domingo, 30 de agosto de 2015

Académica-Sporting, 1-3 (crónica)

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Leão recuperou a pose na rábula dos castigos máximos


O Sporting regressou às vitórias em Coimbra, no reduto da aflita Académica, com uma exibição autoritária e um resultado que permite ao leão recuperar a pose e partilhar a liderança da Liga com FC Porto e Arouca, embora os dragões tenham menos golos sofridos. 

Carlos Mané, Slimani e Aquilani marcaram os golos da equipa de Jorge Jesus (1-3) num jogo em que ficou evidente a falta de argumentos desta Académica, uma de duas equipas ainda sem pontos no campeonato. Sete golos sofridos em duas partidas caseiras e apenas um marcado, numa grande penalidade mal assinalada e convertida por Rabiola. 



O árbitro Bruno Esteves envolveu-se aliás numa rábula de castigos máximos com saldo positivo, à justa. Adrien não parece fazer falta sobre Leandro Silva, Slimani foi carregado por João Real em cima do intervalo e Fernando Alexandre cometeu duas grandes penalidades bem assinaladas na segunda metade. Pelo meio, Jorge Jesus foi expulso. 



Mané e Slimani no onze para definir o caminho 

O treinador do Sporting fez as alterações esperadas neste regresso ao panorama nacional, após o amargo dissabor europeu. Ricardo Esgaio substituiu o castigado João Pereira, Jefferson recuperou o lugar à esquerda, Slimani devolveu Aquilani ao banco e Carlos Mané teve uma oportunidade face ao desgaste acumulado de Bryan Ruiz. 

Seria Carlos Mané, precisamente, a evidenciar as fragilidades desta Académica. Privado de Aderlan, José Viterbo apostou em Nii Plange mas o ala desiludiu e não conseguiu impedir o golo do extremo ao quinto minuto de jogo. 

Grande passe de Adrien para as costas dos defesas-centrais, Nii Plange permitiu a Mané surgir em posição regular e a aposta de Jesus fez o resto, batendo Lee com um remate cruzado. 

O Sporting chegou à vantagem no primeiro remate da partida mas viria a justificar esse facto com naturalidade, face a um adversário perturbado pela goleada sofrida em casa na jornada anterior, frente ao V. Setúbal (0-4), e pouco adaptado à estratégia delineada por José Viterbo. 

Leandro Silva e Selim Bouadla, mais habilitados para jogar pelo centro, surgiam a pender para os flancos, com Ivanildo a ter o papel de criativo ao lado de Rabiola. Esquema infeliz e sem resultados positivos. 

Não admira portanto que a Académica tenta chegado à meia-hora de jogo sem registo de ensaios à baliza de Rui Patrício. 

O Sporting, por outro lado, jogava sem marcas visíveis do efeito Champions e dominava por completo o ritmo do encontro. Ao minuto 24, aliás, marcou o segundo com um toque de classe de Slimani. Carrillo explorou um buraco à direita e serviu o argelino, sem que João Real tivesse anulado o lance. À saída de Lee, belo chapéu de Slimani com o pé esquerdo. 

Bruno Esteves a irritar leões 

Tudo parecia resolvido em Coimbra mas a história estava longe do seu fim. A caminho do intervalo, a equipa de arbitragem liderada por Bruno Esteves descortinou uma grande penalidade num lance em que Adrien só parece tocar na bola. Leandro Silva caiu, Rabiola aproveitou e bateu Rui Patrício na primeira tentativa. 

A Académica regressava ao jogo sem fazer por isso e o caldo entornaria pouco depois, quando o Sporting ficou a reclamar novo penálti, desta vez a seu favor. Lance duvidoso, em que João Real tocou primeiro na bola, esta desviou em Slimani mas estava ainda em jogo quando o central – ao fazer o carrinho – acertou em cheio no argelino. O árbitro não terá interpretado dessa forma, mas havia motivo para a marcação do castigo máximo. 

Ora o Sporting, agastado com uma sucessão de episódios, reagiu da pior forma e perdeu a concentração. Não perdeu apenas isso. Jorge Jesus foi expulso por protestos e viu a segunda parte da bancada, vendo Bruno de Carvalho acompanhá-lo no trajeto. Nas redes sociais, ao intervalo, o Sporting reforçava a sua luta por novas tecnologias para auxiliar os árbitros. 

Briosa acreditou mas pouco 

A segunda parte começou com um fora-de-jogo mal tirado a Bouadla, quando o reforço da Académica se isolava, e uma nova postura dos estudantes, agora encaixados de forma harmoniosa em 4x3x3 e dispostos a aproveitar um período de hesitação leonino. 

