terça-feira, 20 de outubro de 2015

LC: FC Porto-Maccabi Telavive, 2-0 (crónica)

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Os minutos terapêuticos do doutor Vincent


Três minutos de Vincent contra o vazio criativo. Aboubakar, claro, terapeuta certificado e habilitado a lidar com crises de abstinência pelo golo. Marcou o primeiro de cabeça, ofereceu o segundo a Brahimi, resolveu o bloqueio de uma equipa e a impaciência de 35 mil almas. 

Aboubakar aceita visitas por marcação e faz domicílios. O golo é a sua vida e se for na Liga dos Campeões ainda melhor: sete jogos, seis remates vitoriosos na principal prova europeia de clubes. Vincent, doutor Vincent. 

Do divã do camaronês saiu o antídoto para a vitória. Justa, irrefutável, mas com muito por explicar. Principalmente nos primeiros 30/35 minutos do FC Porto, francamente maus. 

FICHA DE JOGO E AO MINUTO DO FC PORTO-MACCABI 

O dragão foi torpe, lento, como se saísse de um saloon e levasse com o balanço da portada na cara. Imbula e Corona, principalmente Corona, cometeram erros atrás de erros, mas a origem do problema era mais grave, mais profunda. 

O FC Porto sobrevoou a vítima em círculos, vezes sem fim, sem nunca dela se aproximar. E a pobrezinha não fazia mal a ninguém. 

Casillas tocava em Marcano, Marcano passava a Martins Indi, a bola chegava a Maxi, arriscava o pé direito de Corona e voltava atrás para mais uma volta. O bloco baixo, quase atarracado, do Maccabi israelita agradecia. 

Bola longe da baliza de Rajkovic, minutos de respiração segura, prova de vida. E o FC Porto caía no velho pecado: não perceber que a circulação de bola é um meio para obter um fim e não um fim em si mesmo. Psicologia boa e barata, à medida do doutor Vincent Aboubakar. 

A prosa monossilábica, profundamente aborrecida, do FC Porto passou a verso inspirado aos 38 minutos. Cruzamento de Miguel Layún de pé esquerdo, o pior, cabeça de Aboubakar, golo. 

Sintonia repetida logo depois, em nota ligeiramente diferente: arrancada de Vincent pelo centro, israelitas estarrecidos, passe a isolar Brahimi – no limite do fora de jogo – e finalização confiante do encantador de serpentes argelino. 

Estava aberto o Bar Mitzvah, o FC Porto transportava o seu corpo e as suas ambições para a 20ª vitória consecutiva no Dragão – recorde de José Mourinho batido! -, na noite em que o menino Rúben Neves escreveu a sua própria história.     

OS DESTAQUES: Aboubakar e os outros na noite de Rúben 

O jogo não morreu com o intervalo, mas podia. Do segundo tempo pouco reza a história. 

Viu-se um Lopetegui desassossegado e a apontar o duche aos dois piores da equipa – Corona e Imbula, lembram-se? -, para dar minutos a Tello e Danilo; viu-se uma bola no poste da baliza do Maccabi (quase autogolo); viu-se mais um remate perigosíssimo de Aboubakar; viu-se um ou dois sustos a rondar a baliza do tranquilo Iker Casillas. 

O FC Porto fecha a primeira volta com sete pontos, à frente do Grupo G. E fica a quatro jogos de igualar as 24 vitórias seguidas, estabelecidas num dos reinados do rei Artur Jorge. Há saúde, há futebol, há um clínico camaronês especializado em doenças do foro desportivo. 

Mazel Tov Vincent Aboubakar, a Liga dos Campeões ainda não é de/para israelitas. 


LC: FC Porto-Maccabi Telavive, 2-0 (destaques)

Bastaram dois puros talentos africanos


A FIGURA: Aboubakar 
Falhou um belo par de ocasiões, é certo, mas voltou a ser decisivo. Não fosse a falta de calma para finalizar algumas bolas e hoje o FC Porto poderia ter chegado a uma goleada. Ainda assim, voltou a ser decisivo. Abriu o caminho para o triunfo portista ao chegar com a cabeça a um cruzamento bem medido de Layún, mas é o seu papel no segundo golo, em que assiste Brahimi, que melhor define a preponderância que assume nesta equipa. Uma pergunta: ainda têm saudades do sem dúvida extraordinário ponta-de-lança que era Jackson Martínez? 
  
