Grande feito: Campeão Brasileiro de 1978. Foi o primeiro clube do interior do Brasil a conquistar o maior título do futebol nacional.
Time base: Neneca; Mauro, Gomes, Édson e Miranda; Zé Carlos, Zenon (Manguinha) e Renato; Capitão (Adriano / Gersinho), Careca e Bozó (Macedo). Técnico: Carlos Alberto Silva.
“O incrível Bugre do Brasil”
Zombaram deles no Sul. E eles responderam com um baile de futebol e uma goleada por 3 a 0. No Rio, o Maracanã e Roberto Dinamite tentaram intimidar, mas aquela turma do interior botou para quebrar. E, no Morumbi, contra um time também alviverde que já se proclamava soberbamente campeão, um garoto de 17 anos mostrou qual o verde que iria predominar no Brasil em 1978: o verde de Campinas. E do Guarani Futebol Clube, primeiro clube do interior a conquistar o Campeonato Brasileiro de futebol. Com uma mescla de jovens talentos e experientes jogadores, o Bugre encantou o país naquela temporada jogando um futebol ofensivo, dinâmico e puramente técnico. A linha de frente formada por Capitão, Careca e Bozó, tida como “de risos” pelos gaúchos, marcou simplesmente 21 dos 57 gols do Guarani no torneio e provocou risos, sim, mas no torcedor bugrino, que viveu naquele ano momentos inesquecíveis e históricos que jamais sairão da memória. É hora de relembrar uma das maiores façanhas de um clube no futebol brasileiro.
Arriscar é preciso
De presidente novo (Ricardo Chuffi) e com a pressão de ver a rival Ponte Preta possuir um ótimo time que por muito pouco não faturou o Campeonato Paulista do ano anterior (perdeu para o Corinthians, de Basílio), o Guarani entrou na temporada de 1978 cercado de dúvidas. O clube não tinha dinheiro em caixa e a contratação de nomes de peso para fazer frente a Carlos, Oscar e Dicá, alguns dos craques da Ponte, era totalmente inviável. Por isso, a diretoria bugrina decidiu buscar um treinador desconhecido que pudesse garimpar talentos nas categorias de base e trabalhar com os vários jovens do elenco: Carlos Alberto Silva, que fizera um bom trabalho no comando da Caldense-MG. Quando começou a trabalhar no Bugre, Silva viu que era possível montar um bom time com apenas algumas (e baratas) contratações. O elenco já tinha jovens maduros e eficientes como Miranda, Mauro, Renato, Manguinha e Adriano, além de Capitão e Gomes, reforços trazidos ainda em 1977, e Zenon e Neneca, ambos no clube desde 1976. O primeiro a vir a Campinas foi o volante Zé Carlos, ídolo e jogador que mais vezes vestiu a camisa do Cruzeiro na história. Experiente e com passagem pela Seleção Brasileira, o meio-campista teria papel fundamental na orientação aos jovens. Depois dele, chegaram Bozó, para a ponta-esquerda, e um garoto de 17 anos ganhou a confiança do técnico para ter seu espaço entre os profissionais: Careca, centroavante nato e com uma técnica fora de série para sua pouquíssima idade. A chance de tudo aquilo dar errado era grande, ainda mais com o início precoce do Campeonato Brasileiro, em março, por causa da Copa do Mundo. No entanto, a turma alviverde trabalhou com muito empenho para mostrar, em campo, que poderia alcançar um bom resultado no torneio nacional.
Entrosamento e avanços
Contra o Vasco, em casa, o Guarani iniciou sua caminhada no Brasileiro de 1978 da pior maneira possível: derrota por 3 a 1 com os três gols dos cariocas marcados por Roberto Dinamite. O revés poderia ser um mau agouro, mas o time se recompôs e derrotou o Bahia (2 a 1, com gols de Zenon e Macedo) e o CSA (2 a 0, gols de Zé Carlos e Capitão), ambos em casa. Nas três partidas seguintes, todas fora de casa, o Bugre só empatou: 0 a 0, contra o Vitória, 1 a 1, contra o CRB, e 0 a 0, contra o Sergipe. Na volta para casa, o time campineiro goleou o Confiança por 5 a 0 (dois gols de Miranda, um de Gersinho, um de Capitão e outro de Careca) e foi mais do que confiante para o clássico contra a Ponte Preta, marcado para o dia 23 de abril, no Brinco de Ouro da Princesa. Fazendo valer o mando de campo e o nítido entrosamento que o time já estava adquirindo no torneio, o Guarani derrotou a Ponte por 2 a 1, com dois gols de Careca. A vitória colocou o time alviverde na vice-liderança do Grupo D e praticamente garantiu a equipe na segunda fase do campeonato. Na sequência, o time de Carlos Alberto Silva goleou o Itabuna por sonoros 7 a 0, em casa, com três gols de Renato, dois de Careca, um de Capitão e outro de Bozó, perdeu para o Volta Redonda, no Rio, por 2 a 0, e empatou em 1 a 1 com o Botafogo, fora de casa.
