Sete casos provam que Gre-Nal vale mais do que apenas um jogo
Gre-Nal não é apenas um jogo, mas um 'campeonato' para Grêmio e Internacional. Os reflexos da partida entre os dois grandes clubes de Porto Alegre são, ano após ano, presentes no futuro das equipes, para o bem ou para o mal. Mesmo que para classificação do Brasileiro apenas três pontos ao vencedor, ou um para cada em caso de empate, sejam somados, os clubes reconhecem que o jogo vale mais do que outro qualquer.
A reportagem do UOL Esporte separou sete momentos que comprovam a tese. Gre-Nal arruma ou desarruma a casa. É um 'torneio particular' entre colorados e tricolores, e acontece em sua edição 407 neste domingo às 16h (horário de Brasília), na Arena.
Melhor campanha da Libertadores? Perdeu Gre-Nal, caiu
Celso Roth tinha a melhor campanha da primeira fase da Libertadores com o Grêmio em 2009. Tinha vindo de um improvável vice-campeonato brasileiro no ano anterior, pegando um time desacreditado e liderado boa parte do torneio. Mas nem mesmo tais situações, que colocariam o treinador com segurança em seu posto, serviram para evitar a demissão. Perdeu três clássicos decisivos no Gauchão e por isso a direção gremista 'esqueceu' tudo que havia sido construído e optou pela demissão.
'Despedida' do campo rival
O Tricolor celebrou vitória ao dar adeus ao antigo Beira-Rio. O estádio em obras, com público apenas nas superiores, viu em uma tarde chuvosa de agosto de 2012 o time azul, branco e preto vencer com gol de Elano o último Gre-Nal antes do fechamento para as obras da Copa do Mundo. Valia três pontos, apenas, mas teve peso de conquista.
Quando 0 a 0 vira vitória
Empatar com o rival quando não se disputa muita coisa no campeonato não seria nada que merecesse comemoração. Não fosse o último jogo da casa do inimigo. No duelo derradeiro do Olímpico, o Inter com dois a menos segurou o rival e celebrou o empate como se fosse um título, em 2012. Conseguiu, com isso, marcar a história do estádio e ainda evitar que o Grêmio fosse direto para a fase de grupos da Libertadores.
'Batizar' o campo adversário também vale
A Arena foi inaugurada em dezembro de 2012 e até 2014, ninguém havia vencido clássicos lá. Todos os jogos terminavam empatado. Até o duelo válido como ida da final do Gauchão daquele ano, em março. De virada, o time vermelho foi o primeiro a sair vencedor de um duelo na casa gremista. O jogo não decidiu o Gauchão, mas foi até mais importante do que o título confirmado posteriormente.
Gre-Nal impulsiona para evitar rebaixamento
Em 2003, o Grêmio lutava bravamente para evitar o rebaixamento, enquanto o Internacional rondava a zona de classificação para a Libertadores do ano seguinte. Até se encontrarem. Em 12 de outubro, o Tricolor venceu por 1 a 0, gol de Christian calando o Beira-Rio lotado. Foi o primeiro passo para evitar o pior naquele ano. E os vermelhos acabaram fora da competição continental.
Amistoso vira 'título particular'
Após vencer o Mundial de 1983, o Grêmio viu o defensor do Internacional, Mauro Galvão, dizer que 'mesmo vencendo o mundo, quem mandava no Rio Grande era o Inter', já que tinha vencido o Gauchão anterior. De pronto, Renato Gaúcho pediu para a direção marcar um amistoso e 'decidir a parada'. O Tricolor venceu por 4 a 2 e um simples jogo de exibição virou 'título particular' e até hoje é citado como principal clássico para o maior ídolo da história gremista.
Goleada valeu mais? Não, mas ninguém se importa
Clássicos de 1997 e 2014 mostram o quanto uma goleada em clássico significa, muitas vezes, mais do que atingir um objetivo em torneio nacional. O Inter fez 5 a 2, arrancou bem mas não levou o título em 1997. O Grêmio fez 4 a 1 que de pouco adiantou pois acabou fora da zona de classificação para Libertadores no ano passado. Mesmo assim, as vitórias nos clássicos significaram muito para os torcedores.
Uol
Nobre respira Palmeiras, diz não ter mais hobbies e revela refúgio em casa
Até o começo de 2013, Paulo Nobre era apenas mais um entre milhares de palmeirenses. Sua vida era cheia de aventuras: pilotava carros de rali pelo mundo e, quando estava em São Paulo, dirigia o Palmeirinha, seu time de infância, que já contou até com Evair no comando do ataque. Como dissemos, essa era a vida de Nobre até o início de 2013. Depois, tudo mudou...
