segunda-feira, 18 de abril de 2016

Santa Cruz vence Bahia em plena Fonte Nova e chega a final inédita da Copa do Nordeste

Resultado de imagem para copa do nordeste

Gol do Tricolor foi marcado pelo atacante Grafite, ainda no primeiro tempo de uma partida que teve ânimos acirrados e quatro expulsões, incluindo a do técnico coral


Nunca antes na história o Santa Cruz foi tão longe numa Copa do Nordeste. A hora de disputar a decisão do torneio regional finalmente chegou. Graças à aplicação e ao jogo coletivo do Tricolor Pernambucano na tarde deste domingo, ao derrotar o Bahia por 1 a 0, na Arena Fonte Nova, em partida com ânimos acirrados. A classificação inédita à final veio com gol solitário de Grafite, ainda no primeiro tempo.

Antes mesmo de o cronômetro marcar dois minutos, João Paulo já pedia calma para o Vitor. Recado que poderia se estender para outros atletas do time do Santa Cruz e também do Bahia. Os ânimos estavam aflorados. A ansiedade tomava conta de muitos jogadores. Tiago Cardoso e Neris, por exemplo, não se entenderam para chegar a uma bola que parecia inofensiva e quase dão de graça um gol para Danilo Pires. O Bahia errava também. Sorte dos corais. Ao tentar sair com bola dominada na defesa, o zagueiro Róbson perdeu disputa para Grafite, que tirou o goleiro Marcelo Lomba da jogada e fez 1 a 0.

O descontrole permanecia e contrariava um dos pilares do trabalho do treinador Milton Mendes, da corrente que preza pelo “equilíbrio mental” em campo. Neris se desentendeu com Hernane Brocador e deixou o braço no rosto do atacante dentro da área, num lance sem bola. A arbitragem não marcou pênalti porque não viu. O Brocador revidou depois. Mas em Alemão. Deu uma entrada dura no tornozelo do zagueiro do Santa e escapou de ser expulso.

Neste clima de acirramento, foi o Tricolor de Aço quem cresceu. Principalmente aproveitando-se dos erros individuais e espaços deixados por Vitor e Tiago Costa nas laterais, começou a chegar na meta de Tiago Cardoso, autor de defesas em cabeçadas de Thiago Ribeiro e Edigar Junio. Antes, esse último ainda havia chutado para fora quando esteve à frente do goleiro do Santa, sem marcação alguma.

A aplicação tática da equipe de Mendes, entretanto, acabou eclipsando as falhas individuais e impediu que o Bahia progredisse ainda mais sobre o seu campo defensivo no primeiro tempo. Com essa mesma toada, o Santa soube ainda colocar mais a bola no chão para criar as jogadas no início do segundo. Grafite poderia ter feito mais um, já aos sete da etapa final. Mas jogo era aberto e foi ganhando contornos de drama com o passar do tempo.

Os comandados de Doriva se viam obrigados a partir para cima e tentar um empate que os levariam para a decisão após o 2 a 2 no jogo de ida, no Arruda. Foi o que fizeram. Criar não era uma missão ácil. Quando conseguiram, os atacantes, porém, perderam gols. Sorte de um diligente Santa Cruz que tinha uma tarde em que tudo deu certo.  Se essa sorte perduraria até o apito final, ninguém sabia. Doriva acionou o atacante Zé Roberto e deixou o Bahia com quatro jogadores na linha de frente.

Ânimos se acirram ainda mais
Ao ser substituído, Grafite, que já tinha cartão amarelo, recebeu o segundo do árbitro por ter feito “cera”. O árbitro voltou atrás e a sua atitude levou à revolta do time baiano. Armou-se uma confusão no gramado. No meio do tumulto, Milton Mendes deu uma cabeçada no auxiliar técnico do Bahia. Destemperado e indo de encontro ao que prega para o elenco, terminou expulso. O zagueiro Róbson, do Bahia, e João Paulo também receberam cartões vermelhos ao parar contra-ataques. Mais retraído com a entrada do volante Wellington Cézar no lugar do camisa 23, a equipe pernambucana resolveu se segurar. Conseguiu com primazia. Fez história. Ainda viu Moisés ser também expulso no último lance do confronto.

