Juca Kfouri
A CBF está provocando o torcedor
A CBF resolveu escalar um trio de arbitragem paulista para apitar Corinthians x Sport nesta quarta -feira, no estádio do Corinthians.
Parece provocação. E é.
Num Brasileirão repleto de queixas contra a arbitragem, a CBF resolve adotar uma medida como essa, árbitros paulistas em São Paulo num jogo de time paulista, o mais popular deles, por sinal, e que vem de um jogo em que foi beneficiado por um erro do apitador.
Como já disse, parece provocação e é.
Imagine como entrarão em campo os três árbitros.
Imagine se eles errarem a favor dos paulistas.
O Sport já protestou embora saiba que o protesto é inútil.
Mas pode servir para pressionar ainda mais o trio que até pode errar a favor dos pernambucanos exatamente para mostrar isenção.
Com a imagem mais que desacreditada, dois ex-presidentes investigados pelo FBI, um preso, e o atual restrito ao Brasil por medo de extradição, a CBF busca pelo em ovo, chifre em cabeça de cavalo.
Parece provocação. E é.
Inter não mede chances, mas julga que Sampaoli negocia saída do Chile
O presidente Vitório Píffero e o diretor de futebol, Carlos Pellegrini, estão no avião de retorno de Santiago. Ninguém no Internacional trata de chances percentuais de concretizar a negociação com Jorge Sampaoli, mas os dirigentes colorados trabalham com a informação de que o treinador argentino negocia com a Federação Chilena a saída da seleção nacional.
Há bastante tempo Jorge Sampaoli gosta da ideia de trabalhar no Brasil. Em 2012, esteve perto de assinar contrato com o Cruzeiro e no início deste ano conversou com dirigentes do São Paulo, antes da assinatura do contrato do colombiano Juan Carlos Osório.
A chance agora esbarra no desejo da Federação Chilena contar com o trabalho do treinador até a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Sampaoli assumiu a seleção do Chile em 2013 em quinto lugar nas eliminatórias, classificou-a para a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, chegou às oitavas-de-final e alcançou o inédito título da Copa América.
É difícil ter ainda mais sucesso com a seleção chilena e ele pode entender ser este o momento de sair.
Se conseguir o objetivo de contratar Jorge Sampaoli, o Internacional lançará o projeto da reconquista do Brasil. A prioridade do clube é voltar a ser campeão brasileiro, troféu ausente do Beira Rio desde 1979.
Como este blog disse ontem, o Internacional não pretende acertar com nenhum dos cinco técnicos listados na semana passada. Nem Muricy Ramalho, por questões pessoais do treinador, nem Mano Menezes, nem Guto Ferreira, Argel Fucks ou Oswaldo de Oliveira. O nome era secreto e nãoé mais: Jorge Sampaoli. Se não fechar, o Inter pode voltar a um dos quatro nomes citados acima, exceto Muricy Ramalho que já deixou clara sua impossibilidade de trabalhar neste momento.
PVC
São Paulo quer usar multa contra Corinthians para manter Pato
O São Paulo tem uma nova estratégia para tentar manter Alexandre Pato após o término de seu empréstimo no final do ano. A ideia é usar uma multa que o clube acredita poder aplicar no Corinthians como crédito para negociar.
A multa está prevista em contrato no caso de o Corinthians não renovar uma garantia bancária relativa aos pagamentos de sua parte nos direitos de imagem de Pato. De acordo com o documento, obtido pelo blog, são R$ 10 mil diários de multa a partir de 15 de fevereiro de 2015.
O valor já chegou a R$ 1,3 milhão e pode atingir aproximadamente R$ 2,5 milhões até dezembro. Os são-paulinos querem tentar convencer os corintianos a trocarem a multa por mais um ano de empréstimo. Ou, numa hipótese mais remota, abater esse valor numa eventual compra dos direitos econômicos do jogador. Essa chance é mínima, pois o clube do Morumbi não tem dinheiro para fechar o negócio.