Assumiu o clube em situação financeira grave, precisou utilizar seu patrimônio pessoal para levantar dinheiro e foi alvo de muitas críticas em 2014, quando o alviverde quase foi rebaixado para a Série B. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Nobre abriu o jogo sobre seu dia a dia por trás da cadeira de mandatário palmeirense, e revelou os impactos devastadores que o cargo à frente de um grande clube tiveram em sua vida pessoal – do adeus a todos hobbies, cobranças na rua, o refúgio em casa e as saudades dos tempos de anonimato.
UOL Esporte: você assumiu o clube em uma situação difícil, precisou retornar à Série A. Em 2014 foi muito criticado enquanto priorizava resolver o problema financeiro. Como foi conviver com as criticas?
Nobre: Uma vez que você se candidata a ser presidente de clube grande, precisa estar preparado. Tem um lado de glamour, mas é a ponta do iceberg. Grande parte do trabalho as pessoas não veem, tem que ter consciência que é coisa árdua, as vezes injusta. Pode ser o melhor do mundo, se a bola pegar na trave e sair, é um desgraçado. Se pegar e entrar, é um deus. O combustível do futebol é o dinheiro, e pegamos o clube em uma situação, se fosse uma empresa, totalmente falimentar, com 25% só das receitas do ano. Trabalhamos em 2014 para ter um time competitivo, com criatividade, empréstimos gratuitos. Perdemos alguns jogadores, tivemos problemas e a auto estima que tinha sido resgatada em 2013 foi abalada. Nem no meu pior dos pesadelos imaginava passar por aquilo, mas acreditava que os frutos plantados passariam a ser colhidos. Com satisfação vejo que isso começa a ocorrer em 2015.
UOL Esporte: você acredita que agora as pessoas reconhecem isso? E no futuro, acha que pode ser visto como uma espécie de "salvador"?
Nobre: vou ser muito sincero, não faço as coisas para me glorificar. É uma coisa tão séria, Palmeiras é praticamente minha religião, é o ar que eu respiro. Como eu, tem milhões de palmeirenses. Me preparei muito, assumi em 2013 com uma missão: entregar um clube melhor do que encontrei. Consegui, me reelegi, e isso aumentou a responsabilidade, as pessoas acreditaram que era o caminho certo. Sou muito crítico com todos os que trabalham comigo, e comigo mesmo, é quase desumano o quanto me exijo. Quero olhar para trás e pensar "fiz um bom trabalho". Estou presidente, mas sou torcedor, quero um dia voltar a ser e ver o Palmeiras me dar as alegrias que sempre me deu.
UOL Esporte: e o que você faz quando não está se dedicando ao Palmeiras?
Nobre: todos os meus hobbies, abandonei, não tem como. Correr rally de vez em quando é perigoso, precisa ter ritmo de corrida, estar vestido no carro, não é brincadeira. É um esporte onde você está sujeito a um acidente em cada curva. Jogar futebol, também me aposentei. Tenho meu time, o Palmeirinha, há 40 anos, joga toda terça, mas eu não jogo mais há uns três anos. Meu lazer? Nunca valorizei tanto na vida voltar para casa. Chego em casa, sei que nao vou resolver mais nenhum problema, procuro recarregar as energias para o dia seguinte. No fim de semana o Palmeiras joga domingo, sábado é quase sagrado, quero curtir minha vida normal, brincar com cachorros, fazer um churrasco, alguma coisa simples, que nunca valorizei tanto.
UOL Esporte: você chega a se desligar do Palmeiras?
Nobre: Enquanto presidente, sou presidente 24h, quero estar ciente. No final de semana tem duas ou três pessoas que atendo de imediato. Os demais, procuro não atender, ou eventualmente falar domingo, que dia de jogo é dia de trabalho. Na hora que começa o jogo peço um pouco de refresco para ser torcedor – eu sou torcedor mesmo. Assisto ao jogo no campo, volto para casa. Arrumei uma namorada que entende isso que acontece – palmeirense, claro. Ela não só vai no campo, como assiste vt comigo, costumo assistir. Eu dou retorno para todo mundo que me liga, mas o sábado procuro manter para mim.
UOL Esporte: você é reconhecido quando sai às ruas? Já sofreu cobranças em público?
