Falcão esconde escalação do Sport, mira repetir bom futebol e diz esperar Palmeiras reserva

Embora misterioso, treinador só deverá ter uma alteração em relação ao time que venceu o Atlético-MG, no último domingo; atacante André volta à titularidade

O técnico Paulo Roberto Falcão manteve o ritual das suas entrevistas pré-jogos. Após fechar mais um treino à imprensa, na manhã desta quinta-feira, o comandante rubro-negro optou por não revelar a escalação do Sport para enfrentar o Palmeiras, neste sábado, no Pacaembu. Apesar do mistério, o mais provável é que o time tenha somente duas alterações: no ataque, volta de André na vaga de Hernane Brocador e na cabeça de área, Rithely volta de suspensão.

Como o Palmeiras ainda está se dividindo entre a Copa do Brasil e a Série A, Falcão afirmou que acredita que o técnico Marcelo Oliveira utilize uma escalação reserva frente ao Leão - assim como aconteceu no último domingo, quando o Verdão venceu o Avaí com um time misto. O treinador rubro-negro, porém, não vê o jogo mais fácil para o Sport por isso.

“Não acredito que o Palmeiras vá jogar contra a gente com o mesmo time (que enfrentou o Fluminense, nesta quarta-feira, pela semifinal da Copa do Brasil). Acredito que vá com o time que enfrentou o Avaí. Temos observado o Palmeiras, é um time que briga em duas competições com força e é um jogo difícil. Esperamos fazer um bom jogo, porque fazendo um bom jogo a gente está mais perto de ganhar. E é isso que a gente quer”, disse o técnico.

Desfalques e otimismo
Para sábado, o treinador não poderá contar com o meio-campista Régis, ainda se recuperando de uma lesão na coxa e com o atacante Maikon Leite, que pertence ao Palmeiras e está fora da partida em razão de um “acordo de cavalheiros”. Situação tratada com naturalidade por Falcão, que se mostrou confiante em ver o time repetindo o bom futebol apresentado contra o Atlético-MG na última rodada, quando o Leão venceu por 4 a 1.

“Futebol é muito dinâmico e o desafio de nós treinadores é manter um time que possa ter regularidade ao longo da competição. Tivemos uma boa atuação no domingo e a ideia é fazer uma boa partida, jogar igual ou melhor. Senti um espírito bom no grupo, um momento de mais confiança. Gostei da reação dos jogadores após as vitórias”, pontuou Falcão.

O provável time para enfrentar o Palmeiras é: Danilo Fernandes; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval e Renê; Rithely, Wendel, Marlone, Diego Souza e Élber; André.

SUPERESPORTES

Jogadores do Sport ‘avaliam’ um mês da Era Falcão

Por Alexandre Ardittti, da editoria de Esportes do Jornal do Commercio

A Era Falcão na Ilha completa um mês, hoje, com seis partidas disputadas e um aproveitamento de 55,5% (três vitórias, um empate e duas derrotas). Nesses primeiros 30 dias do novo técnico, o Sport amargou a eliminação nas oitavas de final da Sul-Americana para o Huracán, da Argentina, mas voltou ao páreo pelo G-4 do Brasileirão ao embalar dois triunfos convincentes em sequência: 3×0 no Avaí e 4×1 no Atlético-MG. Restando sete jogos para o fim do campeonato, o time está a apenas três pontos da zona de acesso à Libertadores, o que fez ressurgir no clube um clima de entusiasmo. Por isso, os rubro-negros não poupam elogios ao comandante e a filosofia de trabalho adotada por ele.

“Mudou a característica do trabalho de Falcão para Eduardo Baptista (ex-técnico). Foram muito bons esses primeiros 30 dias. Deu para aprender um pouco com a experiência dele no futebol. A equipe tem assimilado a sua filosofia de trabalho. Não estamos ainda 100%, mas creio que até o fim do Brasileirão estaremos no máximo da nossa capacidade”, disse o lateral-direito Samuel Xavier. “A chegada de Falcão, pela sua grandeza, pelo seu nome, pela sua experiência, agregou tranquilidade. A equipe evoluiu. Mas não podemos esquecer tudo o que o Eduardo Baptista (ex-técnico) fez”, completou o volante Wendel, ressaltando a importância do ex-comandante.

Nas quatro primeiras partidas de Falcão no comando, o Sport teve muito pouco do novo treinador. É que a maratona de jogos o impossibilitou de treinar com o elenco. Restou a ele tentar consertar o time na base da conversa. Não foi suficiente: uma vitória, um empate e duas derrotas. O técnico pediu paciência à torcida, “ganhou” uma folga de 11 dias na tabela do Brasileirão por conta da parada para as Eliminatórias da Copa do Mundo e entregou um outro Leão ao campo. A equipe ganhou em intensidade, equilíbrio, velocidade, organização e agressividade. Jogadores que vinham apagados cresceram de rendimento. Os rubro-negros foram quase impecáveis nas vitórias sobre Avaí e Atlético-MG.

Falcão foi, de fato, cirúrgico nas mudanças que promoveu. Não mexeu nas peças e também não fez grandes alterações de posicionamento. O que o novo técnico fez mesmo foi mudar a forma com que alguns jogadores se comportam dentro de campo. O caso mais emblemático é o dos dois pontas, Marlone e Élber, que passaram a avançar na diagonal, se aproximando mais da área. Assim, abrem espaços para que os dois laterais avancem. O meia Diego Souza também foi deslocado para atuar mais perto do gol adversário e voltou a ser uma peça decisiva.

Para o volante Wendel, o “dedo de Falcão” vai além do aspecto técnico. “Ele trabalhou muito a parte psicológica do grupo. A equipe deu um upgrade nesse quesito e, por isso, tivemos boas atuações nessas duas partidas (contra Avaí e Atlético)”, afirmou. “Já o planejamento e a forma tática são muito parecidas de Falcão e Eduardo Baptista. São treinadores inteligentes, dedicados, que estão ao lado dos atletas, entendem de sistema tático… Isso é importante”, disse.

Samuel ressaltou a preocupação do novo treinador com o sistema defensivo. “Ele tem procurado acertar muito a marcação: a linha de quatro da defesa, com os dois volantes. Como ele fala, o time que consegue primeiro acertar atrás consegue lá na frente matar os jogos com a qualidade que têm nos homens de ataque”, afirmou o lateral.

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