domingo, 18 de outubro de 2015

TP: Varzim-FC Porto, 0-2 (crónica)

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Missão esticada mas cumprida, com Tello e Bueno a mostrar serviço


O vencedor que se esperava e da forma que também seria a mais previsível. O FC Porto segue em frente na Taça de Portugal, depois de vencer o Varzim, num jogo difícil e que obrigou os dragões a vestir fato-macaco. Já se previa que assim fosse, pelo que a equipa de Julen Lopetegui só tinha de fazer o que lhe competia: fazer por merecer o triunfo. E fez. 

Podia ter conseguido outros números, podia ter descansado mais cedo. Mérito do Varzim, a somar a alguns erros dos portistas na fase decisiva do ataque (sobretudo na segunda metade) e, porque também é preciso dizer, um ou outro percalço da equipa de arbitragem, sobretudo um golo mal anulado a Osvaldo ainda com o marcador em branco. 

O Varzim colocou-se, quase a tempo inteiro mas sobretudo na primeira metade, muito subido no terreno. Uma pressão constante sobre os homens de azul, esta noite com o traje que manda a tradição, mas rostos bem diferentes. 

Lopetegui mudou todos os setores, da baliza ao ataque, descansando tropas e moralizando outras. Tello e Bueno, sobretudo. Os dois foram os melhores do FC Porto em campo, construindo, inclusive, a jogada do golo inaugural. 

Ordem inversa: Bueno primeiro, Tello depois. O passe do ex-Rayo Vallecano saiu rasgadinho, mas Tello fez uso da sua velocidade, bem superior à de Sandro que não fez o corte, e na cara de Ricardo atirou certeiro. 

O golo desbloqueou o jogo e acalmou o FC Porto, incomodado pelo início atrevido do rival. É que a equipa procurava, ainda, entender-se em campo face às muitas novidades. Helton voltou ao onze, Lichnovsky estreou-se com muitos nervos à mistura, Cissokho teve nova oportunidade para causar boa impressão. 

Apenas Layún e Imbula, opções regulares, jogaram de início e a verdade é que passou, muito, pelo seu comportamento, a chave para desbloquear o encontro. O francês cedo encostou na linha dos centrais, assumindo a primeira fase de construção, algo que nem Lichnovsky, nem Indi fazem habitualmente. O chileno abria espaço na direita e empurrava Layún para a frente. O mexicano ficava solto e foi muito por ali que o FC Porto começou a desequilibrar. 

O Varzim ainda tentou um ar da sua graça depois do golo de Tello, mas, na melhor ocasião que dispôs, Rui Coentrão atirou ao lado. Serviu, apenas, para colocar em sentido os homens de Lopetegui. O jogo não estava ganho. 

A noite para esquecer de Dani Osvaldo 

Antes do intervalo, Osvaldo foi perdulário na cara de Ricardo e deu o mote para uma segunda metade desastrada. À sua conta teve mais de um par de perdidas, uma delas escandalosa de baliza aberta. Noutra, tentou um chapéu bonito, que saiu ao lado. Noutra ainda…marcou. Mas o golo foi de novo anulado por fora de jogo. Este bem tirado. 

Há noites assim e o internacional italiano vai querer, rapidamente, esquecer esta. 

O jogo, esse, foi diferente no segundo tempo. Houve mais FC Porto, menos Varzim. A pressão do primeiro tempo teria custos e viram-se cedo. A lesão de Abel, que limitou as substituições também não ajudou. 

O FC Porto, como se disse no início, ficou a dever a si próprio outros números no marcador. Teve futebol para isso, sem ser deslumbrante. Conseguiu o segundo golo, por André André, que recebeu a ovação da noite num regresso a «casa», em cima dos descontos. Não deveria ser preciso esperar tanto. 

Ficou o mais importante: vitória, apuramento e, já agora, dois jogadores «ganhos». Tello e Bueno podem construir uma nova imagem na época a partir do que mostraram esta noite. Lopetegui gostou, certamente.

TP: Varzim-FC Porto, 0-2 (destaques)


Tello renasceu na Póvoa e Bueno mostrou-se finalmente

A FIGURA: Tello 

Renascido. Um jogo para recuperar a alma. Longe do que sabe fazer num início de temporada em franca baixa de forma, o espanhol fez o que pôde para marcar pontos na Póvoa de Varzim. A atitude do rival, jogando subido no terreno, permitiu-lhe explorar o seu ponto mais forte: a velocidade. Num desses lances fez tudo bem e adiantou o FC Porto no jogo, logo aos vinte minutos. No segundo tempo voltou a ser venenoso num par de cruzamentos, um deles perdido por Osvaldo a um metro de uma baliza aberta. Sai da Póvoa outro jogador. 


O MOMENTO: Tello de moto, Sandro de bicicleta 

Minuto 20. O Varzim entrara atrevido e pressionante. O FC Porto demorou a adaptar-se ao rival, mas já estava por cima quando marcou. Fez uso da velocidade de Tello, uma das maiores do espanhol. O passe de Bueno foi bom, mas puxado. Não era para qualquer um. Foi para Tello, bem mais rápido do que Sandro. Na cara de Ricardo, foi só marcar. 


OUTROS DESTAQUES 

Bueno 
Estreia a titular, numa posição atrás de Osvaldo, o ponta de lança de serviço. É aí que mais rende, pelo que se viu no Rayo Vallecano e pela amostra desta noite. A verdade é que se movimentou bem, esteve muito em jogo e até foi o primeiro portista a criar perigo, num remate acrobático, ao segundo poste. Assistiu Tello para o golo, mostrou classe em vários pormenores e foi sempre dos elementos mais calmos do ataque portista, tentando pensar o jogo na fase em que se faz a diferença. Nota muito positiva. 

Imbula 
Não precisava da excelente abertura para André André fazer o segundo para ser um dos destaques do encontro. Lopetegui mudou muito na equipa mas manteve o francês no miolo e o jogo deu-lhe razão. Está cada vez mais confiante e a qualidade vem ao de cima. Inteligente a recuar para construir, forte a ocupar os espaços. Faltou-lhe um golo para ser perfeito. 

Layún 
Lichnovsky caiu-lhe muitas vezes no raio de ação, levando o mexicano a adiantar-se, jogando numa posição híbrida, colado à linha, entre a defesa e o meio campo. Deu-se bem. Joga com segurança, mesmo nas várias vezes em que precisou atrasar para Helton. Está confiante e nota-se. 

Lichnovsky 
Estreia absoluta na equipa do FC Porto com muitos nervos e alguns riscos desnecessários. 

Rui Coentrão 
O sinal de perigo do lado do Varzim veio, essencialmente, se um jogador que transporta a raça de todo o grupo. Pequeno mas irrequieto, esteve muito perto de empatar o jogo pouco depois do golo de Tello, quando deixou Varela nas covas e rematou cruzado, já na área portista. Um talento a rever.

TP: Varzim-FC Porto, 0-2 (resultado final)


Golos de Tello e André André valeram qualificação.


O FC Porto qualificou-se este sábado para os 16 avos de final da Taça de Portugal, ao vencer o Varzim por 1-0

Tello, aos 20 minutos, marcou o primeiro golo do encontro. André André, nos descontos, confirmou o triunfo, curiosamente ajudando a eliminar a sua antiga equipa. 

Julen Lopetegui fez várias alterações ao onze titulares, e permitiu a estreia do defesa chileno Lichnovsky. 

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