Nobre: Sempre tive a mesma atitude, não me exponho. Costumava jantar fora, cortei, vou em dois ou três lugares só para resolver negócios. Em qualquer lugar me conhecem, sou presidente de um dos maiores clubes do mundo. Uma vez, em 2013, estava sentado na frente de um restaurante, na espera, um mendigo passou, pediu dinheiro, eu disse que não tinha. Ele saiu, olhou para mim e disse "presidente mão de vaca". Estive em Portugal também depois para tentar contratar o Alan Kardec, um portugues falou "tu não es presidente do Palmeiras?". Pensei "Nossa Senhora". Você perde completamente o anonimato, passam a te observar, comentar, e tem que aprender a conviver.
UOL Esporte: e isso chega a te incomodar?
Nobre: Incomoda um pouco, eu amava meu anonimato. No futebol vai ter bons e maus momentos, não adianta se emocionar com aplausos, nem se abater com criticas. Exemplo disso foi Boa Esporte e Palmeiras na Série B em 2013. Cheguei, fui ovacionado que nem jogador, me perguntaram a sensação, é realmente boa. O Palmeiras perdeu de 1 a 0, e a torcida que me ovacionava, quando acabou o jogo, era "Paulo Nobre isso, aquilo, contrata jogador". Isso é normal.
UOL Esporte: é difícil separar o torcedor do presidente? Você dá palpites no futebol?
Nobre: É muito difícil separar. O torcedor é você, ele está presidente. Orientação ao time eu nunca dei, não é a minha. Falo, às vezes, como presidente, sempre consulto a comissão técnica, não posso me intrometer. Às vezes, vendo jogos, tenho atitudes de xingar, desabafar, continuo sendo torcedor. Quando o juiz comete um erro, eu me comporto como qualquer palmeirense (risos). Tento me conter porque quando dou uma entrevista, não é mais o Paulo Nobre, é o presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. Querendo ou não, hoje com as redes sociais, as coisas se espalham. Um conselheiro, um diretor, representa a instituição. Tomo muito cuidado. quando sinto que posso exagerar, saio do camarote, vou para o vestiário, prefiro ficar mais sozinho, porque hoje sou presidente. Em alguns jogos acontece isso, eu vou para o vestiário esfriar a cabeça.
UOL Esporte: o que costuma te irritar quando assiste aos jogos do Palmeiras?
Nobre: Certos cartões amarelos, vermelhos, acho um absurdo. Eu não falo com jogador, mas deixo claro com profissionais do futebol algumas filosofias. Não gosto que humilhe adversário – dar uma caneta para fazer um gol, tudo bem, mas só para humilhar adversário, não acho correto. Nunca admiti isso no Palmeirinha, e não acho uma coisa legal. Quem trabalha comigo sabe certas filosofias: respeito à instituição, exijo que honre a camisa. Respeito ao adversáro, tem certas filosofias aqui dentro, não falo para os jogadores, mas os profissionais falam.
UOL Esporte: como palmeirense, então, você deve ter ficado irritadíssimo com o Edilson no Paulista de 99 então... (atuando pelo Corinthians, o atacante parou com a partida em andamento e fez embaixadas para provocar o rival – time que já tinha defendido).
Nobre: O Edilson deve muito ao Palmeiras, veio de um time menor e explodiu aqui. Depois, tomou atittudes que achou que deveria tomar, jogando por um rival. Como palmeirense, para mim, Edilson deixou de existir na história do Palmeiras. Sem raiva, sem nada, o comportamento acabou apagando tudo aquilo que ele fez com a camisa do clube. Não desejo o mal, só que certos comportamentos são inadmissíveis. Aqui, ele não foi legal. A gente colhe o que planta, a vida é assim.
UOL Esporte: um dos pontos mais controversos da sua gestão foi o dos mais de R$ 100 milhões de empréstimos que você repassou ao Palmeiras. Porque tomou essa decisão?
Nobre: Pensei muito antes de fazer isso, dirigente colocar dinheiro é a contramão do que penso. Fiz porque simplesmente não tinha mais outra solução. Ou fazia, ou o Palmeiras não tinha dinheiro para continuar depois de abril de 2013. Acabou tudo. Não coloquei para fazer obra, não era para contratar jogador. Era para a roda não parar – pagar luz, agua, jogadores que estavam aqui, porteiro, garçom, a empresa que cuida da grama. Dia a dia do clube. Comecei a ouvir besteiras no conselho deliberativo, do tipo "jogador que da certo é seu, que não dá é do Palmeiras". Contratei Mendieta, Leandro do Grêmio, os argentinos que o Gareca pediu. Assumo esses seis, se forem vendidos, me devolve o principal e o lucro é 100% do Palmeiras. Não sou investidor de jogador. Se der certo, ótimo, se não, eu mico com o prejuízo.
