Empate do Corinthians rende recorde de audiência à Globo
Em São Paulo, Libertadores mantém as maiores audiência da emissora com o futebol
Por Duda Lopes - São Paulo (SP)
O jogo foi um tanto sonolento, mas, mesmo assim, mostrou mais uma vez que a fase eliminatória da Libertadores é um sucesso na audiência. Contra o Nacional, o Corinthians fez seu primeiro jogo das oitavas de final do torneio sul-americano, o que já rendeu um recorde à Globo em São Paulo.
Com 27 pontos de média, esse foi o maior ibope da Globo com um jogo de quarta-feira à noite. A partida teve 42% de participação nas televisões ligadas. Apenas a seleção brasileira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, conseguiu números mais altos neste ano.
Antes, o recorde mantido pela emissora com jogos entre clubes também envolvia a Libertadores. Duas partidas do torneio mantiveram esse mérito: Corinthians x Santa Fé e São Paulo x River Plate.
Para a próxima quarta-feira, a Globo já anunciou que transmitirá a partida de volta entre Corinthians e Nacional. Como o jogo será decisivo, a tendência será de um novo recorde da emissora.
Antes, haverá a final do Campeonato Paulista. Mas sem clássico e com a concorrência da Band, será bastante improvável o Ibope marcar mais de 27 pontos para a Globo na tarde de domingo.
Cada ponto no Ibope equivale a 67.113 domicílios sintonizados em São Paulo, referência para o mercado publicitário.
Adidas lança camisa polêmica comemorativa para penta italiano da Juventus
Camiseta exalta 34 títulos nacionais de clube de Turim, desconsiderando dois Scudettos cassados nos anos 2000
Por Adalberto Leister Filho - São Paulo (SP
A Adidas lançou uma polêmica camisa comemorativa pelo pentacampeonato italiano obtido pela Juventus. Mesmo sem entrar em campo, a equipe de Turim festejou o título com a derrota do Napoli no clássico diante da Roma, disputado na última segunda-feira (dia 25).
A camisa preta, que já foi utilizada por todo o elenco na comemoração do título, mostra cinco traços, cada um representando um dos anos da trajetória vitoriosa do clube (2012, 2013, 2014, 2015 e 2016).
Na parte de trás, está a inscrição Campioni e o número 34, com o quatro sobreposto ao dois, em uma referência aos dois títulos cassados devido ao escândalo do Calciopoli, de manipulação de resultados, nos anos 2000.
Oficialmente, a Juventus é detentora de 32 scudettos. A maioria de seus torcedores, porém, não reconhece os títulos retirados do clube, que chegou a ser rebaixado para a Série B da Itália, pela primeira vez em sua história, em 2006. Com exceção do número quatro, todas as demais letras estão em dourado.
Nesta temporada, a equipe de Turim teve o pior início de campeonato de sua história. Nos primeiros seis jogos, conquistou apenas uma vitória, chegando a figurar em 12º lugar, a 11 pontos do líder. No entanto, o elenco mostrou capacidade de recuperação extraordinária, vencendo 24 de seus últimos 25 jogos no torneio e garantindo o título de forma antecipada.
Este São Paulo é candidato a ganhar a Libertadores
O primeiro tempo do São Paulo foi impecável! Acima da postura de time vencedor, o time de Edgardo Bauza apresentou cardápio. Pelos lados do campo, sempre triangulações. Do lado esquerdo, Michel Bastos, Centurión e Mena. Pela direita, Bruno, Kelvin e Hudson. Sempre com superioridade numérica, o São Paulo construía jogadas e pelos dois lados, Ganso aparecia para dar apoio às jogadas pelos lados.
O São Paulo sabia que o Toluca era fraco pelo alto. Na fase de grupos, sofreu cinco gols, dois em cruzamentos. Pois o São Paulo cruzou 14 bolas, com precisão. Era mais uma página do cardápio.
Mais importante de tudo, subia a marcação para desarmar ou interceptar os passes da defesa confusa do Toluca. Fez 1 x 0 num cruzamento de arremesso lateral, finalizado por Michel Bastos. O segundo numa jogada espetacular de Centurión. Os dois mais perseguidos na crise dos primeiros meses deste ano fizeram as pazes com o gol e com a torcida – especialmente Michel Bastos que teve seu nome cantado pela arquibancada.
