terça-feira, 24 de novembro de 2015

LC : FC Porto-Dínamo Kiev, 0-2 (crónica)

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Horror e incompetência: o manual do dragão


Incompetência. Imaturidade. Incredulidade. 

Puuuuummmmm! O FC Porto caiu direitinho no plano do Dínamo. No momento definido pelos ucranianos e da forma escolhida pelo treinador Serhiy Rebrov. 

Numa só noite, os dragões comprometeram tudo o que de bom têm conseguido na Europa e colocaram-se numa posição desconfortável, muito desconfortável. Só por culpa própria. 

O Dínamo entrou mansinho, recuado e o FC Porto acreditou que os ucranianos não davam para mais. Avançaram os dragões, confiantes e altivos, ignorando que a armadilha estava montada e bem escondida. 

20 minutos de posse de bola, onde a reflexão foi confundida com lentidão, deu ao jogo um sinal mais do que enganador. Para o FC Porto, lá está, e, assumamos, para o observador comum. 

FICHA DE JOGO E A PARTIDA AO MINUTO 

Os ucranianos puseram o FC Porto onde quiseram, erradamente confortável, e num ápice trocaram rapidamente de roupagem. Desprevenido, o pobre dragão levou primeiro com uma bola no poste – e uma recarga miraculosamente falhada – e logo depois com um penálti (discutível, é verdade) cometido por Imbula. 

O Dínamo fez o golo e o desassossego tomou conta da noite azul e branca. Um inferno     
de regras e ritmos ucranianos. 

Depois, quando se pedia sabedoria e maturidade, o FC Porto só deu coração e equívocos. 

Lopetegui trocou só um jogador ao intervalo (Maxi por André André) mas mexeu em quase tudo o que podia mexer na defesa e no meio-campo. 

Layún passou para lateral direito, Danilo recuou para central, Martins Indi foi para lateral esquerdo e Rúben Neves passou para a posição-seis, atrás de André André e Imbula. 

Não deu bom resultado.  

DESTAQUES DO JOGO: Yarmolenko, um craque ucraniano 

Apressado mas confuso, voluntarioso mas trapalhão, intenso mas inconsciente. O FC Porto não foi uma equipa grande, não foi uma equipa forte, não foi uma equipa equilibrada. 

Tentou caminhos impossíveis, becos sem saída, esqueceu fundamentos básicos. E quando olhou para trás, Derlis já fugia pela esquerda, prontinho para rematar para o 0-2. E aí, até Iker Casillas, que estava a ser o melhor do FC Porto (com Rúben Neves) borrou a pintura. 

Quando Lopetegui lançou Dani Osvaldo e Jesús Corona, a 20 minutos do fim, já ninguém acreditava no que quer que fosse. E isso é um sinal péssimo. Numa verdadeira final, para gente grande, o FC Porto foi um menino mimado e incapaz de reagir à perda. 

O Dínamo foi superior em tudo e acabou o jogo com 17 remates contra oito do FC Porto. As duas bolas nos ferros ucranianos, na fase final, até podem enganar no resumo televisivo, mas só mesmo quem não viu o jogo do princípio ao fim. 

Primeira derrota da temporada, qualificação para os oitavos de final seriamente comprometida, níveis de confiança naturalmente abalados.   

Que FC Porto foi este, senhor Lopetegui? Puuuuummmmm, a queda ouviu-se por toda a Europa. 


LC: FC Porto-Dínamo Kiev, 0-2 (destaques)


O MOMENTO: 
66 minutos, golo de Derlis Gonzalez: O FC Porto perdeu o controlo do jogo a meio da primeira parte, sofreu um golo ainda antes do intervalo, mas ainda havia tempo para os dragões darem a volta. O golo de Derlis, com muita responsabilidade de Casillas foi a principal machadada na tentativa de reação portista. 
  
A FIGURA: 
Yarmolenko: Mal o Dínamo de Kiev deixou o bloco baixo dos primeiros minutos, a classe de Yarmolenko apareceu, deixando Layun com a cabeça em água. Muito bem nas diagonais para a área, e nos cruzamentos para Derlis e Garmash. Foi o motor do  ataque da equipa. Execução impecável da grande penalidade que permitiu aos ucranianos adiantarem-se no marcador. 
  
OUTROS DESTAQUES: 
  
Casillas: Se nos primeiros minutos de limitou a assistir ao jogo de um lugar privilegiado, depois teve que arregaçar as mangas. Uma saída desteminda, uma defesa fantástica a um remate de Derlis, e a salvar com o pé um remate de Garmash. Ainda teve a sorte (e o poste) do seu lado. Acabou por sofrer o golo de grande penalidade, numa belíssima excução. E borrou a pintura aos 66 minutos, na defesa incompleta que permitiu o golo de Derlis. 
  
Rúben Neves: O jogador mais competente dos dragões, mesmo quando a equipa esteve nos seus piores momentos. O menos perdulário, num dia de muitos passes errados dos Dragões, rápido a distribuir jogo. 
  
André André: Entrou no jogo ao intervalo, com a desvantagem no marcador e personifica aquilo que a reação postista devia ser. Nem tudo lhe correu bem, mas mostrou-se sempre esforçado, irrequieto, a incomodar os defesas adversários. No último minuto ainda viu o poste negar-lhe o golo. 
  
Derlis: Começou por tentar de longe, mas foi tendo cada vez mais bola e foi furando pela defensiva portista. Na primeira parte obrigou Casillas a uma grande defesa, após um cruzamento fantástico de Yarmolenko. Na segunda parte, apareceu isolado da esquerda e rematou forte para uma defesa incompleta de Casillas que deixou a bola seguir para a baliza e fazer o segundo. 
  
Khacheridi: Exibição exemplar. Quase nada, nem ninguém, passou por ele. A defesa do Dínamo tinha um alvo definido: Aboubakar. E não lhe deu um centímetro. Khacheridi foi um dos principais responsáveis não só a anular o camaronês, mas também a intercetar os cruzamentos de Tello, e as investidas de André André e Osvaldo.



André André: «Enquanto houver esperança vamos tentar»


André André, médio do FC Porto, em declarações na flash interview da RTP após a derrota em casa com o Dínamo Kiev: 

«Sim, as coisas complicaram-se. Entrámos no jogo para ganhar, sabíamos que se entrássemos para o empate as coisas podiam complicar-se. Entrámos bem no jogo, mas sofremos o golo e a equipa foi um bocadinho abaixo. 

Na segunda parte tentámos marcar mas não conseguimos. O Dínamo foi lá uma segunda vez e fez o golo. 

Guardámos as coisas para a última jornada mas enquanto houver esperança vamos tentar. 

Sabíamos que tínhamos de arriscar mais um bocado [na segunda parte]. Tentámos tudo mas infelizmente não conseguimos. 

[Sobre o facto de não ter sido titular] 
O mister tem as suas opções e há que respeitá-las. Eu estou aqui para trabalhar. Se a equipa jogou melhor comigo na segunda parte? Isso é para vocês analisarem.

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