sexta-feira, 15 de abril de 2016

Opinião Marcelo Cavalcante

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por Marcelo Cavalcante


Quando a partida Sport x Campinense estava perto do final e o placar da Ilha do Retiro registrava o 0 a 0, fiquei imaginando qual seria o discurso otimista que Paulo Roberto Falcão faria se o resultado final fosse esse.  Certamente diria: 
- Controlamos o jogo, criamos várias chances de gols, mas a bola não entrou. Mas não sofremos gols do adversário na nossa casa. E isso é importante, pois é critério de desempate na Copa do Nordeste.

Essa hipotética declaração pode ser substituída por qualquer outra declaração otimista que treinador rubro-negro após os jogos do Leão.  Afinal, Falcão busca sempre valorizar o seu trabalho, sem esquecer enaltecendo o empenho dos jogadores.  Mas, agindo assim, esconde a verdade. Como se todos fossem cegos, impõe uma realidade que só ele enxerga.

Para sua alegria e da torcida também, claro, o Sport não ficou no 0 a 0. Conseguiu o gol da vitória aos 50 minutos de jogo, através do zagueiro e capitão Durval, que como atacante, estava na grande área, livre de marcação para cabecear para as redes uma bola cruzada por Maicon. Foi o gol de alívio, para desentalar o grito de gol da garganta e tirar da boca o sabor amargo de um futebol desorganizado. O Leão abriu uma boa vantagem para o segundo jogo contra o Campinense, na Paraíba, domingo. Mas o futebol do rubro-negro pernambucano é sofrível, tão sofrível que nos fazer levantar a questão: o que danado tanto Falcão trabalha nos treinos secretos no CT? Se for esse futebol que vem apresentando, está tudo errado no Leão.

Durante toda a partida não se viu o Sport com postura de equipe. Foi de uma desorganização impressionante. E o que mais impressiona é a intranquilidade do time em campo. A impressão que se tem é que os atletas não sabem o que  fazer quando estão com a posse de bola. O time não está compactado. O que não é um defeito visto apenas nessa partida. Desde o início dos jogos os setores estão distantes um do outro. Os chutes de longa distância do Sport, muitas vezes fracos e sem precisão, são frutos da falta de alternativa de jogo, que gera uma tentativa desesperada de chegar ao gol.

Para quem não assistiu à partida poderia imaginar que o 0 a 0 no placar seria fruto de uma retranca bem feita do Campinense. Que nada! O time paraíbano não preparou marcação individual, muito menos um ferrolho defensivo. Não fez nada de excepcional.  Foi para a Ilha do Retiro bem postado em campo e, dentro das suas limitações, querendo jogar. Com a bola nos pés, tentava a troca de passe ofensiva. Foi assim que quase abre o placar no segundo tempo, após jogada individual de Adalgiso Pitbull, que ficou de cara para o gol, mas o seu chute foi parar nas mãos do goleiro Danilo Fernandes. Um milagre.

Antes do lance do Campinense, o Sport teve oportunidades para abrir o placar. Mas jogava, naquela altura da partida, na base do "vamos que vamos". A saída de jogo do Sport era sofrível. Não existe articulação das jogadas. Eram tantos erros que o Campinense não teve tanto esforço para segurar o resultado. Nos minutos finais, o Sport aumentou a pressão. Johnathan Goiano acertou um chutaço na entrada da grande área e Gladson fez uma grande defesa. Milagre. Mas não deu para segurar a cabeçada de Durval, no lance seguinte. O gol da vitória do Sport foi também o gol de alívio. 

O triunfo garantiu ao técnico Paulo Roberto Falcão a tranquilidade que ele precisava para mais um discurso enaltecedor do seu trabalho, que, sinceramente, até agora não agradou. Não existe organização tática no Leão.  O time parece não saber o que fazer e daí vem a insegurança. Sentimento que é amplificado em jogos mata-mata, onde um erro pode ser fatal.
Apesar dos pesares, o Sport venceu. Abriu uma importante vantagem. Afinal, o Campinense vai ter que sair para jogo. Terá uma postura ofensiva, o que pode dar espaços para o Leão jogar. Mas vem a questão: o Sport vai saber sair para o jogo com essa desorganização em campo?

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