O segundo tempo foi mais ameno. O São Paulo voltou em ritmo mais ameno, normal para quem vencia por 2 x 0. E mesmo assim fez 3 x 0 aos 7 minutos, com um golaço, passe de Ganso, finalização de Thiago Mendes.
Thiago foi o jogador que o São Paulo conheceu no segundo semestre do ano passado, o melhor passador da partida contra o Toluca.
Ganso foi o melhor em campo. Saiu de campo aos 36 do segundo tempo, substituído por Lucas Fernandes, apenas para ouvir os merecidos aplausos da arquibancada do Morumbi cheio.
28/abril/2016
SÃO PAULO 4 x 0 TOLUCA – 21h45
Local: Morumbi (São Paulo); Juiz: Jonathan Fuentes (Uruguai); Miguel Nievas, Richard Trinidad; Gols: Michel Bastos 26, Centurión 41 do 1º; Thiago Mendes 7, Centurión 15 do 2º; Cartão amarelo: Galindo (21’), Trejo (69’); Expulsão: Vega 42 do 2o
SÃO PAULO: 22. Renan Ribeiro (6), 2. Bruno (6,5), 27. Maicon (6), 3. Rodrigo Caio (6,5) e 21. Mena (6); 25. Hudson (7) e 23. Thiago Mendes (7,5); 30. Kelvin (6,5) (14. Alan Kardec 25 do 2º), 10. Ganso (8,5) (29. Lucas Fernandes 37 do 2º (sem nota)) e 7. Michel Bastos (7,5); 20. Centurión (8) (11. Wesley 32 do 2º (sem nota)). Técnico: Edgardo Bauza
Banco de reservas: 24. Léo, 4. Lucão, 11. Wesley, 13. Wilder, 14. Alan Kardec, 16. Caramelo, 29. Lucas Fernandes
TOLUCA: 1. Talavera (4), 30. Jordan Silva (4), 3. Galindo (5), 4. Paulo da Silva (5) e 6. Oscar Rojas (4,5) (5. Pérez 31 do 1º (4,5)); 15. Antonio Rios (4); 11. Esquivel (4,5), 7. Velasco (5) (13. Cueva, intervalo (5)), 26. Trejo (4) e 29. Veja (4); 8. Saucedo (4) (19. Brambilla 25 do 2º). Técnico: José Cardozo
Banco de reservas: 22. Sánchez, 2. Gamboa, 5. Pérez, 10. Lobos, 13. Cueva, 19. Brambilla, 25. Navarro
PVC
Como comprador pode lucrar sem colocar seu nome na Arena Corinthians?
Por que alguém pagaria uma fortuna pelos naming rights da Arena Corinthians sem batizar o estádio com sua marca? A resposta para essa pergunta está nas estratégias discutidas entre o clube e o parceiro que o alvinegro espera estar pronto para anunciar a partir da próxima quinta-feira.
A primeira peça do quebra-cabeça, colocada na mesa por dirigentes alvinegros, é a natureza do investidor. Segundo eles, o interessado é um fundo de investimento que não possui um produto para ter vendas alavancadas a partir do anúncio no estádio. Assim, passou a ser discutida a possibilidade de o comprador revender o nome da arena se aparecer um interessado no decorrer do contrato. Nesse caso, o Corinthians teria participação no valor arrecadado.
Mas a revenda não é o ponto principal, pois ela é incerta e hoje o cenário não é animador. O parceiro tem interesse em ganhar dinheiro com produtos ligados ao programa de sócio torcedor do clube, o Fiel Torcedor. Daí veio a ideia de deixar a torcida escolher o nome do estádio. Arena do Povo e Arena da Fiel estão entre as possibilidades, como revelou o UOL Esporte. Com esse gesto, se o projeto for concretizado, o parceiro tentará criar um vínculo para convencer os sócios-torcedores a comprarem o que será oferecido.
Mas o Fiel Torcedor dá tanto dinheiro assim para compensar um investimento entre R$ 300 e 400 milhões? Não, mas mudanças agressivas no formato do programa aumentariam o rendimento. Uma das fórmulas estudadas é fazer com que a entrada no estádio seja por meio de um cartão de crédito. A ele seriam agregados outros produtos, como seguro.
