por Emerson Gonçalves
O feriado da quinta-feira e o consequente "feriadão", deixou a impressão que essa 4ª rodada do Brasileirão 2016 ficou colada à 3ª, que acabou na quinta-feira à noite. E, no sábado à tarde, enquanto os dois clubes de Madrid disputavam a final da Champions League, o Cruzeiro recebia o América, rival local, no Mineirão, abrindo a rodada do nosso principal campeonato.
Menos jogadores bons e decisivos
Nessa rodada, os atletas convocados para a Seleção Brasileira e para outras seleções sul-americanas para a disputa da Copa América Centenário, já desfalcaram seus clubes, ficando o Santos com o maior prejuízo, em minha opinião. Não por coincidência, o time perdeu ontem uma invencibilidade de quase um ano jogando na Vila Belmiro. Gabriel, o Gabigol, e Lucas Lima, ambos servindo à Seleção, fizeram e continuarão fazendo falta.
Ficaram fora, também:
Atlético Mineiro – Douglas Santos, Erazo e Cazares, esses dois defendendo a Seleção do Equador;
Corinthians – Elias e Balbuena (Paraguai);
Flamengo – Guerrero (Peru);
Grêmio – Bolaños (Equador);
São Paulo – Rodrigo Caio e Mena (Chile) (Mena não jogaria de qualquer forma, pois está contundido).
Um time inteiro: onze jogadores, todos eles importantes, alguns decisivos.
Menos gols
Talvez um pouco já em função de ausências como Gabriel e Guerrero, o número de gols da rodada foi baixo: apenas 19. Os mandantes marcaram 10 e os visitantes marcaram 9 gols.
Três visitantes venceram: Corinthians, Flamengo e Internacional.
Nenhum placar em branco, nenhuma goleada e alguns gols muito bonitos, como os de Jorge pelo Flamengo e Marquinhos Gabriel pelo Corinthians.
A média, naturalmente, não chegou a 2 e ficou em 1,9 gol por jogo.
Foi uma rodada com 10 gols a menos que a anterior e 12 a menos que a segunda rodada. Em compensação, ultrapassou bem a baixíssima marca da primeira rodada e seus esquálidos 14 gols.
Menos dinheiro... Menos torcedores...
Por mais algum tempo seguirei mostrando somente as rendas brutas dos jogos, mas vá preparando seu espírito para quando aparecerem os valores líquidos das rendas, o dinheiro que, efetivamente, entra no cofre do clube. Quando entra algum dinheiro, pois alguns clubes estão precisando tirar dinheiro do cofre para pagar as despesas de jogo. Vamos aos números da rodada:
Sem mando dos dois puxadores de renda, Corinthians e Palmeiras, a liderança ficou com o São Paulo, que teve pouco mais de 21.000 pagantes no Morumbi para o clássico contra o Palmeiras, o chamado Choque-Rei. O ticket médio do São Paulo está baixo, girando nessas duas rodadas próximo de R$ 31,50, o que deixou a renda da partida na casa dos 600 mil reais.
Em Volta Redonda, o estário Raulino Oliveira foi a casa para um dos mais tradicionais clássicos de nosso futebol: Fluminense x Botafogo. Que jogaram para menos de três mil torcedores pagantes. Ainda não foi divulgado o boletim financeiro da partida, mas tomando por base o jogo do Fluminense na segunda rodada, o prejuízo para o clube deve ter sido de pelo menos R$ 40 mil. No mínimo. Ou seja, além de nada receber pelo jogo, o Fluminense ainda terá que desembolsar essa quantia para pagar todas as despesas da partida.
A tabela abaixo dá uma dimensão do que vem ocorrendo nos estádios:
Corinthians e Palmeiras detêm hoje, com quatro rodadas do campeonato e cada um com dois mandos de campo, a exemplo de todos os demais, 46,9% de toda a bilheteria do Brasileirão 2016. Trocando em miúdos: dois clubes têm metade da renda e outros 18 brigam pela outra metade.
De maneira geral, o Brasileiro é um bom campeonato, é considerado por muitos especialistas como o mais disputado do mundo, com grande número de candidatos ao título, conta com bons jogadores, jogos emocionantes, e assim mesmo, com tudo isso, tem uma baixa presença de torcedores nos estádios.
Mais que discutir a respeito, os clubes precisam inovar, criar, chamar o torcedor para a arquibancada.
Pra fazer 1 gol:
1) Santa precisa de 2,5 tentativas
4) Flamengo 7,6
5) Grêmio 7,7
6) Corinthians 8
12) SPFC 12,8
19) Galo 23,7
20) Sport 34
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