quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Com Arena esvaziada, 1º duelo internacional entre Santa Cruz e Sport termina no 0 a 0


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Com o resultado, vaga para a fase internacional da Sul-Americana fica em aberto. Quem vencer avança. Corais também se classificam com empate com gols


Demorou 100 anos para que Santa Cruz e Sport se enfrentassem pela primeira vez em um torneio internacional. No caso, válido pela Copa Sul-Americana. No entanto, um clássico desse tamanho merecia bem mais. Em todos os fatores. A começar pelo público, que não fez jus a alcunha de “multidões” que o duelo carrega, com apenas 5.517 torcedores presentes. Dentro de campo, as duas equipes também deixaram a desejar. Com um futebol de muita marcação, mas pouca inspiração, tricolores e rubro-negros não saíram do 0 a 0, na estreia do duelo também na Arena de Pernambuco. 

Placar que, pelo menos, deixa tudo em aberto para o jogo de volta, quarta-feira que vem, novamente na Arena. Quem vencer avança para enfrentar Independiente de Medellin-COL ou Deportivo Luqueno-PAR. Já um empate com gols favorece aos corais, já que o mando da volta pertence aos leões. 

Para a partida, os dois treinadores parecem ter se rendido a importância histórica do primeiro confronto internacional entre tricolores e rubro-negros. Ao contrário do que se especulava, nada de times mistos, com Santa e Sport em campo com todos os seus titulares. O que, no entanto, não impediu o primeiro tempo de ser fraco tecnicamente.

Nos minutos iniciais, coube ao Sport a maior posse de bola. No entanto, faltava ao Leão um maior poder de definição dos lances. Tanto que o primeiro chute com certo perigo à meta de Tiago Cardoso só veio aos 33 minutos, com Rogério arriscando de fora da área e o arqueiro tricolor defendendo em dois lances. Contribuiu para a falta de um maior poderio ofensivo rubro-negro as atuações apagadas de Gabriel Xavier, sumido em campo, e Éverton Felipe, errando quase tudo que tentava.

Pelo lado do Santa, a proposta inicial de apostar apenas na velocidade dos contra-ataques, aos poucos, foi dando espaço também a uma melhor troca de passes e uma postura mais aguda. Tanto que entre os 15 e os 23 minutos foram três finalizações. Com direito também a duas “cheiradas” bisonhas do volante Derley. Na melhor chance de gol, a argentino Pisano chutou por cima, após a bola sobrar livre na entrada da pequena área. 

Por sinal, o preenchimento de espaços em frente a área de Magrão foi outro mérito coral, que praticamente ficou com todos os rebotes ofensivos. No entanto, apesar do Santa terminar os primeiros 45 minutos um pouco melhor, as duas equipes desceram para o vestiário com o placar em branco.

Para o segundo tempo, os dois treinadores optaram por voltar com as mesmas formações. Mas não por muito tempo. Ainda no embalo da primeira etapa, o Santa iniciou tomando a iniciativa do jogo. O momento coral fez com que Oswaldo de Oliveira modificasse o Sport logo aos sete minutos (algo que não costuma fazer) ao sacar Edmílson para a entrada do colombiano Ruiz. Dez minutos depois, foi a vez do Santa mudar e reforçar a marcação, com Danilo Pires na vaga de João Paulo. O clássico voltaria a ficar truncado. E equilibrado. Só aos 23, o coral Pisano voltaria a mexer com as torcidas na Arena ao chutar com perigo.

Oswaldo ainda colocariam em campo mais dois estrangeiros, com Lenis e Mark González nas vagas de Everton Felipe e Rodney Wallace. Já pelo lado tricolor, Doriva ainda tentou dar mais velocidade ofensiva com Wallyson na vaga de Grafite. Nada, porém, foi capaz de tirar o zero do placar. O primeiro Clássico das Multidões internacional merecia mais.


