quinta-feira, 30 de junho de 2016

Opinião Cosme Rímoli

Resultado de imagem para flag brasil

O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima…


180 O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima...
O Brasil vai para a guerra na Olimpíada. Rogério Micale, com a orientação de Tite, convocou uma seleção francamente ofensiva. Não quer apenas ganhara a inédita medalha de ouro. Mas tentar começar a resgatar a paixão da população pelo time que joga de verde e amarelo.

A admiração pela Seleção já vinha decaindo desde 2002. Mas chegou ao seu ponto mais vexatório na Copa do Mundo de 2014, com a pior derrota de todos os tempos, os 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão. Agora, dois anos depois, chega a Olimpíada. Dentro do Brasil. O pé atrás diante da possibilidade de novo constrangimento é mais do que compreensível.
E para enfrentar a descrença, Tite e Micale optaram por uma lista surpreendente. A grande ausência foi Thiago Silva. A expectativa geral era que o Brasil teria como segurança na defesa, a dupla de zagueiros do Paris Saint Germain. Marquinhos e Thiago Silva.
Os sinais apontavam para essa direção. Com a demissão de Dunga, não haveria mais obstáculos para o ressurgimento do emotivo zagueiro. E ele poderia disputar sua terceira Olimpíada seguida. Só que sua presença obrigaria o Brasil a abrir mão de Douglas Costa. Entre ter uma espinha dorsal racional, com a experiência de Fernando Prass no gol, Thiago Silva na zaga e Neymar na frente, a aposta foi mais ousada.
Micale acredita que Thiago Silva se tornou dispensável. Luan jovem promessa do Vasco vem sendo capitão das seleções de base. E atuando ao lado de Marquinhos, com a proteção de Rodrigo Caio, tudo estará resolvido. Com isso, o privilégio ficará para o ataque. Com nomes fortes, capazes de impressionar qualquer selecionado olímpico que estará no país. Neymar, Gabriel e Douglas Costa.
Por que não Thiago Silva atrás e um goleiro até 23 anos, não Fernando Prass com 37? Não porque não há confiança em Micale e Tite nos jovens arqueiros brasileiros. Até mesmo Enderson, que o Benfica não se mostrava disposto a liberar, não era o atleta dos sonhos.
A presença do goleiro palmeirense tem duas funções. Além de ser o melhor jogador na posição nascido no país, opinião que Tite já repassou a Edu Gaspar, ele terá a obrigação de domar Neymar. Fazer o atacante do Barcelona se integrar ao grupo. E não jogar sozinho, como estava fazendo nos tempos de Dunga. Só um jogador com a personalidade conciliatória e firme poderia fazer isso.
252 O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima...
"Ele tem o perfil de liderança. Peguei muitas informações sobre o que ele representa ao seu clube, é um jogador de liderança. Vem se destacando e demonstrou ser bom em penalidades. É um torneio que pode acontecer essas coisas. Agora é o perfil técnico e de liderança. Quer ganhar sempre. É isso que queremos hoje para a nossa seleção: que tenha técnica e saiba da importância de vestir a camisa da seleção brasileira. Ter amor por isso."
No Palmeiras, Fernando Prass sabe que terá de se desdobrar. Não irá comprar briga. Tentará ganhar a confiança do jogador mais talentoso do futebol brasileiro. E que está vivendo momentos de egocentrismo. Não será fácil.
Thiago Silva tem todo o respeito de Neymar. Mas Micale analisou a situação, se optou por não brincar com o gol. Ter o melhor arqueiro, uma zaga de respeito, um meio de campo firme e criativo. E um ataque excepcional. Essa foi a mistura na escolha dos 18 atletas.
Micale se comprometeu também a ajudar em relação a Neymar. Sabe que precisa domar seu ego. Caso contrário, tudo pode ser um desastre. E pretende oferecer a tarja de capitão, como uma demonstração de confiança.
