“Campeonato manchado, coação, palhaçada.” Figueirense sabe que não tem chance de anular a partida com o Palmeiras. Mesmo com os erros de Igor Benevenuto. Mas diretoria busca, ao menos, evitar novas arbitragens desastrosas para tentar sobreviver na Série A…
O Fluminense tem as imagens do inspetor de arbitragem, Sérgio Santos, dizendo a Sandro Meira Ricci que a televisão mostrava que o gol de Henrique no Fla-Flu foi irregular. Mas o próprio presidente do STJD, Ronaldo Piacente, já avisa que a prova não é suficiente para anular o jogo, ao contrário do que prevê as regras do futebol. Haverá o julgamento, primeira quinzena de novembro, mas as chances de nova partida são nulas, pelas palavras de Piacente. Por obrigação, o STJD obrigou a CBF a tirar os pontos da vitória do Flamengo até o julgamento.
Se o clube das Laranjeiras com o caso cristalino não obterá êxito, o que o Figueirense tem a lucrar, com seu pedido de anulação do jogo contra o Palmeiras, domingo em Santa Catarina. Suas alegações estão em um vídeo assustador. Erros importantes do árbitro árbitro Igor Junio Benevenuto. O pior deles, no segundo gol do Palmeiras, quando Dudu cobra lateral 'de lado' e a bola toca fora do campo antes de chegar aos pés de Gabriel Jesus. Lance sem dúvida alguma irregular.
O time de Santa Catarina se apega aos artigos 84 e 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O 84 trata do pedido de impugnação de um jogo direto ao presidente do STJD. E ele terá dois dias para se posicionar sobre o pedido. O Artigo 259 trata dos erros de arbitragem. "A partida, prova ou equivalente poderá ser anulada se ocorrer, comprovadamente, erro de direito relevante o suficiente para alterar seu resultado."
Assim como no caso do Fla-Flu, o Figueirense só terá sucesso se o árbitro Igor Benevenuto for sua pior testemunha. Ou seja, afirmar que não sabia a regra do jogo. E que viu a bola tocando fora do campo, mas não sabia que era irregular. Só assim estaria confirmado o erro de direito e haveria nova partida.
Basta Benevenuto dizer que, do ângulo em que estava, a bola parecia ter entrado no gramado, a ação se esvai. E se transforma em mais um erro de fato, com centenas que ocorreram neste triste Campeonato Brasileiro.
A direção do Figueirense tem outra denúncia a ser levada ao STJD. A diretoria alega que Renato foi coagido pelo gerente do Palmeiras, Cícero Souza, a não jogar domingo. O volante foi emprestado pelo clube paulista em maio. Só que o Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol proíbe essa atitude. Desde janeiro de 2015.
"A transferência por cessão temporária de atleta profissional pode ser convencionada pelo clube a que contratualmente o atleta está vinculado (cedente) a outro clube (cessionário), sendo nulas e de nenhum efeito quaisquer cláusulas ajustadas entre as partes que visem a limitar, condicionar ou onerar a livre utilização do atleta cedido por parte do cessionário, enquanto vigorar a cessão, respeitados os contratos celebrados antes da publicação deste Regulamento."
O Palmeiras pode ser punido. Mas a atitude não caracteriza algo tão importante que possa anular o jogo de domingo. Até mesmo a diretoria do Figueirense sabe disso.
Os dirigentes do clube já conseguiram seu intento. Ao protocolar o pedido de anulação chamou a atenção da imprensa brasileira, da CBF e da Comissão de Arbitragem. O Figueirense se sente prejudicado pelos juízes durante todo o torneio nacional. Está na zona do rebaixamento, na 18ª posição. Restam sete partidas.
O presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger, já deixou claro. Se seu clube for prejudicado, reunirá novamente a imprensa, e mostrará o porquê de considerar manchado o Campeonato Brasileiro de 2016. Os motivos que acredita que os torcedores catarinenses estão sendo feitos de 'palhaços'.
Tudo o que ele não quer é seu time de volta para a Série B. Não conduzido por arbitragens desastrosas. Ou como Brillinger qualifica, de premeditadas.
O STJD deverá dar a resposta se acata o pedido de anulação da partida contra o Palmeiras, o líder do Brasileiro, nas próximas horas. Se for positiva a sua resposta, os três pontos da vitória paulista serão desconsiderados. E, assim como Flamengo e Fluminense, Figueirense e Palmeiras terão ao lado dos seus pontos na tabela, o amaldiçoado e desmoralizante asterisco.
Pelo menos até o julgamento.
É possível que os casos sejam julgados no mesmo dia.
Figueirense e Fluminense não deverão ter sucesso.
Os jogos só serão anulados de uma maneira.
Se os árbitros Ricci e Benevenuto testemunharem contra eles.
Decidirem acabar com suas carreiras.
O que é mais do que improvável.
Os clubes fizeram valer seus direitos.
Ao menos mostraram o quanto são despreparados os árbitros.
O erros primários foram tantos que o Brasileiro está manchado.
E com sua credibilidade ferida de morte...
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