domingo, 1 de novembro de 2015

TARÁ , UM GRANDE ARTILHEIRO DE PERNAMBUCO

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O homem que mudou o Santa Cruz

TARÁ

Humberto de Azevedo Viana

Nascimento: 1914

Posição: Center-forward (centroavante)

Carreira: Mocidade de Beberibe (1929), Atheniense (1930), Santa Cruz (1931/42 - 1948), Náutico(1943/47)

Títulos: Campeão Pernambucano em 1931/ 32/ 33 (os três primeiros da história do Santa), 1935, 1940 e 1945 (esse pelo Náutico).

Marcas: Artilheiro dos campeonatos de 1938 (25 gols), 1940 (20 gols) e 1945 (28 gols – pelo Náutico). Em 1945, no jogo Flamengo do Recife 3x21 Náutico, Tará marcou 10 gols. Fez gol de bicicleta antes de Leônidas, que marcou o seu na Copa de 38. Fez um gol do meio-de-campo, contra o Náutico (o goleiro era Djalma).

Características: Não se contentava em vencer, só saía de campo satisfeito se deixasse sua marca. Era baixo, mas fazia muitos gols de cabeça e, principalmente, de “virada”. Considerado um centroavante nato. "Meu estilo era um misto de rompedor e técnico" (depoimento dado a Folha de Pernambuco, em 29 de novembro de 1998).

Estréia pelo Santa: Setembro de 1931, Santa Cruz 2x2 Íris (não marcou). Seu primeiro gol aconteceu na partida seguinte, contra o Flamengo do Recife, na vitória por 3x1. E fez logo dois.

Curiosidades: Em uma determinada época jogou ao lado de quatro irmãos no Náutico (Orlando, Isaac, Gérson e Roldan).


Possui uma música em sua homenagem:

Mestre Tará (Samba de Bráulio de Castro)

Depois de Garrincha e Pelé/ Vou te falar/ O maior do mundo foi Tará/ Mestre Tará
Não havia teipe/ Pra registrar seu futebol/ Mas o jornal diz que ele/ Marcou dez vezes, num jogo só/ Driblava até o goleiro/ E fazia de calcanhar/ O maior do mundo foi Tará
Era um Deus nos acuda/ Jogando com Siduca/ Deixava qualquer defesa/ Adversária, lelé da cuca/ Driblava até o goleiro/ E fazia de calcanhar/ O maior do mundo foi Tará









Em 1940, contra o Sport, eterno rival, Tará faz um golaço decisivo para a conquista do campeonato daquele ano, o quinto do Santa. Depois, em 46/47, o Santa seria bicampeão.

Tará é considerado, pelos mais antigos, o maior jogador da história do Santa Cruz de Pernambuco. Há quem diga que o Santa Cruz tem duas fases: antes e depois de Tará. Tanto é, que antes dele, o Santa não havia conquistado nenhum título estadual, e depois do ídolo, O Mais Querido arrematou logo um tri-campeonato. Ele foi convidado a jogar no Rio de Janeiro (Fluminense e Vasco o procuraram), mas era a época do amadorismo e Tará preferiu dar preferência à carreira militar, recusando as propostas dos clubes cariocas. Participou da Seleção Pernambucana e estava no memorável jogo contra a seleção baiana, em 1945, pelo Campeonato Brasileiro, que Pernambuco venceu por 9x1 (Tará fez três). Infelizmente brigou com um diretor tricolor e foi para o Náutico, onde seu irmão Orlando, o pingo de ouro, atuava. Mas, em 1948, voltou ao tricolor para encerrar a carreira no clube de coração.

“Não joguei lá (Rio de Janeiro) porque não quis. Gentil Cardoso esteve no Recife e tentou me convencer a ir para o Fluminense. Não aceitei, pois fazia o curso para oficial. Outra vez, depois de um treino da seleção de Pernambuco, em São Januário, recebi convite do Vasco.”


Depoimento dado a um especial da Revista Placar em 1979.





PS1. Em pesquisa da Revista Placar, em 1999, Tará foi escolhido pela crítica o grande craque do Santa, no século XX. O levantamento foi realizado de duas formas: o voto da crítica, onde dez pessoas, entre jornalistas e conselheiros do clube, votavam nos melhores jogadores, e o júri popular, que foi feito através da internet e qualquer um pôde escolher. Tará recebeu cincos votos contra dois de Luciano Veloso, dois de Ramón e uma indicação de Mazinho. Na internet, Givanildo foi o eleito.

PS2. De acordo com uma reportagem especial da Folha de Pernambuco, em novembro de 1998, Tará disputou 102 jogos e fez 80 gols pelo Santa, apenas no período de 38 a 42 - não há informações seguras do período anterior. Na época da matéria, Tará, que dedicou o resto da sua vida à carreira militar, tinha 84 anos. Quem tiver mais informações sobre o que aconteceu com ele após a matéria, por favor, compartilhe conosco. Acima, foto publicada na reportagem do jornalista Leonardo Guerreiro.
PS3. Segundo o tricolor Júlio Vila Nova, Tará faleceu, ao 86 anos, de ataque cardíaco, no dia 7 de setembro de 2000, no hospital da Polícia Militar, no Recife. Valeu pela informação, Júlio.
PS4 (atualizado em 29/08). Tará é o maior artilheiro da história do Santa Cruz, com 207 gols contabilizados até 1940, de acordo com matéria do Diário de Pernambuco de 03/02/2004. Como ele marcou 80 vezes só no período de 38 a 42 e voltou ao clube em 48, presume-se que ultrapassou a marca dos duzentos gols. O segundo maior artilheiro é Luciano Veloso com 175, seguido por Ramon com 146 gols.

Fontes: Conheça o Santa Cruz (Fascículos em comemoração aos 55 anos do clube), Eu Sou Santa Cruz de Corpo e Alma (Mário Filho), Santa Cruz - As maiores torcidas do Brasil (especial da Placar de 1979) e Campeonato Pernambucano - 1915 a 1970 (Carlos Celso Cordeiro e Luciano Guedes Cordeiro).

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