A força tranquila
Em dia de eleições vale a pena lembrar o slogan que uns publicitários inventaram para uma campanha de François Miterrand a umas presidenciais francesas. A força tranquila, diziam eles.
Já tem umas décadas, mas é daqueles motes que é sempre oportuno.
Esta noite, por exemplo, voltou a sê-lo em Alvalade, onde o Sporting esmagou o V. Guimarães sem gritos, sem celeuma, sem algazarra: apenas com a categoria dos princípios e a segurança do futebol.
A primeira parte, sobretudo essa, foi um regalo à vista. Muito provavelmente o melhor que já se viu esta temporada ao Sporting: uma enxurrada de ocasiões de golo que só por um acaso infeliz não provocaram mais golos para além dos dois que o resultado registava no final da primeira parte.
Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
Começou quando Slimani, no primeiro remate, abriu o marcador. Uma excelente jogada, aliás, com Téo Gutierrez a abrir na direita em João Mário, que cruzou para um cabeceamento fulminante.
Estavam decorridos doze minutos e o jogo nunca mais foi o mesmo.
O V. Guimarães chegou a Alvalade com quatro derrotas em oito jogo, e apenas uma vitória, pelo que já se sabia que caminhava sobre brasas. Depois desse golo madrugador, porém, todos os passos queimavam: a formação de Sérgio Conceição acumulou então uma série de erros comprometedores.
Havia passes mal medidos, havia perdas de bolas infantis e havia um total incapacidade de sair.
O Sporting atacava o adversário muito à frente, pressionava o portador da bola, caía literalmente em cima e provocava erros sucessivos. Foi dessa forma, de resto, que obrigou Montoya a fazer um passe atrasado disparatado, que isolou Téo Gutierrez na cara de Douglas para o segundo golo.
Já tem umas décadas, mas é daqueles motes que é sempre oportuno.
Esta noite, por exemplo, voltou a sê-lo em Alvalade, onde o Sporting esmagou o V. Guimarães sem gritos, sem celeuma, sem algazarra: apenas com a categoria dos princípios e a segurança do futebol.
A primeira parte, sobretudo essa, foi um regalo à vista. Muito provavelmente o melhor que já se viu esta temporada ao Sporting: uma enxurrada de ocasiões de golo que só por um acaso infeliz não provocaram mais golos para além dos dois que o resultado registava no final da primeira parte.
Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
Começou quando Slimani, no primeiro remate, abriu o marcador. Uma excelente jogada, aliás, com Téo Gutierrez a abrir na direita em João Mário, que cruzou para um cabeceamento fulminante.
Estavam decorridos doze minutos e o jogo nunca mais foi o mesmo.
O V. Guimarães chegou a Alvalade com quatro derrotas em oito jogo, e apenas uma vitória, pelo que já se sabia que caminhava sobre brasas. Depois desse golo madrugador, porém, todos os passos queimavam: a formação de Sérgio Conceição acumulou então uma série de erros comprometedores.
Havia passes mal medidos, havia perdas de bolas infantis e havia um total incapacidade de sair.
O Sporting atacava o adversário muito à frente, pressionava o portador da bola, caía literalmente em cima e provocava erros sucessivos. Foi dessa forma, de resto, que obrigou Montoya a fazer um passe atrasado disparatado, que isolou Téo Gutierrez na cara de Douglas para o segundo golo.
Nesta altura vale a pena fazer um parêntesis para dizer que William Carvalho foi essencial nesta estratégia, pela forma como encheu o campo e mordeu os calcanhares aos adversários.
Mas houve mais: Jorge Jesus optou por deixar Gelson Martins no banco, lançando William e Adrien para o centro do terreno e deslocando João Mário para a direita do ataque, no tal lugar de Gelson.
A estratégia funcionou em pleno, até porque foi pela direita, pela capacidade de entendimento entre João Mário e Esgaio, com o apoio constante de Téo Gutierrez, que o Sporting criou as melhores e mais bonitas jogadas do encontro. Por isso, e sem surpresa, Téo Gutierrez ainda atirou ao ferro, Bryan Ruiz falhou na cara de Douglas, Adrien atirou por cima e Gelson rematou a rasar o poste.
