segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Pupilos de Ventura dão resposta importante e mostram que a Itália pode contar com eles


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Immobile marcou duas vezes e comandou a dura vitória da Itália em Skopje (LaPresse)
Ufa. A Itália tinha a Macedônia como adversária no terceiro jogo do Grupo G das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 e o esperado era vida tranquila: os macedônios são a segunda seleção mais frágil da chave e só tinham vencido duas partidas nos últimos dois anos. No fim das contas, a Nazionale venceu e seu recorde incrível de invencibilidade em eliminatórias foi aumentado para 53 partidas, mas novamente a equipe de Giampiero Ventura deixou a desejar. Não fossem os atacantes Andrea Belotti e Ciro Immobile, seus pupilos, e a importante contribuição de Antonio Candreva, os azzurri teriam amargado a derrota.

Há muitos aspectos para se levar em questão para analisar o desempenho negativo da Itália, como o limitado tempo para treinar, problemas físicos de alguns jogadores e, principalmente, a recente troca no comando da seleção: Ventura pode aproveitar poucos aspectos do trabalho de Antonio Conte, já que seu antecessor pensava muito no presente e não chegou a projetar a transição que deveria ser feita da Euro para as Eliminatórias e o Mundial.

O time ainda não tem padrão e tem passado por dificuldades para criar ou mesmo controlar o jogo – sem falar na defesa, que sofreu gol em todas as partidas. De qualquer forma, os três pontos fora de casa foram conquistados e os azzurri lideram o Grupo G com a Espanha, que bateu a então líder Albânia e está na frente por ter maior saldo.

O jogo
Ventura ousou logo de cara: o treinador genovês fez seis mudanças no onze inicial italiano em relação à partida contra a Espanha: os elementos da defesa permaneceram e, do meio para frente, o técnico manteve somente De Sciglio. Com Verratti, Bernardeschi e Bonaventura no meio-campo, o resultado é que, no primeiro tempo, finalmente o time conseguiu ter a posse de bola. O que não significou necessariamente ter o controle e domínio do jogo, já que o time cedeu inúmeros contra-ataques para os anfitriões, em lances protagonizados por Pandev, Alioski e Nestorovski. Em um lance fortuito, um chute do último dos citados explodiu no travessão.

A troca de passes da Itália foi muito horizontal e Bonaventura e Bernardeschi, pontas que jogaram centralizados, tiveram pouco critério na construção – por sua vez, os alas, especialmente Candreva, foram mais produtivos. O gol, porém, saiu na bola parada, um problema bem conhecido dos macedônios e uma virtude dos italianos. No escanteio cobrado por Bernardeschi, Belotti se desmarcou e surgiu livre na pequena área para marcar seu primeiro gol com a seleção principal, garantindo a vantagem e tranquilidade para os azzurri.

Uma tranquilidade que virou despretensão no segundo tempo. A Macedônia reagiu, adiantando a marcação e aumentando a dificuldade da saída de bola italiana, muito lenta e sem sentido, mesmo com Bonucci e Verratti. Foi exatamente a dupla que protagonizou o erro que levou ao gol de empate, marcado por Nestorovski, atacante do Palermo: ele recuperou a bola após passe errado do camisa 10 azzurro e aproveitou o péssimo combate do zagueiro juventino para vencer Buffon com um chute colocado.

Defesa da Itália deixou Buffon desprotegido diante da Macedônia (LaPresse)
Na sequência, enquanto comentaristas do mundo todo ainda escolhiam as palavras para analisar como o jogo ficaria após o empate da Macedônia, um choque: a Itália cedeu a virada. Apático, o time de Ventura não estava inspirado e ainda falhava. O gol dos donos da casa surgiu de novo passe errado, dessa vez de Bernardeschi, e de nova falha defensiva, que possibilitou a Hasani encher o pé da entrada da área.

O placar persistiu por 15 minutos, até Immobile finalmente transformar toda sua energia em gol e Candreva ter seus cruzamentos aproveitados: o empate veio depois que o meia-atacante da Inter cruzou rasteiro para que o atacante da Lazio desviasse para as redes. Já no final da partida, Parolo aproveitou lançamento de Verratti e marcou, mas o gol foi erroneamente anulado pela arbitragem. A injustiça foi corrigida no ataque seguinte, quando novamente Candreva e Immobile entraram em ação e o laziale decidiu, com seu terceiro gol nas Eliminatórias.

Claramente há muito o que fazer para a equipe de Ventura, mas é interessante ver que gente como Belotti e Immobile aproveitou suas oportunidades e, especialmente, marcando gols, o que tem sido um problema para os atacantes italianos nos últimos anos. Significa que a aposta do treinador em seus pupilos, que comandou no Torino, lhe trouxe resultados e pode impulsionar a renovação da Nazionale. Cinco dos titulares neste domingo tinham menos de 25 anos e há vários jovens talentos na fila para ganharem minutos com o técnico.

Por outro lado, preocupa a defesa ceder tanto, principalmente em falhas de jogadores em que tanto se confia, como Buffon e Bonucci: os dois estiveram sem ritmo e desligados nesta data Fifa, talvez até sentindo falta do ânimo contagiante de Chiellini, tecnicamente bem substituído por Romagnoli. Em novembro, contra Liechtenstein, a seleção azzurra terá a oportunidade de fazer saldo e dar confiança ao time e ao sistema, antes do amistoso contra a Alemanha, em Milão.

MACEDÔNIA 2-3 ITÁLIA
Nestorovski e Hasani | Belotti (Bernardeschi), Immobile (Candreva) e Immobile (Candreva)

Tops: Immobile e Candreva | Flops: Bonucci e De Sciglio

MACEDÔNIA (3-5-2): Bogatinov; Mojsov, Sikov, Ristevski; Ristovski, Hasani (Trajcevski), Spirovski, Alioski, Zhuta (Ibraimi); Pandev, Nestorovski (Petrovikj). Treinador: Igor Angelovski.

ITÁLIA (3-5-2): Buffon; Barzagli, Bonucci, Romagnoli; Candreva, Bernardeschi (Sansone), Verratti, Bonaventura (Parolo), De Sciglio; Belotti (Éder), Immobile. Treinador: Giampiero Ventura.

Local: Estádio Felipe II, em Skopje, Macedônia
Árbitro: Danny Makkelie (Holanda)

Por Arthur Barcelos

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