segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

OPINIÃO ; COSME RIMOLÍ

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O Palmeiras tomou nó tático da humilde Ferroviária. Perdeu na sua casa por 2 a 1. Torcida xingou de novo Marcelo Oliveira. Péssima prévia de jogo importantíssimo pela Libertadores…


Não foi a apatia. Foi a consciência tática, preenchimento de espaço. E posse de bola. A Ferroviária venceu com méritos o Palmeiras em sua arena, diante de sua torcida. 2 a 1 para o humilde time do interior. Foi uma péssima prévia para o importantíssimo jogo pela Libertadores, quinta-feira, contra o Rosário Central. Os torcedores palmeirenses xingaram os atletas e,principalmente, o técnico Marcelo Oliveira. Se cansaram outra vez de nova decepção verde.

Detalhe importantíssimo, a Ferroviária ficou com 59% de posse de bola, como se fosse a dona da casa, atuasse em Araraquara. Chegou a ter incríveis 64%. Atuou como time grande contra o encolhido Palmeiras. Sérgio Vieira foi muito superior a Marcelo Oliveira.
"Foi a vitória de um time que ao longo de todo o jogo foi melhor que o Palmeiras, marcou mais, saiu jogando com mais facilidade.
"Não fizemos dois jogos seguidos da mesma forma, como no último, em que marcamos melhor, criamos jogadas, e hoje novamente eu não tenho resposta. Se tivesse resposta exata, resolveria rapidamente. O que temos é confiança e bom ambiente para que isso possa mudar rapidamente."
Confissões de Marcelo Oliveira, após o jogo. Confirmou que a Ferroviária foi muito melhor que seu time. E que não tem resposta para a instabilidade da equipe que comanda.
Esta é a postura do treinador do Palmeiras...
Houve muita comemoração antecipada pelo lado do Palestra Itália. O time não começou nada bem este ano. Desarrumado taticamente, se especializando na afobação e nos chutões da defesa para o ataque. O 4-2-3-1 que Marcelo Oliveira usava desde 2011 no Coritiba acabou manjado. E os adversários palmeirenses sabiam exatamente o que fazer. Duas linhas de quatro. Dois jogadores velozes na frente. Travar os laterais. E pronto. Sem meias talentosos para servir os atacantes, o time estava travado.
Pressionado e criticado, o treinador palmeirense teve de mudar. Colocou mais um volante. Montou um retângulo no meio. E o time passou a atuar no 4-3-3. Ficou realmente mais racional. Só que seguia perdendo seu poder letal. Conseguiu empatar com o Santos, em casa. Com Fernando Prass sendo o grande jogador em campo.
Aí veio a enganadora partida contra o XV de Piracicaba. O time interiorano já está desesperado. Tem um elenco fraquíssimo e sabe que o caminho da Segunda Divisão parece inevitável, serão seis os rebaixados neste Campeonato Paulista.
Sem dinheiro para trocar o elenco, fez o óbvio. Mandou embora Claudinho Batista e contratou Narciso. E no meio da semana, a equipe fraca e pressionada acabou goleada pelo Palmeiras. 4 a 1 em Piracicaba. Com direito a desabafo de Marcelo Oliveira.
"Sei que tem gente que questiona o meu desempenho. Mas sempre terá um lugar para eu trabalhar", disse em Piracicaba. Mostrando que não depende do Palmeiras para seguir carreira. Mandou um recado aos muitos conselheiros que questionam seu trabalho.
Isso se arrasta desde o ano passado. A conquista da Copa do Brasil, aos trancos e barrancos, garantiu a sequência do treinador. A principal queixa não é segredo para ninguém. A previsibilidade do time, a frágil e instável postura tática.
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Depois de destruir o já implodido XV de Piracicaba, Marcelo Oliveira passou a agir como se tudo estivesse pronto. Sabia que entrará em uma semana importantíssima. O Palmeiras precisa vencer o Rosário Central na quinta-feira, pela Libertadores. A partida será na arena, diante de sua torcida.
Mas os grandes times deste país que disputam a Libertadores são sempre prejudicados. Precisam jogar pelos Estaduais. E com a chantagem das Federações e da TV Globo. Precisam utilizar seus titulares para tentar segurar os pontos de Ibopa, que desaba a cada ano. As pessoas perceberam a inutilidade do torneio.
Lógico que o foco de Marcelo Oliveira e de seus atletas está na Libertadores. A humilde Ferroviária deveria fazer seu papel de sparring neste domingo. Preparar o time para a partida de quinta-feira.
