por Cosme Rímoli
Fracassos da Seleção de Dunga, Esporte Interativo, desistência da Band e recessão fazem estrago no futebol da Globo. Quanto mais caro fica transmitir os jogos, mais a audiência cai…
Com R$ 440 milhões em dívidas, a Band não tinha como bancar 20% que a Globo paga pelas transmissões do Brasileiro. Não valia a pena. Ainda mais presa à fórmula de mostrar o mesmo jogo que a emissora carioca. O primeiro final de semana semfutebol ao vivo teve overdose de Simpsons. Enquanto Corinthians e Grêmio jogavam, uma hora e cinquenta do desenho.
O resultado no Ibope foi lastimável. Em vez dos 5 pontos. Apenas 1,2 consolidados.
Mesmo com seu clube favorito nas transmissões, o Corinthians, não havia o que comemorar na emissora carioca. A audiência da partida de ontem ficou em apenas 20,5 pontos. No ano passado, na estreia do torneio nacional, jogaram Corinthians e Cruzeiro, em Cuiabá. Só a Globo ficou com 17,5 pontos. A Band deu 4,3 pontos. 21,8 pontos. Ou seja, na prática menos gente assistiu futebol ontem, com o monopólio.
O péssimo nível técnico dos times no Brasileiro não prevê mudança significativa nas próximas rodadas. Pelo contrário. Há o medo que a audiência até caia. Já que os corintianos, por anos, são donos das maiores audiências. São Paulo é o segundo clube de preferência. Palmeiras e Santos são os 'derrubadores de Ibope' para executivos da emissora.
A audiência do futebol na tevê aberta cai a um ritmo inquietante. Foram 22 pontos nos últimos dez anos. A inesperada briga com o Esporte Interativo afetou a emissora. Fez com que tivesse de gastar mais na tevê a cabo. Os R$ 60 milhões que eram divididos para os 20 clubes da Série A passaram a R$ 550 milhões. Em plena recessão. Era aceitar ou perder.
A Globo manteve Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória, Avaí, Chapecoense e Náutico. Palmeiras está perto de anunciar sua adesão.
O Esporte Interativo ficou com Atlético Paranaense, Coritiba, Internacional, Santos, Santa Cruz, Figueirense, Ponte Preta Bahia, Ceará, Sampaio Corrêa, Criciúma, Joinville, Paysandu, Paraná e Fortaleza.
Essa luta ferrenha produziu uma vítima. O próprio presidente do Esporte Interativo. Edgar Diniz, que enfrentou o domínio da Globo, pagou com o próprio emprego. A Turner, dona da emissora, não o perdoou por gastar tanto dinheiro e não conseguir assinar com os clubes mais populares do país. Como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco, Palmeiras.
A saída de Edgar pode aproximar Globo e Esporte Interativo e um acordo seja amarrado para que as duas transmitam os jogos do Brasileiro na tevê fechada a partir de 2019. O ex-presidente do Esporte Interativo era considerado radical e não queria a aproximação entre as duas emissoras.
O acordo tornaria tudo mais fácil porque a legislação brasileira prevê: uma emissora só poderá mostrar os jogos dos clubes que tem contrato. Por exemplo, Corinthians e Santos não seria televisionado por ninguém na tevê a cabo. Sem radicalismo, as duas partes devem acabar se compondo.
E tudo o que fizeram foi supervalorizar um produto em baixa.
Quanto à tevê aberta, nenhuma emissora se anima a repartir os direitos com a Globo.
Não da maneira draconiana, obrigando a mostrar a mesma partida.
Ou seja, a emissora carioca seguirá gastando 20% a mais.
Por um produto que perde audiência a cada jogo.
Para piorar as coisas, a Seleção Brasileira.
Já foi terrível o baque da Copa de 2014.
A dos 7 a 1.
O time de Dunga segue desanimador.
É o sexto nas Eliminatórias.
Cinco apenas vão para a Copa da Rússia.
Não conseguiu classificação à Copa das Confederações em 2017.
Perdeu um mês da disputa entre os melhores selecionados do planeta.
Baque enorme para os patrocinadores do próximo ano.
Como seguir cobrando R$ 1,5 bilhão?
A recessão, a Band, Esporte Interativo e a Seleção de Dunga se juntaram.