UOL Esporte: sua condição financeira, os empréstimos e a melhora do Palmeiras geram boatos de contratações de peso, milionárias. Como você lida com isso?
Nobre: quando falaram de Hulk (atacante da seleção brasileira e do Zenit-RUS), achei muito engraçado, mas também fico preocupado com essas coisas. O torcedor vai alimentando essa expectativa, sendo que nunca teve nem conversa. Aí tem cara que fala "mas o Hulk é palmeirense". E daí? Ele foi comprado por dezenas de milhões de euros, recebe um salário gigantesco até para os padrões europeus. Acham que por ser palmeirense o time vai liberar e ele vai querer ganhar 10% do que ganhava? Isso totalmente impossível.
UOL Esporte: você tem amizades com jogadores, ídolos no futebol?
Nobre: O futebol na minha casa, alguns jogadores já foram. A maior emoção da minha vida foi o dia que Evair jogou na minha casa. Tive três grandes ídolos: Toninho Catarina na infância, Jorginho na adolescência e, na vida adulta, Evair. Se for falar dos anos 2000, Marcão. Quando o Evair foi em casa...tenho um pôster dele que deve ter uns 4m de altura. Foi uma emoção impar. Gosto muito do Evair, é uma relação fã e ídolo, mas não frequentamos a casa um do outro. Tenho admiração muito grande pelo Marcos também, mas não poderia dizer que tenho amizade, de frequentar casa. Na minha casa só entra camisa do Palmeiras (risos). Existe uma regra, é terminantemente proibido qualquer artigo – shorts, meião, caneleira, luva – de qualquer time que não seja o Palmeiras ou um time estrangeiro.
UOL Esportes: e desafetos, pessoas que te decepcionaram? Alguma chance de reconciliação com Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo?
Nobre: Em dois anos e meio de presidente, varias pessoas me decepcionaram, mas isso eu guardo para mim. Sobre Aidar, vamos deixar claro: São Paulo e Palmeiras estão muito, muito acima dos seus atuais mandatários. Não sou rompido com o São Paulo, sou rompido com seu presidente, para mim a atitude que ele teve não foi ética, honesta, causou a discórdia. Não existe hipótese de reconciliar. Ele não existe na minha vida, não desejo a desgraça nem nada, só ignoro a existência desse sujeito, mas respeito muito a história do São Paulo.
UOL Esporte: é verdade que sua família é de são paulinos? Como virou palmeirense?
Nobre: meu pai era torcedor do Paulistano, sempre falava do Arthur Friedenreich (considerado um dos maiores jogadores da fase amadora do futebol). Nos anos 30, o futebol se profissionalizou, o Paulistano não admitia a hipótese, o futebol ser um esporte de gentleman. Uma facção saiu e fundou o São Paulo. Meu pai não foi, era contra o profissionalismo, nunca me levou em um jogo. Meu pai gostava de hipismo, meu irmão também. Já fiz varias reflexões para entender como virei palmeirense. Creio que por causa do Emerson Leão. Na Copa de 74, tinha seis anos, admirava muito o Leão. Um marceneiro me explicou que existiam clubes, e os melhores formavam a seleção. Quis saber onde jogava o Leão, era no Palmeiras, acabei sendo palmeirense. Ou, talvez, sou palmeirense porque Deus quis. Acho que a explicação do Leão é melhor.
UOL Esporte: e a relação com as torcidas organizadas? Na sua gestão, o Palmeiras cortou privilégios delas, você sofre alguma cobrança ou represália por isso?
Nobre: a relação não é ruim, ela só não existe. O torcedor torce e faz seu papel na arquibancada, e nós trabalhamos e fazemos nosso papel atrás da mesa. Acho que cada um fazendo o seu bem feito, quem ganha com isso é Palmeiras. Não sofro pressão nenhuma, sempre tem as pessoas descontentes, aqueles que, quando tem uma grade entre você e ela, xingam. É normal, no fim é tutti palmeirense (risos).
UOL Esporte: você apoiaria alguma iniciativa diferente, como uma torcida organizada gay, algo que já aconteceu com outros clubes?
Nobre: não interfiro em absolutamente nada com relação a torcedores. Isso não é uma coisa do presidente, não tem que opinar ou deixar de opinar.
UOL Esporte: o Palmeiras, no momento, discute algumas mudanças de estatuto, dentre elas a alteração no mandato de dois para três anos. Você consideraria disputar mais uma eleição se as novas regras permitissem isso?