Na semana passada, o São Paulo notificou o Corinthians sobre a não apresentação da garantia, que determina a cobrança da multa. A intenção inicial era trocar o valorda penalidade pela liberação de Pato para enfrentar o alvinegro até o fim do empréstimo. Os corintianos nem abriram a negociação.
Procurado pelo blog, o departamento jurídico alvinegro afirmou que respondeu nesta segunda à notificação, mas que não poderia revelar o teor da resposta antes de o São Paulo receber o documento. A direção corintiana não explica os detalhes, mas acredita estar isenta da obrigatoriedade de renovar a garantia bancária. Assim, não deve aceitar a negociação pretendida pelo rival.
Mas os são-paulinos apostam que o Corinthians não tem outra saída a não ser negociar Pato, pois pagar sozinho R$ 800 mil mensais ao atleta é inviável. Além disso, a maioria da torcida corintiana não aceita que o jogador volte a vestir a camisa do clube. Dessa forma, os tricolores avaliam que suas chances aumentam se não aparecer nenhuma proposta de fora que agrade também ao jogador.
PERRONE
Clubes levarão para CBF proposta de Liga Sul-Minas enxuta
Clubes levarão a proposta da criação da Liga Sul-Minas para a CBF na quarta-feira, em reunião da comissão formada pelos times. A arma dos clubes é tentar convencer a confederação de que os Estaduais não serão afetados. Só que federações do Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro já se movimentaram em sentido contrário à competição.
Entre os clubes envolvidos, estão Inter, Grêmio, Coritiba, Atlético-PR, Atlético-MG, Coritiba, Flamengo e Fluminense, além de times de Santa Catarina. A promessa é de conseguir contratos que gerem uma renda de R$ 80 milhões.
A estratégia da Liga Sul-Minas para convencer a confederação e a Globo é estudar todos os cenários para tentar prejudicar o menos possível os Estaduais. Para isso, a competição teria um formato bem enxuto, com poucos clubes, e usaria datas juntamente com os regionais, mas também utilizaria outros espaços no calendário, extremamente apertado. A ideia é fechar o formato da competição no dia 21 de agosto em encontro marcado para Belo Horizonte, na sede do Atlético-MG.
A CBF já se mostrou cética em relação a realizar a Sul-Minas pela falta de tempo. No primeiro contato sobre o assunto, há vários meses, a confederação disse que atenderia o interesse dos clubes. A Globo, quando procurada pela Liga, ressaltou que tem contratos em vigor para os Estaduais e se mostrou preocupada com o efeito sobre eles.
A questão é que os clubes estão cada vez mais irritados com o mau rendimento gerado pelos campeonatos nos Estados. No Sul, Inter e Grêmio leam R$ 7,5 milhões. No Rio de Janeiro, a cota dos grandes é R$ 7 milhões. No Paraná, fica em apenas R$ 1 milhão para Atlético-PR e Coritiba. Com uma competição na mão, e jogos melhores, eles avaliam que podem faturar muito mais.
As federações de Minas, Rio e Paraná, cujos clubes podem participar, estiveram na CBF nesta segunda-feira. “Nenhum clube me procurou então não tenho opinião. Para mim: estaca zero'', disse Hélio Cury, do Paraná. “Falamos (da Liga) porque o assunto está na mídia. Mas não teve uma discussão específica.'' Rubens Lopes, do Rio, havia dito que não interferiria contra a dupla Fla-Flu, esteve na confederação juntamente com os outros que fazem oposição ao torneio.
Os dirigentes das federações têm lembrado suspostas cláusulas de contrato que obrigariam os times a usar titulares nos jogos. Só que os clubes entendem que não há essa exigência além dela ser subjetiva já que é o técnico quem determina o time principal.
A confederação tem dito que a comissão de clubes, que reúne oito deles, é uma demonstração de como está aberta a ouvir suas sugestões e atender os seus interesses. Nesta quarta-feira, será um teste para esse discurso da diretoria da CBF.
Rodrigo Matos
Uendel ou Taffarel? Montagens com o polêmico lance do Majestoso não param de “pipocar” nas redes sociais! Mas, afinal, foi ou não penalidade máxima para o São Paulo?
