra até onde pode chegar a promiscuidade entre dirigentes e torcedores. Esta é a América do Sul...
Pablo 'Bebote' Álvarez é o chefe da La Barra del Rojo. E convocou pelas redes sociais os torcedores para a festança. Mas haveria mais. Bebote resolveu comemorar seu aniversário também no estádio. E, lógico, o presidente aceitou.
Mas o que aconteceu ontem pela manhã passou de todos os limites. Na quinta-feira, Pablo José, outro líder da Barra del Rojo, sofreu um grave acidente com sua moto. Acabou morrendo na manhã do domingo. A torcida decidiu que 'Gordo de Wilde' como era conhecido, merecia uma última homenagem antes de ser enterrado.
E outra vez Moyano deixou o estádio à disposição da organizada. Cerca de cem torcedores foram ao estádio com o corpo de Pablo José dentro de um caixão. E fizeram a despedida, circulando com ele pelas arquibancadas, pelo gramado, um cortejo macabro, absurdo.
332 Desfile de torcedor morto, churrasco e até aniversário de chefe de organizada no estádio. O Independiente mostra até onde pode chegar a promiscuidade entre dirigentes e torcedores. Esta é a América do Sul...
O retrato mais divulgado de José, ainda vivo, é marcante.
Sorrindo com um revólver.
As fotos ganharam o mundo.
E denunciam o que acontece quando um clube se torna refém de uma torcida.
Não há o menor cabimento essa ligação promíscua.
Moyano se mantém no poder graças ao terror que a organizada provoca.
Ele ganha espaço no confuso cenário político argentino.
Peronista de carteirinha e aliado dos Kirchner.
Está articulando sua candidatura a presidente da Argentina.
Se for, seus adversários que preparem para os barras bravas.
Tomara que presidentes de clubes brasileiros não se inspirem.
E caiam na tentação de fazer do Independiente seu modelo de gestão.
Não é nada difícil.
Até porque já há várias equipes no caminho.
Dominadas por suas torcidas.
Este é o futebol da América do Sul.
Seus dirigentes e, principalmente, suas organizadas...
722 1024x642 Desfile de torcedor morto, churrasco e até aniversário de chefe de organizada no estádio. O Independiente mostra até onde pode chegar a promiscuidade entre dirigentes e torcedores. Esta é a América do Sul...





----------------------------------------xxxxxxx-------------------------------------------------------

Bauza avisa a diretoria do São Paulo. Não quer outro goleiro. Denis seguirá sendo o titular nas semifinais da Libertadores. O treinador deu seu voto de confiança para não implodir o time…


172 Bauza avisa a diretoria do São Paulo. Não quer outro goleiro. Denis seguirá sendo o titular nas semifinais da Libertadores. O treinador deu seu voto de confiança para não implodir o time...
Bauza foi claro para a direção do São Paulo. Agradar grande parte da torcida e da mídia, contratando um novo goleiro para disputar as semifinais da Libertadores, seria um pecado mortal. Desmoralizar Denis implodiria o grupo. Traria desconfiança, tensão, seria suicídio psicológico. A postura firme do treinador fez a direção decidir renovar de vez seu contrato.