E fizeram um grande estrago.
Futebol deixou de ser sinônimo de alegria e lucro na Globo.
Mesmo com seu monopólio...
Uma Libertadores. Um Carioca. Três Campeonatos Mineiros. Uma Copa da China. Uma Supercopa da China. Essas são as conquistas de Cuca em 18 anos como treinador de futebol. Aos 52 anos, ele tem ambição. O sonho de comandar a Seleção Brasileira. E acredita que o Palmeiras será o caminho para realizar este sonho, após a Copa de 2018.
Os detalhes que fazem Cuca bater no peito e garantir. “O Palmeiras será campeão brasileiro de 2016.” Obsessão. E primeiro passo para o sonho: assumir a Seleção Brasileira…
Uma Libertadores. Um Carioca. Três Campeonatos Mineiros. Uma Copa da China. Uma Supercopa da China. Essas são as conquistas de Cuca em 18 anos como treinador de futebol. Aos 52 anos, ele tem ambição. O sonho de comandar a Seleção Brasileira. E acredita que o Palmeiras será o caminho para realizar este sonho, após a Copa de 2018.
"Tenho o sonho de ser treinador da Seleção. E sei que estar aqui é um prejuízo para mim. Mas foi a escolha que fiz." Cuca só escancarou essa vontade para a imprensa ao se ver fragilizado na China, no ano passado. Acabou suspenso por sete meses, depois de confusão homérica, logo após o empate por 2 a 2 entre Guizhou Renhe e Shandong Luneng. Foi acusado de trocar agressões com o bandeira Zhan Wei.
Mas Cuca tinha de ficar na China. Recebia R$ 1,5 milhão mensais. Ele já tinha uma vida econômica muito confortável, se resolveu de vez. Ao voltar ao futebol brasileiro, não tem o foco em dinheiro. Mas em conquistas e busca da sonho, a Seleção Brasileira.
Sabe da concorrência fortíssima de Tite e da força do Corinthians. Mas conta com o Palmeiras para colocar seu plano ambicioso em ação. Tem todo o apoio financeiro de Paulo Nobre, da patrocinadora Crefisa e seus R$ 66 milhões por ano e ainda a arena, que pretende transformar em um 'Independência' mais desenvolvido.
Estes sete meses serão fundamentais para Cuca. Ele quer aproveitar ao máximo a presença de Paulo Nobre. Para cumprir a sua promessa. Entre os 20 treinadores que disputam o Brasileiro, foi o único que prometeu que será campeão nacional. O que pode parecer um suicídio, trazer toda a pressão possível para seu time, seus jogadores, na verdade é uma jogada astuta.
Cuca quer que as pessoas prestem atenção no seu trabalho. O enxergue de uma vez como técnico como potencial para comandar a Seleção Brasileira. Conquistou a Libertadores da América com o Atlético Mineiro. O espalhafato que fez, a demonstração de fé, como acompanhar disputa de pênaltis ajoelhado, terço na mão, camiseta com a imagem de Nossa Senhora da Aparecida no peito, chamou a atenção demais.
Acabou tirando o brilho tático que colocou no Atlético Mineiro. Foi o último treinador a fazer Ronaldinho Gaúcho jogar seu melhor futebol. Tirou o máximo de Bernard, Jô, Leandro Donizete. Com o respaldo ruidoso de Alexandre Kalil, Cuca fez um grande time. Por trás de todo sofrimento, da campanha 'eu acredito', o Atlético, principalmente em casa, tinha intensidade, marcação alta, triangulações pelas laterais, recomposição e muita força física. Reunia o que o moderno futebol europeu tem de melhor. Mereceu ganhar a Libertadores de 2013.
O Mundial no Marrocos foi uma lição de vida para Cuca. Deixou vazar seu acerto com a China antes da disputa. Os jogadores se sentiram abandonados, traídos pelo fim do projeto. Ronaldinho Gaúcho foi o primeiro. Na disputa, o Atlético acabou sendo triste caricatura da equipe campeã da Libertadores. Marcos Rocha chegou até a mandar o treinador 'se f...' ao ser substituído. A saída foi deprimente.
