terça-feira, 3 de novembro de 2015

Benfica-Galatasaray, 2-1 (crónica)


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Uma equipa de mais sois e menos sombras



O Benfica começa a afastar o peso que todas as manhãs carrega sobre os ombros, quando levanta a cabeça da almofada e a ergue para o mundo. É por isso uma equipa cada vez menos inconstante, menos trémula e emocionalmente menos instável. 
  
É uma equipa menos errática, enfim, que já vai conseguindo resistir ao ritmo dos próprios medos. 
  
Esta terça-feira, por exemplo, entrou muito bem no jogo. Excelente, aliás. Porventura de espírito mais limpo depois da goleada doméstica, começou por encostar o Galatasaray às cordas. 
  
Foi coisa de vinte minutos, não mais, mas foi provavelmente do melhor que já se lhe viu fazer esta época. Estruturada em redor da subida de forma dos melhores valores individuais, a equipa apresentou sinais muito animadores para início de conversa. 

Confira a ficha de jogo e o relato ao minuto 
  
Apresentou, por exemplo, uma capacidade rara de ganhar a bola em zonas subidas do terreno. Pressionava alto, não deixava o adversário jogar e com uma frequência admirável iniciava os ataques perto da grande área do Galatasaray. Ora essa é a melhor forma de uma equipa se encorajar. 
  
Foi o que o Benfica fez em vinte minutos muito bons. 
  
Nesta altura convém fazer um parêntesis para dizer que muito do que este Benfica começa a ser tem a ver com a entrada de Raul Jimenez no onze. 
  
O mexicano desperdiçou dois ou três golos esta noite, um, pelo menos um, na cara de Muslera, mas para além disso traz à equipa uma maior capacidade de jogar fora da área: cai na direita, cai na esquerda, pressiona, ganha a bola, arrasta defesas, abre espaços para os companheiros. 
  
É um ponta-de-lança diferente de Mitroglou, que é um animal de área, mais parecido com Lima, por exemplo, o que favorece até Jonas: ganha espaço na área para fazer a diferença quando vem de trás. 


  
Ora por isso, e porque os melhores valores individuais - particularmente Jonas e Gaitán - estavam endiabrados, o Benfica criou nos primeiros vinte minutos três ou quatro oportunidades para marcar. 
  
Não o fez e veio por aí abaixo. 
  
Veio por aí abaixo sobretudo depois do primeiro remate turco, num esforço de Podolski que saiu enrolado, foi suficiente para levantar suspeitas e outras desconfianças. 
  
Sim, que esta equipa ainda não afastou todos os medos. Mas já consegue lutar contra eles. 
  
Talvez por isso regressou forte dos balneários, outra vez autoritária, pressionante, dominadora e assente outra vez na qualidade dos melhores valores individuais. Por isso chegou finalmente ao golo: Jonas, na sequência de uma bola parada, abriu o marcador. 
  
O Galatasaray reagiu e aproveitou uma falha defensiva para empatar seis minutos depois, o que levantou dúvidas no estádio: era um golpe duro para uma equipa que ainda está a crescer. 

Resultado e classificações da Liga dos Campeões 
  
Mas a verdade é que este Benfica já consegue lutar contra os próprios medos: já não se esconde à primeira infelicidade. A equipa voltou para a frente e chegou ao golo do triunfo através de Luisão. 
  
Esse foi o sinal, enfim, que permite dizer que este é um Benfica menos inconstante, menos trémulo e emocionalmente menos instável. Jogo a jogo a equipa aprender a lutar com os próprios medos. 
  
É claro que até ao fim, é preciso dizê-lo, o Galatasaray desperdiçou duas ou três ocasiões claras de golo. Nessa altura, a formação encarnada foi beijada pela sorte: e já agora pela ca

Benfica-Galatasaray, 2-1 (destaques)

pacidade de sofrer com menos um jogador, depois da expulsão de Gaitán. 

Tudo isso é verdade, mas é muito verdade também que este Benfica já sabe reagir aos erros, já sabe ir atrás da felicidade quando ela lhe parece fugir entre os dedos. 
  
Já vive melhor ao sol do que à sombra, portanto.