O vínculo de Denis termina no dia 31 de agosto. Desde fevereiro, ele já poderia assinar pré-contrato com qualquer outra equipe. O clube esperar chegar a dois meses do fim do vínculo para buscar a renovação, está longe de ser normal. Na verdade, sempre houve muita dúvida em relação a seguir ou não com Denis.
O goleiro mostrou muita instabilidade nestes primeiros meses como titular do São Paulo. Os dirigentes têm mostrado o máximo de compreensão. Afirmam que os sete anos que passou na reserva de Rogério Ceni pesam, atrapalham. O fazem ser um atleta de 29 anos inexperiente.
Logo após a sua aposentadoria, Rogério Ceni havia avisado à direção do clube. Era preciso ter paciência e confiança em Denis. Ele levaria certo tempo para adquirir especialmente confiança. Ficar treinando por sete anos, sem pressão, é algo bem diferente do que jogar.
Mas as falhas foram além do esperado. A pressão foi enorme. O presidente Leco era um dos mais preocupados com a posição. Desejava um goleiro vivido para assumir o time. Principalmente tendo a Libertadores pela frente. O nome de Jefferson do Botafogo foi muito comentado entre os conselheiros. Só que Bauza quis conhecer de perto Denis e Renan Ribeiro. O experiente treinador argentino que daria chance a Denis, que mostrou muita dedicação nos treinos e muito envolvimento com o time.
Empresários que tentaram trazer o goleiro do Botafogo tiveram seus planos sepultados. Ainda mais depois que Jefferson foi operado de lesão no braço esquerdo, ruptura do tríceps. Ele foi operado neste mês e só voltará aos campos em agosto. Não havia mais motivo por desejar o goleiro.
238 Bauza avisa a diretoria do São Paulo. Não quer outro goleiro. Denis seguirá sendo o titular nas semifinais da Libertadores. O treinador deu seu voto de confiança para não implodir o time...
Em meio à polêmica entre quem ficaria com a tarja de capitão, Michel Bastos ou Lugano, ela foi passada a Denis, que agradava a todos os jogadores. Depois, a faixa passou para Hudson.
Bauza percebeu que Denis estava muito tenso. Sofria demais com as críticas e entrava nervoso em campo. Como o treinador não queria. Foram necessárias várias conversas particulares para que ele entendesse: o técnico argentino seguiria com ele. Era seu jogador de confiança. Ponto final. Aconselhou que não se importasse com as críticas. E relaxasse. Talvez como o técnico, fosse jogar golfe.
Denis passou a treinar mais. Não são na função específica e natural do goleiro : defender bolas. Mas cobrar faltas e pênalti. Ele realmente bate muito bem na bola. A comparação é inevitável com Rogério Ceni, o goleiro recordista mundial de gols marcados. O atual titular do São Paulo ainda está longe da qualidade do ídolo aposentado.
Graças à Copa América Centenária, a Libertadores ficará paralisada até o final de junho. Seria a hora de o clube agir, se quisesse contratar um novo goleiro. O São Paulo pode fazer cinco trocas até ser reiniciada a competição.
Só que em vez de um novo goleiro, o foco é renovar o contrato de Denis. Seu salário é de R$ 150 mil. Lógico que o jogador e os dirigentes não são alienados. Sabem o quanto está questionado pela diretoria. Por um pequeno aumento ou até nem isso, ele seguirá no São Paulo. A princípio, o goleiro gostaria de renovar por três anos. O clube quer um contrato menor. Se possível, um ano.
333 Bauza avisa a diretoria do São Paulo. Não quer outro goleiro. Denis seguirá sendo o titular nas semifinais da Libertadores. O treinador deu seu voto de confiança para não implodir o time...
Bauza sabe que se houver o acordo, o ambiente ficará mais leve para os embates com o Atlético Nacional, na semifinal da Libertadores. E os dirigentes querem encerrar essa questão.
Ou melhor, já encerraram.
Vão seguir com Denis.
Se houver qualquer problema, Renan Ribeiro terá chance.
Os próprios companheiros torciam por esse desfecho.
Há conselheiros, torcedores e críticos que não concordam.
Acreditam que o São Paulo deveria buscar novo goleiro.
Mas Bauza acabou com essa questão.
Quer mais união possível no elenco.
E seguir com Denis será fundamental por este aspecto.
Fora o fato de que o técnico acredita que ele não compromete.
Merece seguir jogando.
A sorte está lançada...
433 Bauza avisa a diretoria do São Paulo. Não quer outro goleiro. Denis seguirá sendo o titular nas semifinais da Libertadores. O treinador deu seu voto de confiança para não implodir o time...


Nenhum comentário:

Postar um comentário