O efeito não se prolongou, porém, e o Sporting voltou a crescer com uma hora de jogo, montando o cerco à baliza de Lee. Na tal rábula das grandes penalidades, haveria espaço para duas a favorecer a formação lisboeta e ambas bem assinaladas. Adrien atirou ao poste na primeira mas Aquilani, vindo do banco, aproveitou nova falha de Fernando Alexandre (viu o segundo amarelo e foi expulso) para fixar o resultado final. 

Resultado com inteira justiça num jogo demasiadamente marcado pela arbitragem de Bruno Esteves. Protagonismo indesejado e evitável.

Académica-Sporting, 1-3 (destaques)

Slimani e Carlos Mané, retornados de luxo

FIGURA: SLIMANI 
Autor de um chapéu tecnicamente notável, foi um dos jogadores mais ativos dos leões durante o primeiro tempo. De regresso ao onze de Jesus, mexeu-se bastante, oferecendo-se ao jogo e dando boas opções de passe aos seus companheiros. O golo, após boa assistência de Carrillo, não foi mais do que uma consequência natural da qualidade do seu jogo. Além disso, ganhou a grande penalidade do 1-3, numa jogada de grande mérito, na qual forçou a passagem sobre Fernando Alexandre, obrigando à falta e consequente expulsão do academista. 
MOMENTO: RABIOLA AGITA O JOGO 
Num momento em que o Sporting liderava confortavelmente e a Briosa parecia incapaz de criar perigo, surgiu um lance que mudou a cara do jogo: Leandro Silva e Adrien discutiram uma bola na área, com o jogador do Sporting a chegar à bola mas com o árbitro a entender que existiu contacto posterior entre ambos. A grande penalidade acabou por ser assinalada e convertida por Rabiola e o jogo conheceu uma transformação, com os leões a perderem todo o ascendente que haviam tido, de forma clara, até então. O efeito durou pouco, ainda assim. 
OUTROS DESTAQUES 

João Mário: 
Foi o maestro do jogo do Sporting. Como sempre, apareceu de cabeça levantada, transportando a bola e encontrando as melhores linhas de passe. Junto a Adrien, apoderou-se do jogo a meio-campo e dominou perante uma Académica passiva e sobretudo defensiva. No segundo tempo, teve a primeira ocasião do Sporting, num remate de meia distância que não passou longe do poste direito (60 min.) e foi continuando a aparecer com esclarecimento, caindo muitas vezes na meia-direita. 

Carlos Mané: 
Arrancou em grande estilo, rompendo a frágil estrutura defensiva da Briosa e apontando o primeiro da formação de Alvalade, após trabalho de Adrien. Rápido, foi esticando o jogo entre as zonas interiores e o corredor lateral. Com o passar do tempo, perdeu algum fogo mas na segunda parte voltou a aparecer, ganhando uma grande penalidade, desperdiçada por Adrien Silva. Regresso à titularidade em bom nível. 

Carrillo: 
A nuance tática introduzida por Jorge Jesus na nova temporada parece ter feito bem ao futebol do peruano, potenciando as suas melhores qualidades. Aparecendo mais por dentro, em ziguezagues e triangulações, foi desequilibrando, mexendo muito com o jogo ofensivo do Sporting. Assistiu Slimani para o 0-2 e acabou substituído no segundo período, numa altura em que já se notava o desgaste físico. 

Ricardo Esgaio: 
No regresso a uma casa que bem conhece (representou a Académica na segunda metade da última época), o substituto do habitual titular João Pereira provou competência, tanto a defender como a atacar. Aplicado e rápido na disputa dos lances, deu profundidade e capacidade de passe/cruzamento no meio-campo contrário. Jogo muito interessante, claramente a pedir a titularidade mais vezes. 

Leandro Silva: 
Dinâmico, foi um dos elementos da Académica que mais fez por mexer com o rumo do desafio. Encontrando linhas de passe, desarmando adversários e correndo quilómetros, mostrou sempre uma disponibilidade física superior à de boa parte dos companheiros. Está a começar o trajeto no principal escalão mas as primeiras indicações são francamente positivas.

Sporting venceu este domingo a Académica por 3-1, em jogo da 3ª jornada da Liga

Os golos dos leões foram marcados por Carlos Mané aos cinco minutos, Slimani, aos 24, e Aquilani, de penálti, aos 83.

Rabiola, também de grande penalidade, assinou aos 34 o tento de honra dos estudantes. 

Adrien falhou dos 11 metros aos 69. 

Fernando Alexandre foi expulso, por acumulação, aos 82, por fazer as faltas que valeram os penáltis. 

Jorge Jesus foi expulso do banco ainda na primeira parte. 

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