O Palmeiras suou sangue. Mas conseguiu segurar o Grêmio. O empate em 0 a 0 valeu um ponto precioso. E que mantém o time de Cuca isolado na liderança do Brasileiro…
O Grêmio não permitiu que o Palmeiras jogasse como o líder do Brasileiro. Pelo contrário. Os gaúchos jogaram pela honra. Depois de humilhados na derrota por 4 a 0 para o Coritiba. O time de Roger deu um sufoco incrível. Com excelente atuação do goleiro Jaílson. Mas a equipe de Cuca também foi valente. Se desdobrou. Suou sangue. Ainda quase venceu o jogo, com chute de Dudu no travessão e Rafael Marques, obrigando Marcelo Grohe a excelente defesa.
Houve dois destaques palmeirenses no confronto. O primeiro foi Gabriel Jesus. Várias vezes, ele enfrentou sozinho o duro, violento sistema defensivo gremista. E o atacante da Seleção e que já foi vendido para o Manchester City por R$ 121 milhões, não fugiu das pancadas. Driblou, provocou. Tomou várias pancadas. E continuou obstinado, sem medo. Acabou saindo contundido. Sofreu uma entrada violenta de Bolaños. Saiu de maca, sentindo o músculo adutor da coxa esquerda. E preocupa para os próximos decisivos confrontos.
Outro jogador com grande atuação foi Jaílon. Fez pelo menos três excepcionais defesas. Está se mostrando cada vez mais um substituto à altura de Fernando Prass. Já ganhou a confiança do time, de Cuca e dos torcedores.
Diante das circunstâncias, o Palmeiras conseguiu um ótimo resultado. O 0 a 0 acrescentou um ponto na liderança do Brasileiro. Agora, dois outros jogos contra adversários diretos pelo título, na semana mais importante do campeonato. O Flamengo, em casa, na quarta. E o Corinthians, sábado, em Itaquera.
Há partidas onde o emocional pesa mais do que o racional. Esta foi uma delas. Cuca foi jogador e conhece muito bem o Grêmio. Sabia que o time gaúcho estava pressionado. Despencou no Brasileiro. E vinha de uma partida desastrosa, humilhante. Foi goleado diante do Curitiba por 4 a 0. Tinha a chance de ouro de recuperar moral. Vencer o líder do Brasileiro na sua arena, em frente dos apaixonados torcedores.
Cuca tinha certeza que não teria um jogo normal pela frente. Mas uma guerra. E foi o que Roger tratou de armar. Montou uma equipe extremamente ofensiva. E que tratou de sufocar o Palmeiras até onde os pulmões de seus atletas aguentassem. A marcação por pressão na linha de defesa do clube paulista foi impressionante. O elenco gremista tem dois jogadores talentosos, habilidosos ofensivamente. Douglas e Luan. São cobrados por não vibrarem. Mas eles também atuaram ensandecidos. Queriam a vitória de qualquer maneira.
A ansiedade gremista transformou o líder do Brasileiro em uma equipe acuada. E sem a menor paz para sair jogando. Eram chutões e mais chutões de seus zagueiros e volantes. O que era péssimo. Apenas devolviam a bola para os gremistas pressionarem mais e mais.
Era como se o meio de campo do Palmeiras não existisse. Sem ele, ficava impossível para o time de Cuca concatenar os sonhados contragolpes em velocidade. Gabriel Jesus era o jogador responsável por desafogar, acabar com a pressão gremista. Ele recuava para a intermediária para ajudar na marcação. E tratava de sair driblando para tirar a bola da área palmeirense. Passava por um, dois até tomar o pontapé do terceiro. Essa cena se repetiu inúmeras vezes. E o garoto de 19 anos, seguia, corajoso.
O Grêmio teve chances importantes na primeira etapa com Pedro Rocha e Bolaños. O goleiro Jaílson se desdobrou não só em defesas. Mas nos inúmeros cruzamentos na sua área. Roger também sabe que seu elenco é mais badalado do que talentoso. E seus jogadores insistiam em levantar a bola na área. O que facilitava o trabalho da pressionada, mas racional zaga paulista. Especialista em cabeçadas.
Cuca só não queria perder o jogo. E seguiu na segunda etapa com seu esquema. 4-1-4-1, com apenas Dudu mais à frente. Foi uma batalha nas intermediárias. O Grêmio já se escancarava. Queria vencer de qualquer maneira. Roger liberava seu meio de campo, chegou até a colocar a equipe no 4-2-4. Precisava derrubar o líder do Brasileiro.
A maior chance do time gaúcho foi em uma cobrança de falta de Edílson. A bola iria no ângulo, Jaílson se esticou, a desviou. Caprichosa, ela foi beijar o travessão. Eram 17 minutos. O lance incendiou ainda mais a arena gremista.
Mas o Palmeiras daria o troco, aos 35 minutos. Lucas Barrios serviu, de peixinho, Dudu. Livre, o atacante chutou com toda a força. E a bola explodiu no travessão e saiu.
Aos 43 minutos, Dudu lançou Rafael Marques. Sozinho com Marcelo Grohe. O atacante chutou reto e facilitou a defesa do goleiro gremista. Foi a última chance do jogo.
O Palmeiras conseguiu segurar o ímpeto gremista.
O 0 a 0 tem sim de ser comemorado.
Foi um grande resultado.
Diante das circunstâncias.
As preocupações no restante da semana são três.
Flamengo, Corinthians.
E, principalmente, o valente Gabriel Jesus.
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