Daniel Brito-UOL
Promoção nesta sexta-feira em Cuiabá. Para assistir a dois jogos da abertura do returno da primeira fase do Campeonato Mato-grossense, os ingressos custam módicos R$ 10. Mas quem tem meia-entrada para R$ 5. É a oportunidade que a Federação Mato-Grossense encontrou de levar torcedor para a Arena Pantanal, erguido ao valor de R$ 700 milhões para receber quatro jogos na Copa do Mundo Fifa, em 2014.
E nesta sexta-feira. o Operário várzea-grandense recebe o Cacerense. Em seguida, Dom Bosco e Araguaia fecham a jornada do dia na Arena Pantanal.
Além da falta de apelo, os dois jogos terão de superar a crônica falta de transporte público que possa levar o torcedor ao estádio. Daí o motivo da promoção dos ingressos. “É a alternativa que encontramos para ver se o torcedor vai a Arena Pantanal”, disse o novo presidente da Federação Mato-grossense de Futebol, João Carlos de Oliveira Santos, ao jornal Diário de Cuiabá.
As notícias relativas à arena cuiabana são pouco agradáveis. Basta lembrar que a CBF classificou a praça esportiva como a pior entre as que foram construídas para o Mundial da Fifa no Brasil.
Arena da Copa com pior avaliação tem banheiros, placar e cadeiras quebradas
A Arena Pantanal, estádio construído em Cuiabá para receber quatro jogos da Copa do Mundo de 2014, a um custo para os cofres públicos de mais de R$ 700 milhões, chega ao ano de 2016 com uma lista de 17 problemas que o tornam inapto a receber público maior do que 10 mil pessoas e fizeram com que o Flamengo desistisse de mandar um jogo no estádio neste mês.
É isso que mostra relatório montado pela gerência de competições da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que visitou o estádio no final do mês passado, para uma inspeção. O Governo do Estado de Mato Grosso admite todos os problemas e informa que foram gerados pelo fato de a obra ter sido entregue inacabada pela empreiteira Mendes Júnior, que até hoje não concluiu o projeto. Em um ranking elaborado pela CBF, a Arena Pantanal figura como o de pior avaliação entre os que foram utilizados na Copa de 2014.
O Tribunal de Contas de MT propôs um Termo de Ajustamento de Gestão ao Estado e à empreiteira, para que ela finalizasse a obra que entregou sem estar pronta. A construtora, porém, não quis assinar, alegando que ainda tem que receber mais R$ 20 milhões dos cofres públicos para concluir a empreitada.
O projeto original da Arena Pantanal prometido pela Mendes Júnior tinha um custo previsto de R$ 320 milhões. Foi com este projeto que ela venceu a licitação realizada pelo poder estadual. Uma série de aditivos ao contrato assinados entre a empreiteira e administração estadual anterior à atual (cujo então governador, Silval Barbosa (PMDB), encontra-se na cadeia), no entanto, elevaram o custo para mais de R$ 700 milhões.
Entre os problemas elencados pela CBF (veja lista completa abaixo), estão banheiros em "péssimo estado de conservação" e "corredores de acesso sem sinalização interna e sujos". De acordo com o governo de MT, tais problemas são gerados por problemas de infiltração, falta de acabamento nos banheiros e desníveis em pisos que foram mal construídos.
Também consta na lista de problemas "bares abandonados". De fato, a empreiteira Mendes Júnior deixou de concluir o bar na área externa da arena, que foi adotada pelos cuiabanos, que a utilizam como se fosse uma praça ou parque. Segundo o governo estadual, passam pela área externa da arena cerca de 3.000 pessoas por dia. Assim, decidiu-se entregar o uso do bar inacabado à Polícia Militar de Mato Grosso, que instalou uma base no local.
Nesta quinta-feira ocorre uma reunião entre autoridades estaduais, Tribunal de Contas e empreiteira Mendes Júnior. caso não se chegue a uma solução para que a arena finalmente seja concluída, de preferência sem maiores ônus aos cofres públicos, o Estado de Mato Grosso não descarta entrar na Justiça para cobrar que a empreiteira conclua seu trabalho.
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