terça-feira, 21 de junho de 2016

Opinião Cosme Rímoli


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Tite começa a acabar com as regalias de Neymar. Sutilmente. A primeira. Deixará de ser o único capitão da Seleção. O segundo passo será começar a jogar pelo time. Como faz no Barcelona. E não para ele…


161 Tite começa a acabar com as regalias de Neymar. Sutilmente. A primeira. Deixará de ser o único capitão da Seleção. O segundo passo será começar a jogar pelo time. Como faz no Barcelona. E não para ele...
Para bom entendedor, um quarto da faixa de capitão, basta. Tite é muito vivido, esperto. E há dois anos se preparou para suas primeiras declarações como treinador da Seleção Brasileira.

E foi direto no que, para muitos é solução, mas quem conhece os bastidores da CBF, sabe que virou um problema: Neymar. O jogador mais talentoso e egocêntrico da Seleção não abre mão das suas regalias, dos privilégios. Mas depois de Mano, Felipão e Dunga ficarem de joelhos diante de suas exigências, parece que chegou alguém com coragem o suficiente para dizer basta.
"Todos têm uma responsabilidade em cima da performance. Essa é a grande marca de uma equipe de futebol. E é essa a mudança de capitania te traz isso. Existe vários tipos de liderança. São várias facetas de capitania. O exemplar no dia a dia, no aspecto disciplinar. Eu procuro sim, fomentar o tipo de relação. Ganha um ganha todos."
É preciso tradutor para a 'titebilidade', sua maneira de se expressar. Deixa sua posição claro, apesar de falar nas entrelinhas. E o recado foi direto. Descobriu uma maneira sutil para tirar a capitania da Seleção Brasileira do jogador que se comporta como celebridade. Repetirá o rodízio que fazia com sucesso no Corinthians.
Esse é o início de uma revolução na relação que estragava o ambiente da Seleção. Neymar está há seis anos acima do bem e do mal. A hipocrisia fez com que Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo del Nero tudo permitissem e nada cobrassem do único talento de uma geração de coadjuvantes.
 Tite começa a acabar com as regalias de Neymar. Sutilmente. A primeira. Deixará de ser o único capitão da Seleção. O segundo passo será começar a jogar pelo time. Como faz no Barcelona. E não para ele...
Ainda mais porque o jogador do Barcelona sempre contou com três escudos importantíssimos no organograma extraoficial da Seleção. A Nike,a TV Globo e a Pitch. Ele sempre teve o apoio integral da fabricante de material esportivo, de quem é garoto propaganda. A marca também patrocina o Brasil. A emissora de Galvão Bueno usa Neymar como ídolo para tentar evitar a decadência da audiência dos jogos da Seleção. E, por último, a Pitch, organizadora de amistosos, que torna obrigatória a presença do camisa 10.
Tite sabe de tudo isso. Mas está vacinado. Sabe que o fracasso de quem permitiu tudo a Neymar, o levou à Seleção. E por isso, não vai dar. Ele deixou claro, citando até a grande final do basquete norte-americano.
"É como eu vi ontem na final da NBA. Teve o toco do LeBron James, que determina a sequência com o Irving fazendo os pontos. O futebol é assim também, no aspecto de senso coletivo."
O treinador que Neymar passe a jogar pelo grupo, pelo time, como faz no Barcelona. E não use a camisa da Seleção para jogar para ele mesmo. Tentar dar um show particular, sem priorizar a vitória do time e sim seus dribles, sua ginga, seu talento. Quantos e quantos contragolpes, Neymar não já matou na Seleção, tentando dar um drible a mais? E nenhum técnico abriu a boca para censurá-lo?
Ou seja, depois de colocar na balança, o treinador sabe que não há mais cabimento dar tanta regalia a um jogador e cobrar forte os outros 22 em cada convocação. Provoca rancor, ressentimento. O grupo pode sorrir para as selfies do jogador/celebridade, mas não vê liderança legítima em Neymar.
Jogador de futebol é muito instintivo. Vai percebendo o espaço que tem e o exerce. Ao ser chamado por Mano, Neymar era camisa 11, feliz da vida. Nem pensava na faixa de capitão. O zagueiro Lúcio era o capitão. Estava tudo tranquilo. Só que, com o passar do tempo, o atacante do Barcelona percebeu que era pouco. Logo depois da Olimpíada de Londres, percebeu que não tinha cabimento Oscar ser o camisa 10 e ele jogar com a 11.
E na Copa das Confederações no Brasil, vestia a 10. Quem deu essa ideia? Uma das pessoas que cuida de sua imagem. E comentarista 'isento' da TV Globo, Ronaldo. Ele também passou dicas como ser o último sempre a entrar em campo. Em todo treinamento vestir algo diferente, que o destaque. Se todos estão com camisa curta, colocar uma longa. Uma toca, um boné. O que for para chamar a atenção. Trocar as chuteiras durante uma partida é sempre bom para a patrocinadora.
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Truques de jogadores midiáticos.
E tudo que Tite detesta. Ele teve de engolir Ronaldo gordo no Corinthians. Mas quem o conhece intimamente sabe que o treinador detestava seu comportamento. Como o de Roberto Carlos. Sabe que os dois foram responsáveis pela eliminação na pré-Libertadores de 2011 contra o Tolima. E que quase mudou radicalmente sua carreira.
Por isso, Tite está tomando pé da situação. E já escolheu o grupo em relação a Neymar. A abordagem será calma, cautelosa, mas firme.
Edu, novo coordenador de Seleções, também é muito astuto. Sabe que não vale a pena tentar enquadrar de qualquer maneira, o atacante. E ajudará Tite a mostrar que as coisas serão mais justas na Seleção.
O rodízio na capitania é o primeiro sinal.
Neymar que seja maduro.
E entenda que a Seleção é mais importante do que qualquer jogador.
Por incrível que pareça.
Mais importante até que ele mesmo.
Se não sabe, Tite vai ensinar...
532 Tite começa a acabar com as regalias de Neymar. Sutilmente. A primeira. Deixará de ser o único capitão da Seleção. O segundo passo será começar a jogar pelo time. Como faz no Barcelona. E não para ele...

autor ; Cosme Rímoli

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