A equipa funcionava bem coletivamente e os jogadores mostravam a melhor versão individual.
Ruiz fez provavelmente a melhor exibição até se lesionar, Téo Gutierrez esteve sempre em jogo, Esgaio encheu o corredor direito, Adrien defendeu e atacou, Jefferson fez três assistências, Slimani fez três golos, William e João Mário, enfim, desses dois já se disse tudo.
Slimani, por fim um hat-trick: confira os destaques
A segunda parte mudou pouco, mas começou com uma curiosidade: o árbitro Rui Costa lesionou-se, disse que não dava e foi substituído. Foi já com o quarto árbitro Hélder Malheiro a dirigir o encontro que Bouba Saré teve uma entrada assassina sobre Gelson e viu o vermelho direto.
A jogar com mais um, e mesmo sem a qualidade da primeira parte, o Sporting continuou a mandar no jogo e a construir a goleada. Slimani, por duas vezes, ambas após assistências de Jefferson, e Adrien, de livre, após um toque também de Jefferson, fizeram os golos leoninos.
O V. Guimarães ainda reduziu por Josué, na sequência de um canto, mas o golo não mudou nada. O Sporting conseguiu a vitória mais gorda da época, na melhor exibição e perante provavelmente o adversário mais frágil. Com isso voltou a colar-se ao FC Porto na liderança da Liga.
Com uma naturalidade admirável. A força tranquila, lá está: ou não fosse este um dia de eleições.
Mas houve mais: Jorge Jesus optou por deixar Gelson Martins no banco, lançando William e Adrien para o centro do terreno e deslocando João Mário para a direita do ataque, no tal lugar de Gelson.
A estratégia funcionou em pleno, até porque foi pela direita, pela capacidade de entendimento entre João Mário e Esgaio, com o apoio constante de Téo Gutierrez, que o Sporting criou as melhores e mais bonitas jogadas do encontro. Por isso, e sem surpresa, Téo Gutierrez ainda atirou ao ferro, Bryan Ruiz falhou na cara de Douglas, Adrien atirou por cima e Gelson rematou a rasar o poste.
A equipa funcionava bem coletivamente e os jogadores mostravam a melhor versão individual.
Ruiz fez provavelmente a melhor exibição até se lesionar, Téo Gutierrez esteve sempre em jogo, Esgaio encheu o corredor direito, Adrien defendeu e atacou, Jefferson fez três assistências, Slimani fez três golos, William e João Mário, enfim, desses dois já se disse tudo.
Slimani, por fim um hat-trick: confira os destaques
A segunda parte mudou pouco, mas começou com uma curiosidade: o árbitro Rui Costa lesionou-se, disse que não dava e foi substituído. Foi já com o quarto árbitro Hélder Malheiro a dirigir o encontro que Bouba Saré teve uma entrada assassina sobre Gelson e viu o vermelho direto.
A jogar com mais um, e mesmo sem a qualidade da primeira parte, o Sporting continuou a mandar no jogo e a construir a goleada. Slimani, por duas vezes, ambas após assistências de Jefferson, e Adrien, de livre, após um toque também de Jefferson, fizeram os golos leoninos.
O V. Guimarães ainda reduziu por Josué, na sequência de um canto, mas o golo não mudou nada. O Sporting conseguiu a vitória mais gorda da época, na melhor exibição e perante provavelmente o adversário mais frágil. Com isso voltou a colar-se ao FC Porto na liderança da Liga.
Com uma naturalidade admirável. A força tranquila, lá está: ou não fosse este um dia de eleições.
Sporting-V. Guimarães, 5-1 (resultado final)
Hat-trick de Slimani.
O Sporting goleou este domingo o V. Guimarães por 5-1, em jogo da 7ª jornada da Liga.
Slimani foi a grande figura do encontro ao assinar três golos (12, 58 e 78). Teo Gutiérrez (25) e Adrien (61) também marcaram.
Josué (82) assinou o tento de honra dos minhotos.