Na segunda fase, também no sistema de divisão por grupos e todos contra todos, o Guarani empatou em 1 a 1 com o São Paulo, em casa, e bateu o Brasília, fora, por 3 a 0 (dois gols de Renato e um de Bozó). No terceiro jogo, um desastre: goleada sofrida para o Remo, no Pará, por acapachantes 5 a 1, sendo que todos os gols dos paraenses foram marcados por Bira “Burro”, atacante que teria destaque no Internacional campeão brasileiro invicto de 1979. Aquela derrota foi rapidamente superada com uma vitória por 3 a 0 sobre o Caxias, em casa, e um empate na raça em 2 a 2 com o Vasco, no Rio, quando Careca marcou dois gols (um deles no último minuto do 2º T) que acabaram com a vantagem de 2 a 0 construída pelos cariocas ainda no primeiro tempo. Já em meio à Copa do Mundo (sim, o campeonato não parou por causa do torneio…), o Bugre perdeu para a Portuguesa, fora de casa, por 2 a 0, empatou sem gols com o Coritiba, em casa, e venceu o Villa Nova-MG, em casa, por 2 a 0. A equipe se classificou para a terceira fase, a última antes do mata-mata, e teria pouco tempo para descansar até o primeiro e decisivo embate: contra o Internacional, no Beira Rio.
O “sacode da alegria”
Apenas dois dos oito times do Grupo Q daquela terceira fase do Brasileiro de 1978 iriam se classificar para as quartas de final. Por conta disso e levando em consideração os integrantes do grupo (Santos, Goiás, Botafogo-SP, Londrina, Goytacaz e Botafogo-PB), o duelo contra o Internacional era encarado como decisivo e crucial para as pretensões do Guarani. Seguramente, as duas vagas seriam disputadas pelos campineiros, pelos gaúchos e pelos santistas, por isso, vencer o Inter já na estreia seria fantástico para o decorrer da competição. Mas ninguém da imprensa gaúcha dava bola para o “Time de circo e risos”, como bem noticiaram alguns jornais de Porto Alegre. A chacota era por causa dos apelidos dos jogadores de ataque do Bugre, Capitão, Careca e Bozó. O deboche dos gaúchos foi utilizado como inspiração pelo técnico Carlos Alberto Silva para inflar seus atletas em busca da vitória a qualquer custo. Era preciso, mais do que nunca, mostrar a todos que o Guarani era um time eficiente e poderia, sim, brigar pelo título. Mesmo diante de Falcão, Batista, Chico Spina, Valdomiro e Caçapava, o Bugre não se intimidou e deu um verdadeiro show no gramado do Beira Rio naquele dia 02 de julho de 1978.
Aos quatro minutos, Renato abriu o placar. Aos 39´, Bozó, aquele que os gaúchos tiraram onda, ampliou para 2 a 0. No segundo tempo, o Guarani seguiu dominando as ações ofensivas e explorando os contra-ataques sempre com passes vistosos, muita técnica e segurança. Foi então que Zenon, o camisa 10, marcou um dos gols mais épicos da história bugrina. Faltando sete minutos para o fim do jogo, o craque tinha a bola dominada no meio de campo e a opção de tocar para Capitão, na direita. Só que Zenon percebeu que os quatro defensores colorados estavam completamente alinhados e formando a popular “linha burra”. Com isso, o bugrino fingiu que ia tocar para Capitão e se mandou, sozinho, em direção ao gol. Os quatro colorados ficaram estáticos e sem reação, Zenon foi conduzindo a bola livremente e só teve o trabalho de tocar na saída do goleiro Gasperin. Golaço! E 3 a 0 no placar. O sacode campineiro serviu para calar a boca dos zombeteiros e de todos os que ainda duvidavam daquele time do interior paulista. Careca, craque daquele esquadrão, comentou sobre o episódio:
“O Carlos Alberto (Silva, técnico) ficou sabendo das chacotas e nos reuniu dizendo ´vocês ouviram isso?´. E praticamente todo mundo do time já tinha ouvido. Cara, o que nós jogamos… Eles tomaram três, fora o chocolate!” – Careca, atacante do Guarani em 1978, em entrevista ao Esporte Espetacular, outubro de 2013.
