Há exatos 43 anos, nascia em Marselha um dos maiores jogadores da história do futebol. Filho de pais argelinos, Zinedine Yazid Zidane tornou-se o principal atleta francês da modalidade após ser eleito melhor jogador do ano pela Fifa em 1998, 2000 e 2003. O atleta também sagrou-se campeão da Copa do Mundo em 1998 e da Eurocopa em 2000 pela Seleção Francesa, além de ter perdido a final da Copa do Mundo de 2006, para a Itália.
O jogador despontou para o futebol em 1988, quando estreou pelo Cannes-FRA com apenas 16 anos. Após quatro anos no clube, 71 jogos e apenas seis gols, o atleta despertou o interesse do Bordeaux, onde também permaneceu por quatro anos, com 176 partidas disputadas e 42 gols.
Porém, foi atuando fora da França que o meia conquistou seu status de estrela do futebol mundial. A primeira equipe de Zidane fora de seu país já representou um grande desafio em sua carreira: comandar a Juventus, que havia acabado de conquistar a Liga dos Campeões de 1995/1996. Em seu primeiro ano pelo clube, Zidane conquistou o Campeonato Italiano e foi eleito o melhor jogador estrangeiro do torneio, mas perdeu a chance de conquistar sua primeira Liga dos Campeões ao ver a Juve ser derrotada pelo Borussia Dortmund.
Após garantir mais uma conquista de Campeonato Italiano no ano seguinte, a oportunidade de vencer a Liga dos Campeões surgiu novamente, mas a Juventus acabou derrotada na final, desta vez pelo Real Madrid, que garantiu a taça da edição de 1997/1998. Entretanto, a decepção foi amenizada semanas depois pela conquista da Copa do Mundo de 1998, realizada na França, em que Zidane comandou a seleção nacional e foi o autor de dois gols na final contra o Brasil. Neste ano, foi eleito melhor jogador do mundo pela Fifa e pela revista France Football, responsável por entregar a Bola de Ouro, prêmio que seria unificado anos depois.
Já em 2000, enquanto ainda atuava pela Juventus, mas não conseguia conquistas de grande destaque pelo clube, Zidane liderou a seleção francesa na conquista da Eurocopa, sendo eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa pela segunda vez em sua carreira. Ao final da temporada 2000/2001, Zidane encerrou sua passagem pela Juventus após 209 partidas e 31 gols.
Mas, antes mesmo de iniciar seu novo ciclo, mais uma vez Zidane fez história. Para deixar o clube de Turim e ir para o Real Madrid, os merengues precisaram desembolsar cerca de 75 milhões de euros, valor recorde para transferência de um atleta na época. A decisão, todavia, não poderia ter sido mais acertada.
Durante os cinco anos em que atuou pelos merengues, Zidane foi o principal jogador de um galáctico elenco formado pelo Real Madrid, que contava com astros como Ronaldo, Figo, Beckham, Raul e Roberto Carlos. Já em sua primeira temporada, o francês foi peça chave na conquista da Liga dos Campeões. O torneio teve um sabor especial para Zidane, que, além de marcar um belo gol de voleio na final contra o Bayer Leverkusen, já havia sido vice duas vezes da competição.
Na temporada 2002/2003, Zidane não conseguiu levar o Real Madrid a outra final da Liga dos Campeões, sendo derrotado pela Juventus na semifinal. Mas nem isso foi o suficiente para impedir o francês de conquistar o terceiro prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa, igualando Ronaldo, até então maior vencedor do prêmio.
Os anos seguintes não foram bons nem para o francês, que não conseguiu conquistar títulos nem pelo Real Madrid e nem pela seleção francesa, que teve decepcionante campanha na Eurocopa de 2004. Apesar de ainda viver grande fase física e tecnicamente, Zidane anunciou que penduraria as chuteiras após a Copa do Mundo de 2006, que seria disputada na Alemanha.
Em seu último torneio como jogador profissional, Zidane liderou a França na campanha que levou a seleção à final da Copa do Mundo, inclusive eliminando o Brasil nas quartas de final. Porém, na final contra a Itália, o jogador cometeu uma das poucas falhas de sua carreira, mas que a deixaria marcado para sempre. Após empatar o jogo no tempo regulamentar em uma linda cobrança de pênalti, com cavadinha, em Buffon, Zidane perdeu a cabeça durante a prorrogação e caiu na provocação do zagueiro Materazzi, agredindo-o com uma cabeçada. Expulso, o atleta teve que ver de fora dos gramados sua equipe perder o título nos pênaltis.
Mesmo diante dos pedidos de fãs, que acreditavam que o meia ainda tinha muita lenha pra queimar no esporte, Zidane manteve a posição e deixou os gramados de forma melancólica. Apesar disso, ele nunca deixou o mundo do futebol.
Atualmente, Zidane treina o time B do Real Madrid, mas já trabalhou também como auxiliar de Carlo Ancelotti durante a passagem do italiano como treinador da equipe principal. A expectativa, agora, é ver se Zidane conseguirá conquistar como treinador tanto quanto conquistou como atleta.
uol
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