Se oferecer mais benefícios, o programa pode ser mais caro. Hoje, em média, o corintiano paga anuidade de R$ 170, mas não tem direito nem a ingresso, que precisa ser comprado separadamente. Ele ganha descontos e privilégio para comprar os bilhetes conforme sua frequência no estádio.
No novo formato, uma anuidade de cartão de crédito a R$ 10 (número escolhido aleatoriamente pelo blog como exemplo) geraria R$ 10 milhões a cada 100 mil sócios (na conta não estão eventuais encargos a serem cobrados do fundo pela administradora do cartão). Hoje são cerca de 130 mil associados. Os mais otimistas falam em pelo menos triplicar essa quantidade de membros num sistema projetado para o comprador do naming rights ter lucro.
Para esse plano dar certo, é necessário que o Fiel Torcedor esteja livre para o novo parceiro. Por isso, passou a ser negociada a saída da Omni, que administra o programa e fica com cerca de 50% da receita gerada, conforme publicou a Folha de S.Paulo. Como mostrou o blog, a rescisão estava emperrada porque a empresa queria receber mais do que o clube estava disposto a pagar. Mas as conversas evoluíram nos últimos dias.
Perrone
De saída do Maracanã, Odebrecht é credora de R$ 55 mi de Fla e Bota
Em negociação para sair do Maracanã, a Odebrecht terá de acertar uma pendência de Flamengo e Botafogo. No total, a construtora é credora de R$ 55 milhões dos dois clubes por conta de adiantamentos de bilheteria, segundo seus balanços. O débito pode ser repassado ao novo operador do estádio.
O caso do Botafogo é mais mais complexo. O clube registra uma dívida de R$ 28,8 milhões com a construtora. E as garantias desse dinheiro são receitas futuras de jogadores, e rendas do Engenhão, incluindo o naming rights do estádio.
“Esse contrato de empréstimo, assim como outros, está sendo investigado dentro do clube. O contrato não passou por todos os poderes do clube como deveria. Auditores vão avaliar o caso. Não queremos fazer essa discussão ainda neste momento que a Odebrecht passa por dificuldades'', contou o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira.
No caso do Flamengo, o débito é de R$ 26 milhões com juros do CDI por ano. Há previsão no clube de quitação até o final do ano, data em que vence o contrato. Mas isso dificilmente ocorrerá por meio de bilheterias já que estádio está fechado.
Dentro da Odebrecht, algumas medidas serão analisadas para lidar com esse crédito. Uma alternativa é repassar esse crédito para o futuro gestor do Maracanã como parte da negociação. Uma segunda opções é manter a dívida com a OPI, empresa da construtora responsável pela concessão do Maracanã. Isso se os clubes não tiverem condições de quitarem os compromissos neste ano.
A parceria do Botafogo com a Odebrecht no Engenhão, que chegou a ser estudada, está descartada. A construtora não tem interesse de entrar na operação de outro estádio, e está se desfazendo de ativos.
Rodrigo Mattos
O campeão voltou? Goleada sobre o Toluca coloca o São Paulo entre os grandes favoritos ao título da Libertadores!
São Paulo 4 x 0 Toluca-MEX
Que noite mais improvável, meus amigos.
Afinal, quem poderia imaginar que o São Paulo, eliminado do Paulista sendo goleado pelo Audax, daria um verdadeiro show sobre o mexicano Toluca no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores?
E, além disso, com DOIS gols de Centurión e um do Michel Bastos.
Pois é, amigo internauta, por mais que pareça, tudo isso não é mentira!
No Morumbi, diante dos mexicanos, o Tricolor teve uma noite simplesmente irretocável e colocou os dois pés nas quartas de final da Libertadores.
Aliás, não é exagero dizer que essa belíssima atuação acabou colocando também o São Paulo entre os grandes favoritos ao título da competição continental, não é mesmo?
Camisa “pesada” o Tricolor sempre teve.
E o bom futebol, que era o que estava faltando, pelo visto, voltou ao time de Bauza.
E o que aparentemente está voltando também é uma frase criada por mim e que ficou muito famosa nos anos 90.
“Torcer pelo São Paulo é uma grande moleza!”.
E que essa boa fase não seja passageira, certo, tricolores?
Santos 3 x 0 Santos-AP
Na Vila, mesmo com o time reserva, o Santos goleou o seu xará do Amapá e avançou na Copa do Brasil
Mas, convenhamos, o Peixe não fez mais do que a sua obrigação, não é mesmo?
