Em seu primeiro treino técnico-tático à frente do Náutico, Gallo faz experimentações no time

Na ausência de Rodrigo Souza, com dores no joelho, Gastón treinou como volante

O início da terceira passagem de Alexandre Gallo pelo Náutico já se notabiliza pelas indefinições. Seja na decisão de realizar um treino fechado e, posteriormente e quando a imprensa já havia ido embora, ter mudado de ideia e resolvido abrir a atividade para quem quisesse assistir, seja, principalmente, nas questões técnicas e táticas. Em seu segundo dia de trabalho à frente do Timbu, o primeiro em que efetivamente desenvolveu atividades de sua seara - na quinta-feira o foco foi na questão física -, Gallo testou uma formação, no mínimo, inusitada. O que demonstra uma inequívoca dor de cabeça para a definição da equipe que vai escalar diante do Salgueiro, na próxima quarta-feira, pela partida de ida da decisão de terceiro lugar do Campeonato Pernambucano.

Como já era de se esperar, o setor que sofreria alterações mais drásticas foi mesmo o ofensivo. Com as dispensas anunciadas nesta quinta-feira de Daniel Morais e Thiago Santana, os dois jogadores que atuaram como centroavantes com a camisa alvirrubra em 2016, Gallo não tem no elenco um jogador de ofício para a posição. Por essa razão, a necessidade de experimentar uma alternativa para o setor seria inevitável.

A expectativa, entretanto, seria de ver Rafael Coelho, que já fez a função no passado por outros clubes, como a primeira opção para a posição. Contudo, quem treinou como centroavante na tarde desta sexta-feira foi o prata da casa Jeffeson Nem.

No restante da linha ofensiva, que sob o comando do técnico Gilmar Dal Pozzo tinha uma linha de três bem definida à frente dos volantes, muitas incertezas. A priori, pode-se dizer que Gallo optou por Rony, Caíque e Esquerdinha no setor. Porém, Esquerdinha ora jogava mais aberto, ora alternava com o volante Ygor, que se adiantava em campo, ocupando espaços mais avançado da meia-cancha. Já o meia-atacante, bem como Caíque, voltavam constantemente para construírem o jogo mais de trás.

Outra mudança no setor do meio de campo, mas, neste caso, defensivo, foi a opção pelo lateral esquerdo Gastón na cabeça-de-área. Na ausência do volante Rodrigo Souza - que sente dores no joelho direito e treinou à parte -, Gallo adiantou o defensor uruguaio, que trabalhou ao lado de Ygor. Assim, Henrique ficou na lateral direita.

Além de Rodrigo Souza que apenas deu voltas no gramado, o atacante Bergson também esteve ausente do treinamento. Ainda se recuperando de fraturas nos ossos do pé esquerdo, o jogador seria submetido a um novo exame de imagem na tarde desta sexta-feira, a fim de avaliar a evolução de sua recuperação.

O time treinou com a seguinte formação: Júlio César; Joazi, Rafael Pereira, Fabiano Eller e Henrique; Ygor, Gastón, Rony, Caíque e Esquerdinha; Jefferson Nem.

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Gallo evita revelar quantidade de reforços, mas promete um Náutico de velocidade e força

Técnico adota postura precavida na abordagem ao mercado, para preservar o clube

O Náutico vai se reforçar. Esta foi a promessa da diretoria ao técnico Alexandre Gallo. Um dos fatores que fez com que o treinador aceitasse retornar ao clube. O técnico, contudo, prefere não falar quantos jogadores vão ser contratados. Revela, entretanto, que pretende ver uma equipe à imagem dos seus times: com bastante velocidade e força, independentemente do esquema tático a vir a ser adotado.

“Nós precisamos de um número X de atletas. Se contratarmos um pouco menos que X, na hora em que faltar os últimos, vão se tornar mais caro para nós. Qualquer situação que você coloque, você acaba sangrando um pouco o Náutico, porque se eles souberem quais são as nossas carências, vai terminar encarecendo para o clube. Mas posso garantir que a remontagem vai ser de qualidade”, argumentou o novo treinador alvirrubro.

Quando ao modelo de jogo, Gallo procurou, de antemão, esclarecer que os confrontos com o Salgueiro, na disputa pelo terceiro lugar do Campeonato Pernambucano (que vale uma vaga na Copa do Nordeste), ainda não vão ter a cara do time que pretende ter na Série B do Brasileiro. Mas antecipa que tenciona ver um Náutico da forma como seus times costumam atuar.

“Eu tenho uma maneira muito peculiar minha de jogar. Equipes de velocidade”, disse. “A característica do time de 2012 é uma característica das minhas equipes”, recordou, a título explicativo. “Muita força e velocidade. A minha intenção foi sempre em montar equipes assim, mesmo mudando de plataforma, de sistema. É uma característica minha, jogar com jogadores de velocidade”, reiterou.

Características que independem do sistema tático adotado. “Já joguei em todos os esquemas possíveis. Tenho que me adaptar ao que tenho disponível, a característica individual de cada atleta, para que eu possa montar a minha plataforma de jogo”, acrescentou.

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Com Gallo, atacante espera volta por cima no Náutico

O desapontamento com o futebol do atacante Rafael Coelho não é privilégio de quem está do outro lado da arquibancada. O próprio jogador concorda que deixou a desejar até agora, mas espera que a chegada de Alexandre Gallo seja o sinônimo de sequência de jogo e, respectivamente, da melhora de rendimento.

“Não estou satisfeito com as partidas que fiz, com as minhas apresentações. Espero que agora, possa reencontrar o caminho do gol”, afirmou o atacante, que ganhou “status” de titular contra o Salgueiro, pela decisão do terceiro lugar/vaga na Copa do Nordeste, após a dispensa de dois outros jogadores da posição, Thiago Santana e Daniel Morais.

“Eu venho treinando  há quase dois meses, estou bem fisicamente e vinha entrando nos jogos. Vamos ver se agora eu possa ajudar o Náutico a conquistar o único objetivo que nos restou, que é a classificação para a Copa do Nordeste”, disse.

Rafael Coelho confessou que ainda não sabe se entrará de frente contra os sertanejos, mas se for o caso ele se diz preparado. “Jogador tem que estar pronto para qualquer momento. E se não for eu, for outro, que entre bem na quarta e no sábado e consiga os nossos objetivos”, disse.

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