Flu aposta em trio da sub-20 para 2015, mas já sofre com assédio europeu
O Fluminense monitora com atenção as ações de seus jogadores que defendem a seleção brasileira no Sul-Americano sub-20. Clube com mais atletas na equipe do técnico Alexandre Gallo, o Tricolor mantém atenção especial sobre o trio formado pelo zagueiro Marlon, o meia Gerson e o atacante Kenedy, além do goleiro Marcos Felipe. O assédio europeu, no entanto, já começa a preocupar.
Os três estão inscritos no Campeonato Carioca pelo Fluminense e devem ter muitas chances no time principal com as recentes saídas de medalhões como Conca e Rafael Sóbis. Eles estão em alta com o técnico Cristóvão Borges, principalmente após o sucesso nas rodadas iniciais do Sul-Americano sub-20 com a seleção.
O gerente da base do Fluminense, Marcelo Teixeira, até mesmo viajou para o Uruguai para acompanhar os jogadores do Tricolor na competição internacional. E voltou animado com o desempenho do trio, muito elogiado pelos olheiros europeus que estão no Uruguai para observar potenciais alvos para o futuro.
"Durante o tempo em que estive presente para acompanhar o Sul-Americano, no scout das equipes europeias é claro que estavam sendo destacados como principais do torneio. Como outros, do Uruguai, do Paraguai. Estão entre os reconhecidos como os jogadores de maior potencial da competição", ressaltou o dirigente responsável pela base tricolor.
"A gente buscou a presença no Sul-Americano para acompanhar a performance. Cedemos [os atletas para a seleção], então aproveitamos para avaliar e ver como iriam nesse nível. Foi interessante para ver o desempenho deles", avaliou Teixeira, que voltou ao Rio de Janeiro no último final de semana.
O desempenho, no entanto, também tem seus efeitos colaterais para o Fluminense. Os jogadores já despertam o assédio de clubes europeus, principalmente Gerson e Kenedy. Os dois já foram sondados por equipes de ponta do futebol mundial, mesmo com pouca experiência entre os profissionais. O primeiro, inclusive, nem sequer estreou no time principal.
Enquanto Gerson começa a despontar como promessa internacional, Kenedy já é um dos queridinhos dos europeus há algum tempo. O atacante convive com o assédio desde a Al Kass Cup de 2013, uma espécie de Mundialito sub-18 do qual foi considerado melhor jogador além de se consagrar campeão pelo Tricolor. Entre os derrotados, o Real Madri foi um dos que sondou o atleta na época.
Hoje, Kenedy conta com uma proposta para o futebol alemão, onde defenderia o Wolfsburg. Enquanto isso, seus representantes são constantemente procurados por grandes equipes europeias empolgadas, entre outras coisas, com o golaço do atacante de 18 anos na vitória por 2 a 0 sobre a Venezuela no Sul-Americano. O Fluminense tenta valorizar o jogador e recentemente rejeitou oferta de sedutores 6 milhões de euros (cerca de R$ 17,4 milhões).
Se não conta com um histórico de assédio tão grande, o meia Gerson, por sua vez, parece também ter conquistado de vez os europeus no Sul-Americano. A animação dos italianos, por exemplo, é tão grande que o diário Gazzetta dello Sport comparou o apoiador de 17 anos com o francês Pogba, além de revelar uma proposta de 11 milhões de euros pelo jogador (cerca de R$ 32 milhões).
O futebol de Gerson anima também o técnico Cristóvão Borges. O treinador da equipe principal acompanha com expectativa o desempenho do meia no Sul-Americano e aguarda seu retorno para uma possível experiência no meio-campo, embora não o considere um substituto imediato para Conca, vendido para o Shangai Dongya, da China, na semana passada.
"Não acho [que tenha as mesmas características]. Concordo que é um grande jogador. Mas as funções são diferentes. Ele caberia no time, esperamos que ele tenha a mesma performance que teve na seleção. Vai ter oportunidade, assim como o Marlon. É um jovem promissor. Estamos apostando nisso para suprir algumas perdas e superar dificuldades", explicou Cristóvão.
Em realidade financeira mais modesta que nos últimos anos, a tendência é que o Fluminense negocie ao menos uma de suas principais promessas das categorias de base para normalizar os cofres tricolores que já convivem com dois meses de atraso salarial. No caso de Gerson, inclusive, donos de uma fatia de seus direitos econômicos e o próprio pai do atleta não escondem a vontade de negociá-lo em breve.
Enquanto o Fluminense tenta resistir ao assédio, o trio e o goleiro Marcos Felipe seguem na disputa do hexagonal final do Sul-Americano no Uruguai e não poderão participar da estreia do Tricolor no Campeonato Carioca, marcada para o dia 1º de fevereiro, contra o Friburguense, em Volta Redonda.
UOL.COM
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