Milton Neves
Tite foi muito conservador; Nacional é mais forte fora do Uruguai
De Vitor Birner
Nacional 0x0 Corinthians
O empate mantém o favoritismo do Alvinegro, mas permite ao Nacional atuar como mais aprecia em Itaquera.
A agremiação de Munúa, não por acaso. fez gols em todos os jogos nos quais saiu do país.
Marcou 1 contra o Alviverde em 4 jogos, e 5 em 3 noutras 'canchas'. É mais forte quando inicia a marcação na linha que divide o gramado e investe no contra-ataque. No Parque Central fica difícil implementar essa proposta.
O empate com gols multiplicaria o tamanho do favoritismo do Alvinegro.
Precisa aproveitar, quarta-feira, o gramado muito mais veloz e escorregadio que o do Parque Central, o apoio da torcida, a qualidade técnica e o repertório que pode proporcionar o elenco.
Tite não conta com grupo de jogadores do nível que conquistou o torneio de pontos corridos, mas, se comparado ao dos 'Bolsos', tem maior quantidade de opções e características.
O treinador dos uruguaios tem limites muito menores para elaborar a proposta coletiva. Exatamente por isso, quando o jogo 'solicita' a inciativa, não acha formas consistentes para alterar escalação, tática e o que mais for necessário.
Achei a atuação do Corinthians mediana porque poderia ter mostrado mais futebol.
Ultrapassou fronteiras elogiáveis do respeito; foi mais conservadora que o jogo exigia.
O limitado e previsível Nacional
Ambos os treinadores sabiam como o oponente escalaria e posicionaria os jogadores.
Gustavo Munúa, com elenco que oferece poucas possibilidades, escalou o time principal e manteve a proposta coletiva.
Fucile, veterano, e Espino, atuaram nas laterais.
A dupla na zaga teve o lento Victorino e Diego Polenta.
No meio de campo posicionou Barcia, o melhor do setor, como sempre na ala-direita, Ramirez do outro lado com igual função, e os volantes Porras e Romero entre os dois.
O ataque teve Fernández – eventualmente recua à meia na flutuação do 4-4-2 para o 4-2-3-1 – e o competente artilheiro Nico López, que se mexe pelo gramado por não ser centroavante de área e é o mais habilidoso jogador do tricampeão da Libertadores.
Como os volantes não têm grande qualidade e Barcia, rápido, é o mais consistente na parte ofensiva do quarteto na região central, o treinador forçou os lances naquele setor e investiu em cruzamentos, pois no Gran Parque Central pleno 'não podia' priorizar o que faz melhor.
Tite altera para fortalecer a proposta
O treinador anunciou ontem que iniciaria com Rodriguinho na vaga de Guilherme. A convicção vigente de reconstruir o 4-1-4-1 foi preponderante para a mexida na escalação.
O quarteto em frente ao volante Bruno Henrique tem Lucca e Alan Mineiro que atuam rente à linha lateral. Se o sistema de marcação do oponente se dispuser a grudar jogadores em ambos, aumenta a possibilidade haver brechas no meio.
O Alvinegro, como o torcedor sabe, investe em lances pelos lados. A ideia é espalhar o sistema de marcação que enfrenta para Elias e o colega que atua por dentro se projetarem nessas brechas onde criam, entram na área e finalizam.
Guilherme ainda não conseguiu ter a dinâmica necessária para chegar na frente e recompor o sistema de marcação tal qual o coletivo necessita.
Parece faltar força física ao meia. O substituto foi mais intenso, como quer o treinador, quando recebeu oportunidades.
A grande cautela e o padrão
O Nacional mostrou futebol que merece elogios, se a referência for a média das atuações do time na Libertadores.
Insistiu nos lances pela direita e cruzamentos, o sistema de marcação do Corinthians ganhou a maioria das disputas pelo alto, e teve com Nico López diante de Cassio a melhor oportunidade do jogo.
O artilheiro, em regra, acerta esse tipo de finalização, mas tocou no canto e a bola saiu lentamente a centímetros da trave.
O Alvinegro nada fez na criação.
Se equivocou na transição à frente, pareceu receoso de chegar com muitos jogadores na meia e na área, e priorizou a marcação.
Os 'Bolsos' foram melhores, não muito, e esbarraram no bloqueio do oponente.