Nobre: Não passa pela minha cabeça nada que venha beneficiar que está no poder. A discussão entre dois e três anos é saudável, mas não pode beneficiar que está no poder. Vou querer lançar um sucessor, confio muito que estará totalmente preparado para dar continuidade ao trabalho, mas não admitiria mudança que aumente meu mandato, ou permita reeleição. Eu trabalharia politicamente para que não acontecesse. O Palmeiras não pode ser dependente de ninguém, de presidente, a máquina tem que continuar rodando da mesma maneira, independente do presidente. Não trabalho com essa hipótese. Não precisaria nem de mudança para tentar achar uma brechinha. Isso é tudo conversinha. Não. Tive meu primeiro mandato, tive minha reeleição, fui o primeiro a ser eleito pelo sócio e não posso ser presidente em 2017.
UOL Esporte: te preocupa a possibilidade de, daqui a anos, o Palmeiras voltar à situação na qual estava em 2013?
Nobre: Isso preocupa qualquer palmeirense. O estado que ficou é inadmissível para um time da grandeza do Palmeiras. Precisa conscientizar as pessoas com direito a voto para tomar cuidado com os populistas, que prometem tudo. "Vou tirar dinheiro não sei da onde, um fundo vai colocar tantos milhões, já tem três jogadores contratados". Toma cuidado e vê se quem promete não é populista. Acho que o amadurecimento do eleitorado é fundamental para que pessoas comprometidas venham a ganhar as eleições no Palmeiras, e não pessoas que só querem entrar para a história do clube a qualquer custo.
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Santos paga 14 folhas salariais em 7 meses e abate dívida de R$ 393 milhões
A crise financeira do Santos não é novidade para ninguém. Recentemente, o clube pagou os atrasos de salário em CLT [Consolidações das Leis de Trabalho] para escapar da mira do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo [Sapesp], que enviou ofício ao STJD para que o clube paulista perca pontos no Campeonato Brasileiro em virtude de atrasos.
Apesar de quitar a CLT, o Santos está prestes a completar três de direitos de imagem [maior parte do ordenado] aos atletas. A dívida parece ser interminável na Vila Belmiro. Esforços não faltam para os dirigentes do clube. O presidente Modesto Roma e companhia pagaram 14 folhas salariais em sete meses.
O pagamento de duas folhas salariais por mês ocorre devido à "herança" deixada pelo antigo presidente, Odílio Rodrigues.
O UOL Esporte teve acesso ao documento de auditoria realizado no primeiro semestre deste ano no Santos. A dívida chega a R$ 393 milhões, sendo que R$ 190 milhões foram vencidas a curto prazo.
Somente em 2015, o Santos pagou quase R$ 60 milhões em dívidas, somando o "rombo" deixado pela ex-diretoria e os gastos atuais com fornecedores, bancos e folhas salariais.
Para minimizar a crise, o Santos reduziu o valor da folha salarial pela metade – de R$ 6 milhões para R$ 3 milhões – somando o departamento de futebol e administrativo do clube. O curioso é que o quadro de funcionário aumentou de 330 para 390 empregados.
Além disso, o Santos obteve um empréstimo de R$ 8 milhões do Banco BMG, que colaborou para o pagamento dos atrasados. No entanto, a maior parte desta verba foi utilizada para quitar a dívida com Robinho, que não recebia direitos de imagem há oito meses.
Com a liberação de atletas, incluindo os jogadores que acionaram o clube na Justiça – Aranha, Eugênio Mena, Arouca e Leandro Damião, o Santos economizou mais de R$ 2,5 milhões mensais.
Leandro Damião, emprestado ao Cruzeiro, foi a maior economia programada da diretoria santista, mesmo o clube paulista ainda desembolsando R$ 250 mil mensais. Isso porque o centroavante recebia R$ 700 mil de ordenado na Vila Belmiro. R$ 700 mil, aliás, é a economia mensal que o Santos fez com as saídas do zagueiro Edu Dracena e do volante Arouca. Os dois recebiam cerca de R$ 350 mil mensais.
A lista de economia é extensa. Mena ganhava R$ 270 mil por mês, enquanto Aranha recebia R$ 180 mensais. Até com Alan Santos, o clube economizou. O jovem volante que se transferiu para o Coritiba recebia R$ 80 mil por mês.
Sem programar, a maior economia foi com Robinho, que ganhava R$ 1 milhão por mês. O clube paulista tentou manter o ídolo oferecendo R$ 900 mil mensais, mas ele preferiu se transferir para o futebol chinês.
uol
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