A vitória marcante sobre o Inter embalou os jogadores do Guarani, que passaram a acreditar, de fato, que poderiam ir muito longe naquele campeonato. Depois do empate em 1 a 1 contra o Goiás, fora de casa, a equipe venceu os cinco jogos restantes daquela fase e ficou na primeira posição do grupo. Os triunfos foram sobre o Santos (2 a 1, em casa, com gols de Mauro e Zenon), Botafogo-PB (1 a 0, em casa, gol de Careca), Goytacaz (3 a 0, em casa, com dois gols de Zenon e um de Gomes), Botafogo-SP (1 a 0, em casa, gol de Zenon) e Londrina (1 a 0, fora de casa, gol de Miranda).
Mito Neneca e senhores do Maracanã
Nas quartas de final, o Guarani encarou o Sport e voltou a mostrar força jogando fora de casa. Com gols de Zenon e Capitão, o time paulista venceu por 2 a 0 e foi com uma confortável vantagem para o duelo de volta, em Campinas. Nele, um show e goleada por 4 a 0, com dois gols de Capitão, um de Renato e outro de Miranda. Era hora da semifinal. E de encarar o Vasco, aquele que vencera o Bugre na estreia do Brasileiro por 3 a 1 em pleno Brinco de Ouro. Mas os tempos eram outros, a casa alviverde estava lotada e no gol do Bugre residia um goleiro iluminado: Neneca, que somou a sexta partida seguida sem levar gols e viu Renato e Orlando, contra, marcarem os gols da vitória do Guarani por 2 a 0. A partida foi quente e teve dois jogadores expulsos (Edson, do Guarani, e Fernando, do Vasco).
Na volta, o Maracanã pulsava com as mais de 100 mil vozes que vibravam com a volta de Roberto Dinamite ao Vasco e todos no estádio carioca acreditavam na virada do time cruzmaltino. Mas, naquela tarde, quem “dinamitou” no emblemático estádio foi o camisa 10 Zenon. Logo aos sete minutos do primeiro tempo, o Guarani fez uma jogada de pura arte, toques desconcertantes e lindos dribles de Capitão, que rolou para Zenon chutar de fora da área sem chance alguma para o goleiro Mazarópi. No segundo tempo, o mesmo Zenon, de falta, ampliou para 2 a 0. Faltando sete minutos para o fim, Dirceu encerrou a invencibilidade de 778 minutos do goleiro Neneca e deu números finais ao jogo: 2 a 1. O Guarani, pela primeira e histórica vez, estava em uma final de Campeonato Brasileiro. Era hora de encerrar com título uma campanha mágica de um time que jogava o melhor e mais bonito futebol do campeonato.
Vitória para a massa
Na grande final, o Guarani teve pela frente o Palmeiras do goleiro Leão e de Jorge Mendonça. Como não poderia deixar de ser, o time da capital era favorito e não pensava em um revés diante de um adversário do interior. Além disso, forças extracampo tentaram prejudicar o Bugre ao tentar levar as duas partidas da decisão para um estádio único (o Morumbi), ideia proposta pela FPF e vetada pela CBD, que manteve a primeira partida na capital e a decisiva em Campinas pelo fato de o Guarani ter melhor campanha que o Palmeiras. O único “porém” foi com relação ao público: o Brinco de Ouro da Princesa não poderia ter mais do que 28 mil pessoas e os ingressos tiveram seus preços dobrados.
No dia 10 de agosto de 1978, mais de 25 mil torcedores do Guarani (reforçados, claro, por corintianos, são-paulinos e santistas) foram ao Morumbi lotado (104 mil pessoas!) para empurrar o time rumo à vitória. A partida começou tensa, com o Palmeiras melhor no jogo e dominando as ações ofensivas. Nervoso, o Guarani não conseguia encaixar suas jogadas e via Leão segurar toda e qualquer ação bugrina. Ainda na primeira etapa, Zenon recebeu cartão amarelo e já deixou a torcida campineira apreensiva, afinal, o meia não poderia jogar a partida de volta porque aquele era o terceiro amarelo que ele recebia. No segundo tempo, porém, tudo começou a conspirar a favor do Guarani. O time se impôs, passou a tocar melhor a bola e o gol era apenas questão de tempo, mas Leão dificultava demais as pretensões do time do interior. Foi então que Careca, abusado e jovem, foi provocar o goleirão na área palmeirense e levou um chega pra lá do camisa 1. O árbitro Arnaldo Cézar Coelho viu e não teve dúvidas, afinal, a “regra é clara”: cartão vermelho! Os palmeirenses ficaram loucos da vida e Leão, claro, demorou demais para deixar o gramado. Como o lance foi dentro da área, foi marcado pênalti para o Guarani. Na cobrança, Zenon. No gol, o atacante Escurinho, que teve de vestir as luvas pelo fato de as duas substituições permitidas naquela época já ter sido feitas pelo Palmeiras. O camisa 10 do Bugre estava nervoso e até se recusou a bater, mas não teve jeito. Ele chutou e fez o primeiro e único gol do jogo: 1 a 0. Delírio puro da torcida campineira! E metade da taça já conquistada. Bastava um empate no Brinco de Ouro para o título nacional ficar em uma cidade do interior pela primeira vez.