"Vou conhecer o Neymar, olhar no olho dele, assim como vou conversar com todos os atletas como pessoas, como homens, e ver as características de cada um. Seria leviano da minha parte falar de uma pessoa com quem não tenho o mínimo de convivência, não estivemos juntos.
441 O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima...
"Acredito que Neymar possa ser esse homem, como qualquer outro. Vai depender do trabalho, dos treinamentos, do olho no olho. Não posso me deixar levar por nenhum tipo de comentário externo, partir de um pré-conceito terrível, sem ter uma conversa com a pessoa. A faixa (de capitão) é só uma exposição pública de um representante da equipe em campo, e não quero apenas um. Se possível, eu queria todos da equipe", disse o treinador.
Mas o técnico sabe que Neymar a cobiça. E será seu trunfo para convencer o atacante a realmente se doar ao grupo. O treinador, que sempre trabalhou com a base, nunca trocou uma palavra com Neymar.
"Neymar, mais do que estrela mundial, é um ser humano. Um homem com sentimentos e reações como qualquer um de nós. Então a conversa com ele vai ser de homem para homem, vou respeitá-lo e tenho certeza que ele vai respeitar a situação. A partir daí vamos desenvolver uma relação. Minha expectativa é a melhor possível. Onde há transparência não há divergência."
 O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima...
Fernando Prass, William, Marquinhos, Luan e Douglas Santos; Rodrigo Caio, Fred e Rafinha; Douglas Costa, Gabriel e Gabriel. Há uma grande chance de ser esta equipe que comece os jogos olímpicos. Entre os jogadores que deverão ser reservas, um se destaca. E pode cavar seu lugar no time. Gabriel Jesus, do Palmeiras.
Os demais convocados são o goleiro Uílson do Atlético Mineiro; Zeca e Thiago Maia, do Santos; Rodrigo Dourado, do Internacional; Felipe Anderson, da Lazio; e Luan, do Grêmio.
A equipe é realmente forte. Do meio de campo para a frente seu potencial é impressionante entre os times olímpicos. Mas há incertezas. Principalmente em relação a todo sistema defensivo. Essa equipe não se conhece.
O time se reunirá no dia 18 de julho, na Granja Comary. Treinará apenas nove dias. E viajará para fazer seu único amistoso antes de começar a Olimpíada, dia 30 em Goiânia, contra o Japão. No dia 4 de agosto, enfrenta a África do Sul, em Brasília. Depois, no dia 7, também em Brasília, o Iraque. Na quarta-feira, dia 10, em Salvador, a Dinamarca.
Se for primeiro do grupo A, virá atuar em São Paulo, pelas quartas de final, dia 13, no Itaquerão. Caso se classifique em segundo, continuará em Salvador, atuando no mesmo sábado, dia 13.
Micale será o técnico. Conhece os garotos. Foi vice mundial sub-20. Mas Tite será a eminência parda. Não sentará no banco, mas acompanhará de perto todos os treinamentos. E com liberdade para dar seus palpites. Sem se expor. Ficará preservado em caso de derrota. Se o Brasil conseguir a inédita medalha de ouro, todos saberão de sua participação. É uma postura cômoda. Não foi ambicioso como Mano Menezes em Londres. Ou Dunga seria.
543 O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima...
Mas não há a menor dúvida.
Foi dele as decisões mais importantes.
Como Thiago Silva fora e Fernando Prass dentro.
Assim como a opção por um time ofensivo.
Ele não quer só a medalha.
Quer a Seleção reconquistando os brasileiros.
Aposta altíssima.
Valendo uma medalha dourada.
E o começo da volta do respeito pelo time verde e amarelo.
Ou outro vexame desmoralizante em pleno território nacional...
718 O Brasil de Tite e Micale não quer só a medalha de ouro olímpica. Quer reconquistar o respeito do Brasil pela Seleção. E por isso a convocação de um time francamente ofensivo. É uma aposta altíssima...

autor ; Cosme Rímoli

Nenhum comentário:

Postar um comentário