O MOMENTO: Minuto 41. Meio Maccabi a correr atrás deles 
Aboubakar recebe a bola no meio-campo, roda e avança… Segura e no momento certo faz o passe mortal para Brahimi (um milésimo de segundo mais tarde o argelino estaria fora de jogo), que corre em direção à baliza e remata para o fundo das redes à saída de Rajkovic. 2-0! Estava sentenciada a partida. Parece simples. Na verdade, até o é; mas só quando se têm puros talentos africanos capazes de fabricarem uma jogada de contra-ataque simples com meia equipa do Maccabi a correr atrás. 
  
O PIOR: Corona 
Atenção, Corona é um talento. Não sabe é muitas vezes usar a habilidade que tem. Contra o Maccabi exagerou do drible. Uma e outra vez. Até à exaustão. Até perder a bola, quase invariavelmente. Foram mais de uma dezena de turn-overs(vale a pena usar a gíria basquetebolística para enfatizar o desperdício). Lopetegui percebeu que hoje a falta de verticalidade do seu extremo estava a prejudicar a manobra ofensiva e trocou-o por Tello ainda antes dos dez minutos do segundo tempo, numa altura em que também saiu Imbulla (outro dos menos produtivos). 
  
OUTROS DESTAQUES: 
Brahimi 
Como não destacá-lo? Mesmo quando exagera no drible, o argelino encontra sempre um espaço. Brahimi hoje jogou de raiva. Nem sempre tomou as melhores opções, mas foi, como quase sempre, um foco de instabilidade permanente para a segurança defensiva israelita. E quando teve a sua oportunidade não faltou à chamada para sentenciar o resultado ainda antes do intervalo. 

André André 
Não sabe jogar mal. Mesmo quando não é ele a brilhar, acaba por ser fundamental à equipa. Esta noite voltou a sê-lo em vários momentos do jogo: a compensar as falhas táticas de Imbula, a explorar espaços vazios no meio-campo, rompendo, com ou sem a bola nos pés, entre as linhas de quatro homens com que o Maccabi defendeu o resultado e sobretudo a trazer o suplemento de garra que muitas vezes falta ao meio-campo portista. 

Rúben Neves 
Capitão aos 18 anos 221 dias, batendo em quase dois anos o recorde de Van der Vaart no Ajax como mais jovem jogador a envergar a braçadeira num jogo da Liga dos Campeões. Só por isso, o jovem médio portista já merecia a referência. O resto é o que se vê em campo a cada jogo deste talento precoce: segurança tática e capacidade de ler o jogo impressionante para um jogador da sua idade… E uma precisão de passe, a média e longa distância, impressionante.

Maxi Pereira 
O FC Porto não contratou um lateral, adquiriu uma locomotiva. Maxi é pendular e incansável. Anda acima e abaixo pelo carril direito do primeiro ao último minuto. Além do vigor habitual a defender, apareceu também no ataque em várias ocasiões, como num lance em que passou por dois adversários e isolou Aboubakar, que quase fez o primeiro, aos 12’, ou quando ele mesmo visou a baliza israelita, ao rematar com perigo tanto aos 36’ como aos 80’. 

Miguel Layún 
Defende, ataca. Cruza com o direto e com o esquerdo. É no fundo um todo-o-terreno. Um polivalente capaz de fazer todo o flanco (e o que mais se lhe pedir) com uma fiabilidade notável. Não é pouco. Mas hoje, Layún decidiu ainda oferecer golos a Aboubakar. Deixou o camaronês na cara do golo com um cruzamento de pé direito, aos 25’. Dessa vez, não entrou. Mas Layún não desistiu de servir de bandeja o ponta-de-lança e aos 38’, desta vez com um cruzamento do pé esquerdo, para Aboubakar desviar e abrir o caminho para o triunfo portista. 
  
Ben Haim II 
As atenções defensivas dos dragões estavam justificadamente concentradas em Zahavi (que nesta época leva 13 golos em 15 jogos), mas foi Ben Haim quem mais importunou. Há dois Ben Haim, de facto, mas o segundo, o do ataque, é o que importa para o caso. É um jogador possante, capaz de levar o defesa atrás de si… Pertenceu-lhe a melhor ocasião do Maccabi na primeira parte, aos 16. 
  
Avi Rikan 
Entrou na segunda parte e rematou logo por duas vezes com muito perigo à baliza de Casillas. Dois excelentes remates. O primeiro quase dava golo, passou perto da barra e deixou o guardião portista sem hipóteses de defesa. O FC Porto teria tido mais dores de cabeça esta noite se este médio criativo tivesse entrado mais cedo.

