Mais um: Milton Mendes é 28º treinador a ser demitido no Brasileiro.
A pergunta que fica é: o que exatamente a direção esperava? O elenco é o mais jovem do campeonato (média de idade de 24,1 anos), o problemático Walter é o destaque e o Estadual foi ruim. Natural era se o time estivesse lutando pra não cair. Uma queda após um surpreendente bom primeiro turno é mais que esperada. É normal.
Fora do campo, Milton dialogou com organizadas, uniu o grupo , explicava o jogo com leveza, tinha paciência. Há quem ache pouco e defende que “se perdeu tem que demitir mesmo”. Só ódio ou cegueira explicam.
Por isso a demissão é tão incoerente. Típico do futebol brasileiro: time vai bem, cobrança aumenta e mira no que elenco e contexto não podem fornecer. Na primeira instabilidade, o diretor, atendendo os anseios construídos por torcida e imprensa, demite para criar o FATO NOVO, que de novo nada tem.
Uma análise imparcial, daquelas que andam em falta, aponta: O Atlético-PR de Milton Mendes era moderno e coerente. Como Caio Gondo (@Caio_Gondo) aponta, o time variou entre 4-2-3-1 e 4-1-4-1, nunca abandonando a premissa de fortes transições.
Basta ver como o time se comportava na defesa. Milton procurava proximidade das linhas e a marcação por zona. Devido a formação de uma linha de 4 à frente do adversário com a bola, as linhas de passe dele para frente eram bloqueadas e quase não havia possibilidade de exploração da entrelinha defensiva.
E como pressionava muito o adversário. Ao perder a bola, a equipe rapidamente pressionava o adversário com a bola (isso é rápida troca de ação de jogo!) e, assim, retardava o ataque adversário. Dessa maneira, o time passava a ter tempo para recompor de maneira compacta e a se posicionar próximo do meio do campo.
Ou como o time saída para o jogo, pelo chão e com passes curtos. A saída começava em Weverton (não é moderno o Neuer sair? Então…), que esperava o seu time se movimentar com intuito de deixar um dos seus defensores livre e, então, sair tocando.
Não tá convencido? Então veja Otávio jogando. Ele é considerado “volante”, mas passava da bola para receber e avançava ao campo ofensivo para ser opção de retorno, tendo espaço e tempo para poder virar o jogo e fazer a sua equipe avançar mais terreno. Cão-de-guarda que nada, isso sim é o tal do volante moderno.
E como a equipe atacava de forma “posicional”. Bola no campo de ataque do Furacão? Todo mundo se organizava para gerar triângulos de passe, jogo na entrelinha do adversário e amplitude. Não à toa é o terceiro que mais finaliza no Brasileirão (ao todo, 360).
Difícil questionar o que as imagens provam. Mas se ainda assim insistir, basta lembrar que Otávio foi para o sub-23 e Nikão e Walter se lesionaram. Custa levar em conta? O belo projeto de base do clube não terá continuidade, de novo...
É o que você tá pensando: mais um gol da Alemanha. Mais uma prova que 7x1 não adianta, que quem estuda de verdade tá longe dos clubes, dos microfones e dos estádios e que a política e o velho pensamento ainda prevalecem. Quando vai mudar?
por Leonardo Miranda-Globo.com
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