Careca encerra jejum e o Brasil é do Bugre!
Na grande decisão, em Campinas, o atacante Careca seria a grande esperança de gols do Guarani com a ausência de Zenon. Mas o camisa 9 vivia uma incômoda seca que perdurava desde a terceira fase do campeonato. No entanto, na hora em que o Guarani mais precisava, o atacante mostrou que tinha estrela. Aos 36´ do primeiro tempo, Careca aproveitou o rebote do goleiro e fez o gol do título do time campineiro. E olha que ele perdeu um gol feito no segundo tempo, depois de driblar o arqueiro palmeirense e tentar um toque de calcanhar ao invés de chutar direto. Com a vantagem no placar, o Guarani marcou os principais jogadores palmeirenses, Manguinha substituiu muito bem o ausente Zenon e Zé Carlos foi uma fera em campo, dividindo todas e esbanjando raça. Ao apito do árbitro José Roberto Wright, estava consolidada a festa em Campinas! Pela primeira vez na história um time do interior era campeão do Campeonato Brasileiro. Mais do que isso, o Guarani dava de presente para o Brasil um craque do mais nobre quilate que faria ainda mais história nos anos seguintes: Careca, de apenas 17 anos e autor de 13 gols no torneio, mesmo número de Zenon, outro craque fundamental na campanha. Renato, habilidoso e inteligente meia, marcou 11 gols e fechou a “trinca artilheira” do Guarani.
A conquista do Bugre foi incontestável e consagrou uma campanha magistral da equipe alviverde: 32 jogos, 20 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, 57 gols marcados (2º melhor ataque) e apenas 22 sofridos, além de uma sequência de 11 vitórias seguidas na reta final da competição, que começou nos 2 a 1 sobre o Santos na terceira fase e só terminou no 1 a 0 sobre o Palmeiras, na final. Outro que se destacou foi o goleiro Neneca, que ficou 778 minutos sem levar gols, um recorde na história do clube. O Bugre teve um aproveitamento de 70,8%, um dos 10 melhores em toda a história da competição.
Esquadrão eternamente emoldurado
Depois do título nacional, o Guarani fez um bom Campeonato Paulista, mas não conseguiu ficar com o título. Na Copa Libertadores de 1979, a equipe deu show na fase de grupos ao vencer cinco jogos e perder apenas um. Os destaques foram os dois triunfos sobre o “freguês” Palmeiras, que levou de 4 a 1 em pleno Morumbi (gols de Gomes, Zenon, Mauro e Bozó) e 1 a 0 em Campinas (gol de Zenon), e as vitórias sobre o Alianza Lima-PER (3 a 0, fora de casa) e Universitário-PER (6 a 1, em casa). Na segunda fase, o time disputou quatro jogos, empatou três e perdeu um (para o futuro campeão, o Olimpia-PAR, por 2 a 1) e deu adeus ao sonho da América. Nos anos seguintes, a equipe perdeu vários de seus craques, caiu de divisão, teve bons momentos em 1986 (vice-campeão brasileiro) e no começo dos anos 90 (terceiro colocado no Brasileiro de 1994, com destaque para o atacante Amoroso, artilheiro com 19 gols, e o também atacante Luizão), mas jamais voltou a levantar um título de peso como o do esquadrão de 1978, que segue soberano como um dos mais talentosos e competitivos que o Brasil já viu. Um esquadrão imortal.
Os personagens:
Neneca: imponente, com braços longos, reflexos apurados e excelente colocação, Neneca foi um gigante naquele Brasileiro de 1978. O goleiro levou pouquíssimos gols e se consagrou de vez ao ficar 778 minutos sem ir buscar a bola no fundo de seu gol, um recorde histórico no Guarani. É dele também a menor média de gols sofridos na história do Guarani em Campeonatos Brasileiros : 0,69 – 43 gols sofridos em 62 jogos disputados entre 1976 e 1979.
