quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Sorpresivamente no estuvo presente ningún club brasileño





Quince de los clubes que jugarán la edición de la Copa Libertadores de este año, se reunieron ayer en el hotel Radisson y resolvieron constituirse en la Liga Sudamericana de Clubes de Fútbol. El nuevo organismo está en principio integrado por los clubes fundadores, y abierta a otras instituciones.
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La reunión, en la que los clubes decidieron constituirse como Liga Sudamericana de Clubes de Fútbol se llevó a cabo durante cinco horas. Las quince instituciones presentes fueron:
Boca Jrs, River Plate, San Lorenzo y Racing de Argentina;
Peñarol, Nacional y River Plate de Uruguay;
Universidad de Chile, Universidad Católica y Colo Colo de Chile;
Olimpia y Cerro Porteño de Paraguay;
Liga Deportiva Universitaria de Ecuador; Sporting Cristal y Melgar de Perú.
Sorpresivamente no estuvo presente ningún club brasileño.”

Você, prezado leitor brasileño, deve estar se perguntando: Esse blogueiro pirou? Não sabe traduzir? Ficou com preguiça e só colou trechos de sua fonte, o caderno “Ovación”, do diário uruguaio El Pais?
Estou bem e não pirei, se queden tranquilos. Opa, perdão, a gente se acostuma... Felizmente, também, esses trechos transcritos estão num castelhano básico que não precisa ser traduzido. E, por fim, não fiquei com preguiça.

O uso do castelhano tem uma razão de ser que explico com uma pergunta: porque escrever em português, o português brasileiro, se nenhum de nossos clubes compareceu à reunião?

A razão é muito simples: esse foi, digamos, o meu minúsculo, insignificante e solitário protesto por mais essa ausência do futebol brasileiro, especialmente de uma reunião tão importante, que levou à criação do que poderá vir a ser a mais importante entidade do futebol sul-americano.


Os leitores deste OCE têm acompanhado a evolução da importância das ligas de clubes de futebol por todo o mundo. Justamente aqui, em nossa Sudamerica, essa realidade anda muito distante, tanto que podemos dizer que é o nosso o continente mais atrasado na introdução e importância dessas entidades já não tão novas.
Acompanhamos o sucesso estrondoso e multibilionário da English Premier League, com seus pequenos clubes ficando cada dia mais endinheirados e continuando com seus estádios lotados. E o sucesso da Bundesliga, grande a ponto de merecer matéria na imprensa germânica chamando-a de um dos “motores da economia alemã”, já sem possibilidade de crescer através do aumento de público, pois todos os estádios abrem as temporadas já sem ingressos disponíveis para venda, a exemplo da Premier League.
Por toda a Europa as ligas se fortalecem e consolidam.
O mesmo começa a acontecer na Ásia e na África.
Na América do Norte a MLS já é um sucesso e está em crescimento, com excelente média de público em seus jogos.
E aqui, na América do Sul, Bolívia e Colômbia saem na frente e se juntam às ligas do México, Honduras e Costa Rica, além da americana-canadense MLS.

Se os clubes de Argentina e Uruguai, bem como Chile, Paraguai e Peru ainda não têm suas ligas nacionais, procuram unir-se numa liga sul-americana, que nasce em plena discussão com a CONMEBOL por maiores cotas dos direitos de transmissão da Copa Libertadores de América.
O primeiro compromisso assumido pelos clubes é reunir-se com Wilmar Valdez, o presidente federação continental e cobrar que o aumento das cotas dos clubes seja idêntico ao aumento negociado com a Fox por três anos, com valores escalonados anualmente. Esse mesmo pedido valerá, igualmente, para a Copa Sul-Americana e outras competições da CONMEBOL.
Os clubes, porém, não ficarão somente nisso: vão exigir de Valdez uma explicação sobre o que foi feito com o dinheiro dos contratos anteriores de transmissão das competições sul-americanas.
Outros pontos importantes:
- vão exigir o repasse do valor das cotas diretamente para os clubes;
- a extinção da taxa de 10% de toda bilheteria para a CONMEBOL;
- revisão do estatuto da CONMEBOL, em especial seu artigo 69, que mudou a propriedade dos direitos de transmissão dos clubes para a confederação.