Inócua ambição e o conservadorismo
O Corinthians melhorou após o descanso com instruções do treinador. Conseguiu ter mais a bola e diminuiu a frequência do Nacional pelos lados em regiões nas quais podia levantar a bola área ou arriscar o chute.
Mesmo assim, Barcia conseguiu o cruzamento, Fernández cabeceou, Cassio interveio e Fagner impediu o gol.
Tite, ao notar que o time não criava e sequer conseguia o contra-ataque diante do time que tem zagueiro lento, aos 23 colocou Marlone na vaga de Alan Mineiro, que pouco fez.
O substituto e Lucca, do lado oposto, têm a velocidade para esses lances.
A mexida não otimizou o futebol da equipe com a bola. O treinador quis reforçar a proposta e, aos 34, trocou André por Romero. Assim tinha contra-ataque nas pontas e no meio. .
Não funcionou. Tinha atletas mais descansados, podia adiantar a marcação.
Nenhuma oportunidade foi criada. Romero, o volante do Nacional, após cruzamento de Nico López finalizou em gol na última, pequena, do jogo.
Manteve todos os jogadores
Não houve alterações no Nacional. O meia-atacante Ignácio Gonzáles, único que poderia agregar algo na parte técnica, sequer pode ficar no banco.
Em suma, os “bolsos' jogaram melhor e tiveram mais oportunidades, mas nada digno de ser ressaltado e que descaracterizou o resultado como melhor explicação do que houve no gramado.
Ficha do jogo
Nacional – Conde; Fucile, Victorino, Polenta e Espino; Romero, Porras, Barcia e Ramírez; Sebastián Fernández e Nico López
Treinador: Gustavo Munúa
Treinador: Gustavo Munúa
Corinthians – Cássio; Fagner, Felipe, Yago e Uendel; Bruno Henrique; Alan Mineiro (Marlone), Elias, Rodriguinho e Lucca; André
Treinador: Tite
Treinador: Tite
Árbitro: Patrício Loustau (Argentina) – Assistentes: Eduardo Cardozo e Roberto Cañete (PAR)
Morumbi treme, joga e goleia, com classe de Ganso e coração de Centurión
O São Paulo começou a vencer o jogo as 20h12mim. Foi aí que o ônibus chegou ao Morumbi. Os jogadores foram recebidos com uma festa imensa, com direito a sinalizadores e muito calor humano. Aqueles que, uma hora e 32 minutos entrariam em campo foram levados ao estádio em uma onda de vibração e amor.
Os contestados Centurión e Michel Bastos se sentira amados.
Ganso percebeu a confiança que a torcida tem no seu futebol.
Renan Ribeiro se esqueceu do apendicite.
A entrada em campo, saudada por 53 mil pessoas tem a ver com a personalidade e caráter com que o time entrou em campo.
Foi pressão o tempo todo. Kelvin e Bruno pela direita. Michel Bastos e Mena pela esquerda. Dali, saíam cruzamentos e cruzamentos. Ganso e Centurión, que ficavam fora da área se projetavam para a conclusão.
Havia muitas inversões de jogadas. A bola ia de um lado para o outro. O Toluca sentia a falta de seus titulares e era totalmente dominado por um time que não tinha Calleri, seu jogador mais importante.
Michel, contestado pela torcida, fez o primeiro, após cobrança de lateral.
Centurión, ironizado pela torcida, fez o segundo. Um golaço.
Libertadores tem o peso do gol fora de casa. Se o placar se mantivesse até os 30 minutos, por exemplo, o São Paulo cairia no velho dilema: continuar atacando para fazer o terceiro ou se resguardar para não sofrer o tal gol fora de casa.
Não houve tempo para dilema. Kelvin, Ganso e Thiago Mendes fizeram linda triangulação e saiu o terceiro, com o volante.
E quem disse que não tinha centroavante em campo?
Centurión fez o seu segundo, muito parecido com o de Calleri contra o River. Gol chorado, brigado, gol de corazón.
Foi quatro. Podia ter sido seis.
A classificação está próxima, principalmente porque o São Paulo de Bauza não é do tipo que perde uma chance dessas. Não deixaria escapar uma classificação depois de tanto sofrimento na primeira fase.
