sábado, 15 de outubro de 2016

TP: Gafanha-FC Porto, 0-3 (crónica)


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O FC Porto cumpriu com a obrigação e venceu o Gafanha (0-3), numa partida em que o adversário até mostrou boa coesão defensiva e vontade de discutir o resultado, sobretudo na primeira parte, mas em que o dragão não precisou de acelerar muito para passar a eliminatória.
A festa da Taça viveu-se apenas nas bancadas, onde os adeptos de ambas as equipas foram incansáveis no apoio às suas equipas, numa saudável promoção do futebol, com duas equipas de dimensões bem distintas. No relvado, imperou a lógica, e segue em frente a equipa mais forte.
Nuno Espírito Santo não facilitou na escolha do onze para a partida, promovendo apenas três alterações relativamente ao jogo em que goleou o Nacional da Madeira (0-4). Na baliza surgiu, então, José Sá – que fez a estreia oficial com a camisola da equipa principal do FC Porto -, Boly fez companhia a Marcano no eixo da defesa e Maxi, regressado de lesão, voltou a competir como titular, quase dois meses depois.
Depois de se mostrar algo contida nos primeiros cinco minutos, a equipa do Gafanha soltou-se, mostrando-se atrevido e sem medo de olhar o dragão nos olhos. De forma natural, eram os azuis-e-brancos a assumir o jogo e a encostar o adversário à sua área, contudo, a solidez e solidariedade do conjunto gafanhão colocava inúmeras dificuldades a um FC Porto com pouco rasgo e lento na circulação da bola.
Ir com muita sede ao pote... e ver secar a esperança
A solução para os problemas portistas surgiu pouco depois da meia hora de jogo, e teve o atrevimento adversário como condimento essencial. Após ganhar o primeiro canto, o Gafanha fez subir quase toda a equipa na tentativa de aproveitar o lance. O insucesso do mesmo, porém, permitiu um contra-ataque ao FC Porto que, aproveitando o desposicionamento do adversário, colocou-se em vantagem, com um golo de Otávio.
Pouco depois, após mais um raide de Otávio, o FC Porto podia ter voltado a marcar, não fosse Jota ter desperdiçado a excelente posição em que se encontrava, com um cabeceamento sem direção.
Até ao intervalo, o Gafanha ainda assustou os azuis-e-brancos, na marcação de um livre direto de Renan que saiu a poucos centímetros da barra da baliza de José Sá.
«El tecatito» traz fogo ao dragão
Com o resultado a manter-se na diferença mínima, a toada do jogo manteve-se na etapa complementar. O FC Porto dominava ainda mais a posse de bola, o Gafanha tentava controlar o ataque em posse do adversário, mas começavam a faltar-lhe forças e critério para responder ofensivamente.
Aos 65 minutos, Nuno Espírito Santo mexeu na equipa, com três alterações de uma vez, que reconfiguraram a frente de ataque, com Corona e Brahimi a tentar criar jogo para Depoitre, o avançado belga que entrava para tentar aproveitar o desgaste dos centrais contrários, na busca pela estreia a marcar pelos portistas.
Pouco depois das alterações, o FC Porto matou o jogo, num canto desviado por Marcano para a conclusão simples de Corona, ao segundo poste.
Já muito desgastados fisicamente, os jogadores do Gafanha já não tiveram forças para ir em busca do golo, ainda que tenham deixado uma imagem muito positiva do seu futebol.
Quase a terminar, tempo ainda para mais um fogacho de FC Porto que, mais uma vez através de uma iniciativa do mexicano «El tecatito» Corona – que fez a jogada e arrancou o cruzamento - chegou ao terceiro golo, por Depoitre, belga que se estreou a marcar vestido de azul-e-branco.
O resultado talvez seja demasiado pesado para a réplica dada pelo Gafanha, mas prevaleceu a força do mais forte, e o FC Porto segue para a próxima eliminatória da Taça de Portugal.






TP: Gafanha-FC Porto, 0-3 (destaques)

A figura: Otávio
Uma verdadeiro descomplicador. Quando a bola chega aos pés do brasileiro o futebol torna-se simples. Receção, finta, passe. Quando assim não é, e Otávio decide pegar no jogo, traz-lhe verticalidade e vertigem, fazendo uso da sua finta curta que deve deixar os adversários desesperados. Foi assim que, aos 32', pé ante pé, rodou na área, deixou dois adversários para trás e inaugurou o marcador. Tão simples quanto belo. Quando Nuno Espírito Santo decidiu mudar a equipa, foi um dos jogadores poupados, a pensar já na Liga dos Campeões.

O momento: Otávio castiga entusiasmo gafanhão (32')
Muito sólida defensivamente até então, quando, aos 32 minutos, a equipa do Gafanha beneficiou do primeiro canto, fez subir quase toda a equipa, mantendo apenas três jogadores fora da área, e só um deles perto do meio-campo. O problema é que na marcação do canto, a bola ficou curta e permitiu ao FC Porto lançar um contra-ataque que Otávio tornou letal. Em vantagem, o dragão, que já era dono do jogo, ficou ainda mais confortável.
Outros destaques: Maxi
De regresso à competição, depois de quase dois meses lesionado, o uruguaio fez notar a sua presença no apoio ao ataque, beneficiando da menor iniciativa de jogo que se previa que o adversário tivesse. O uruguaio aproveitou o teste para ganhar ritmo numa fase em que o FC Porto vai ter um calendário mais apertado, e ainda testou a segurança do guarda-redes contrário com um remate que aquele teve dificuldade em suster.
Corona
Dos três jogadores lançados no decorrer da partida, o mexicano foi aquele que melhor aproveitou a chamada, tendo marcado poucos minutos depois de entrar. Depois, foi explorando combinações com Depoitre, que, no último minuto, resultou no golo do belga. Um golo e uma assistência em 25 minutos são um bom registo de «el tecatito».
Depoitre
Estreia a marcar do avançado belga que, no último minuto só teve de encostar, de cabeça, um cruzamento de Corona. O avançado ex-Gent entrou na segunda parte e mostrou-se muito esforçado na busca pelo golo que acabou por merecer.
Maurício
Raçudo. O brasileiro que atuou como médio mais recuado do Gafanha esteve sempre muito em jogo, quer a recuperar a posse de bola, quer a tentar sair a jogar. O brasileiro, de 23 anos, foi um todo-o-terreno incansável que disputou e ganhou inúmeras bolas divididas e que nunca virou a cara à luta.
Diogo Almeida
Minuto 48: Maxi remata forte à entrada da área, e o guardião do Gafanha só tem tempo para socar para a frente onde surge Jota para uma recarga que se previa fácil, mas que acabou em canto, depois de uma incrível segunda intervenção de Diogo Almeida. Apesar de estendido no chão depois de ter parado o remate do uruguaio, o guardião esticou o braço direito para fazer uma daquelas defesas que costuma levar o rótulo de «impossível».

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