Ficha do jogo

Santa Cruz 0

Tiago Cardoso; Léo Moura, Luan Peres, Danny Morais e Allan Vieira; Uillian Corrêa, Derley, João Paulo (Danilo Pires) e Pisano; Keno (Marion) e Grafite (Wallyson). Técnico: Doriva.

Sport 0
Magrão; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Ronaldo Alves e Rodney Wallace (Mark Gonzalez); Paulo Roberto, Rithely, Éverton Felipe (Lenis), Gabriel Xavier e Rogério; Edmilson (Ruiz). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Local: Arena de Pernambuco. Árbitro: Julian Bascuñan (Chile-Fifa). Assistentes: Marcelo Barraza e Christian Schierman (ambos do Chile). Cartões amarelos: Matheus Ferraz, Paulo Roberto (S), Derley (SC). Público: 5.517. Renda: R$ 71.085,00


Quando as escalações de Santa e Sport foram finalmente reveladas, por Doriva e Oswaldo, veio a surpresa. Times titulares, num contrassenso ao discurso dúbio nos dias que antecederam à primeira versão internacional do Clássico das Multidões. Com o jogo na Arena, às 21h45 e com transmissão na tevê aberta, tal possibilidade só ajudou a reduzir o público, com 5.517 o menor em muito, muito tempo. Desde de 2000, num jogo pelo Estadual, com 6.001 espectadores. Em campo, a expectativa de um bom jogo acabou sendo dissipada logo nos primeiros instantes, com muitos passes errados, furadas nas finalizações e poucos lances de perigo. O 0 x 0 deixou o confronto totalmente aberto para a próxima semana, ainda que o Santa tenha a clara vantagem de jogar por qualquer empate. Uma nova igualdade sem gols leva aos pênaltis e qualquer outro empate garante os corais nas oitavas da Sul-Americana.
Em uma semana, o confronto de melhor nível técnico. No Santa, a má fase no Brasileiro é um agravante. Um time de uma nota só, com Keno ganhando em velocidade pelo lado esquerdo e cruzando rasteiro para alguém concluir (Derley errou o quanto pôde). À parte disso, apenas jogadas pelas pontas, resultando em escanteios, cobrados sem perigo. Já Grafite deu algum trabalho a Matheus Ferras – com este recorrendo às faltas -, mA acabou substituído antes do fim, para poupar energia também para o Brasileiro. No jogo de volta, dificilmente sairia. Povoando o meio-campo, o campeão nordestino conseguiu recuperar muitas bolas – chutões o tempo todo, de ambos os lados.
Sul-Americana, 2ª fase: Santa Cruz 0 x 0 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP
No Sport, a ausência de Diego Souza, ainda em recuperação, foi decisiva para a má atuação. Sobretudo pelo substituto, Gabriel Xavier, o pior rubro-negro em campo, na visão do blog. Pouco participativo à frente e sem recomposição. Se faltou gás, faltou cedo, pois voltando andando algumas vezes. Quem também esteve mal foi Everton Felipe, mas ao menos chama a responsabilidade. Só conseguiu produzir algo na volta do intervalo. Tirou a paciência de Oswaldo no único lance bem armado com Gabriel, num contragolpe dois contra dois, quando abriu errado e foi desarmado. Lenis entrou e pouco acrescentou.
Após o apito final do árbitro chileno, com um estilo que deixa o jogo mais limpo, sem marcar qualquer falta ou cair na pilha de jogador, Tiago Cardoso e Magrão saíram quase limpos (cada um com uma defesa), conversando, sem estresse algum. A tensão (que seria positiva, no viés esportivo) do clássico internacional ficou mesmo para a volta. E quem passar deve fazer uma viagem inédita à Colômbia. Em casa,o Independiente Medellín fez 3 x 0 nos paraguaios do Sportivo Luqueño. Mostrou força já no primeiro jogo, uma lição.
Sul-Americana, 2ª fase: Santa Cruz 0 x 0 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

autor : Cassio Zirpoli

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