Menon
Casamento e boa forma. Alex Silva quer jogar em time grande no Brasileiro
Alex Silva vai casar. Nesta sexta-feira, ele e Suellen Silva vão se unir em matrimônio em Amparo (SP), diante de amigos e parentes. Este será o segundo casamento do zagueiro. Do primeiro, ele tem um filho, Miguel, de seis anos, que mora em Porto Alegre.
Alex está na correria: “Estou correndo atrás das coisas do meu casamento”, disse ao Blog do Boleiro.
O jogador de 31 anos trabalha dobrado na cidade onde nasceu e pretende viver (“É a minha terra, um lugar que amo, e estou perto dos meus pais e meus irmãos”). Está treinando com um preparador físico em dois períodos. De manhã, cuida do preparo físico. De tarde, faz atividades com bola.
Alex garante: está em forma, pesando 85 quilos para um metro e 92 centímetros de altura. “Estou melhor fisicamente. Afinal, naquela época não me cuidava. E agora estou na versão atleta e homem que não vai mais às baladas e quer seriamente voltar a jogar em um time grande”, afirmou.
Casamento, trabalho dobrado e vontade de voltar a atuar em time grande.
Alex mudou mesmo. A vida do Pirulito, apelido que ganhou dos boleiros, virou do avesso. Em 2014, depois de ser detido por policiais rodoviários por dirigir alcoolizado, ele decidiu mudar de vida.
Reduziu o consumo de bebida alcoólica a “um copo de vinho, de vez em quando”. Trocou as noites em claro com muito samba de raiz por células de oração e música gospel em Amparo. Foi lá onde conheceu Suellen. A descrição do amor entre o jogador e sua futura esposa não poderia ser mais “gospel”.
“Nós nos conhecemos na igreja. Foi uma bênção de Deus. Ambos estávamos orando para que Deus enviasse um homem de Deus para ela e uma mulher com o coração de Deus para mim. Ele nos abençoou colocando um na vida do outro. E debaixo de oração. vamos nos casar e fazer a vontade de Deus”.
Nesta temporada, Alex Silva foi capitão do Rio Claro no Campeonato Paulista. O time andou mal, foi rebaixado, fez a pior campanha do torneio. A defesa sofreu 26 gols. Mesmo assim, o zagueiro considerou esta experiência como um cartão de visitas.
“Estou triste por não ter conseguido o objetivo, que era não cair. Mas fiquei feliz pela sequência que pude ter e por ter provado para todos que estou em perfeitas condições de atuar. Muito se falava do joelho, de como o Alex estava e deu pra mostrar que estou bem”, falou.
Uma partida em particular deixou Alex satisfeito. Mesmo com a derrota para o São Paulo (0 a 1), no Pacaembu, ele recebeu elogios pela atuação. “Atuar bem contra uma equipe grande, com grande jogadores, ajuda a convencer. E deu para eu ver que posso disputar um Brasileirão em alto nível, contra clubes como o São Paulo”, falou.
Contra e a favor. Afinal, Pirulito não esconde que gosta do São Paulo. “Seria uma honra jogar lá”, disse. No ano passado, ele bem que tentou. Procurou os dirigentes, deixou recados. Foi ignorado.
Depois de passar por Vitória, Rennes, São Paulo, Hamburgo, Flamengo e Cruzeiro, Alex Silva entrou em um processo de decadência. Em 2013, disputou a Série B com o Boa Esporte. No ano seguinte, atuou no São Bernardo. Em 2015, no primeiro semestre, disputou o estadual no Brasiliense.
No São Paulo, ele foi bicampeão brasileiro (2006 e 2007) e chegou à seleção que ganhou a Copa América de 2007. Foi negociado com o Hamburgo, vendido por 13 milhões de euros. Voltou em 2010, emprestado. Andou trombando com o então presidente Juvenal Juvêncio. Deixou o clube para jogar no Flamengo.
Agora, ele tem uma empresa para tentar coloca-lo em uma equipe que vai disputar a Série A do Brasileiro. É o que ele quer. Se não der, pode atuar na segunda divisão.
Alex quer jogar. E vende o peixe: “Quem contratar o Alex vai ter o jogador que foi no Rio Claro FC. Um líder, uma pessoa que vai ajudar dentro de campo e fora dele também. Uma pessoa madura que está procurando agregar o grupo com coisas positivas, passando experiência para os mais jovem com a experiência de minha vida. Sei dizer o que é certo ou errado”.
