terça-feira, 1 de março de 2016

Obrigado por me deixar ver a história, Leonardo

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  • Por Thiago Wagner
    Não me recordo a primeira vez que vi Leonardo jogar, com certeza foi no fim da década de 90 naquele time do Sport que conquistou o pentacampeonato pernambucano. Mas isso não vem ao caso. O que interessa é que a idolatria pelo atacante foi imediata. Muito por conta dos gols do agora eterno ídolo rubro-negro. Ainda dentro do meu pouco conhecimento sobre futebol não imaginava que presenciava a história de um clube como o Sport. Só anos depois vim entender a real dimensão do que tinha visto. Infelizmente nunca tive a oportunidade de entrevistar Leonardo. Uma pena para mim, que nunca pude agradecer pelas boas memórias de garoto. Mesmo assim, quero aproveitar esta triste oportunidade para deixar o meu obrigado, Leonardo. Saiba que os verdadeiros ídolos nunca morrem e você é um dos que nunca deixará a memórias dos rubro-negros.
    Não tenho todos os gols de Leonardo na cabeça, todavia os mais marcantes estão vivos na mente, ainda mais neste dia de lembrar o ex-atacante. Logo aparecem os cinco gols contra o Atlético-MG, em pleno Mineirão, em 2000. Com o perdão dos tricolores e alvirrubros, também me recordo facilmente das vezes em que ele infernizou as defesas dos rivais da capital. Lembro que minha principal preocupação em época de clássico era se Leonardo iria jogar. Quando tinha a confirmação, ficava mais tranquilo. Achava que a vitória seria mais fácil. E às vezes era.

    Em tempos que não havia internet massificada ou redes sociais, Leonardo era um ídolo à moda antiga. Ter uma foto ou até mesmo um autógrafo do ídolo era quase como ouro. Eu só tive a assinatura do ex-atacante. Pedi a um amigo que tinha o pai trabalhando na Ilha do Retiro. Fiquei ansioso no dia em que recebi um papel simples com a assinatura de Léo. O tempo depois se desfez daquele objetivo, mas nunca esquecerei a sensação que tive naquele dia. Era como estar mais perto de alguém considerado quase intocável.
    Eu achava Leonardo tão unanimidade que achava um absurdo substituí-lo nos jogos. Claro que não entendia de futebol e nem sabia o que estava ocorrendo, mas ficava irritado quando o atacante saía do gramado, ainda mais quando o Sport perdia. Achava que ele era daqueles que só precisava de um bola para mudar tudo.
    Dentro dessa idolatria quase doentia, me orgulho de nunca ter vaiado Leonardo, nem mesmo quando jogou no Santa Cruz. Nada apagaria as alegrias que ele deu. Como disse lá em cima, me permitiu ver a história de um clube. Nada pode superar isso. Com o perdão da polêmica, Leonardo foi o maior jogador do Leão que vi jogar, mais do que Magrão e Durval. Um verdadeiro rubro-negro que só merece palavras de agradecimento. Mais uma vez obrigado, Léo. Marque muitos gols lá em cima e não esqueça de mandar nas saias de algum zagueiro brucutu.
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  • Confira a última entrevista de Leonardo para o Replay

Da Rádio Jornal

Foto: JC Imagem

O craque e ídolo do Sport, Leonardo, faleceu nesta terça-feira (1) após quase um mês internado no Hospital da Restauração. Leonardo Pereira da Silva, um piauiense com coração pernambucano. Vinte e dois anos de carreira, 16 títulos, no mínimo, 200 gols. Leonardo surgiu para o futebol aos 16 anos, no time da sua cidade, Picos. Passou pelo Sport, Vasco da Gama, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, Vitória, Santa Cruz, América Mineiro, Paissandu, Guarani de Sobral, Treze, Central, Salgueiro, Sete de Setembro, Cametá e Afogadense.
O ex-jogador passou por diversos clubes, mas só em um ele marcou época e foi ídolo. Leonardo era mais do que um jogador no Sport. Ele era o Magrão, goleiro atual e ídolo da torcida rubro-negra, da década de 90. Conquistou estadual, Copa do Nordeste, ficou com a segunda colocação da Copa dos Campeões e é o terceiro maior artilheiro da história do Leão, com 133 gols. 

Foto: JC Imagem


Com a camisa rubro-negra, a partida que mais marcou Leonardo e seu faro de gol foi em 2000, Copa João Havelange. O Sport aplicou 6 a 0 no Atlético Mineiro, no Mineirão, com cinco gols de Leonardo e saiu feliz da vida daquela partida. 
Confira a matéria especial de João Victor Amorim:
Em 2014, Leonardo foi homenageado pelo Conselho Deliberativo do Sport. Na época, ele trabalhava como preparador técnico da base, comandava treinos específicos para meias e atacantes do sub-13 ao sub-20. Ele recebeu uma placa emocionado para o que representava para o Sport. “Uma homenagem que já estava esperando há muito tempo. Mas Deus sabe a hora certa e por tudo que eu fiz pelo Sport”, comentou Leonardo na época. 

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