segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Júlio César contribui para a maior vitória do Sporting no Estádio da Luz em 28 anos

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Júlio César era uma criança de oito anos que sonhava em ser jogador de futebol na última vez que o Sporting visitou o Benfica, no Estádio da Luz, e voltou com um resultado tão expressivo quanto o deste domingo. A vitória por 3 a 0 foi a maior dos Leões sobre o grande rival de Lisboa, fora de casa, desde a Supertaça de Portugal, em 1987, e o ex-goleiro da seleção brasileira teve uma grande parcela de responsabilidade para que isso acontecesse.

Todos os gols da partida saíram no primeiro tempo. Theo Gutiérrez abriu o placar, aos 9 minutos. Um passe em profundidade da esquerda achou o colombiano dentro da área, e Júlio César errou a saída do gol para interceptar a bola, facilitando a vida do atacante adversário. Foi a sua grande falha na partida. Nos outros dois tentos, de Slimani e Bryan Ruiz, poderia ter feito um trabalho melhor, principalmente no terceiro, quando cai no chão antes mesmo do costarriquenho finalizar. Mas, cara a cara, dificilmente teria feito a defesa.

Independente dos vacilos de Júlio César, o Sporting foi o melhor time em campo durante boa parte do jogo, e o Benfica teve tempo para se recuperar e não conseguiu. Foi também simbólico para Jorge Jesus, ex-técnico dos Encarnados, que visitou a Luz pela primeira vez como treinador dos Leões, e já conseguiu uma grande vitória.
Afinal, o Sporting lidera o Campeonato Português com 20 pontos contra 18 do Porto e sonha com o seu primeiro título desde 2002. O Benfica, após oito rodadas, é apenas o oitavo colocado e está a oito pontos do primeiro colocado.


