terça-feira, 9 de junho de 2015

Ídolo é treinador, defesa segura e tempo de trabalho. Os segredos do Náutico na Série B!

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Portal Futebol Interior tenta desvendar os segredos da campanha positiva do Náutico até o momento


Recife, PE, 09 (AFI) – Um dos principais clubes do Nordeste e do futebol brasileiro de maneira geral, oNáutico há muito tempo não chamava tanta atenção como no último mês. Jogando de igual para igual com o Flamengo na Terceira Fase da Copa do Brasil e dividindo a liderança do Campeonato Brasileiro da Série B, o Timbu traz adversidades que para muitos seriam problemas, mas que caíram como um par de luvas nas mãos do time pernambucano. O PORTAL FUTEBOL INTERIOR tenta desvendar os segredos do sucesso do Náutico.

Junto com o Botafogo, o Náutico é um dos invictos da Série B. Em seis jogos disputados, foram cinco vitórias e um empate, que o deixa com 16 pontos. Um aproveitamento incrível de 88,9%, segundo melhor da história dos pontos corridos na competição. Apenas o Corinthians, em 2008, teve um aproveitamento de 100% na sexta rodada.
Na Copa do Brasil, eliminou o Brasília na Primeira fase com duas vitórias (1 a 0 em Brasília e 2 a 0 em recife). No próximo confronto, passou sem dificuldades pelo Jacuipense-BA fazendo 2 a 0 logo na ida e eliminando a volta. Na Terceira Fase, tudo indicava que seria mais complicado, contra o multicampeão Flamengo, mas na partida de ida já realizada, o Timbu empatou por 1 a 1 em pleno Maracanã. São oito jogos de invencibilidade, mas que demoraram para serem alcançados.
ÉPOCA DE FRACASSOS
O ano de 2014 foi muito turbulento. Recém-rebaixado no Brasileirão, o Náutico precisou fechar as torneiras para não entrar em uma grande crise financeira. Jogadores tiveram que conviver com atrasos salariais e diversas trocas de treinadores, que não permitiu um planejamento de sucesso.
Com Lisca no comando, o Timbu chegou na final do Campeonato Pernambucano com a melhor campanha, mas perdeu o título para o rival Sport. O bom trabalho manteve o treinador para a Série B, mas os problemas extra-campo tomaram conta e ele acabou demitido. A aposta passou a ser o jovem Sidney Moraes, que um ano antes tinha feito grande trabalho no Icasa, mas com jogadores deixaram o clube sem salários, o time chegou a “namorar” a zona de rebaixamento e mais uma troca na comissão técnica foi feita. Chegava Dado Cavalcanti.
Com o novo treinador, o Náutico chegou a lutar pelo acesso, mas os problemas financeiros voltaram a atrapalhar e o Timbu terminou a competição em 13º lugar.
INÍCIO DE ANO HORRIPILANTE
Se 2014 foi ruim, o início de 2015 deu ainda mais medo para o torcedor do Náutico. O elenco foi renovado, uma nova comissão técnica, tendo Moacir Júnior como treinador foi contratada, mas os resultados não apareceram. Após nove rodadas, o Timbu decidiu novamente demitir um técnico, com o time já praticamente eliminado na Primeira Fase da Copa do Nordeste e agonizando no Campeonato Pernambucano.
Acuada, a diretoria decidiu ouvir o torcedor e trouxe de volta o técnico Lisca. Em princípio, parecia um tiro no escuro, um retorno ao passado, com um treinador que já conhecia boa parte do elenco, mas que não trouxe o que se esperava dele em 2014. A torcida timbu, porém, fez a festa. Faixas com os dizeres “Lisca doido voltou”, foram estampadas na Arena Pernambuco e pela primeira vez desde a aposentadoria de Kuki, o Náutico passou a ter um ídolo.
O técnico não conseguiu sucesso no estadual. O Timbu ficou em último lugar no Hexagonal Final, ficando de fora das semifinais após uma goleada por 4 a 0 frente ao Salgueiro. Não fosse a idolatria do torcedor, muito provavelmente Lisca teria o mesmo destino da maiorias dos treinadores brasileiros após um fracasso: a demissão.
POR QUE ESTÁ DANDO CERTO?
O discurso é chato, repetitivo e recorrente no futebol, mas o PLANEJAMENTO e TEMPO DE TRABALHO está fazendo a diferença para o Náutico. Eliminado precocemente no Campeonato Pernambucano, Lisca teve cerca de 30 dias para preparar o elenco exclusivamente para a Série B.
