Andrés e Roberto de Andrade perdem o apoio das organizadas corintianas. Exigem a classificação para a Libertadores de 2017. E decidiram. Não vão cobrar os jogadores ou o técnico interino. O alvo são os dirigentes…
A pichação na sede do Corinthians mostra o pensamento das organizadas corintianas. Elas que formam a base de sustentação de Roberto de Andrade e Andrés Sanchez.
A reclamação é direcionada aos gastos exagerados com o estádio. Paredes e pisos em mármore. Telas de televisão embutidas em espelhos nos banheiros, cobertos também em mármore.
A Folha de São Paulo revelou. O custo final do estádio, desde que o Corinthians consiga cumprir suas obrigações, ficará em R$ 1,6 bilhão. O grosso do dinheiro sai das arrecadações, todas destinadas ao pagamento das contas.
O deputado federal Andrés Sanchez foi o responsável pelo acordo pelo pagamento do estádio. Ele contava com os R$ 400 milhões da venda dos naming rights. Cinco anos se passaram, o nome Itaquerão está consolidado, de acordo com publicitários importantes, experientes. O clube perdeu o timing para vender os naming rigths. Não há esperança nem nos assessores mais próximos de Andrés ou do presidente Roberto de Andrade. Os mesmos que espalham para jornalistas há anos que 'desta vez, vai'.
O jornal Estado de São Paulo divulgou com exclusividade um acerto em 2013. Deu na capa que o grupo Emirates havia comprado o batismo do estádio por R$ 450 milhões por 20 anos. Teria vencido a concorrência com a Ambev e Zurich Seguros. A 'notícia' foi publicada em setembro daquele ano. Não se confirmou.
Várias tevês e rádios também anunciaram a 'venda'. Mera ilusão. O último veículo de comunicação a acreditar nestas fontes corintianas foi a Folha de São Paulo.
Em janeiro deste ano, publicou.
"Em conjunto com os direitos de nome do seu estádio (os "naming rights"), em Itaquera, o Corinthians negocia a venda de seu programa de sócio-torcedor.
É essa a principal novidade da operação que está muito perto de ser concretizada, com detalhes sendo finalizados nesta semana.
Conforme apurou a Folha, a transação não segue os padrões tradicionais da comercialização da propriedade, como foi a Allianz com o Palmeiras, por exemplo.
Por incrível que pareça, o nome da arena –sobre o qual se fala há cerca de quatro anos– surge como fator secundário na negociação.
O valor de toda a transação se aproxima de R$ 420 milhões, por vínculo de 20 anos, mas pode ir além dessa cifra caso envolva outros itens.
A empresa, que é nova no mercado e formada por um pool de instituições financeiras, quer aproveitar a base vinculada ao Fiel Torcedor, que hoje tem mais de 130 mil pessoas fidelizadas, para oferecer serviços como microcrédito e capitalização.
Cartão de crédito e outros produtos também estão em estudo para serem ofertados.
A expectativa dessa empresa é que possa alcançar pelo menos 4% de toda a torcida corintiana, chegando a quase 1,2 milhão de pessoas."
No dia 2 de setembro, a Folha teve de se desmentir. "A negociação travou. O motivo, segundo a empresa, é que a diretoria do clube teria criado dificuldades. Já os cartolas do Corinthians alegam que e as garantias financeiras não foram apresentadas de forma suficiente.
"Como é um contrato de 20 anos, temos que nos garantir ao máximo. Estamos ainda conversando, mas tudo é muito complexo e novo no Brasil", afirmou Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e deputado federal (PT-SP), que está à frente das negociações."
Desde então, nada. Roberto de Andrade não aceita mais falar sobre esse assunto.
Assim como também Andrés.
Os R$ 420 milhões de CIDS (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) dados pela prefeitura, na gestão Kassab, estão encalhados. O Ministério Público os considera ilegal. Já tentou barrar sua venda na Justiça. Não conseguiu. Mas articula novas ações. Enquanto isso, seguem sem despertar o interesse de nenhuma empresa. Há o medo de 'jogarem dinheiro fora'.
O Corinthians segue afogado em dívidas. E sem rumo no futebol. Roberto de Andrade tomou à frente de Andrés e escolheu Cristóvão Borges para substituto de Tite. Andrés não ficou contente com a escolha. Com o fracasso e demissão do treinador, coube a Roberto apostar no auxiliar Fabio Carille como técnico interino.
Andrés gostaria de ver Roger no comando do time.
Mas a escolha foi de Roberto, que pretende escolher outro técnico após o Brasileiro. Roberto não perdoou Roger por não ter largado o Grêmio, quando o Corinthians o procurou, logo que Tite foi para a Seleção. Por isso não quis contratá-lo agora, que está desempregado.
Mas o que está pesando para o dirigente neste instante é o rompimento das organizadas. A diretoria ficou chocada com a ameaça de invasão do seu camarote na derrota para o Palmeiras. Várias áreas do Itaquerão foram depredadas. Mas o clube não vai cobrar os torcedores. Consertará o que tiver de consertar sem conflito.
Os chefes das organizadas não pretendem perseguir jogadores ou o novo treinador interino. O alvo é os dirigentes. Eles compreenderam que os desmanches seguidos na equipe sabotaram a força do time. E não vão dar sossego a Roberto de Andrade se o time não conseguir, no mínimo, uma vaga na Libertadores.
Ele foi chamado de 'ladrão' em coro no sábado pelos torcedores.
O presidente respondeu com gestos obscenos e palavrões.
Pessoas ligadas à diretoria e às organizadas tentam a paz.
Mas as torcidas não querem.
Não perdoam Roberto de Andrade e Andrés pelos vexames.
E prometem pressioná-los até o final da temporada.
Não haverá paz.
A não ser que o time reaja.
E chegue à Libertadores de 2017.
Pela Copa do Brasil ou Brasileiro.
A cobrança será forte.
E não só durante os jogos.
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