Baseado na experiência de vida, Pirulito mostra que o Alex repaginado ainda pode mostrar serviço: “É a versão do atleta e do homem que aceitou Cristo há dois anos. E que abriu mão das coisas do mundo. Quando me refiro ao mundo, estou colocando as baladas, a bebida e a vida que eu levava. Hoje sou outro homem”, garantiu.
Luciano Borges
Enquanto meia do Santos espera, já tem um Lucas Lima se dando bem na Europa
O meia Lucas Lima não faz muita questão de esconder que pretende trocar o Santos pela Europa assim que for possível. Mas, enquanto ele espera pela transferência, já há um xará seu ganhando destaque no futebol do Velho Continente.
O lateral esquerdo gaúcho Lucas Pedro Alves de Lima, ou simplesmente Lucas Lima, 24, é o principal jogador do Arouca, sensação do Campeonato Português na atual temporada.
O pequeno time, que só chegou à primeira divisão três anos atrás, é o quinto colocado e está prestes a obter a inédita classificação para a Liga Europa.
E uma parte considerável da responsabilidade pelo sucesso da equipe pode ser creditada a Lucas Lima.
Especialista em cobranças de falta, o lateral marcou quatro vezes no Português. É o vice-artilheiro do time e o defensor que mais balançou as redes em todo o campeonato.
Além do faro goleador pouco comum entre os jogadores de defesa, Lucas Lima também é o rei das assistências do Arouca na temporada. Já são seis passes para gol, cinco no campeonato e um na Taça de Portugal.
“Eu pude me adaptar rapidamente ao clube e estou conseguindo fazer uma boa temporada. É uma nova cultura, um novo momento na minha carreira. Com certeza, estou ganhando muita experiência e evoluindo a cada dia”, afirma.
O sucesso do brasileiro em Portugal tem sido meteórico. Revelado pelo Criciúma e com passagens por Internacional, Paraná, Botafogo, Goiás e ABC, o lateral está há menos de um ano no Arouca.
Tempo que já foi suficiente para se adaptar a um novo estilo de jogo, com mais cobranças de posicionamento e rigidez no comportamento dentro de campo.
“O futebol europeu é diferente do Brasil e aqui eles exigem e orientam sempre a parte tática. O nosso time está fazendo uma boa competição e isso é fruto do trabalho de todos.”
No Arouca, Lucas Lima tem a companhia de mais cinco brasileiros. Os mais conhecidos são o goleiro Rafael Bracalli (ex-Paulista de Jundiaí e com passagem pelo Porto), o zagueiro Jubal (ex-Santos) e o atacante Maurides (ex-Internacional).
Mas, dificilmente, ele continuará ao lado dos parceiros na próxima temporada. Como todo jogador de time pequeno que se destaca em Portugal, o lateral já tem tido seu nome ligado a possíveis transferências para um dos três grandes do país (Benfica, Porto e Sporting).
Pelo menos por enquanto, Lucas Lima na Europa é sinônimo de lateral, cobranças de falta e zebra em Portugal.
Rafael Reis
Complexo de vira-lata na Libertadores
Entre o início da Libertadores, em 1960, até os anos 1990, os clubes brasileiros venceram apenas cinco das 30 edições, sendo duas com o Santos de Pelé. Na década de 1990, após o bi do São Paulo de Telê Santana, em 1992/93, houve uma mudança radical. Em 22 anos (entre 1992 e 2013), os clubes brasileiros participaram de 19 finais e ficaram de fora de apenas três decisões (1996, 2001 e 2004). Foram 12 títulos, duas finais caseiras (2005 e 2006) e sete vices. Retrospecto digno pela força do país no continente.
Nos últimos três anos, porém, o desempenho dos times brasileiros na Libertadores têm sido pífio. Principalmente em um período em que os elencos das equipes brasileiras valem muito mais do que de nossos rivais sul-americanos e mexicanos.
Em 2014, três clubes caíram logo na fase de grupos (Atlético-PR, Botafogo e Flamengo). Um recorde desde que a competição mudou seu formato, em 2000. Nas oitavas, caíram Grêmio e o então campeão Atlético-MG. Já nas quartas foi a vez de o Cruzeiro ser eliminado pelo San Lorenzo, que já havia despachado o Grêmio.
