Fifa anuncia finalistas de prêmio, e Brasil volta a ter representante após oito anos. Campeão será conhecido dia 11 de janeiro, em cerimônia em Zurique, na Suíça
Pode comemorar, Neymar. Depois de oito anos de espera, o Brasil volta a ter um jogador entre os três melhores do mundo. A Fifa anunciou, em cerimônia transmitida na internet, os três finalistas do prêmio Bola de Ouro, e o atacante do Barcelona aparece ao lado do recordista LionelMessi, com quatro conquistas, e de Cristiano Ronaldo, eleito nos últimos dois anos. O vencedor será conhecido em evento de gala no dia 11 de janeiro, na sede da entidade máxima do futebol em Zurique, na Suíça. Para garantir um lugar no pódio, o brasileiro, que encerrou um jejum que vinha desde Kaká, em 2007, marcou 44 gols e deu 13 assistências em 60 jogos no período válido para votação - de 22 de novembro de 2014 até 2
Neymar é o sétimo representante do Brasil entre os finalistas do prêmio. Além dos vencedores Romário (1994), Ronaldo (1996, 1997 e 2002), Rivaldo (1999), Ronaldinho (2004 e 2005) e Kaká (2007), Roberto Carlos ficou na segunda colocação em 97. Os oito troféus colocam o país ainda como recordista de conquistas. O brasileiro com mais indicações é Ronaldo Fenômeno, com cinco, enquanto Kaká foi o último presente no palco da Fifa, justamente no ano em que superou Messi eCristiano Ronaldo, que passariam se revezar no topo do mundo a partir de 2008.
Em entrevista ao "Esporte Espetacular", domingo,Neymar revelou a sua expectativa para estar entre os finalistas e apontava justiça na escolha. Com Suárez e Messi, o brasileiro protagonizou a temporada vitoriosa do Barcelona, com os títulos da Champions League, Campeonato Espanhol, Copa do Rei e Supercopa da Europa:
- Acho que mereço, sim, pelo que venho fazendo (...) Nunca joguei para ser o melhor do mundo. Sempre joguei para ser melhor do que eu mesmo, me superando, superando minhas metas, jogando melhor, treinando melhor... Ser o melhor do mundo é consequência do seu trabalho. Se falam muitas coisas, é porque o trabalho vem dando certo. Tenho que dar continuidade, ajudar meus companheiros, e isso vem natural.
A festa brasileira contou ainda com Wendell Lira. O jogador contratado recentemente pelo Vila Nova, de Goiás, ficou entre os três preferidos em votação popular para o Prêmio Puskás, dado ao gol mais bonito do ano. O atacante emendou de primeira em lindo voleio para balançar as redes do Atlético-GO no Estadual (confira no vídeo abaixo), quando defendia o Goianésia, e concorrerá com Florenzi, do Roma, pelo golaço do meio-campo diante do Barcelona, e Lionel Messi, em arrancada imparável na decisão da Copa do Rei, contra o Atlético de Bilbao.
A Fifa anunciou ainda os finalistas em outros três prêmios. Os espanhóis Luis Enrique, do Barcelona, e Guardiola, do Bayern de Munique, disputam o troféu de melhor treinador do mundo com o argentino Jorge Sampaoli, técnico da seleção chilena. Campeã do mundo com os Estados Unidos, Jill Ellis é a favorita na disputa com o galês Mark Sampson, da Inglaterra, e Norio Sasaki, da Japão, entre comandantes de equipes femininas. Já Carli Lloyd, dos Estados Unidos, Aya Miyama, do Japão, e a alemã Célia Sasic concorrem na categoria jogadora.
globo.com
Em discussão... Os direitos de transmissão
Há alguns anos, principalmente após a dissolução do Clube dos 13, uma discussão domina o mundo da bola quando se fala nas transmissões dos campeonatos: a divisão do valor pago pelos direitos de transmissão e uma suposta concentração de recursos que levaria a umaespanholização de nosso futebol.
Este assunto foi abordado muitas e muitas vezes neste OCE, inclusive rebatendo essa supostaespanholização. A cada novo post, comentários e mais comentários dos leitores a respeito. Uma parte aprovando, outra, bem maior, reprovando a forma como os direitos de transmissão são divididos entre os clubes.
