Virar à esquerda e seguir em frente (até à goleada)
Que grande Sporting!
Mas já lá vamos. Antes disso convém sublinhar que há um feitiço qualquer que aproxima os esquerdinos do Sporting ao Estádio do Bonfim. Só pode ser encantamento, de certeza.
Em 1983, por exemplo, Paulo Futre agarrou uma bola, entrou na área para (diz ele) tentar arranjar um penálti, fugiu a um, fugiu a outro, fugiu ainda a mais outro e na cara de Jorge Martins atirou para a vitória.
Dez anos depois, em 1993, Balakov agarrou uma bola no meio campo defensivo, arrancou imparável, passou por toda a gente, passou até pelo guarda-redes Paulo Sérgio e fez um golaço difícil de esquecer. O Sporting, como tinha acontecido uma década antes, ganhou o jogo.
Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
Esta noite, mais de vinte anos depois, não houve um golaço para a eternidade, mas houve outra vez um esquerdino a fazer miséria. Numa exibição que merece ser recordada por vários anos.
Fala-se de Bruno César, claro.
O brasileiro desbloqueou a vitória com uma assistência para um golo de Slimani e com um tiraço que lançou a equipa para uma noite de gala, e de glória.
Depois disso havia ainda de marcar mais uma vez e de estar também noutro golo, numa noite cheia, e que se resume em factos, e feitos: dois golos, uma assistência e participação em mais um golo.
Ora conseguir isto tudo no jogo de estreia pelo Sporting diz realmente tudo. Uma noite, portanto, para a eternidade. Bruno César entrou, de resto, a todo o gás e mostrou que vem tornar este Sporting mais forte: oferece soluções importantes no momento da decisão, seja ela o passe ou o remate.
Mas já lá vamos. Antes disso convém sublinhar que há um feitiço qualquer que aproxima os esquerdinos do Sporting ao Estádio do Bonfim. Só pode ser encantamento, de certeza.
Em 1983, por exemplo, Paulo Futre agarrou uma bola, entrou na área para (diz ele) tentar arranjar um penálti, fugiu a um, fugiu a outro, fugiu ainda a mais outro e na cara de Jorge Martins atirou para a vitória.
Dez anos depois, em 1993, Balakov agarrou uma bola no meio campo defensivo, arrancou imparável, passou por toda a gente, passou até pelo guarda-redes Paulo Sérgio e fez um golaço difícil de esquecer. O Sporting, como tinha acontecido uma década antes, ganhou o jogo.
Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
Esta noite, mais de vinte anos depois, não houve um golaço para a eternidade, mas houve outra vez um esquerdino a fazer miséria. Numa exibição que merece ser recordada por vários anos.
Fala-se de Bruno César, claro.
O brasileiro desbloqueou a vitória com uma assistência para um golo de Slimani e com um tiraço que lançou a equipa para uma noite de gala, e de glória.
Depois disso havia ainda de marcar mais uma vez e de estar também noutro golo, numa noite cheia, e que se resume em factos, e feitos: dois golos, uma assistência e participação em mais um golo.
Ora conseguir isto tudo no jogo de estreia pelo Sporting diz realmente tudo. Uma noite, portanto, para a eternidade. Bruno César entrou, de resto, a todo o gás e mostrou que vem tornar este Sporting mais forte: oferece soluções importantes no momento da decisão, seja ela o passe ou o remate.
No entanto, e para destacar o que o feitiço que aproxima os esquerdinos do Sporting ao Bonfim, convém referir que Bruno César não foi o único canhoto a brilhar. É impossível, aliás, não realçar a exibição de Bryan Ruiz: nas costas de Slimani, outra vez ao centro, fartou-se de espalhar magia.
Foi dele, por exemplo, a assistência para o segundo golo de Slimani, no fim de uma jogada linda.
Foi o terceiro golo e foi uma obra de arte, que reflete no fundo tudo o que é este Sporting: a jogada passou por seis jogadores, sempre em trocas de bola, sempre em progressão, começou em Adrien, passou por Bruno César, que abriu em João Mário, que lançou Bryan Ruiz e o costa-riquenho cruzou para o cabeceamento de Slimani à boca da baliza.
Tudo simples, tudo fácil, tudo muito, muito, muito belo.
Basicamente foi nisso que esta exibição leonina se tornou: simples e bela. Partiu de uma noite cheia de William Carvalho, que ganhou o meio campo e empurrou a equipa para a frente, continuou na habitual dinâmica dos médios ofensivos e acabou numa série de oportunidades de finalização.
«Chuta-chuta» no meio de tanto futebol: confira os destaques
Esta equipa sempre soube o que fazia, sempre teve princípios bem definidos, mas agora tem uma confiança cada vez maior, tem certeza e segurança no que faz, e a partir daí cresce em campo.