Em 2015, São Paulo e Atlético-MG foram eliminados nas oitavas por Cruzeiro e Inter. Já o Corinthians, grande favorito, caiu diante do pequeno Guaraní-PAR. Nas quartas, o Cruzeiro foi eliminado pelo River Plate ao perder de 3 x 0 em casa. Já na semifinal, o Inter não foi páreo para o Tigres-MEX. Assim, os brasileiros ficaram de fora de duas finais seguidas. Algo que não acontecia desde 1991.
Em 2016, o São Paulo passou pela fase preliminar precisando se esforçar bastante para eliminar o fraco Universidad César Vallejo-PER. Na fase de grupos, perdeu incrivelmente para o sempre saco de pancadas The Strongest e arrancou a classificação na Bolívia com muito sufoco. Já o Palmeiras, que iniciou a competição com o 5º elenco mais valioso, acabou eliminado na fase de grupos.
Ontem, pelas oitavas de final, os três brasileiros que jogaram não marcaram gols. O Grêmio, em casa, foi derrotado com justiça pelo Rosario Central, em casa, por 1 x 0. O Atlético-MG até criou algumas chances de gol, mas ficou no 0 x 0 com o Racing, na Argentina. O Galo, avaliado em 64 milhões de euros, contra o Racing (40 milhões) e hoje apenas o 14º no Campeonato Argentino.
Já o Corinthians (64 milhões) não deu um chute a gol certo contra o Nacional (19 milhões), em Montevidéu. Mesmo em reconstrução, o time do técnico Tite conta com um elenco muito mais forte do que o time uruguaio, que tem o zagueiro Victorino como titular. O jogador quase nem entrou em campo por Palmeiras e Cruzeiro nos últimos quatro anos.
Até agora, em 18 jogos fora de casa na Libertadores de 2016, os clubes brasileiros venceram apenas três jogos. O Atlético-MG contra o Melgar-PER (que não pontuou na Libertadores), o Corinthians contra o Cobresal-CHI (que só venceu um jogo e levou de 6 do próprio Corinthians reserva em São Paulo) e o Grêmio, contra o LDU Quito-EQU, que já estava desclassificado na última rodada da fase de grupos.
O São Paulo (79 milhões), outro brasileiro nas oitavas, joga hoje contra o Toluca (32 milhões), no Morumbi. O clube mexicano é apenas o 11º no campeonato nacional e não deverá se classificar para a fase final, entre os oito primeiros. Ainda assim, há um certo favoritismo do Toluca pela campanha realizada na primeira fase da Libertadores.
Jogar pelo 0 x 0 fora de casa é algo que jogadores e treinadores brasileiros acham excelente. Não perder, não levar gol se torna o principal objetivo, independentemente do adversário. Sendo ele o The Strongest, o Cobresal, o River Plate ou o Nacional. É muito pouco para o futebol brasileiro. Assumir essa inferioridade é algo inadmissível. Seria ótimo ver nossos times jogando para frente fora de casa, buscando a vitória. Resolvendo a parada logo no jogo de ida. Um gol do Nacional em São Paulo tornará o jogo do Corinthians um caos. Uma virada necessária viria com muito esforço (ou nem aconteceria).
Com a farta transmissão do futebol europeu nos canais da TV brasileira, dá gosto de ver os grandes times se impondo diante dos pequenos nos campeonatos nacionais, na Liga dos Campeões ou na Liga Europa. Enquanto que aqui, sofremos para ver bons jogos dos grandes pela TV. Dá para contar nos dedos as boas apresentações dos grandes em partidas pelo Brasileirão, Estaduais e Libertadores fora de casa. Não é de se espantar que um técnico um pouco mais ousado consiga sucesso, como Fernando Diniz pelo Audax Osasco.
E o triste é saber também que a Seleção Brasileira também passa pelo mesmo processo. Um jogo contra o Paraguai, pelas eliminatórias, virou um dos mais complicados na história. Quando jogamos contra o Chile, Uruguai, Colômbia e Argentina, fora de casa, achamos que o empate já é um ótimo resultado. Até contra o Equador o confronto em Quito vem sendo encarado como complicado.
Depois do trauma da derrota da Copa do Mundo de 1950, Nelson Rodrigues criou a expressão “Complexo de vira-lata'', por conta do sentimento de inferioridade que o brasileiro se colocava diante do mundo. E não só no futebol. Hoje, pós-vexame do 7 x 1 na Copa de 2014, passamos pelo mesmo período.
Rodolfo Rodrigues
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