Ano após ano, um post atrás do outro, venho dizendo o mesmo: quem define quanto cada clube recebe ou deixa de receber não é a emissora (na verdade, uma rede de emissoras) e sim os próprios clubes. Mesmo em caso de contratos individuais, como ocorre hoje com o Campeonato Brasileiro. Porque, na verdade, como os próprios clubes enterraram a entidade que os unia e representava, o Clube dos 13, restou à emissora negociar individualmente. E aí, como dizia meu avô, quem pode mais, chora menos. Essa máxima, porém, não é exercitada plenamente, como os números negociados mostram.
Aqui há uma questão importante: por que podem mais?
Porque no Brasil a televisão sempre foi gratuita e sempre teve como base de faturamento a audiência. Ainda hoje é a audiência o ponto determinante para empresas anunciarem ou patrocinarem programas. Num sistema aberto, transmissão gratuita, a audiência é disputada arduamente. E quem paga todas as contas é o anunciante, é o patrocinador. Que quer audiência. Mas não só: quer diversidade, quer amplitude geográfica, quer sempre atingir mais pessoas no geral e mais pessoas dentro de seus targets. Outro ponto importante contra a suposta concentração, que muitas vezes é esquecido.
Também na distribuição do PPV, o que pesa é a audiência, que nesse caso é representada pela escolha clubística de cada assinante, levantada anualmente ou bienalmente por meio de duas pesquisas simultâneas, de dois diferentes institutos.
Apesar de tudo isso a discussão não diminuiu e tivemos até manifestações de presidentes de clubes cobrando igualdade ou menor diferença entre os valores pagos.
Temos, agora, uma nova e interessante competição em gestação, a Liga Sul-Minas-Rio, com o mesmo nome valendo para a competição e para a entidade criadora e gestora. Esse seria, sem a menor dúvida, o melhor momento para os clubes debaterem e resolverem como fazer a distribuição do famoso “dinheiro da tv” entre eles.
E a discussão foi feita. Valores e percentuais não foram informados, mas foi dito pelo próprio diretor executivo da entidade, Alexandre Kalil, que um dos clubes, o Flamengo, terá uma cota maior dos direitos de transmissão. Em suas palavras: “obviamente o Flamengo vai receber mais” – dando como motivo o maior peso do clube em termos de audiência.
Peter Siemsen, presidente do Fluminense, um dos clubes participantes e presente à mesma reunião, disse que seu clube lutará por cotas iguais para todos.
Ainda não temos muitas informações sobre os bastidores da nova liga, mas essa discussão e as declarações de seu executivo mostram que os próprios clubes, ao menos em parte, aceitam com naturalidade uma divisão diferenciada.
Cada um tem a sua visão a respeito, eu inclusive, mas a visão que conta, a que realmente conta ao fim e ao cabo, é a dos clubes. Novamente, sendo repetitivo, são eles que decidem quanto cada um deve ganhar. O primeiro ponto que deve ser considerado: os clubes estão unidos? Se estão, eles debatem o assunto entre eles e estabelecem, eles mesmos, quanto caberá a cada um.
Esse é o caso, por exemplo, da English Premiere League. Lá, 50% do montante dos direitos é distribuído de forma igual entre todos os clubes. Os outros 50% são distribuídos conforme o número de jogos/audiência e de acordo com o mérito esportivo, ou seja, a colocação de cada um no campeonato em curso (os direitos são distribuídos no final da temporada). Essa divisão é válida para as vendas domésticas da Premiere League. Já os recursos obtidos pela venda para o exterior, bilionários recursos, são divididos em partes iguais entre todos.
Novamente: decisão dos clubes. Não foi da Rainha. Não foi do Primeiro-Ministro. Não foi da FA – Football Association – que nada tem a ver com a liga. A decisão foi dos clubes.
Agora, se os clubes não se unem, se não chegam a um consenso, o que restará será a negociação individual.
Vamos aguardar pelo que vai ser decidido pelos 15 membros da nova liga.
Uma coisa, porém, já é certa desde já: qualquer que seja a decisão, nessa questão específica, ela criará, virtualmente, uma espécie de jurisprudência a respeito.
por Emerson Gonçalves-Globo.com
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