Os leões igualam o FC Porto no topo da classificação.
Slimani foi a grande figura do encontro ao assinar três golos (12, 58 e 78). Teo Gutiérrez (25) e Adrien (61) também marcaram.
Josué (82) assinou o tento de honra dos minhotos.
Os leões igualam o FC Porto no topo da classificação.
Sporting-V. Guimarães, 5-1 (destaques)
Hat-trick de Slimani e muita eficácia leonina
FIGURA: Slimani
Depois de tantos golos, o argelino fez esta noite o primeiro hat-trick com a camisola do Sporting. Esteve em noite sim e aproveitou quase todas as bolas que lhe chegaram. Nada a apontar na desmarcação e se já se sabia que marcava de todas as formas, este domingo voltou a comprová-lo. Marcou dois tentos de cabeça e um de pé direito. Abriu a contagem cedo e permitiu ao Sporting jogar de forma mais aberta e tranquila.
MOMENTO: minuto 55
O Sporting vencia por 2-0 e o V. Guimarães nos minutos iniciais da segunda parte até melhorou, mas, aos 55 minutos, Bouba entrou de forma violenta sobre o tornozelo de Gelson Martins e o árbitro Hélder Malheiro [que substituiu Rui Costa, aos 53 minutos, devido a lesão] não teve dúvidas e expulsou o jogador. Se já estava difícil chegar ao golo, com dez ficou ainda pior. Em menos de dez minutos, o V. Guimarães encaixou mais dois golos. E até ao final mais um.
NEGATIVO: a exibição do V. Guimarães. A precisar de dar a volta aos resultados e ao lugar tão fundo na tabela, nem com um novo treinador a equipa vimaranense apareceu em Alvalade capaz de fazer frente ao leões. Nem qualidade de jogo, de passe, de remate. Decisões erradas e muita passividade.
OUTROS DESTAQUES:
Jefferson: o lateral esquerdo brasileiro teve «folga» na Turquia e voltou ao onze em Alvalade para se exibir como de costume. Além de controlar todo o corredor esquerdo, esteve nos três últimos golos do Sporting: no primeiro, no lance do livre, tocou curto para Adrien chutar; nos dois últimos foi quem serviu Slimani.
João Mário: ocupou bem a direita do ataque leonino e combinou sempre bem com Téo Gutiérrez, também com Ricardo Esgaio atrás. Serviu várias vezes para a área, não desistindo de lance nenhum, e foi quem fez o passe para o primeiro golo do Sporting, apontado por Slimani.
Bryan Ruiz: saiu lesionado aos 35 minutos e para o seu lugar entrou Gelson Martins. Até esse momento foi dos melhores. O costarriquenho esteve bem na esquerda, ajudando na construção, e à procura do golo, depois de na última jornada europeia se ter estreado a marcar com a camisola verde e branca.
William Carvalho: nota-se que há outra qualidade e segurança na equipa do Sporting quando William joga. Já o era nas últimas épocas. E esta noite, apesar de ainda não estar na máxima forma, voltou a ser assim. Fundamental na equipa verde e branca, no processo defensivo e a entregar para os médios.
Téo Gutiérrez: depois de falhar tantas oportunidades frente ao Besiktas, o avançado colombiano voltou a encontrar a pontaria e marcou. Foi aos 25 minutos, mas podia tê-lo feito antes. Teve algumas oportunidades entre as quais, aos 17 minutos, quando levou a bola à barra.
Montoya: aos 35 minutos Sérgio Conceição não estava a gostar do que via e decidiu tirá-lo. Para o seu lugar entrou Licá. Montoya esteve apagado na sua posição e, pior do que isso, foi ele quem à entrada da área deu a bola a Téo Gutiérrez para o 2-0.
Licá: tinha a tarefa de fazer melhor do que Montoya e não conseguiu. Também desiludiu. Na segunda metade até entrou bem, mas com o desenrolar do encontro foi-se apagando. Nada acrescentou. Tendo que redobrar o esforço, devido à expulsão de Bouba, pior.