Os clubes querem, também, que na revisão do estatuto a Liga esteja representada por um de seus membros, a ser escolhido.
Para tratar desses temas, todos urgentes, a Liga criou três diferentes comissões: Jurídica, Negociação e uma, especialmente bem-vinda: Controle Administrativo e Auditoria.
Oxalá este seja um ponto de inflexão para o futebol sul-americano. Os clubes são os verdadeiros protagonistas, são eles que fazem a CONMEBOL e são eles que formam os melhores jogadores do mundo, em sua maioria saídos desse continente”, disse Matías Lammens, Presidente do San Lorenzo.

Melhores ofertas, maiores valores, respeito aos contratos, seriedade.
Lammens disse, também, que os contratos já firmados pela CONMEBOL serão respeitados. “Não queremos romper contratos, não seria bom para a imagem da Confederação, mas para 2019 queremos dar oportunidade a diferentes empresas de fazerem suas ofertas e depois decidirmos.

Mais competitividade
Rodolfo Raúl D’Onofrio, presidente do River Plate (argentino), tocou em pontos sensíveis para nossos clubes: “O que precisamos no futebol é transparênciahonestidade. Não pode acontecer algo como os clubes não conhecerem os contratos que a CONMEBOL fechava. Necessitamos sair da paupérrima situação a que fomos levados nos últimos anos. Precisamos melhorar nossa situação para sermos mais competitivos internacionalmente."

Curto prazo
O presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, foi contundente: “Esta Liga está aberta a todos os clubes da América do Sul para defender nossos direitos. Somos os protagonistas, representamos clubes importantes da região. A curto prazo esperamos participar das contratações dos direitos de imagem, dos patrocínios e também do Comitê Executivo da CONMEBOL.”

Transparência
Vários presidentes enfatizaram a importância de abrir a Confederação e torna-la transparente, entre os quais José Luiz Rodrigues, do Nacional e Carlos Benavides, do Sporting Cristal.

Política
Ninguém está interessado em fazer política na CONMEBOL e respeitam as determinações atuais, inclusive sobre eleições.
Diego Castro, presidente da LDU, disse que são os clubes que correm todos os riscos e agora estão dando um grande passo adiante, buscando uma forma de trabalhar em conjunto e melhorar a situação dos clubes sul-americanos.

A Liga tem futuro?

Eu espero muito que sim.
É inaceitável nessa era em que vivemos que uma entidade se comporte como faz a CONMEBOL. Como faz, com algumas diferenças, a CBF e como fazem muitas outras mundo afora.
Diego Castro, o presidente da LDU, disse bem: os clubes correm todos os riscos e, fica implícito em sua declaração, a CONMEBOL apenas se aproveita desses riscos e ganha em cima deles, muito pouco dando em troca.

O ideal seria que cada país já tivesse sua liga nacional, a exemplo do que ocorre na Europa, mas às vezes é preciso começar de cima para depois ir para a base. Por sinal, disse o mesmo em post anterior sobre a CBF em relação às federações estaduais: é mais fácil ou menos difícil muda-las a partir do topo da pirâmide, a CBF. Na América do Sul poderemos ter o mesmo “efeito Orloff” (“eu sou você amanhã”), com a liga continental impulsionando a criação de ligas nacionais.

Os clubes têm que ser os protagonistas do futebol em todo o mundo, como já vem ocorrendo. Para variar, estamos atrasados, tanto o país como o continente, algo que já se tornou um verdadeiro vício historicamente. Vamos a reboque dos países mais desenvolvidos, sempre com atraso, em detrimento de nossos povos, numa visão mais ampla, e de nosso futebol, nessa visão mais fechada e particularizada.
Tirar esse atraso não é tarefa impossível ou mesmo muito difícil, pelo contrário, mas depende de firme vontade e visão dos dirigentes de nossos clubes, no Brasil e em toda a América do Sul. Para que, como disse Rodolfo D’Onofrio, sejamos mais competitivos no cenário internacional.
E fecho com a abertura desse post:
Sorpresivamente, no estuvo presente ningún club brasileño.
Até quando?
Já passa da hora de nossos clubes assumirem o papel que lhes compete: o de protagonistas e não meros figurantes, indo a reboque de federações e confederações que deles vivem.

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