Cresce em jogadas bem delineadas e em combinações certeiras. Cresce em dinâmica. Cresce até naquela capacidade de cada jogador ter sempre duas linhas de passe para escolher. Por isso enche o campo de futebol e o jogo de oportunidades de remate. O resto são, e esta noite foram, golos. Um, dois, três, quatro, cinco, seis. A vitória mais gorda da época.
E já agora uma liderança cada vez maior. Cuidado com este Sporting.
Foi dele, por exemplo, a assistência para o segundo golo de Slimani, no fim de uma jogada linda.
Foi o terceiro golo e foi uma obra de arte, que reflete no fundo tudo o que é este Sporting: a jogada passou por seis jogadores, sempre em trocas de bola, sempre em progressão, começou em Adrien, passou por Bruno César, que abriu em João Mário, que lançou Bryan Ruiz e o costa-riquenho cruzou para o cabeceamento de Slimani à boca da baliza.
Tudo simples, tudo fácil, tudo muito, muito, muito belo.
Basicamente foi nisso que esta exibição leonina se tornou: simples e bela. Partiu de uma noite cheia de William Carvalho, que ganhou o meio campo e empurrou a equipa para a frente, continuou na habitual dinâmica dos médios ofensivos e acabou numa série de oportunidades de finalização.
«Chuta-chuta» no meio de tanto futebol: confira os destaques
Esta equipa sempre soube o que fazia, sempre teve princípios bem definidos, mas agora tem uma confiança cada vez maior, tem certeza e segurança no que faz, e a partir daí cresce em campo.
Cresce em jogadas bem delineadas e em combinações certeiras. Cresce em dinâmica. Cresce até naquela capacidade de cada jogador ter sempre duas linhas de passe para escolher. Por isso enche o campo de futebol e o jogo de oportunidades de remate. O resto são, e esta noite foram, golos. Um, dois, três, quatro, cinco, seis. A vitória mais gorda da época.
E já agora uma liderança cada vez maior. Cuidado com este Sporting.
V. Setúbal-Sporting, 0-6 (destaques)
«Chuta-chuta» no meio de tanto futebol do leão
FIGURA: Bruno César e o pé esquerdo que continua intratável
A inclusão na convocatória para o jogo com o V. Setúbal deixava antever que o «chuta-chuta» se estreasse mesmo nesta noite com a camisola do Sporting. Pode não ter a velocidade ou a exuberância dos «meninos» Gelson e Matheus, mas que mais se pode pedir-lhe quando está em dois golos dos leões? Fez o passe para o 1-0 de Slimani e ampliou para 2-0 já perto do intervalo. Se continua com o pé esquerdo afinado? Para quem tinha dúvidas, voltou a demonstrá-lo aos 61’, com o golo da noite. Saiu aos 70 minutos, muito aplaudido pelos adeptos do Sporting.
POSITIVO: Bryan Ruiz
Se o estado do relvado sugeria que os artistas teriam mais dificuldades para «dançar», Bryan Ruiz fez questão de demonstrar que, com buracos o sem eles, com o chão plano ou inclinado, não tem problemas para se expressar com a bola nos pés. Não se limitou a jogar no apoio a Slimani, surgindo várias vezes na primeira zona de construção. A forma como arranja soluções para quase tudo mesmo quando parece ter os lances praticamente perdidos chega a ser impressionante. Mais discreto na segunda parte, ainda assistiu Slimani para o 3-0. Com ele, o jogo ganha outra dimensão e Jesus só pode agradecer-lhe por isso.
NEGATIVO: (des)organização defensiva do V. Setúbal
Foi preciso muito trabalho para Quim Machado melhorar a organização das linhas mais recuadas da equipa sadina na primeira fase da temporada. O problema ainda não está totalmente resolvido, como de resto ficou demonstrado no jogo com o Sporting, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra. O V. Setúbal foi muito macio no plano defensivo, dando muito aos atacantes leoninos. Fábio Pacheco tem muitas lacunas como central (rendeu o indisponível Rúben Semedo), mas isso não pode explicar tudo o que se passou.
CRÓNICA do V. Setúbal-Sporting: virar à esquerda e seguir em frente (até à goleada)
OUTROS DESTAQUES
Slimani: a época ainda vai a meio e o ponta-de-lança argelino já leva 16 golos, o melhor registo desde que chegou ao Sporting. Está a ter um início de 2016 diabólico, com quatro golos em dois jogos. Depois do bis ao FC Porto no clássico de Alvalade, voltou a ser importantíssimo na goleada sobre o V. Setúbal. Foi ele quem abriu a contagem no Bonfim, tendo apontado ainda o 3-0.
João Mário: estava a fazer um jogo assim-assim na primeira parte, mas cresceu e de que maneira no segundo tempo. Esteve em quase tudo o que o Sporting fez na etapa complementar! E não foi pouco. Muito inteligente na ocupação dos espaços, desposicionou a defesa sadina no lance do 3-0 e fez um grande golo aos 58 minutos, com um remate forte e colocado de fora da área. Pouco depois, bateu o livre que deu origem ao bis de Bruno César. Voltou a estar em evidência no sexto golo, com um toque primoroso para Aquilani. ENORME
Jefferson: jogue quem jogar à frente dele, o lateral brasileiro está quase sempre em bom plano. Esta noite formou uma boa sociedade com Bruno César, demonstrando um entrosamento que já deve estar a ser trabalhado há várias semanas. Desequilibrou no lance do primeiro golo, abrindo para o chuta-chuta, que cruzou para Slimani, e tirou mais alguns cruzamentos perigosos, principalmente nos primeiros 45 minutos.