Josué Sá: foi o autor do único golo do V. Guimarães em Alvalade, aos 82 minutos, mas antes disso não teve uma noite fácil e permitiu quase total eficácia leonina. Mas não foi o único: esteve mal toda a equipa e linha defensiva vimaranense nem se viu.
Depois de tantos golos, o argelino fez esta noite o primeiro hat-trick com a camisola do Sporting. Esteve em noite sim e aproveitou quase todas as bolas que lhe chegaram. Nada a apontar na desmarcação e se já se sabia que marcava de todas as formas, este domingo voltou a comprová-lo. Marcou dois tentos de cabeça e um de pé direito. Abriu a contagem cedo e permitiu ao Sporting jogar de forma mais aberta e tranquila.
MOMENTO: minuto 55
O Sporting vencia por 2-0 e o V. Guimarães nos minutos iniciais da segunda parte até melhorou, mas, aos 55 minutos, Bouba entrou de forma violenta sobre o tornozelo de Gelson Martins e o árbitro Hélder Malheiro [que substituiu Rui Costa, aos 53 minutos, devido a lesão] não teve dúvidas e expulsou o jogador. Se já estava difícil chegar ao golo, com dez ficou ainda pior. Em menos de dez minutos, o V. Guimarães encaixou mais dois golos. E até ao final mais um.
NEGATIVO: a exibição do V. Guimarães. A precisar de dar a volta aos resultados e ao lugar tão fundo na tabela, nem com um novo treinador a equipa vimaranense apareceu em Alvalade capaz de fazer frente ao leões. Nem qualidade de jogo, de passe, de remate. Decisões erradas e muita passividade.
OUTROS DESTAQUES:
Jefferson: o lateral esquerdo brasileiro teve «folga» na Turquia e voltou ao onze em Alvalade para se exibir como de costume. Além de controlar todo o corredor esquerdo, esteve nos três últimos golos do Sporting: no primeiro, no lance do livre, tocou curto para Adrien chutar; nos dois últimos foi quem serviu Slimani.
João Mário: ocupou bem a direita do ataque leonino e combinou sempre bem com Téo Gutiérrez, também com Ricardo Esgaio atrás. Serviu várias vezes para a área, não desistindo de lance nenhum, e foi quem fez o passe para o primeiro golo do Sporting, apontado por Slimani.
Bryan Ruiz: saiu lesionado aos 35 minutos e para o seu lugar entrou Gelson Martins. Até esse momento foi dos melhores. O costarriquenho esteve bem na esquerda, ajudando na construção, e à procura do golo, depois de na última jornada europeia se ter estreado a marcar com a camisola verde e branca.
William Carvalho: nota-se que há outra qualidade e segurança na equipa do Sporting quando William joga. Já o era nas últimas épocas. E esta noite, apesar de ainda não estar na máxima forma, voltou a ser assim. Fundamental na equipa verde e branca, no processo defensivo e a entregar para os médios.
Téo Gutiérrez: depois de falhar tantas oportunidades frente ao Besiktas, o avançado colombiano voltou a encontrar a pontaria e marcou. Foi aos 25 minutos, mas podia tê-lo feito antes. Teve algumas oportunidades entre as quais, aos 17 minutos, quando levou a bola à barra.
Montoya: aos 35 minutos Sérgio Conceição não estava a gostar do que via e decidiu tirá-lo. Para o seu lugar entrou Licá. Montoya esteve apagado na sua posição e, pior do que isso, foi ele quem à entrada da área deu a bola a Téo Gutiérrez para o 2-0.
Licá: tinha a tarefa de fazer melhor do que Montoya e não conseguiu. Também desiludiu. Na segunda metade até entrou bem, mas com o desenrolar do encontro foi-se apagando. Nada acrescentou. Tendo que redobrar o esforço, devido à expulsão de Bouba, pior.
Josué Sá: foi o autor do único golo do V. Guimarães em Alvalade, aos 82 minutos, mas antes disso não teve uma noite fácil e permitiu quase total eficácia leonina. Mas não foi o único: esteve mal toda a equipa e linha defensiva vimaranense nem se viu.
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