Gaitán do céu ao inferno e Luisão voltou a ser decisivo


A FIGURA: Gaitán 
Está a ver um carro de alta cilindrada? Agora tire-lhe as rodas. Não há cavalos que o façam andar, não é? É mais ou menos o que este Benfica é sem Gaitán. O argentino é o princípio, o meio e às vezes o fim do jogo ofensivo da equipa de Rui Vitória e nesta terça-feira não foi exceção. Aos 5’ minutos descobriu Jiménez em boa posição. Foi apenas o primeiro de vários passes de morte, como aquele que fez a Guedes aos 23’ e que o português desperdiçou porque escorregou no momento crucial. É ele quem bate o livre que origina o primeiro golo dos encarnados e quem bate o canto do segundo. Esteve perto do golo aos 72, na marcação de um livre, mas Muslera opôs-se com uma defesa monumental. Foi expulso a cinco minutos dos 90 depois de uma falta no meio campo do Galatasaray. Os génios também têm destas coisas… 
  
MOMENTO: golo de Luisão, minuto 67 
O Benfica tinha deixado fugir a vantagem pouco depois de Jonas ter inaugurado o marcador. Aos 67 minutos, Luisão voltou a fazer a diferença numa subida à área contrária. Com o pé direito, desfez o nulo e deu uma vitória que coloca o Benfica com um pé nos «oitavos» da Liga dos Campeões. 
  
OUTROS DESTAQUES 
  
Luisão: defensivamente não esteve ao nível do parceiro Jardel e até cometeu um ou outro erro. Mas foi letal nas subidas à área turca. Está diretamente ligado aos dois golos do Benfica. No primeiro estorvou a ação de um adversário e acabou por tocar, ainda que involuntariamente, para Jonas, que fuzilou as redes de Muslera. Aos 67’, novamente numa subida à área, voltou a desequilibrar. Ao contrário de tantas outras vezes, não fez a diferença com a cabeça, mas sim com o pé direito. O remate, quase sem balanço, entrou junto ao poste esquerdo da baliza turca. Está perdoado o homem dos golos decisivos? 
  
Jonas: marcou pela primeira vez ao serviço do Benfica na Liga dos Campeões. Com André Almeida e Talisca muito recuados, coube-lhe muitas vezes o papel de ir buscar jogo atrás, sacrificando-se pela equipa. Não fez uma exibição de encher o olho, mas voltou a ser decisivo. 
  
Guedes: na esquerda na direita e às vezes no meio, foi sempre um elemento incómodo para o setor mais recuado do Galatasaray. Está confiante e isso nota-se na forma como aposta cada vez mais no um para um. Falta-lhe definir melhor quando não deve fazê-lo para que a equipa não seja apanhada em contrapé nas perdas de bola. 
  
Raúl Jiménez: exibição muito esforçada do mexicano nesta noite. Sempre muito móvel à procura de espaços, desequilibrou várias vezes a defesa turca com as suas movimentações. Esteve perto do golo em pelo menos três ocasiões. Muslera foi gigante, sim, mas precisa de trabalhar muito a finalização. Ainda assim, terá sido uma das melhores exibições de águia ao peito. 
  
Muslera: se a equipa turca esteve na discussão até ao final, bem pode agradecê-lo ao guarda-redes uruguaio, autor de várias defesas sublimes. Negou três vezes o golo a Raúl Jiménez, uma delas, já na segunda parte, quando ainda estava a recompor-se de uma gigante intervenção a um livre de Gaitán.




LC: Benfica-Galatasaray, 2-1 (resultado final)


Luisão deixa a equipa portuguesa à beira do apuramento

O Benfica assumiu a liderança do Grupo C da Liga dos Campeões e está perto de garantir o apuramento para os oitavos de final, após vitória sobre o Galatasaray (2-1). 

FILME DO JOGO 

Jonas inaugurou o marcador ao minuto 52, na sequência de um livre cobrado por Nico Gaitán para a área, e que contou ainda com a intervenção de Jardel e Luisão. 
  
A vantagem durou apenas seis minutos, até Podolski bater Júlio César com um remate cruzado, já no interior da área. 
  
O Benfica recuperou a vantagem ao minuto 67, com um golo do capitão Luisão. 
  
A equipa portuguesa ainda acabou o jogo reduzida a dez elementos, uma vez que Nico Gaitán viu o segundo cartão amarelo ao minuto 85. 

Uma vitória no Cazaquistão, na próxima jornada, confirma o apuramento. Mas tal pode nem ser necessário, se o Galatasaray não conseguir vencer em Madrid. 


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