Afinal, a intervenção do lateral Uendel no último lance do Majestoso de domingo foi pênalti ou não?
Não se fala em outra coisa nas redes sociais…
Tanto que divertidas montagens estão “pipocando” na inernet.
A minha preferida é o vídeo que publiquei abaixo, em que o polêmico lance ganhou a marcante narração de Galvão Bueno.
Milton Neves
São Paulo mandou no clássico; Corinthians teve sorte e por isso conseguiu o empate
De Vitor Birner
São Paulo 1×1 Corinthians
O resultado não refletiu o desempenho coletivo dos times, porque o do Morumbi criou mais oportunidades, acertou três vezes as traves e ainda não teve um pênalti marcado a seu favor no último minuto.
O melhor em campo foi Luis Fabiano. Lembrou, pela raça e dificuldade que impôs aos defensores de marcá-lo, o jogador das passagens anteriores pelo clube.
O Corinthians foi razoável na parte coletiva e mal na técnica.
O sistema defensivo não mostrou a consistência que Tite pretende.
E havia possibilidade de o time ser mais incisivo no contra-ataque se acertasse mais passes.
Os jogadores da meia, assim como de Elias e Luciano, não mostraram quase nenhuma inspiração.
Estilos
Era muito óbvio que o São Paulo teria a iniciativa de jogar e o Corinthians investiria no contra-ataque, chutes de média distância, cruzamentos e cobranças de faltas ou escanteios.
Os treinadores, ambos muito competentes, pensam o futebol de seus times de maneira antagônica e seria algo fora da curva se alterassem no clássico o padrão que tentam implementar.
Tática
Juan Carlos Osorio e Tite escalaram e posicionaram os times de maneira coerente com suas propostas.
O São Paulo, no 3-4-1-2, com Rafael Toloi, Lucão e o estreante Luiz Eduardo na zaga, Bruno e Carlinhos como alas na mesma linha dos volantes Hudson e Michel Bastos, e Ganso em frente ao quarteto e atrás de Centurión e Luis Fabiano.
O Alvinegro atuou com Jadson, Renato Augusto e Malcom na meia, Bruno Henrique como volante, Elias se dividindo entre essas duas funções e fazendo a flutuação do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1, e Luciano como centroavante.
A linha de defesa contou com os laterais Fagner e Uendel, além dos zagueiros Felipe e Gil.
No time do Morumbi, Hudson priorizou a marcação e Michel Bastos, quando o time tinha a bola, se transformou em meia ou atacante pelos lados. Bruno e Carlinhos apoiaram constantemente. Centurion se mexeu muito. Ganso ficou perto de Luis Fabiano. Em certos momentos, os 10 jogadores ocuparam o campo de ataque.
O treinador corintiano queria o contra-ataque e para isso tinha em frente ao Bruno Henrique três atletas velozes. Ou seja: quando o time retomou a bola contra o adversário que atuou com os zagueiros na linha do meio de campo, havia diversas opções para esses lances.
Sorte de duas cores
O São Paulo atacou e criou mais oportunidades antes do intervalo.
Ganhou a disputa no meio de campo e venceu o sistema de marcação corintiano.
Criou oportunidades tanto em cruzamentos quanto com a bola no chão.
Não fez o gol por falta de sorte.
Acertou três vezes as traves.
Competência
O Corinthians foi pragmático ao seguir as determinações do treinador, apesar de não cumpri-las a contento.
Inconsistente na marcação, ficou atrás, sequer tentou manter a bola na meia, mas mostrou competência na jogada em que comemorou o gol.
Uendel se deslocou da maneira necessária, nenhum são-paulino correu com ele, Malcom observou e tocou para o lateral chegar à linha de fundo e dar a assistência na medida ao Luciano.
O Alvinegro poderia criar mais oportunidades nas brechas que o ousado time de Juan Carlos Osorio tinha quando perdia a bola no ataque.
Não fez isso por causa dos erros de passe.
O melhor em campo
Luis Fabiano igualou, logo após o intervalo, no rebote de Cassio que espalmou o chute de Centurion. O próprio centroavante deu o passe para o argentino.