Santa Cruz 1
Tiago Cardoso; Vitor, Alemão, Neris e Tiago Costa; Uillian Correia, João Paulo, Wallyson, Keno (Léo Moura) e Arthur (Raniel); Grafite (Wellington Cézar). Técnico: Milton Mendes.

Bahia 0
Marcelo Lomba; Tinga (Zé Roberto), Róbson, Éder e Moisés; Paulo Roberto (Rômulo), Danilo Pires e Juninho; Thiago Ribeiro, Edigar Junio (Luisinho) e Hernane Brocador. Técnico: Doriva.

Local: Arena Fonte Nova (Salvador-BA).
Árbitro: José Ricardo Vasconcellos Laranjeira (AL).
Assistentes: Pedro Jorge Santos de Araújo (AL) e Rondinelle dos Santos Tavares (AL).
Gol: Grafite (13’ do 1T, Santa)
Cartões amarelos: Grafite e João Paulo (Santa Cruz); Hernane Brocador, Róbson e Juninho (Bahia)
Cartão vermelho: Milton Mendes e João Paulo (Santa Cruz); Róbson e Moisés (Bahia)
superesportes

Sem falar de confusão, Mendes elogia Santa Cruz e celebra: "Conseguimos fazer história"

Técnico disse que time coral foi "inteligente" e "maduro" para conquistar vaga na final e tratou acirramento de ânimos no jogo como "coisas do futebol"


Em pouco mais de duas semanas no comando do Santa Cruz, Milton Mendes já conseguiu fazer história no Santa Cruz. Ao levar o Tricolor Pernambucano a uma inédita final de Copa do Nordeste, não deixou de comemorar o feito. Depois da vitória por 1 a 0 sobre o Bahia, na Arena Fonte Nova, externou o seu orgulho dos jogadores, muitos que conhecem a tão pouco tempo. Definiu a atuação coletiva da equipe como “inteligente” e “madura”. Em meio a tanta celebração, preferiu, por outro lado, não comentar sobre o incidente que se envolveu no segundo tempo do jogo, quando deu uma cabeçada em membro da comissão técnica do adversário e terminou sendo expulso.

O treinador reconheceu que o clima da partida em Salvador, com quatro expulsões, foi mesmo pesado. Ainda assim, segundo ele, “coisas do futebol”. Numa forma de se blindar, preferiu não responder perguntas relacionadas diretamente à sua atitude com o auxiliar técnico do Bahia - que, por sinal, vai de encontro ao “equilíbrio mental” que faz questão de pregar rotineiramente aos atletas.

“Gostaria de falar sobre futebol. Futebol que é mais bonito, foi bonito dentro de campo. Nós, como profissionais, temos que falar sobre futebol. Tudo que está em volta, que não é o futebol, não é bom. Então, eu gostaria de me fixar nisso, de falar sobre o que aconteceu dentro das quatro linhas.”

O comandante coral não poupou palavras, porém, para exaltar os jogadores do Santa. “A nossa equipe tinha uma estratégia e soube trabalhar em todos os momentos. Foi inteligente e madura. A equipe portou-se muito bem e estou muito orgulhoso, de uma entrega, de um trabalho extraordinário dentro de campo. Estão todos de parabéns”, disse, sem deixar de salientar a ida à primeira decisão de Nordestão do clube coral

“O nosso torcedor deve estar feliz porque conseguimos fazer história neste momento. Estamos na final, a primeira do Santa Cruz (na Copa do Nordeste) e estou feliz por fazer parte disso também”, afirmou.

superesportes


Nenhum comentário:

Postar um comentário