por Cosme Rímoli
Palmeiras leva vantagem no troca-troca duplo com o Cruzeiro. Terá Fabrício, objeto de desejo de Cuca. E mandou Robinho, nem volante e nem meia no Palmeiras. E Lucas, em péssima fase. Começou a reformulação…
Cuca já havia decidido. Não confiava mais em Lucas. O lateral não conseguia apoiar e defender como o treinador precisava. Tinha perdido a posição para Jean.
E quanto a Robinho, o diagnóstico é mais sutil. Os chutes certeiros, principalmente de fora da área ou nas bolas paradas disfarçavam muita coisa. O jogador não conseguia render como volante. E nem como meia. Discretamente improdutivo para o time vibrante que o novo treinador quer montar para ganhar o Brasileiro.
Por isso, ele convenceu Alexandre Mattos a oferecer os dois jogadores ao Cruzeiro. Sem treinador para analisar, coube ao presidente Gilvan Tavares pensar sobre a pedida por dois laterais. Ouviu o vice de futebol Bruno Vicintin. Os dirigentes ouviram a pedida por Fabiano e Fabrício. Ganhariam um lateral vivido, líder. E um meia. Jogador que o clube havia tentado contratar, seguindo indicação do ídolo Alex.
Mattos não teve dificuldade em acertar as trocas por empréstimo. Fabiano e Lucas até o final deste ano. E Robinho e Fabrício até o fim de 2017.
Neste troca-troca duplo, o Palmeiras ganhou. Por quê? Por Fabrício. Cuca acredita que, aos 29 anos, ele é um dos grandes desperdícios do futebol brasileiro. Sua personalidade explosiva, a falta de equilíbrio emocional disfarça um jogador habilidoso, intenso, vibrante e canhoto para o meio de campo palmeirense. Não como meia, como já andaram espalhando. Ele o quer como volante. Saindo com a bola dominada, de cabeça erguida. Fazer o que Zé Roberto não conseguiu.
Conhece também Fabiano, 24 anos, e o considera jogador de consistência defensiva. Forte, firme no setor. Não é brilhante no apoio. Mas é confiável. Tanto que pode atuar também como zagueiro durante o jogo.
De uma vez só, Cuca conseguiu movimentar quatro atletas. Reforçar o Palmeiras e ainda negociar dois atletas que não via mais como titulares.
O treinador quer enxugar o elenco de 37 atletas. E ainda buscar outras peças. Como um ou até dois meias. E mais um zagueiro importante.
"Agora vou poder treinar e montar uma equipe mais ou menos da minha feição. Temos muitos jogadores, vamos dar uma diminuída, até para que alguns possam jogar. Eles não podem ficar um ano entrando pouco no time. E precisamos reforçar o grupo", disse Cuca.
Leandro Almeida, Fellype Gabriel, Régis, Nathan, Thiago Santos, Rodrigo, Cristaldo e até Rafael Marques podem sair. Se surgirem boas propostas por Arouca e Edu Dracena, ambos podem ser negociado. Cuca está de olho em Cleberson do Atlético Paranaense. Mas existe a possibilidade de Tóbio retornar do seu empréstimo ao Boca Juniors.
A prioridade de Cuca segue sendo um grande meia. Capaz de desequilibrar o jogo com um passe, um lançamento. Isso incomoda demais o treinador. Ele está sondando o mercado. Há até a possibilidade de esperar a abertura da janela internacional. Talvez até com a participação financeira da Crefisa, já que os problemas entre os donos da patrocinadora e o presidente Paulo Nobre acabaram. Os nomes de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart são comentados no Palestra Itália.
A prioridade do Palmeiras é vencer o Brasileiro.
Foi um pedido pessoal de Nobre a Cuca.
Para isso, a reformulação já começou no Palmeiras.
E será mais profunda do que muitos imaginavam.
Não há ninguém intocável.
Arena do Povo. Arena da Fiel. Arena dos Milagres.
Endividado, Corinthians espalha que, depois de seis
anos,
venderá os naming rights do Itaquerão. Empresa pagaria
R$ 420 milhões e não gostaria de ter seu nome no
estádio. Tudo muito estranho…
Conselheiros corintianos estão achando tudo muito estranho. Uma fundo internacional de investimento resolve colocar R$ 420 milhões no clube. Em plena recessão. Compra o naming rights. Mas não quer colocar seu nome no estádio.
Não.
Decide que será escolhido em votação. Arena do Povo ou Arena da Fiel.
Apenas quer o controle do plano sócio-torcedor.
E distribuir cartões de créditos para 131 mil pessoas.
A Caixa Econômica já teria até aceitado que outra instituição financeira se envolva com o clube.
Essa é a 'novidade' em relação aos naming rights da arena do Corinthians. Depois de seis anos de promessa, e o nome Itaquerão mais do que consolidado, membros da diretoria juram que, 'desta vez vai'. Como já aconteceu dezenas de vezes nestes seis anos. E espalham para veículos de comunicação o 'furo'.