O gol premiou uma das melhores partidas dele nessa fraca passagem pelo clube.
Se mantivesse tal nível de desempenho e esforço em campo, não seria tão questionado.
Meu elogio não tem a ver especificamente com o gol que fez.
Se mexeu para receber a bola em melhores condições, fez o pivô direito, deu sequências aos lances, ganhou divididas e por isso o considerei o principal jogador do clássico.
Saiu de trás
O Corinthians decidiu ‘ir para o jogo’ depois do 1×1.
Adiantou a marcação e as lacunas no meio de campo, para ambos os times, ficaram maiores.
O jogo ganhou velocidade.
As equipes trocaram poucos passes porque atuaram, como se diz no ‘futebolês’, na vertical, em direção ao gol.
De novo as falhas nos passes, de ambas as agremiações, impediram a criação de mais oportunidades.
Mas nenhum torcedor pode reclamar que faltou emoção.
Alterações
Juan Carlos Osorio, preocupado porque o jogo ficou corrido e com mais lances onde seus zagueiros, laterais e volantes poderiam ficar mano a mano na marcação, colocou Wesley na função de Michel Bastos, que foi deslocado para a ala pois Carlinhos, amarelado, aos nove, saiu.
Cinco minutos depois o colombiano optou por Breno no lugar de Hudson, que havia recebido o cartão.
Como não mexeu na proposta tática e os substituídos cumpriram suas funções de maneira razoável – o volante, inclusive, com muita raça na marcação e dificuldades nos passes – acho que o técnico quis, acima de tudo, impedir o time de perder jogadores.
Carlinhos provavelmente se cansou, assim como Bruno, que deixou o gramado para Auro tentar otimizar o lado direito do sistema ofensivo.
Tite, ao notar lacunas no campo de defesa do São Paulo e provavelmente irritado com as falhas no passe que impediram o time de aproveitá-las, aos 30 mandou Malcom, sumido, descansar e o Rildo jogar.
Luciano, que fez o gol e jogou mal, logo depois foi trocado por Danilo.
As mexidas mostraram que o treinador queria elevar a qualidade da condução de bola em velocidade e do passe, ambos fundamentais para os contra-ataques, e a marcação pelos lados porque o São Paulo forçou muito os ataques nas alas.
Expulsão
No contra-ataque são-paulino, Centurion ficou mano a mano contra Felipe.
O atleta corintiano abriu os braço, tocou no corpo do argentino que caiu no gramado e pôs a mão na cara, onde sequer houve contato, como se tivesse sido atingido lá.
Leandro Vuaden considerou falta e não jogo de corpo do zagueiro que tinha amarelo, por isso o excluiu restando 7 minutos.
A decisão de quem precisa impor as regras foi questionável,.
E, para mim, se não há convicção de que houve a infração o lance deveria seguir.
Jadson, mal no jogo, saiu para Edu Dracena recompor a dupla de zagueiros.
Pênalti
No último minuto, após o bate rebate na área, Wesley chutou e Uendel, de propósito, colocou a mão na bola, dentro da pequena área, de maneira que os atletas de ambos os times observaram.
Os são-paulinos, indignados, correram em direção ao bandeirinha reclamando o pênalti inquestionável.
E os corintianos, que em princípio foram para Leandro Vuaden no intuito de impedir que marcasse a infração, pois sabiam que aconteceu, ficaram observando a irritação dos oponentes futebolísticos enquanto o relógio corria.
Depois de tudo que houve no jogo, principalmente as bolas na trave, o empate, no Morumbi teve sabor indigesto apenas para o time de Juan Carlos Osorio.
Ficha do jogo
São Paulo – Rogério Ceni; Rafael Toloi, Lucão e Luiz Eduardo; Bruno (Auro), Hudson (Breno), Michel Bastos e Carlinhos (Wesley); Ganso; Luis Fabiano e Centurión
Técnico: Juan Carlos Osorio
Técnico: Juan Carlos Osorio
Corinthians – Cássio; Fagner, Gil, Felipe e Uendel; Bruno Henrique; Jadson (Edu Dracena), Elias, Renato Augusto e Malcom (Rildo); Luciano (Danilo)
Técnico: Tite
Técnico: Tite
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) – Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Alex Ang Ribeiro (SP)
Há boas novas no futebol. Breno, Gomes, Mendes, Batista, Roger, Osorio…
O post a seguir foi feito a partir de uma ideia exposta pelo Mauricio Noriega. Ele comentou que há três boas histórias sendo construídas no Brasileirão: Grêmio, Furacão e Sport. Eu me lembrei de outras.