Cuca tem cicatrizes, aprendeu. E está demonstrando isso no Palmeiras. É próximo dos atletas, quer a confiança de todos. Mas já é mais profissional. O jeito boleiro era algo que pesava contra. A hierarquia precisa ser respeitada. Se descobriu comandante, não um ex-jogador que completa rachões.
Encontrou um elenco traumatizado. O excesso de compras sem sentido de Alexandre Mattos só inchou o grupo. Trouxe muito descontentamento no ar. Atletas com potencial passaram a ser reservas dos reservas. Além disso, a equipe só sabia atuar de uma maneira. No 4-2-3-1 de Marcelo Oliveira. Quando os adversários perceberam que o técnico estava escravo de seu esquema que usava há quatro anos no Coritiba, o Palmeiras passou a ter enormes dificuldades. A decepcionar. A pressão se tornou insuportável pelo investimento.
Vencer a Copa do Brasil deu uma sobrevida a Marcelo que só piorou as coisas. O Palmeiras chegou da pior maneira na Libertadores. O treinador e o time estavam mergulhados em uma crise de identidade. Os vexames se sucediam no Paulista e na competição mais importante do ano. Apesar de muito amigo de Oliveira, Alexandre Mattos pensou na sua sobrevivência. E convenceu Nobre que a hora era de trocá-lo, buscar Cuca, que sabia ser muito melhor.
O treinador estava recebendo seus últimos salários da China. Estava pronto para trabalhar no Brasil. E magoado. Tinha certeza que trabalharia no Fluminense, mas se viu no meio de um leilão às avessas. Quem pedisse menos entre ele e Levir Culpi iria para as Laranjeiras. Desistiu publicamente.
E aceitou com empolgação o Palmeiras. Paranaense, era mesmo torcedor do time quando adolescente. Trinta e cinco atletas eram demais. Tratou de esvaziar o elenco. Robinho era uma peça que não rendia como volante, como meia e que contestava taticamente qualquer esquema proposto. Decidiu que seria melhor mandá-lo embora. Foi para o Cruzeiro. Lucas era líder, mas tinha grande deficiência na marcação. Fellype Gabriel, Nathan, Lucas Taylor, Gabriel Leite, Leandro Almeida e outros ainda sairão.
Zé Roberto é um jogador que respeita. Mas não o vê mais com capacidade para ser titular. E outro atleta que também não consegue há muito tempo render seu melhor futebol se chama Arouca. Não tem a intensidade que Cuca precisa.
Ele quer uma equipe leve, compacta, com grande velocidade já na saída de bola, mais ainda do meio para o ataque. E com enorme poder de recomposição. Vibrante em campo. Lucas Barrios é vivido. Percebeu que se fosse disputar a Copa América com o Paraguai, quando chegasse, poderia ficar não só na reserva. Mas à disposição para ser vendido. Ele até agora não conseguiu se encaixar no time sem posição fixa na frente. Tem mostrado dificuldade.
Lucas Barrios tratou de dizer não ao Paraguai na Copa América. A decisão foi muito bem recebida por Cuca. O argentino naturalizado paraguaio terá mais oportunidades. Mas o técnico vislumbra o time sem ele. Gosta demais da movimentação de dois atletas altos na frente, Alecsandro e Rafael Marques. Com Gabriel Jesus e Roger Guedes se alternando na direita e esquerda. Fora ainda Dudu que pode entrar na frente, deixando Lucas Barrios, Alecsandro e Rafael Marques no banco. E o Palmeiras ter um ataque técnico, veloz e com muita bola no chão.
Cleiton Xavier fez excelente partida contra o Atlético Paranaense. Cuca tem toda a confiança na sua visão de jogo. Mas o passado médico do meia indica precaução. A ponto de querer um grande meia na abertura da janela. Mattos e Nobre concordaram.
Cuca não está brincando quando fala que o Palmeiras será campeão brasileiro de 2016. É a missão que se impôs. Será o salto que sonha na carreira. Ele quer chegar em 2018 brigando ombro a ombro com Tite pela sucessão de Dunga.
O primeiro passo foi mais do que convincente.
Não deu a mínima chance para o Atlético Paranaense.
A arena verde vibrou, tremeu mais do que o Independência.
Sente que está no lugar certo, na hora certa.
E católico fervoroso, resume o que pensa sobre o seu momento.
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