quarta-feira, 25 de maio de 2016

O resiliente Nenê

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Nenê decidiu contra o Vola Nova, de novo (Foto: Carlos Gregorio Jr/ Vasco)

Algumas coisas se transformam após amassadas. A massa, que vira bolo. O ferro quente, que se torna uma peça de arte ou um utensílio. A argila, o barro. Para uma carne macia, bate-se nela. Estas mudam ao toque mais bruto. São moldadas. Têm sua forma alterada.
Nenê cresce. Evolui. Mais que Pikachu.

O camisa 10 do Vasco é peça pronta, não requer mudanças estruturais. Mas ganha ação ao virar alvo, como se absorvesse cada pancada. Nenê é resiliente, apanha, cai, mas volta ao seu estado normal. O de craque. É são em meio ao caos.
Rasga chuteiras e defesas como um diamante corta o vidro. Limpo, constante, como se fosse feito para isso. E ele é.
Não importa por quantos minutos apanhe, Nenê é capaz de nocautear em um chute. Ou drible. De dentro ou fora da área. No ângulo, no canto ou em qualquer lugar que o valha. No corte seco, fino, como ponta de navalha.
Contra o Vila Nova, Nenê deixou o primeiro tempo de maca, machucado. No segundo, voltou renovado. Como num roteiro antigo de ‘Rocky’, mas com a resiliência atual de um ‘X-Men’.
Nenê é bom até quando é ruim. Perde lances e ganha partidas. Transforma falta em pênalti e pênalti em gol. Muda a cada batida. Não deixa palavra simples para que o defina.
É de pagar pra ver. É Nenê.

André Schmidt



Saída de Rafael Vaz abre lacuna no Vasco, mas jogador é substituível


Rafael Vaz marcou contra o CRB e classificou o Vasco (Foto: Alex Carvalho/AGIF/Lancepress)
Rafael Vaz marcou contra o CRB e classificou o Vasco (Foto: Alex Carvalho/AGIF/Lancepress)
Os gols recentes de Rafael Vaz pelo Vasco elevaram o zagueiro da condição de dispensável, como era até bem pouco tempo, a essencial para o elenco. Há um ano, o defensor sequer treinava com o grupo, hoje, muitos torcedores lamentam sua saída. A verdade é que o jogador está entre os dois extremos: nem tão herói, nem tão vilão. Isso na balança final. Pois, em campo, viveu sempre no limite entre amor e ódio com a arquibancada.
Com a saída do atleta, Jorginho perde mais uma referência ofensiva do que defensiva. Zagueiro artilheiro, Vaz se destacou nos três anos de clube mais pela facilidade em bater na bola e se posicionar na área ofensiva do que na parte defensiva, sua obrigação primordial. Vasco sentirá mais falta de seus gols do que dos desarmes.
Jomar, com quem forma – ou formava – a dupla de zaga reserva, por exemplo, fez 15 desarmes em quatro jogos no Brasileiro de 2015, segundo dados do Footstats. Vaz conseguiu apenas quatro em nove rodadas. Em contrapartida, marcou um gol e finalizou certo quatro vezes. Jomar deu apenas um chute no alvo e não balançou as redes. Números que mostram as diferentes características de jogadores da mesma posição.
O Vasco sentirá falta de um zagueiro que sabe fazer gols. Qualquer atleta com qualidades de finalização, em qualquer posição, faz falta mas é substituível. Cabe ao clube conseguir um atacante que faça isso, não outro defensor. Este deve vir pela qualidade na defesa. Gol, neste caso, é bônus.
Vaz pode ser importante em outro clube, receber um salário superior e ter mais chances, que não teria com Rodrigo e Luan de titulares. Para o Vasco, investir mais de 100 mil mensais num zagueiro que será reserva durante todo o ano seria exagero. Em outro time, que carece de jogadores para a posição, talvez valha. É uma questão de necessidade. Nesta posição, o clube precisa menos. Outros, mais.
Ficar seria o ideal para os dois. Vaz vivia seu melhor momento, com estrela, moral com o técnico e em alta com a torcida. Mas o Vasco também não poderia oferecer mais do que foi ofertado – cerca de 100 mil, segundo notícias. Pesa sobre o elenco o fato de perder mais um companheiro – Riascos já havia saído -, querendo ou não, muda o clima. Mexe num dos pontos mais fortes do grupo: a união. Essa talvez seja a grande tarefa de Jorginho nos próximos dias.
Achar um zagueiro seguro que atue pela esquerda será necessário. Que não seja goleador, mas que seja mais ‘zagueiro-zagueiro’. Apostar em nomes pouco conhecidos, de times pequenos, costumam dar certo. Ainda mais para ficar no banco. Mas na lista de prioridades, a vinda de um centroavante tem que estar na frente. Para suprir a falta de um camisa 9, agora, que seja com um atacante de ofício e não mais no improviso.
Rafael Vaz foi importante para o Vasco nos últimos dois meses. Se tivesse tido ao menos metade desta estrela nos outros 34 em que atuou pelo clube, talvez o desfecho da história fosse diferente. Porém, as últimas atuações ao menos deixaram marcas positivas de sua passagem pela Colina. Que fique a lembrança dos momentos finais. Sem rancor, com boas memórias, vida que segue para os dois.
A

Mengo em chamas


O clima na Gávea é dos piores. Eliminado do Estadual do Rio, da Copa Rio-Sul-Minas e agora também da do Brasil e com um futebol bem fraquinho no início do Brasileirão, o Flamengo prepara uma série de mudanças no futebol.
Paolo Guerrero, que defende o Peru na Copa América, deve sair na próxima janela de transferência, já que não agradou e não consegue marcar gols, virando alvo da diretoria e de parte da torcida. Sua saída, com multa rescisória na casa dos R$ 25 milhões, considero mais um equívoco da direção do clube carioca.
Muricy Ramalho, afastado por problemas de saúde, é outro que não deve ficar. Seus familiares querem que deixe a Gávea, mas a principal razão é que o técnico não se entendeu com a diretoria. Ficou irritado com a falta de estrutura do Mengo enquanto a direção acha que ele não mostrou trabalho e não conseguiu sequer dar um esboço tático do time e é um dos responsáveis pela crise do Fla.
A cúpula do futebol também deve ser modificada, o que gerou mais turbulência interna já que o presidente Eduardo Bandeira de Mello era esperado nos Estados Unidos para chefiar a delegação brasileira na Copa América. Sua ida ao torneio, hoje cedo colocada em xeque, e a reaproximação com a CBF irritaram não só opositores, mas membros de sua própria equipe de trabalho, tornando o clima ainda mais pesado.
POR  

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