O mais legal da profissão de jornalista é mostrar a história acontecendo. Imagino aqueles que viram o neguinho Gasolina se transformar em Pelé. Não invejo a tristes que sentiram os colegas que viram Mané Garrincha ser derrotado pela bebida.
E o que dizer dos argentinos que viram Maradona sair do Argentinos Jrs e se transformar em el Diez? Ou, para eles em el D10s? E agora vem Messi pedindo passagem a Diego? O cara que acompanhou a histórias deles só pode se sentir um privilegiado. Dá para perdoar a marra.
Não há nada de tão belo nascendo no atual futebol brasileiro, deixemos claro. Mas há belas histórias que merecem ser contadas.
1) Roger, aquele lateral que nunca errava, está fazendo um trabalho de alto nível no seu Grêmio. No domingo, ele entrou para a história ao aplicar um 5 a 0 no Inter. É lógico que, se no segundo turno, uma epidemia de dengue derrubar seus 11 jogadores e ele perder por 3 a 0, pode até ser demitido. Mas começou a construir sua carreira com um resultado inesquecível. Nunca vão lhe roubar isso.
2) Ricardo Gomes voltou aos campos. Os resultados não são bons lá no Botafogo, mas é emocionante vê-lo trabalhando após aquele grande drama. Ricardo quase seguiu Senna e morreu ao vivo, na sala da família brasileira. Que volte bem. É um cara do bem.
3) Breno nos traz a fábula da segunda chance. Ao vivo e a cores. Garoto, saiu da base com 17 anos e foi para a Europa, após 19 jogos. Solitário, sem saber falar guten tag, sofreu na Alemanha. Teve contusões graves que não o deixaram jogar. Depressivo, botou fogo na casa. Foi preso. E voltou domingo, em nova posição. Dá um filme, não? Que seja um final feliz.
4) Juan Carlos Osorio deixou a Colombia e veio dirigir um gigante brasileiro. E se comporta como o dirigente de um gigante. Entendeu a historia do clube e coloca o time para vencer. Mesmo perdendo jogadores importantes, não abre mão da vitória a partir do jogo bonito. Pode ser uma brisa de renovação no maior futebol do mundo.
5) Eduardo Batista, o filho de Nelsinho Batista, faz trabalho de alto nível no Sport. O time joga sempre compactado e com personalidade. Tem tudo para fazer ótimo Brasileiro. Pode chegar na Libertadores. Se acontecer, provavelmente terá outro treinador.
6) Milton Mendes foi campeão da A-2 pela Ferroviária e está no Furacão com um time de personalidade e que sabe exatamente como enfrentar rivais mais poderosos. Em casa ou fora dela. Tem cursos na Europa e está longe do perfil de muitos treinadores, que vivem de experimentos empíricos. Troca aqui, coloca ali até que um dia….encaixou. Muito pobre.
MENON
Alívio, desastre, zica e a boa ideia. Cartolas erram e acertam na rodada
O treinador e comentarista Mário Sérgio já disse mais de uma vez que “técnico pode não ganhar jogo, mas ele consegue perder uma partida”. Treinadores costumam dividir os louros da glória com os atletas e muitas vezes assumem derrotas sozinhos. Os atletas, por sua vez, já foram a público centenas de vezes para dizer que o “professor” não era o culpado por maus desempenhos.
E os dirigentes?
Na 17ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, quatro episódios mostram como as decisões dos cartolas podem ou não dar certo.
O atacante que está chateado e suspenso, consegue efeito suspensivo e vira peça fundamental num clássico. A mudança de técnico que acabou em desastre. A resistência ao dinheiro que animou o time em campo. E uma ideia de marketing que deu para trás.
