quinta-feira, 20 de outubro de 2016

SANTA CRUZ - Doriva deixa o Tricolor

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Com salários atrasados, falta de motivação e o time afundado no Z4, treinador pediu à diretoria para deixar o clube; o presidente Alírio Moraes aceitou a demissão


A derrota para o Botafogo foi o estopim. O técnico Doriva não é mais técnico do Santa Cruz. Após aproximadamente dois meses à frente do time, o treinador acumulou 11 derrotas, três vitórias e dois empates, num aproveitamento baixo de 22,9%. Pela Série A, o aproveitamento foi ainda mais desastroso: em 12 jogos, 10 derrotas, uma vitória e um empate. Resultados que renderam uma eliminação na Copa Sul-Americana e o encaminhamento do iminente rebaixamento do clube à Série B.

O treinador entregou o cargo logo após o fracasso desta última quarta-feira, no Arruda. Na manhã desta quinta-feira, reuniu-se com o presidente Alírio Moraes e o vice-presidente de futebol, Constantito Júnior. De acordo com a assessoria de comunicação do clube, as partes chegaram a um acordo para evitar novas dívidas para o clube, visto que há salários atrasados em vigor. Com a saída de Doriva, o auxiliar Adriano Teixeira assume o Santa Cruz nas últimas seis rodadas do Brasilerão.

Quando Doriva pegou o Santa Cruz, o time ja era o vice-lanterna. Porém, tinha apenas três pontos a menos que o primeiro time fora da zona de rebaixamento, o Coritiba. O técnico deixa o clube com uma diferença de 13 pontos para o 16º colocação e sem mais qualquer esperanças de escapar do rebaixamento.

Muitos problemas evolveram a saída do técnico Doriva. Nesta manhã, por exemplo, os funcionários do clube deflagraram uma greve em virtude dos salários atrasados - mesma situação por que passa o elenco profissional de atletas. Desde que chegou ao comando do time, o treinador foi pouco atentido nas suas indicações por reforços. Apenas os meias Mazinho e Wagner efetivamente vieram como reforços.

Na aposta de tentar dar nova vida à equipe, chegou a deixar os ídolos Tiago Cardoso e Grafite no banco de reservas. Em outras oportunidades, criticou à diretoria pela falta de mobilização junto à torcida, deixando transparecer uma falta de sintonia dentro do clube. Ao fim do jogo contra o Botafogo, o de sua despedida, teve um bate-boca com torcedores. O clima já era insustentável para o técnico dentro do clube. A saída tornou-se inevitável.

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Santa destina 'vales' para pagar funcionários em atraso, mas paliativo é contestado no clube

Nem todos os funcionários quiseram receber a quantia de R$ 500 dada pela direção


A paralisação feita por alguns funcionários do Santa Cruz na manhã desta quinta-feira, muitos com até cinco meses de salários atrasados, surtiu algum efeito. Não o ideal. Estão longe ainda de serem remunerados pelo Santa Cruz. Mas o clube, ao menos, arrumou uma forma de abrandar os problemas financeiros vividos por eles até que a dívida seja paga em sua totalidade. A medida não foi bem digerida por todos.

O presidente do clube, Alírio Moraes, realizou uma operação financeira que trouxe R$ 50 mil para os cofres corais. Com o dinheiro, o mandatário deu "vales" de R$ 500 para cada um dos funcionários com salários mais baixos no Arruda. Mas nem todos eles aceitaram o paliativo. "Não vamos aceitar e estamos mobilizados para fazer com que ninguém aceite. Esse valor não chega nem perto do que nos devem", disse um funcionário, que pediu para não ser identificado, prometendo ainda a continuidade da greve nos próximos dias. 

Não há previsão do depósito do dinheiro referentes à carteira de trabalho deles, no entanto. O Santa Cruz vai ter uma outra reunião com os credores na próxima semana, quando tem a expectativa de receber a outra parte do repasse da Conmebol pela participação na Copa Sul-Americana. O valor vai ajudar a quitar parte da dívida com os funcionários e com o elenco, há dois meses sem receber.    

O vice-presidente Constantino Júnior lamentou a situação. "Nasci praticamente aqui. Meu pai foi dirigente, fui mascote do clube, líder de torcida. Eu sofro junto com eles porque eu conheço muitos dos funcionários. O clube também buscou a situação de profissionalizar os setores, mas existiram dificuldades. Algumas situações não foram concretizadas, como patrocínios, fornecedor de camisa, bloqueios sucessivos. Tudo atrapalhou, mas eu confio nas pessoas e sei que isso vai ser resolvido. Certamente é uma maré braba, mas que vai passar."

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Vice presidente do Santa Cruz se desculpa e diz que Santa Cruz inicia planejamento para 2017

Atletas podem deixar o elenco e jogadores da base serão integrados, enquanto direção busca novo treinador para assumir projeto do clube no próximo ano


Mesmo sem a matemática ter atestado oficialmente o rebaixamento do Santa Cruz à Série B, a direção vai começar o planejamento para 2017. A primeira mudança se deu com a saída do técnico Doriva, que entregou o cargo nesta manhã de quarta-feira. Mas elas não vão parar por ai. O vice-presidente Constantino Júnior concedeu entrevista coletiva e, após se desculpar pela pífia campanha no nacional, falou que jogadores podem sair. Adiantou que atletas da base integrarão o elenco ainda durante estas seis últimas rodadas do Brasileiro. Assegurou ainda que o clube está no mercado à procura de um treinador para assumir o comando do time no início do próximo ano enquanto o interino Adriano Teixeira termina o campeonato. 

Reforços para 2017 ainda não estão nos planos. Dependerão do aval do novo técnico. Constantino diz que o nome do substituto de Doriva não deve ser escolhido apressadamente."É importante fazer uma prospecção de mercado. Independentemente de quem venha, vai ter que se enquadrar em normas. Vai pesar a palavra dele em contratações. Não podemos buscar desesperadamente. O perfil está sendo debatido. Precisamos ser cirúrgico."   

Antes da chegada deste nome, o interino Adriano Teixeira receberá peças da base e pode deixar de contar com peças que não vêm rendendo. "Não digo que será hoje ou amanhã, mas é natural que alguns desligamentos aconteçam e atletas da base venham a surgir para equipe."

Sobre renovação com jogadores que interessam, o vice-coral voltou a pedir prudência. "A intenção é conversar muito, fazer análise custo-benefício, debater com o novo comandante. São seis jogos que vão valer muito para isso. Para cravar. Para ver o que esses caras podem buscar para eles e para o Santa. O tempo vai falar por si só", pontuou Constantino.

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