sexta-feira, 22 de abril de 2016

Opinião Cosme Rímoli


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por Cosme Rímoli


Dramático. Com dez jogadores, Maicon como goleiro, atletas com tubos de oxigênio, o São Paulo empatou com o The Strongest, nos 3.600 metros de La Paz. Está nas oitavas da Libertadores. Toluca será o adversário…


157 Dramático. Com dez jogadores, Maicon como goleiro, atletas com tubos de oxigênio, o São Paulo empatou com o The Strongest, nos 3.600 metros de La Paz. Está nas oitavas da Libertadores. Toluca será o adversário...
Dramático. Com direito a terminar a partida com dez jogadores, tendo zagueiro Maicon como goleiro, Denis falhando e ainda sendo expulso, Calleri tomando soco e pontapés e cartão vermelho após o jogo, Ganso no banco, atletas se revezando nos tubos de oxigênio, afetados pelos 3.600 metros de altitude, em La Paz.

O que valeu foi o resultado.
Com os jogadores se doando, chegando ao seu limite físico no ar rarefeito, o São Paulo conseguiu empatar em 1 a 1 com o The Strongest, na Bolívia. E está classificado para as oitavas de final da Libertadores.
Enfrentará o Toluca do México.
A diretoria tentará de todas as maneiras anular a expulsão de Calleri. Alegando que ele apenas foi agredido e não poderia tomar cartão vermelho. Os dirigentes o querem contra os mexicanos.
Foi a Libertadores na sua mais completa tradução. A começar pela indecente liberação de jogos a 3.600 metros de altitude, em La Paz. Algo que deveria ser proibido para preservar a saúde dos atletas. Lá foi o bipolar São Paulo de Bauza. O time que foi humilhado no Campeonato Paulista, eliminado de forma humilhante, goleado pelos 4 a 1 para o Audax de Osasco, precisava de algo muito difícil.
Ao menos um empate contra o Strongest. Situação que chegou após campanha irregular, ganhando dois jogos, empatando dois e perdendo uma vez. A derrota foi justamente contra os bolivianos, em pleno Pacaembu.
Bauza sabia que não era só a classificação que estava em jogo. Seu emprego corria risco. Por isso, ele tratou de fazer o que aprendeu bem nestes 18 anos de carreira como treinador. A se defender.
O argentino havia chegado à conclusão que só haveria uma maneira de tentar anular a correria dos bolivianos. Superlotando as intermediárias. E nada melhor do que colocar volantes. Foram três deles, Hudson, Thiago Mendes e, a surpresa, Wesley no lugar de Ganso. O meia ficou no banco.
"Foi estratégia de jogo, precisávamos jogar com três volantes: Hudson e, à frente deles, Thiago Mendes e Wesley. Sabíamos como joga o The Strongest, precisávamos de três jogadores para brigar, e Kelvin e Michel Bastos no lugar em que sabem para contra-atacarem e ajudarem os laterais, porque por fora poderíamos atacar", explicava Bauza, após o jogo.
O argentino exagerou. Não atacou. Colocou o São Paulo no 4-1-4-1. Sem movimentação, intensidade. O São Paulo atuou quase como se fosse uma equipe de pebolim. Postada no seu campo. Defendendo o gol de Denis. A ambição era assumida. Não perder.
O The Strongest é um time fraquíssimo tecnicamente. Tem jogadores voluntariosos. E só. Mauricio Soria foi demitido no sábado e o venezuelano César Farías chegou para essa decisão. Sem tempo algum de trabalho, ele fez o óbvio. Manteve a estrutura tática. E explorou a maior vantagem dos bolivianos. La Paz. Fez com que seu time marcasse forte a saída de bola brasileira.
Sem técnica, mas com muita vontade, o The Strongest não tinha imaginação. E só colocava em risco o gol do São Paulo com bolas aéreas, em escanteios e faltas laterais. A insegurança de Denis não é segredo para adversário nenhum. Para piorar as coisas, torcedores bolivianos ainda usavam laser na direção de seus olhos para atrapalhá-lo. Situação absurda, mas comum na Libertadores.
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Bauza sabia que os bolivianos eram muito fracos. E ainda centralizavam suas jogadas. A bola tinha a obrigação de passar pelos pés nem tão habilidosos de Pablo Escobar. A sua determinação era tirar os espaços. E forçar os levantamentos para a área. O deveria facilitar a situação para Denis.
Só que o goleiro do São Paulo tem graves problemas em sair do gol. Rodrigo Caio e Maicon tinham de se desdobrar para evitar as cabeçadas adversárias. Mas aos 28 minutos, não houve o que fazer. Pablo Escobar cobrou falta para área brasileira, Denis saiu mal, e a bola acabou sobrando para Cristaldo apenas empurrar de cabeça, para o gol vazio. Strongest 1 a 0.
O gol nasceu mais da insistência do que do talento. E trazia muita preocupação. Porque o São Paulo havia sido treinado, organizado, montado para se defender.
Mas perdendo, o time teve de se adiantar. Contou com a colaboração da falta de recursos generalizada no time boliviano. Só a altitude travava os brasileiros. Sair da defesa e comprar a briga trouxe resultado. Em uma simples escanteio, Calleri cabeceou forte. E empatou a partida, aos 43 minutos do primeiro tempo.
Foi o oitavo gol do argentino, artilheiro isolado da competição. Ele foi o autor dos últimos sete gols do São Paulo. A dependência é assumida.
No segundo tempo, o São Paulo voltou ainda mais decidido a marcar forte. As linhas estavam mais agrupadas. E pouco permitiam aos bolivianos. Nervosos, irritados, os jogadores do Strongest facilitavam as coisas. Insistiam em levantamentos para a área. Maicon fez excelente partida, ganhando a esmagadora maioria de bolas na área brasileira.
Paulo Henrique Ganso acabou entrando no lugar de Michel Bastos, pouco produtivo, de novo. Melhorou o toque de bola. Mas o time começava a sentir os efeitos da altitude. Era mais difícil evitar o cansaço do que segurar o The Strongest. Foi assim até os 47 minutos do segundo tempo.
Quando Denis conseguiu uma expulsão infantil, ao exagerar na cera. As três substituições já haviam sido feitas. Maicon entrou no gol. E conseguiu sair bem em duas bolas levantadas para a área. No sufoco, o São Paulo conseguiu a classificação.
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Após o jogo, a delegação do The Strongest partiu para cima do São Paulo. O alvo era Calleri. O argentino deu entrevista dizendo que não queria enfrentar o Boca Juniors nas oitavas, já que havia 'nascido' no clube. Os bolivianos consideraram uma ofensa. Como se ele já tivesse certo da eliminação do Strongest.
Calleri foi agredido, socado, chutado. E ainda recebeu o cartão vermelho do fraco árbitro chileno Roberto Tobar. Não enfrentará o Toluca, na próxima semana, no Morumbi.
"Estamos enojados, vamos levar vídeos para a Conmebol e queremos ver o que os árbitros colocaram na súmula", desabafava, Bauza.
O técnico argentino estava feliz pela valente classificação.
Mas revoltado pela perda de Calleri.
Ninguém melhor do que ele sabe da dependência do atacante.
A diretoria tentará anular o cartão vermelho do argentino.
Mas diante das circunstâncias, o que vale agora é comemorar.
Aos trancos e barrancos, o São Paulo chegou às oitavas da Libertadores...
 Dramático. Com dez jogadores, Maicon como goleiro, atletas com tubos de oxigênio, o São Paulo empatou com o The Strongest, nos 3.600 metros de La Paz. Está nas oitavas da Libertadores. Toluca será o adversário...

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