No mundo incerto da bola, às vezes, “as coisas acontecem”.
UMA IDEIA QUE DEU CERTO
No início da semana passada, o vice presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, acionou o departamento jurídico do clube e pediu para que os advogados conseguissem o efeito suspensivo para Luis Fabiano.
O atacante ficaria fora do clássico contra o Corinthians, porque foi punido pela expulsão na partida contra o Sport Recife. Na sexta-feira, a boa notícia chegou por volta do meio-dia, quando o técnico Juan Carlos Osorio concedia entrevista coletiva: o Fabuloso estava garantido.
“O mérito é dos advogados”, disse Guerreiro que é advogado e tem uma das maiores bancas do país. O dirigente chegou a parabenizar o pessoal do jurídico via e-mail.
Em campo, Luis Fabiano provou que merecia a luta no tapetão. Jogou bem, mandou duas bolas na trave, participou de várias ações perigosas e fez o gol do empate no Morumbi. “Ele jogou muito bem. Para nós, era importante a presença dele”, disse Ataíde.
Luis Fabiano deixou o gramado reclamando do juiz, da sorte e da posição da diretoria que não liberou o atacante para jogar no Cruz Azul, do México.
Mas a decisão de coloca-lo em campo contra o Corinthians rendeu.
UMA DECISÃO E O DESASTRE
Na última sexta-feira, o vice presidente de futebol do Internacional – Carlos Pellegrini – disse ao Blog do Boleiro: “Eu e o presidente entendemos que era a hora de mudar, assim perto do Gre-nal. Seria importantíssimo para que os jogadores tenham a exata noção do que quer a direção. Eles têm condições de render mais. Vencer o Gre-nal é essencial”.
Opa-lê-lê.
48 horas depois, o time do Internacional foi atropelado pelo Grêmio. Perdeu o clássico gaúcho por 5 a 0, fora o pênalti desperdiçado por Douglas.
O desastre obrigou o presidente Vitorio Piffero a passar pela zona de entrevistas do visitante na Arena do Grêmio e ter que assumir o erro. “A responsabilidade é totalmente minha. A decisão foi totalmente errada porque perdemos. Eu entendo que a decisão de demitir o treinador (Diego Aguirre) foi correta, mas o momento não foi o melhor”.
E agora?
A pressão é quase toda sobre o presidente Piffero e o vice Pellegrini. A escolha do novo técnico terá que ser mais rápida e cirúrgica. Nesta segunda-feira, nome como o do argentino Jorge Sampaoli (seleção do Chile), Guto Ferreira (ex-Ponte Preta com passado no Internacional) e Argel (do Figueirense), passaram a ser citados.
E os jogadores vão receber a pressão de terem sido causadores da maior humilhação colorada sofrida em 103 anos.
O presidente deixou claro: ele quer ver os atletas treinando mais, se dedicando mais para retomar o rumo das vitórias. “É hora de ver quem é homem”, disse referindo-se ao jogo de quarta-feira contra o Flumino estádio Beira Rio.
O ALÍVIO DO NILTON
Há duas semanas, o presidente do Avaí não aceitou a proposta de levar o jogo do time catarinense contra o Fluminense para Brasília. Em troca da mudança de mando, o clube receberia uma cota de R$ 700 mil.
O Avaí encarou o tricolor carioca neste sábado, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. O público que pagou ingresso: 11.033 torcedores. A renda bruta chegou aos R$ 288.720,00, o que rendeu ao Avaí pouco mais de R$ 200 mil.
O time da casa venceu o jogo por 1 a 0. Soma agora 20 pontos ganhos e, embora seja a primeira equipe fora da zona de rebaixamento, abriu uma distância de cinco pontos para o 17º colocado (Goiás).
O presidente Nilton Macedo Machado acertou na decisão?
Ele disse que o objetivo principal foi alcançado, mas admitiu: acha que escapou de uma fria.
“Mais do que feliz, estou aliviado. Já pensou se a gente perde? Eu seria criticado por deixar de faturar uns R$ 500 mil e o time ainda teria sido derrotado”, falou ao Blog do Boleiro.