O estádio já foi Arena Emirates, Ford, Hyndai, Toyota, Itaipava, Kalunga, Correios, Caixa Econômica Federal. Apenas na imaginação dos dirigentes. Mas que foram passados como 'furos' a vários veículos de comunicação. Alguns estamparam na primeira página. Deram barrigadas criminosas, incentivados por pessoas poderosas. E que na hora H tiveram a coragem de dizer: estava tudo certo, mas na última hora deu errado.
Roberto de Andrade suscitou essa expectativa. Os conselheiros esperavam que ele falasse sobre o balanço do Corinthians de 2015. De acordo com o UOL, o clube tem um débito de R$ 452 milhões. Fora os cerca de R$ 800 milhões que ainda deve pela construção da sua arena. A situação é dramática. Nem os R$ 300 milhões que o clube faturou em premiações, direito de transmissão e patrocinadores, amenizam a situação. A bilheteria segue sendo toda desviada para o pagamento do estádio.
Conselheiros da oposição têm certeza: Roberto falou sobre naming rights para desviar o foco do fracasso financeiro.
Aliás, tem sido uma prática repetitiva. Mas que sempre funciona, nestes seis anos.
Outra vez, conselheiros importantíssimos nada têm a dizer. Não sabem se passa de um blefe ou não. A verdade é que há muita preocupação com dinheiro. Roberto de Andrade jurou a Tite e aos jogadores que o clube não faria como em 2015. Não atrasaria salários e direito de imagem.
Os principais veículos de comunicação seguem sendo alimentados por fontes dentro do Parque São Jorge. O foco deve ser mantido nos naming rights. E Libertadores. A sugestão dessas 'fontes' é nem levar em consideração a dívida. Esses R$ 420 milhões trarão enorme alívio.
Ao mesmo tempo, há algo muito estranho acontecendo no Parque São Jorge. A revelação é da Folha.
"A Omni se transformou em uma das principais parceiras do clube em menos de sete anos e hoje controla vários dos principais ativos do clube.
"São cinco contratos que a empresa tem com a diretoria alvinegra atualmente: ela dá o nome ao teatro da sede social do clube no Parque São Jorge, controla a bilheteria do estádio em Itaquera, gerencia o programa de sócios Fiel Torcedor, toma conta do estacionamento da arena e presta serviço de administração no local.
"De propriedade de um casal, Marta Alves de Souza Cruz e Luiz Alberto Ravaglio, ela consegue arrecadar milhões anualmente com a parceria. Os valores que recebe com os negócios no clube não são divulgados, nem quanto a empresa paga para o Corinthians pelos direitos às propriedades.
"Só com o programa de sócios, que tem cerca de 130 mil fidelizados, a receita da empresa no ano passado chegou em cerca de R$ 9 milhões, exatamente metade do total. Metade fica com a Omni."
A empresa também já ajudou o Corinthians várias vezes a manter os salários em dia.
A Omni é lembrada agora porque ela teria de deixar o Corinthians. A suposta nova dona dos naming rights passaria a ter o controle do plano de sócio-torcedor.
E essa sociedade para exploração do Itaquerão seria desfeita.
O rompimento estaria travando juridicamente a chegada do fundo de investimento.
Essas são as novidades sobre um assunto que dura seis anos.
E que publicitários importantes acreditam ser um 'furo n'água'.
Não recomendariam empresa alguma a comprar os naming rights do Corinthians.
O motivo: o nome Itaquerão já está consolidado.
São seis anos que a população de São Paulo se refere à arena dessa maneira.
Culpa da incompetência da direção corintiana em vender o batismo do estádio.
A fórmula ideal apontada é a do Palmeiras.
O antigo Parque Antártica foi rebatizado de Allianz Parque.
Antes de o estádio ser erguido.
O que acontece com o Itaquerão é um 'case'.
De como não fazer marketing.
É como se o Pacaembu, o Morumbi ou o Maracanã fossem rebatizados.
A Fonte Nova também é lembrada.
Não há uma alma em Salvador que a chame de Itaipava Arena Fonte Nova.
Ninguém.
O Corinthians já trocou diretor e gerente de marketing.
Teve vários e nenhum deles conseguiu vender os naming rights.
Andrés viajou o mundo: Arábia, China, Europa e nada.
Mergulhado em uma grave crise financeira, o clube espera.
Sonha que no dia 15 de maio o Itaquerão esteja rebatizado.
Arena do Povo, Arena da Fiel, Arena dos Milagres.
Seja qual for o nome, o clube precisa dos R$ 420 milhões.
Um dia o estádio ainda será rebatizado.
Pela força do Corinthians como clube.
Não pela competência de seus dirigentes.
por Cosme Rímoli
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