O tempo sem calendário permitiu que o Timbu trouxesse um “pacotão de reforços” e que os jogadores se adaptassem a uma nova rotina de treinos. Todos os novatos do Timbu tiveram o mesmo preparo dos que já estavam no elenco.
“É claro que eu não esperava tamanha invencibilidade, mas o bom começo na Série B sim. Tivemos 30 dias para trabalhar, tanto que vieram sete jogadores novos e eles estão jogando, todos são titulares porque se adaptarem bem ao time. Isto faz muita diferença para qualquer planejamento”.
APOSTAS QUE NINGUÉM VIU
O torcedor de outro time que for analisar a escalação do Náutico tende a se sentir bastante confuso com alguns nomes até então desconhecidos para a Série B. O meia Hiltinho, o atacante Douglas e o volante João Ananias, por exemplo, são alguns dos destaques do Timbu e passam despercebidos por quem não realmente não os conhecem.
Para o técnico Lisca, são estes jogadores que muitas vezes fazem diferenças na partida, por chamarem menos a atenção dos marcadores que os “famosos” William Magrão, Pedro Carmona e Fabiano Eller.
“Os jogadores que chegaram entraram bem no time, mas os que ficaram também evoluíram. Estes jogadores que não chamaram a atenção de outros clubes antes, eram desconhecidos, agora contribuem para o Náutico”, explica.
MELHOR DEFESA
Nenhum time teve uma defesa menos vazada melhor que a do Náutico na era dos pontos corridos na Série B. Em seis jogos, foram apenas dois gols sofridos, uma incrível média de 0,33 gols por partida. Em 2009, o Vasco chegou perto, levando três gols no período O mais surpreendente é que este setor era justamente o mais criticado durante o Campeonato Pernambucano.
Quando se fala em linha defensiva do Timbu, não se pode descartar a experiência. O miolo de zagueiros é composto por Ronaldo Alves, que já atuou em Internacional e Atlético –PR e Fabiano Eller, bicampeão da Libertadores. No gol, mais um campeão mundial – Júlio César – e na lateral-esquerda, o uruguaio Gastón Filgueira, campeão da Copa Sul-Americana pelo Arsenal-ARG. Apenas o prata da casa Guilherme foge da lógica.
“Hoje em dia todo treinador foca no sistema defensivo, mas isso não envolve apenas zagueiros, são os onze jogadores preenchendo espaço, marcando e a experiência também conta. Fabiano Eller e Júlio César são campeões mundiais, o Ronaldo Alves disputou vários Gre-Nais e o Guilherme é um jovem de muito valor, marca muito. Não acho que o Náutico é um time defensivo, mas um time que sabe e entende como deve ser feita a marcação”, detalhou Lisca.
ÍDOLO NO BANCO DE RESERVAS
Com exceção do Coritiba em 2010, todos os campeões da Série B na era dos pontos corridos tinha entre os onze titulares algum destaque ou ídolo da torcida. O Atlético-MG venceu com Eder Luís se destacando; o Coritiba de 2007 tinha Keirrison; Em 2008, Dentinho era a grande revelação corintiana; Carlos Alberto voltou a ser decisivo no Vasco de 2009;Ednno foi o motor da “Barcelusa” de 2011; Walter ressurgiu no Goiás de 2012; Alan Kardec ficou cotado na Seleção Brasileira pelo o que fez no Palmeiras de 2013; e Jael foi o matador do Joinville em 2014.
Como Ney Franco no Coxa Branca de 2010, Lisca é o grande ídolo da torcida. Na entrada do time em campo, ao sair um gol, ao final de uma vitória ou mesmo após substituições, o nome do treinador é gritado por todas as vozes na Arena Pernambuco.
Por mais que a idolatria do torcedor brasileiro morre de um dia para o outro, o que ocorre no Náutico auxilia os jogadores, que ficam com menor pressão, já que todas as atenções são concentradas no técnico.
“Não é idolatria, eu represento todo um trabalho. Como eu vibro e brinco muito com os torcedores, eles gritam meu nome, mas ao fazer isso estão na verdade dizendo para todos os jogadores que estão gostando do que está acontecendo. O Náutico tomou muita porrada nos últimos anos e eu puxei esse processo do torcedor timbu voltar a ser ouvido. É identificação”, entende Lisca.
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