William: a árvore começa a crescer pela raiz. E William Carvalho faz parte da raiz deste Sporting de Jorge Jesus. Se os leões são avassaladores no plano ofensivo, isso também se deve a quem contribui para os equilíbrios defensivos. Está tudo dito?
André Horta: foi o melhor do V. Setúbal numa noite para esquecer da equipa de Quim Machado no plano defensivo. Correu quilómetros e tentou remar contra uma maré que chegou a ser fortíssima, mas sozinho pouco ou nada se consegue.
A inclusão na convocatória para o jogo com o V. Setúbal deixava antever que o «chuta-chuta» se estreasse mesmo nesta noite com a camisola do Sporting. Pode não ter a velocidade ou a exuberância dos «meninos» Gelson e Matheus, mas que mais se pode pedir-lhe quando está em dois golos dos leões? Fez o passe para o 1-0 de Slimani e ampliou para 2-0 já perto do intervalo. Se continua com o pé esquerdo afinado? Para quem tinha dúvidas, voltou a demonstrá-lo aos 61’, com o golo da noite. Saiu aos 70 minutos, muito aplaudido pelos adeptos do Sporting.
POSITIVO: Bryan Ruiz
Se o estado do relvado sugeria que os artistas teriam mais dificuldades para «dançar», Bryan Ruiz fez questão de demonstrar que, com buracos o sem eles, com o chão plano ou inclinado, não tem problemas para se expressar com a bola nos pés. Não se limitou a jogar no apoio a Slimani, surgindo várias vezes na primeira zona de construção. A forma como arranja soluções para quase tudo mesmo quando parece ter os lances praticamente perdidos chega a ser impressionante. Mais discreto na segunda parte, ainda assistiu Slimani para o 3-0. Com ele, o jogo ganha outra dimensão e Jesus só pode agradecer-lhe por isso.
NEGATIVO: (des)organização defensiva do V. Setúbal
Foi preciso muito trabalho para Quim Machado melhorar a organização das linhas mais recuadas da equipa sadina na primeira fase da temporada. O problema ainda não está totalmente resolvido, como de resto ficou demonstrado no jogo com o Sporting, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra. O V. Setúbal foi muito macio no plano defensivo, dando muito aos atacantes leoninos. Fábio Pacheco tem muitas lacunas como central (rendeu o indisponível Rúben Semedo), mas isso não pode explicar tudo o que se passou.
CRÓNICA do V. Setúbal-Sporting: virar à esquerda e seguir em frente (até à goleada)
OUTROS DESTAQUES
Slimani: a época ainda vai a meio e o ponta-de-lança argelino já leva 16 golos, o melhor registo desde que chegou ao Sporting. Está a ter um início de 2016 diabólico, com quatro golos em dois jogos. Depois do bis ao FC Porto no clássico de Alvalade, voltou a ser importantíssimo na goleada sobre o V. Setúbal. Foi ele quem abriu a contagem no Bonfim, tendo apontado ainda o 3-0.
João Mário: estava a fazer um jogo assim-assim na primeira parte, mas cresceu e de que maneira no segundo tempo. Esteve em quase tudo o que o Sporting fez na etapa complementar! E não foi pouco. Muito inteligente na ocupação dos espaços, desposicionou a defesa sadina no lance do 3-0 e fez um grande golo aos 58 minutos, com um remate forte e colocado de fora da área. Pouco depois, bateu o livre que deu origem ao bis de Bruno César. Voltou a estar em evidência no sexto golo, com um toque primoroso para Aquilani. ENORME
Jefferson: jogue quem jogar à frente dele, o lateral brasileiro está quase sempre em bom plano. Esta noite formou uma boa sociedade com Bruno César, demonstrando um entrosamento que já deve estar a ser trabalhado há várias semanas. Desequilibrou no lance do primeiro golo, abrindo para o chuta-chuta, que cruzou para Slimani, e tirou mais alguns cruzamentos perigosos, principalmente nos primeiros 45 minutos.
William: a árvore começa a crescer pela raiz. E William Carvalho faz parte da raiz deste Sporting de Jorge Jesus. Se os leões são avassaladores no plano ofensivo, isso também se deve a quem contribui para os equilíbrios defensivos. Está tudo dito?
André Horta: foi o melhor do V. Setúbal numa noite para esquecer da equipa de Quim Machado no plano defensivo. Correu quilómetros e tentou remar contra uma maré que chegou a ser fortíssima, mas sozinho pouco ou nada se consegue.
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