LC, Grupo G: FC Porto-Maccabi Telavive, 2-0 (resultado final)


Equipa de Julen Lopetegui mantém liderança.


FC Porto venceu esta terça-feira o Maccabi Telavive por 2-0, em jogo da terceira jornada do Grupo G da Liga dos Campeões

Aboubakar, aos 38, e Brahimi, aos 41, após assistência do camaronês, marcaram os golos dos portistas, que se mantém líderes com sete pontos. 

Rúben Neves tornou-se o capitão mais novo de sempre de uma equipa na Liga dos Campeões.

Crónica: FC Porto bate Maccabi Telavive e isola-se no grupo G

Um FC Porto de serviços mínimos cumpriu hoje com a obrigação de vencer os israelitas do Maccabi Telavive, por 2-0, isolando-se no comando do Grupo G da Liga dos Campeões.
Aboubakar (37 minutos) e Brahimi (41) materializaram em golos a natural superioridade dos portugueses, que beneficiaram do empate entre Dínamo Kiev e Chelsea (0-0) para liderar a ‘poule’ com sete pontos, seguido dos ucranianos com cinco, mais um do que os ingleses de José Mourinho, enquanto o Maccabi continua com zero.
Este triunfo permitiu ainda ao treinador Julen Lopetegui bater o recorde de Mourinho nos portistas e conquistar a 20.ª vitória consecutiva, em todas as competições, no Dragão.
Com Rúben Neves a ser o mais jovem capitão da história da Liga dos Campeões, aos 18 anos, o FC Porto começou ao ataque, mas rapidamente se perdeu num futebol lento e pouco esclarecido, complementado com perdas de bola comprometedoras, face à velocidade rival, principalmente de Bem Haim II e Zahavi.
Depois de Aboubakar desperdiçar meio-golo oferecido por Maxi Pereira, Ben Haim II ameaçou aos 13 com remate perigoso e três minutos depois foi travado por Martins Indi, com um corte arriscado, que poderia ter resultado em falta na área.
O campeão e líder do campeonato israelita estava confortável a defender - porém, em velocidade, a sua defesa comprometia - e assustava em contra-ataque, mas tudo mudou quando o FC Porto adicionou imprevisibilidade e ritmo ao jogo.
Os ‘dragões' marcaram quando Layun cruzou na esquerda para a cabeça de Aboubakar, que, sozinho ao segundo poste, ‘voou' para o golo inaugural.
Cinco minutos depois, o avançado camaronês, no meio de quatro adversários, lançou Brahimi em velocidade, com o argelino a ser bem-sucedido no duelo com o guarda-redes Pedrag Rajkovic (2-0).
Com os três pontos praticamente assegurados, até pela qualidade inferior do adversário, o FC Porto aburguesou-se no segundo tempo, novamente com ritmo pouco intenso e confiante de que, ainda assim, o terceiro estaria mais próximo do que qualquer susto.
Rikan (64) ia castigando a atitude dos ‘azuis e brancos’, mas errou o alvo e, na resposta, um corte defeituoso da defesa levou a bola ao poste direito de Rajkovic, na situação mais perigosa da etapa complementar.
Programa da jornada:

Terça-feira, 20 de Outubro de 2015
Dinamo Zagreb - Olympiakos, 0 - 1
Arsenal - Bayern München, 2 - 0
Zenit - Lyon, 3 - 1
FC Porto - Maccabi Tel Aviv, 2 - 0
BATE Borisov - Barcelona, 0 - 2
Leverkusen - Roma, 4 - 4
Valência - AA Gent, 2 - 1
Dynamo Kyiv - Chelsea, 0 - 0

Quarta-feira, 21 de Outubro de 2015
PSG - Real Madrid, 19:45
Malmo - Shakhtar, 19:45
CSKA - Man Utd, 19:45
VfL Wolfsburg - PSV, 19:45
Galatasaray - Benfica, 19:45
Atlético Madrid - FK Astana, 19:45
Man City - Sevilla, 19:45
Juventus - Mönchengladbach, 19:45

FC PORTO CADA VEZ MAIS PERTO DOS «OITAVOS»