Como deu certo, o dirigente sabe até quem ajudou o Avaí a vencer: “A torcida fez o que a gente imaginava e apoiou o time do começo ao fim. O time lutou muito, foi guerreiro. Ficamos orgulhosos”, afirmou.
Durante a semana, os atletas e o técnico Gilson Kleina conversaram bastante sobre a importância da vitória e da decisão da diretoria em permanecer na Ressacada. O objetivo do Avaí é fechar o primeiro turno com 23 pontos ganhos. Restam duas partidas: contra a Ponte Preta, em Campinas, e diante do Corinthians, em casa.
“Esta vitória pode ajudar a trazer mais torcedores ao nosso estádio diante do Corinthians. Esperamos 15 mil pagantes”, falou o presidente Nilton.
A CAMISA DA DISCÓRDIA
Parecia uma boa ideia. Aproveitar que o Palmeiras iria jogar no Mineirão contra o Cruzeiro para reforçar o apelo de venda das camisas amarelas, que parecem da seleção brasileira, criadas no ano passado para lembrar o jogo em que o time paulista representou o Brasil e venceu o Uruguai por 3 a 0, em 1965, na arena mineira.
O pessoal da Adidas fez a sugestão, a direção concordou e o time vestiu canarinho e azul para encarar outro ex-Palestra Itália em Belo Horizonte. Resultado: Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras.
Boleiro que é boleiro acredita nestas superstições: a camisa comemorativa só encontrou maus resultados.
Consequência imediata: os palmeirenses foram ao Twitter para tocar bem alto as cornetas contra este fardamento.
“Lauro de sousa (@laurodesousa_): “sobre a camisa amarela do palmeiras: GOL DA ALEMANHA.”Ale Rudge Ramos (@Ale_rudgeramos): “Palmeiras homenageou a seleção de 1965 com a camisa amarela e o futebol da seleção de 2014 ta loko, #faltoufutebolhj”Ariel (@ariel_martins_): “Palmeiras foi jogar com a camisa amarela e pegou a zika da seleção”Raphael Evangelista (@rapha_rge): “Lembrando que o Palmeiras não ganhou NENHUM JOGO usando essa camisa amarela. Deixem a camisa de festa apenas para FESTA, porra.”Geanini Grejamin (@GeGrejamin): “Essa camisa amarela do Palmeiras é linda, melhor do que a da seleção mas… aposentem ela por favor, o time nunca ganhou jogando com ela!”bellini (@bellinicris): “Essa camisa amarela do palmeiras que ta dando azar! Camisa nojenta.”Grazi (@GraziSEP): “Essa camisa amarela fez o meu Palmeiras amarelar em campo hoje…”Helton Verão (@heltonverao): “Camisa amarela dando muito azar pro #Palmeiras . Nunca ganhamos com essa”Bruna Jordany (@brunajordany): “O palmeiras com essa camisa amarela em homenagem a seleção brasileira.. Legal fera, seleção não tem boas lembranças no Mineirão”
Alguns até tentaram sair em defesa da novidade que nem é tão nova assim. Mas, afinal, este é o ano do cinquentenário do jogo.
“DOUGLASPALMEIRAS (@DouglaSPagode): “PALMEIRAS jogou de amarelo mimimi é Verde e Branco então Adidas só faça uniformes Verde e Branco pros bonitinhos pararem de reclamar”EL DIABLO (@The_Muri): “Camisa do palmeiras amarela é mais bonita que a da própria seleção atual!”Carolina Fernandes (@carolsep): “Eu gosto da camisa amarela, na verdade gosto de basicamente tudo relacionado ao Palmeiras. beijas”Júlia (jubsmachado): “Esqueci de falar… Quero a camisa amarela do Palmeiras!”
Agora fica a dúvida sobre a eficácia da jogada de marketing do uniforme fora de campo. Porque dentro, vai ser difícil vestir o time outra vez com o visual “seleção brasileira”. Até porque, Mineirão e time do Brasil é uma combinação que não remete mesmo a um momento glorioso.
Gol da Alemanha.
Luciano Borges
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