Mauro: era o legítimo lateral-direito clássico, que apoiava bem o ataque e não descuidava da marcação. Fez um ótimo campeonato em 1978 e deu muita qualidade ao lado direito do time, além de dar liberdade para Zenon atacar sem grandes preocupações defensivas.
Gomes: era o legítimo xerife da zaga e se impunha perante os rivais na base da presença física. Ia muito bem nas jogadas aéreas e costumava aparecer de surpresa no ataque (que lhe rendeu um golzinho no campeonato). além de ser campeão brasileiro com o Bugre, Gomes fez história também pelo Coritiba campeão nacional de 1985.
Édson: zagueirão que não brincava em serviço e se saia muito bem nas jogadas que exigiam força física. Formou uma grande dupla de zaga com Gomes.
Miranda: talentoso lateral-esquerdo, Miranda fez um campeonato mágico e foi impecável tanto na defesa quanto no ataque. Com seus cruzamentos e descidas, participou de vários gols bugrinos e ainda balançou as redes cinco vezes no torneio.
Zé Carlos: um verdadeiro carrapato do meio de campo, Zé Carlos foi um dos líderes do Guarani em 1978 e ajudou demais o trabalho do técnico Carlos Alberto Silva ao dar conselhos para os jovens do elenco. Gabaritado por suas ótimas passagens pelo Cruzeiro campeão da Libertadores de 1976 e pela Seleção, o volante assumiu as ações de marcação no meio de campo e deu liberdade para Renato e Zenon arquitetarem as jogadas de gol do Bugre.
Zenon: com ampla visão de jogo, uma perna direita calibrada em cobranças de falta e lançamentos e faro de gol apuradíssimo, Zenon vestiu com perfeição a camisa 10 do Guarani e foi um craque do mais alto calibre para a equipe na conquista do Brasileiro de 1978. Com 13 gols, sendo dois contra o Vasco, na semifinal, e um contra o Palmeiras, na final, o meia foi um dos artilheiros do time no torneio e despontou de vez naquele ano como um dos principais jogadores do Brasil. Nos anos 80, Zenon também brilhou no Corinthians de Sócrates e Casagrande.
Manguinha: atuava no meio de campo e dava mais combate na marcação do que o concorrente Zenon. Não era tão técnico, mas teve seu papel de destaque durante a campanha alviverde.
Renato: meia de extrema habilidade e com ótima presença de ataque, Renato foi outro grande craque da virada dos anos 70 no Brasil e um dos principais talentos daquele Guarani campeão. Com técnica notável e muita precisão nos chutes (embora não fossem lá tão fortes, o que lhe deu o apelido de “Pé Murcho”), o jogador fez história no Bugre e marcou 11 gols na campanha do título. Nos anos 80, teve destaque no São Paulo e também faturou títulos.
Capitão: pela direita, Capitão infernizou as defesas rivais do Bugre e deu passes açucarados para Zenon, Careca e companhia estufarem as redes. Habilidoso e muito inteligente, foi crucial para o ótimo ataque do Bugre naquela temporada.
Adriano: atacante rápido e oportunista, só não teve mais chances no campeonato de 1978 por causa de uma contusão e pela concorrência com os titulares absolutos.
Gersinho: outro jovem das bases, tinha talento e velocidade, mas perdeu espaço no time titular no decorrer da competição.
Careca: foi a maior revelação do futebol brasileiro em 1978 e o maior jogador da história do Guarani. Inteligente, técnico, rápido, oportunista, habilidoso, com instinto predatório e prolífico ao extremo, Careca foi o artilheiro dos sonhos para o Bugre naquele campeonato. O craque marcava gols de todos os jeitos possíveis, a maioria deles golaços, resolvia partidas sozinho e era um terror constante para os zagueiros adversários. Pelo Guarani, marcou 109 gols e se tornou o segundo maior artilheiro da história do clube. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Bozó: ponta-esquerda muito rápido e fundamental para as jogadas ofensivas do Bugre naquele campeonato, Bozó virou xodó da torcida e formou um trio de ataque inesquecível no clube alviverde.
Macedo: jogava no lado esquerdo do ataque e entrou em algumas partidas do time (marcou dois gols), mas não foi titular absoluto por causa do bom momento vivido por Bozó.
Carlos Alberto Silva (Técnico): mestre eterno do Guarani e um verdadeiro patrimônio do clube, o treinador escreveu para sempre seu nome na história bugrina ao comandar com maestria um time altamente técnico e desacreditado que se transformou, em poucos meses, no melhor do Brasil em 1978. Venceu a principal competição do país com números formidáveis e vitórias maiúsculas sobre Internacional, Vasco e Palmeiras, todas recheadas de brilho e arte futebolística.
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