Nova York é a grande metrópole dos Estados Unidos. Casa de alguns dos maiores times do país, independente do esporte, e palco também de alguns dos maiores clássicos. Porém, no futebol, o Dérbi do Rio Hudson nasceu com uma rivalidade ferrenha. Um histórico de provocações e violência até incomum diante de toda a história do “soccer” no país, ainda mais se comparado a outros grandes clássicos. New York Red Bulls e New York City só se enfrentaram três vezes, a última delas neste domingo. Independente disso, sustentam um histórico de inimizade já respeitável.
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Criado como MetroStars e um dos fundadores da MLS, os Red Bulls sempre se mantiveram como o único clube da cidade na liga. No entanto, desde 1996 o projeto de montar mais uma franquia na cidade sempre veio à tona. Algo que só aconteceu neste ano, depois de algumas tentativas frustradas de incorporar o tradicionalíssimo New York Cosmos recentemente. A questão é que o New York City FC já nasceu sob holofotes, atraindo interesse especialmente pelo dinheiro que tem e pela capacidade de atrair grandes craques. Algo que desafiou a soberania mantida pelos alvirrubros em todos esses anos.
Por mais que o clássico tenha sido disputado pela primeira vez em 2015, os torcedores fazem questão de criar o ambiente de hostilidades. Os Red Bulls consideram os rivais “modinhas”, especialmente pela maneira como repercutiram e ganharam fãs nos últimos meses. Demoraram para surgir de fato e não tem um estádio que sustente a almejada grandeza. Em compensação, do outro lado, os azuis retrucam contra o fato de, na verdade, os rivais atuarem em Nova Jersey. E ainda há um apelo junto à Premier League, que ganhou ainda mais popularidade nos EUA durante as últimas temporadas. Enquanto o New York City se aproxima do Manchester City, dos mesmos donos, os alvirrubros seriam o paralelo do Manchester United pelas cores e pela tradição.
Durante o último domingo, com o mando de campo dos Red Bulls, as provocações ficaram evidentes em Nova Jersey. Os alvirrubros chamaram o City de “asilo”, diante do fato de terem trazido os veteranos Pirlo, Lampard, Villa e Iraola para a temporada inicial. Além disso, também tiraram sarro do fato dos rivais serem apenas um satélite do Manchester City. E o maior tripúdio veio dentro de campo, com a vitória por 2 a 0 nos mandantes, mantendo os 100% de aproveitamento no clássico. “Nova York é vermelha” era a frase de ordem.
Do lado de fora do estádio, contudo, nem tudo ficou só na gozação. Grupos de torcedores rivais se enfrentaram nas ruas da cidade. A confusão aconteceu em um bar na região do estádio, deixando alguns ferimentos leves e objetos destruídos com as trocas de socos. A chegada imediata da polícia, ao menos, conteve os brigões e evitou prejuízos maiores. Só que simboliza exatamente a dimensão que a rivalidade vai ganhando, mesmo só forjada agora.
Um dos maiores temores sobre a criação de um novo clube em Nova York seria se isso não implodiria o futebol local. O apelo do esporte por lá não é tão grande quanto em outras regiões, da mesma forma como o Cosmos segue com seus fiéis. Todavia, independente da falta de tradição e da superficialidade das torcidas neste momento, a palavra clássico ganha sentido. Red Bulls e City, na verdade, parecem beneficiar um ao outro. A rivalidade ajuda a chamar atenção para o futebol local, ainda que a violência não seja bem um mérito disso.
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