Mais um passo dado rumo ao destino prometido

Só o mais puro dos otimistas podia pensar, antes da primeira meia-hora de jogo, que o FC Porto iria chegar ao intervalo a vencer, ainda para mais por dois golos sem resposta. Na verdade, os azuis e brancos iniciaram muito mal o encontro com o Maccabi Tel Aviv, equipa israelita que chegou ao Dragão ainda sem qualquer golo apontado nas primeiras duas jornadas, mas que podia se ter estreado nesse capítulo.
Os rasgos individuais de alguns jogadores do FC Porto, nomeadamente Yacine Brahimi e Maxi Pereira, eram coisa pouca para os imensos erros que o setor mais recuado ia cometendo. Alguns passes errados, especialmente de Marcano, permitiram aos israelitas pôr a defesa dos dragões em sentido. A acrescentar a isso, o meio-campo, nomeadamente Imbula, teimava em decidir sempre mal, ao ponto de Lopetegui ter mandado Danilo Pereira aquecer, tendo estado mesmo na iminência de entrar.



Aboubakar esteve em destaque. Marcou um golo e assistiu Brahimi para o 2x0 ©Vítor Parente
Num encontro em que o FC Porto se mostrava demasiado partido – atacantes sozinhos porque o meio-campo decidia mal e defesa a entregar a bola aos atacantes adversários através de passes errados – e quase sempre a tomar a opção do caminho mais difícil, só um lance aos 25 minutos, em que Layún cruzou para Aboubakar rematar ao lado, é que foi capaz de parar a exibição amarela (cor do equipamento do Maccabi) estava a ter até então.
Curiosamente, Layún e Aboubakar foram os protagonistas do primeiro golo do FC Porto, que aconteceu aos 37 minutos. Do ponto de vista exibicional, a equipa de Lopetegui melhorou desde o minuto 30, nomeadamente com os dois laterais a darem mais profundidade ao corredor na ajuda aos extremos. E foi num desses movimentos, neste caso pela esquerda, que Layún assistiu primorosamente Aboubakar para o primeiro golo, num tento que colocou os dragões em vantagem e que permitiu ao atacante camaronês acabar com um jejum que durava desde 16 de setembro, quando faturou na Ucrânia perante o Dynamo Kyiv.



Lopetegui prescindiu do quarto médio que costuma fazer atuar na Champions e colocou Corona no 11. O mexicano, no entanto, não esteve tão feliz como noutros jogos ©Vítor Parente
E ainda os adeptos do FC Porto festejavam o primeiro golo, quando Yacine Brahimi, após passe de Aboubakar, apareceu isolado e ampliou a vantagem. Em apenas quatro minutos, os azuis e brancos sentenciaram praticamente a partida com dois golos, algo que nada fazia prever, principalmente pela (má) exibição protagonizada durante os primeiros 30 minutos.
O 2x0 permitiu aos dragões irem mais descansados para o intervalo. Nesse sentido, o segundo tempo foi mais de gestão do resultado. Embora o Maccabi Tel Aviv tenha tido bola, o FC Porto, nesses casos, controlou quase sempre à distância. A exceção foi um remate de longa distância de Avraham Rikan, que passou um pouco por cima da baliza de Casillas, guarda-redes que, apesar das vezes em que a bola rondou a sua baliza, não teve verdadeiramente que se aplicar para a defender.


As tochas surgiram no Dragão por intermédio dos adeptos do Maccabi, logo no início do encontro ©Vítor Parente
Nos momentos da bola na sua posse, os jogadores do FC Porto não forçaram demasiado no ataque, embora tenham estado perto do 3x0 quando viram a bola bater no poste e ainda quando Aboubakar, em excelente posição, atirou por cima. Ou então, quando Maxi Pereira não fez melhor, após passe de Danilo Pereira. O mais importante para os dragões, os 3 pontos, já estava conseguido e, a avaliar pela primeira volta agora completa, a porta dos oitavos de final da Liga dos Campeões abre-se mais a cada jornada que passa. 

Jokanović: «Nesta competição os erros pagam-se caros»

Depois de perder frente ao FC Porto por 2x0, o treinador do Maccabi Tel Aviv estava descontente, embora não se mostrasse desmoralizado.
Em conferência de imprensa no final da partida, Slaviša Jokanović explicou que, embora a equipa tivesse mantido o seu jogo, os erros na Liga dos Campeões «pagam-se caros», o que não deixa o técnico confortável. «Não podemos estar felizes porque não ganhámos, mas fizemos alguns progressos. Infelizmente não foi suficiente», afirmou.
Em último lugar no grupo, o Maccabi Tel Aviv ainda não conseguiu pontuar nesta edição da Champions, o que levou Jokanović a definir os objetivos para os próximos três jogos da fase de grupos: «Ganhar nove pontos».

      

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