A arbitragem está longe de viver seus melhores dias em Portugal. Além de ser fraca tecnicamente, ainda se envolve em polêmicas que fogem da atuação dentro de campo e criam suspeitas sobre a conduta dos homens do apito. Na coluna da semana passada, por exemplo, abordamos os presentes que o Benfica oferece a árbitros, assistentes e delegados – que aceitam os mimos – antes de cada jogo no estádio da Luz.
TRIVELA
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EX- ÁRBITRO DENUNCIA ASSÉDIO DE CHEFE PARA FAVORECER BENFICA
Neste sábado (24), algo muito mais sério foi revelado pelo ex-árbitro Marco Ferreira, numa entrevista ao jornal espanhol AS. Ele acusa o presidente do Conselho de Arbitragem, Vítor Pereira, de trabalhar nos bastidores para que o Benfica seja beneficiado pelos juízes.
As denúncias são gravíssimas. Segundo o ex-árbitro, Vítor Pereira telefona para os comandados – que ele mesmo escala – antes dos jogos dos encarnados, sempre dando a entender que não podem errar contra a equipe da Luz. “Numa semana em que eu tinha um jogo do Benfica, ele telefonava para dizer que tinha de ter cuidado, que o jogo tinha de correr bem. E só o fazia antes de jogos do Benfica. Nunca me telefonou antes de um jogo do Porto, por exemplo. Não só a mim, mas a muitos companheiros”, disse.
Aos 38 anos de idade, Marco Ferreira pendurou o apito no final da temporada passada, quando já havia disparado contra Vítor Pereira. Num comunicado emitido em julho, Ferreira disse que abandonava a função “para poder ganhar liberdade de expressão e acabar com as pessoas que destruíram e continuam a destruir anos e anos de conquistas que a arbitragem portuguesa alcançou”. A atitude dele aconteceu depois de ter sido o único árbitro internacional português rebaixado de categoria, mesmo tendo apitado a final da Taça de Portugal de 2014/15.
A guerra entre ele e seu ex-chefe, portanto, já está declarada há algum tempo. Na entrevista de agora, Ferreira disse que optou em falar para um jornal espanhol para que o caso tenha maior repercussão fora de Portugal. Afirmou, também, que já havia feito as denúncias formalmente à Federação Portuguesa de Futebol e ao Comitê Disciplinar da Liga. Coincidência ou não, elas ocorrem na véspera do dérbi entre Benfica e Sporting, pelo Campeonato Português.
O teor das ligações
O ex-árbitro dá detalhes sobre a atuação do comandante da arbitragem. Ele cita, por exemplo, a partida entre Benfica e Rio Ave, que apitou na temporada passada. “(Vítor Pereira) nomeou-me para um Rio Ave x Benfica. Nessa semana, ligou-me duas vezes, quarta e quinta-feira. Na quinta-feira, disse-me que tinha de fazer um bom jogo, se não, não me nomeava para o Benfica x Porto (quatro rodadas depois). Disse que eu tinha de ter cuidado, pois ‘eram os que se queixavam’ e ‘era o jogo do título para o Benfica’. Eu disse que não, que não era o jogo do título para o Benfica porque levava quatro pontos de vantagem, com respeito ao Porto. E ele contestou-me: ‘É muito diferente jogar contra o Porto com uma diferença de quatro pontos e com uma de dois ou um.’ Isto, do meu ponto de vista, é grave, porque estava claramente a referir-se ao Benfica”, contou.
O Rio Ave ganhou aquela partida por 2 a 1 de virada, com direito a gol de pênalti, e o capitão benfiquista Luisão foi expulso. “Foram decisões acertadas e desde então não voltei a ser chamado. Nem sequer para o Benfica x Porto”, recordou. Quando questionado pelo jornalista do AS qual o motivo de ter sido deixado de lado na época, o ex-árbitro foi contundente: “Para ele (Vítor Pereira), uma boa partida é a que o Benfica ganha”.
Marco Ferreira também revelou uma recomendação velada para não expulsar Jorge Jesus, então técnico benfiquista. “Antes de um Braga x Benfica, foi mais ou menos a mesma conversa. Vítor Pereira disse-me que o jogo tinha de correr bem e que eu não devia ligar ‘caso viesse ruído do banco’. Ele disse-me isso porque, no Boavista x Benfica, expulsei o treinador do Benfica no intervalo. Vítor Pereira tinha medo que o expulsasse outra vez.”
Clube nunca assediou
Mas qual seria a causa dessa proteção aos encarnados? O ex-árbitro acredita ser uma situação política, já que o Benfica é o único clube de peso que apoia a gestão de Vítor Pereira no comando da arbitragem portuguesa.
Ele faz questão de salientar, inclusive, que o clube em si jamais exerceu qualquer tipo de pressão sobre sua carreira: “Fui árbitro da Primeira Liga durante nove anos e nunca o Benfica, nem sequer nenhum outro clube, alguma vez me ofereceu algo para o beneficiar. Eu penso que esta é uma iniciativa do próprio Vítor Pereira com o interesse de agradar ao único clube que o apoia.”
Ainda de acordo com ele, o comportamento da chefia da arbitragem é o mesmo em relação a todos os homens do apito. Marco Ferreira acredita que seus colegas não denunciam por receio de deixarem de ser escalados. “Eles têm medo que Vítor Pereira acabe com as suas carreiras, como acabou com a minha. Sou um exemplo para eles daquilo que se pode passar. Eu era árbitro internacional e nunca na história de Portugal um árbitro internacional tinha descido à segunda categoria”, comentou.
Vítor Pereira reagiu às denúncias de maneira lacônica. Emitiu uma nota afirmando que entrará na Justiça contra seu ex-comandado, devido ao “teor calunioso das declarações”.
E agora?
É evidente que há muita gravidade nas denúncias de Marco Ferreira. Se elas forem verdadeiras, Portugal estará frente a um escândalo no que diz respeito à gestão da arbitragem e aos interesses políticos que podem, eventualmente, influenciar no resultado de jogos. Se forem mentirosas, o ex-árbitro terá de pagar por tudo o que falou.
As pessoas que comandam o futebol português precisam investigar isso urgentemente e de maneira transparente. A primeira medida deveria ser afastar Vítor Pereira do cargo temporariamente, até para preservá-lo enquanto a investigação acontece. Sendo culpado, receberia a devida punição. Sendo inocente, voltaria ao posto cheio de moral.
O futebol lusitano está diante de uma encruzilhada e precisa escolher qual caminho tomar. Pode colocar a sujeira para fora e ganhar credibilidade. Ou pode tentar arrastar tudo para debaixo do tapete, seguir sob desconfiança e fingir que tudo está normal. O que seria um erro enorme.
TRIVELA

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