Dos titulares em condição de jogo, apenas Lucas Barrios foi poupado. Vai jogar contra os argentinos na quinta. Ou seja, o Palmeiras hoje tinha dez atletas de sua equipe principal. E entrou em campo para simular a maneira que enfrentará o Rosário Central. Com 4-3-2-1.
Deixou Thiago Santos, Jean e Robinho mais perto da zaga. Dudu e Gabriel Jesus flutuando, alternando nas duas meias. E na frente, mais isolado do que Eduardo Cunha, Alecsandro.
Lógico que não houve um estudo profundo no Palmeiras sobre a Ferroviária. Se houvesse, o time não seria montado tão espaçado. O português Sérgio Vieira conseguiu montar uma grande equipe taticamente. Compactada, de grande toque de bola, velocidade. E, principalmente, consciência. Seus jogadores sabem exatamente como preencher os espaços.
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A equipe de Araraquara foi formada, em sua maioria, por jovens jogadores emprestados pelo Atlético Parananense. E com eles, foi cedido também o treinador português. Sérgio Vieira tem apenas 33 anos. Mas se preparou para a carreira. Fez o importante curso de técnico na UEFA. Fez estágios em clubes europeus e está começando sua carreira no Brasil. E já entendeu o principal problema tupiniquim. A falta de intensidade de jogo.
Ou seja, as equipes daqui são displicentes taticamente. Se desconcentram. Atuam de forma lenta e muito espaçada. É tudo o que está conseguindo fazer com a Ferroviária. O time interiorano tem jogado da mesma forma dentro e fora de Araraquara. É a boa surpresa do Paulista.
E o time grená parecia o grande diante do Palmeiras. Atuando em bloco, com ótima troca de passes, a Ferroviária foi envolvendo a equipe de Marcelo Oliveira. Não aceitou o papel de sparring. Nos primeiros 45 minutos, diante do inerte, confuso e inseguro Palmeiras, teve 64% de posse de bola.
O treinamento se impôs até no seu gol. Aos 40 minutos, Fernando Gabriel foi para a cobrança de falta na entrada da área. Fernando Prass colocou quatro jogadores na barreira. Sérgio Vieira colocou mais quatro. Tapou a visão do goleiro. E Fernando Gabriel bateu na bola sobre os atletas de Araraquara. Ela foi no canto de Fernando Prass, que havia dado um fatal passo para o canto protegido pelos palmeirenses. 1 a 0, Ferroviária. Gol que nasceu do treinamento.
Os 18.413 torcedores esperavam passar o domingo felizes, com uma goleada palmeirense. Tiveram o choque da importância tática no futebol atual. E desabafaram a frustração vaiando o time verde.
Marcelo Oliveira voltou com o mesmo time. E a Ferroviária seguia melhor e estava perto de ampliar a vantagem. O treinador palmeirense agiu aos 15 minutos. Fez duas trocas. Uma óbvia, Cristaldo por Alecsandro, 'assassinado' pelo esquema. E outra corajosa. Rafael Marques por Jean. O Palmeiras comprava a briga. E iria atuar em 4-2-4. Postura que surpreendeu o time interiorano.
Em dois minutos, veio a recompensa. Em uma boa jogada de Robinho, a bola chegou para Cristaldo concluir. 1 a 1. Gol marcado mais pelo coração, luta do que pela consciência. Empurrado pela torcida que desejava a virada, o Palmeiras passou a marcar a saída de bola e parecia que conseguiria a vitória. Mas a empolgação durou dez minutos. Logo a Ferroviária colocou os nervos no lugar. E passou a levar vantagem tática de ter quatro, cinco jogadores no meio de campo. E retomou a posse de bola.
240 O Palmeiras tomou nó tático da humilde Ferroviária. Perdeu na sua casa por 2 a 1. Torcida xingou de novo Marcelo Oliveira. Péssima prévia de jogo importantíssimo pela Libertadores...
A partida parecia que terminaria empatada. Foi quando foi feita justiça. E nada de contragolpe que pegou a defesa do Palmeiras desarmada. Não. O que é assustador.
O goleiro Rodolfo cobrou tiro de meta, a bola caiu nos pés de Matheus Rossetto. Com liberdade, ele lançou Rafinha, sozinho no meio da zaga palmeirense. O jogador apenas deslocou Fernando Prass e fez o justo 2 a 1 para a humilde, mas muito melhor, Ferroviária.
A torcida xingou muito Marcelo Oliveira.
E a preocupação para o jogo contra o Rosário Central se justifica.
O Palmeiras não tem a menor solidez tática.
Há muito tempo.
"A Ferroviária fez o que nós não estamos fazendo.
"No último jogo fomos compactados, mas nessa partida a Ferroviária mostrou que é uma equipe bem qualificada, arrumadinha, e fez os gols que nós não estamos fazendo."

Resumo perfeito de Rafael Marques...

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